O
exame que detecta o câncer de próstata ainda enfrenta relutância por parte dos
homens brasileiros
Mesmo o exame de
toque retal sendo essencial para a detecção do câncer de próstata, uma nova
pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São
Paulo, em parceria com a Bayer, mostrou que 49% dos brasileiros acima dos 45
anos nunca realizou esse exame. O motivo? Para 24%, esse cuidado é pouco
másculo da parte deles, e para outros 13% o procedimento não é necessário para
a detecção precoce do câncer.
Com o avanço das
tecnologias médicas, é comum acreditarem que o exame de sangue pode substituir
o de toque, mas ambos funcionam de forma complementar. “O câncer de próstata
pode se apresentar mesmo com o PSA ainda em níveis normais, e por este motivo o
exame de toque realizado de forma rotineira pode detectar alguma anomalia de
forma precoce” explica o médico oncologista dr. Fábio Schutz, coordenador
médico da Oncologia Clínica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O exame é indolor, dura poucos segundos e pode
detectar diversos problemas na próstata – glândula responsável por produzir o
fluído que protege e nutre os espermatozoides. Os problemas benignos vão desde
prostatite – dor e inchaço da próstata – até hiperplasia prostática benigna – o
aumento da próstata que pode causar dificuldade para urinar. Porém, o mais
importante é a detecção da fase inicial do câncer de próstata, que é o que mais
atinge homens no Brasil, atrás apenas do de pele não melanoma.
Esse tipo de câncer é tão comum que 35% dos
entrevistados da pesquisa SBGG-SP respondeu que conhece ao menos um homem que
tem ou já teve o câncer de próstata, mas 23% não sabem que esse também se trata
do tipo que se manifesta mais comumente entre os homens com mais de 50 anos. “Quando
os exames de rotina com o PSA e/ou o de toque dão resultados anormais, é
necessário um teste adicional de biópsia para entender se o homem tem ou não o
câncer. Em caso positivo, esse câncer normalmente terá sido detectado antes de
dar sinais de que estava lá, tornando seu tratamento mais efetivo”, explica
o médico.
Mesmo com os benefícios da detecção precoce, o
exame de toque ainda é tabu entre os homens. Diferentemente das mulheres que
fazem exames ginecológicos ou mamografias de prevenção com maior frequência, os
valores culturais que prezam pela “força e resistência do homem” e as crenças
machistas que parecem não aceitar um exame desse tipo ainda são um grande
impeditivo no caminho para uma vida mais longa e saudável.
Como funciona o exame?
Não leva mais de 20 segundos para o exame acabar.
A posição mais comum é deitado de lado. O médico utiliza luvas e lubrificante
para examinar a próstata. O exame tem como principal objetivo verificar a
existência de alguma alteração na glândula e dá informações sobre volume,
consistência, etc.
Para aqueles que têm histórico familiar ou são
negros, é importante que o exame comece a ser feito a partir dos 45 anos de
idade. Para o restante da população masculina, o procedimento deve ser feito a
partir dos 50 anos.
Medo de envelhecer
A mesma pesquisa mostrou que os homens entendem
que o câncer tem mais tendência de acomete-los conforme o avanço da idade. “O
câncer de próstata ocorre com probabilidade maior com o envelhecimento. Por
isso a prevenção é melhor arma”, reforça Dr. Fábio Schutz. O caminho que
leva até a velhice também importa: alimentação balanceada e exercícios físicos
durante boa parte da vida garantem uma terceira idade mais proveitosa e
saudável e com isso os homens da pesquisa concordam: 74% sabem que hábitos
saudáveis podem ajudar a prevenir o câncer. O problema é que, ainda assim, 43%
veem o próprio estilo de vida como não saudável.
Além da próstata
O exame de toque serve para detectar outras
doenças do ânus, do reto e do intestino grosso. Por esse motivo, é preciso
quebrar a relutância dos homens em relação ao assunto e fazê-los entender que,
em questão de segundos, o exame pode ser definitivo para determinar se há ou
não doenças e iniciar um tratamento que pode salvar vidas.
Bayer: Science For A Better Life (Ciência para uma Vida Melhor)
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