Estudo publicado
na revista científica Immunity indica que substâncias presentes em legumes e
vegetais podem ajudar a prevenir a doença
Uma pesquisa recém-divulgada pela revista
científica Immunity indica que a ingestão de alguns vegetais como
couve, repolho e brócolis podem prevenir o câncer de intestino. Isso porque as
substâncias químicas produzidas por esses alimentos são capazes de reduzir as
inflamações no intestino e no cólon. O estudo realizado pelo Francis Crick
Institute, centro de pesquisa biomédica, em Londres, levou em conta a análise
de camundongos geneticamente modificados.
Apesar de este ser um resultado baseado em análises
de animais, é mais um passo que relaciona hábitos alimentares a incidência de
câncer e sua evolução.
Para Dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro
Paulista de Oncologia CPO, unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas é preciso
lembrar que um dos grandes vilões relacionados ao aumento da incidência de
câncer entre a população mundial é uma alimentação pobre em consumo de fibras e
com alto índice de ingestão de gordura. Além disso, o incentivo à prática constante
de exercícios físicos é essencial para frear os índices aumentados da doença e
também como forma de potencializar o processo de tratamento para pessoas com
câncer.
"Uma série de outros estudos científicos
sugerem que indivíduos que praticam atividade física e seguem uma dieta
equilibrada têm melhores respostas às terapêuticas e, portanto, apresentam taxa
de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico. Frutas, peixes,
grãos e azeite estão entre os aliados nesse processo", afirma o especialista.
O médico ressalta que a dica principal tanto para
quem está em tratamento quanto para quem deseja reduzir os riscos de incidência
do câncer é evitar excessos na alimentação. "Não é necessário parar de
comer carne ou qualquer outro alimento. A palavra de ordem é bom senso, já que
tudo que é consumido em grande quantidade pode trazer danos à saúde",
completa o Dr. Daniel;
80% dos casos de câncer no mundo estão relacionados
ao nosso modo de vida
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), a maioria dos casos da doença estão relacionados ao sobrepeso, hábitos
alimentares poucos saudáveis e falta de rotina de exercícios físicos. Por isso,
a recomendação da entidade é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos
150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20
minutos por dia. Isso significa que pequenos ajustes na rotina, como caminhar
pequenas distâncias, aderir à bicicleta como opção de transporte ou subir e
descer escadas ao invés de usar o elevador, podem colaborar para o afastamento
da grande maioria dos fatores de risco que levam ao surgimento do câncer.
"Sedentarismo, sobrepeso/obesidade e consumo
excessivo de gorduras podem ser classificados como 'vilões' que respondem, em
especial, pela elevação no risco de desenvolvimento de tumores que afetam
intestino, endométrio, próstata, pâncreas e mama", finaliza o Dr. Daniel.
Vale lembrar que a má
alimentação é apenas um dos hábitos evitáveis que podem causar o
aparecimento de um tumor. Tabagismo e exposição excessiva ao sol também fazem
parte dessa lista. Ao sinal de qualquer sintoma suspeito a recomendação é
buscar aconselhamento médico especializado e lembrar que a realização de exames
de rotina permite um diagnóstico precoce, aumentando em grande escala as
chances de bons resultados do tratamento.
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