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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O coração brasileiro pode bater mais e por mais tempo



Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2024, o Brasil será o país com o maior número de óbitos por doenças cardiovasculares. Especialista diz ser possível reverter esse quadro, mas é necessário empenho e conscientização da sociedade

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) alerta para o número preocupante de mortes decorrentes de doenças cardiovasculares no Brasil (286.431, somente de janeiro a setembro deste ano). Muitas vidas poderiam ser salvas com a melhoria do acesso à saúde, adoção de hábitos mais saudáveis e ações preventivas, com o combate a causas como colesterol, pressão alta, diabetes, obesidade, tabagismo, consumo imoderado de álcool, vida sedentária e estresse.

O cardiologista Ibraim Masciarelli Pinto, presidente da Socesp, acredita que são muitos os fatores que levam a esse elevado número de óbitos por problemas cardíacos. "As pessoas acham normal morrer por problemas do coração e não percebem que por não cuidar desse órgão tão importante, acabam vivendo menos do que poderiam e com menos qualidade".

O especialista lembra que o coração é um músculo que trabalha incansavelmente, batendo, em média, 72 vezes por minuto, 104 mil por dia e 38 milhões por ano. Por isso ele precisa ser protegido e bem cuidado.


Hábitos saudáveis são a melhor forma de prevenção

Segundo Dr. Ibraim, a melhor maneira de tratamento é a prevenção. "Não fumar, praticar atividade física (sempre com orientação médica), consumir alimentos saudáveis, beber bastante água e evitar o consumo excessivo de álcool, são hábitos que continuam sendo a melhor maneira de prevenir problemas cardíacos", salienta o cardiologista.

Por outro lado, é fundamental facilitar as condições de atendimento aos pacientes, pois precisamos ter acesso garantido a profissionais bem treinados e prontos para tratar as doenças do coração. Por isso, as ações de educação continuada, como congressos, livros e cursos pela internet são fundamentais, pois os médicos precisam estar sempre atualizados para cuidar melhor das pessoas.

Nada será eficaz, porém, sem a participação efetiva do poder público. Leis que evitem a inclusão de alimentos não saudáveis na dieta das crianças e que controle a quantidade de sal nos alimentos processados e industrializados, podem ser efetivadas e beneficiarão a muitas pessoas. Cuidar da pavimentação das calçadas, da iluminação e da segurança, em muito facilitará a realização de caminhadas e corridas de ruas, atividades físicas eficazes e baratas. A realização de campanhas e programas educacionais voltadas para esclarecer as pessoas também devem ser feitas. 

Precisamos unir esforços e não nos acomodarmos com o fato de que o número de mortes por doenças cardíacas é alto no país. Como em outras áreas da atividade humana, será apenas com a união de profissionais de saúde, dos governos e da população agindo em prol do bem comum e para benefício da sociedade, é que garantirá que possamos viver mais e com a qualidade necessária para lutar por um país mais justo e de mais oportunidades para todos.





Lipodistrofia – você sabe o que é ?



 O diabético possui uma rotina diária de controle de glicemia, contagem de carboidratos, atividade física regular e alimentação equilibrada. Porém, nesta lista deveria também constar – no caso de quem tem Diabetes tipo 1 - o rodízio dos locais de aplicação da insulina e uso único de agulhas e seringas. Infelizmente, este mau hábito causa a lipodistrofia, que muitos têm e nem sabem. A lipodistrofia é caracterizada por complicações decorrentes de injeções de insulina aplicadas sempre no mesmo local do corpo, em que aparecem nódulos e caroços na pele.
Embora séria, a lipodistrofia é muito pouco conhecida e discutida. A recomendação da Anvisa e dos fabricantes é que o uso da agulha seja o uso único, porém o insumo chega a ser usado pelos pacientes de três a cinco aplicações por dia, seja por conveniência, economia, falta de outra seringa ou agulha e, principalmente, falta de orientação apropriada por parte dos profissionais de saúde.  A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) concluiu recentemente, após estudo, em posicionamento oficial inédito, que a reutilização de agulhas e seringas para insulina é prejudicial ao paciente e não é uma prática recomendada. 

“A lipodistrofia é uma condição que compromete toda a eficácia do tratamento, pois mesmo com o caroço na pele, o paciente continua aplicando a insulina naquele local, mas o organismo não absorve mais o hormônio e é preciso aumentar a dose para atingir o mesmo resultado” alerta o médico endocrinologista Márcio Krakauer. “Além de gerar mais custos para o paciente, a agulha reaproveitada aumenta a dor no local da aplicação, pois perde afiação e sofre alterações, com risco de quebra e bloqueio do fluxo, por causa da cristalização da insulina”, complementa. 






Diabetes: conhecer a doença é primeiro passo do tratamento



Shopping center, tarde de domingo, passeio com a família. Você decide sair com seus filhos, as crianças vão ao cinema e depois vem aquela fome em todos. As crianças gostam do fast food, do chocolate e dos sorvetes, enquanto você como pai/mãe se vê rendido a esse prazer pela comodidade e rapidez do acesso a esses alimentos. Pois bem, todos vão em frente e cada um come um hambúrguer bem completo (1400 Kcal), um refrigerante (200 Kcal) e batata frita (400 Kcal). Sim, cada membro da família ingeriu o equivalente a duas mil calorias em uma única refeição, quase o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seja consumido no total de refeições de um dia para adultos.

Parece que não, mas as famílias brasileiras vêm tendo hábitos muito ruins para a saúde. Lanches de fast food em que numa única refeição se ingere substrato para duas mil calorias de energia são apenas um exemplo. Além disso, sabemos que boa parte, senão a maioria desses nutrientes, é carboidrato, como a glicose e seus derivados.

O hormônio que faz a entrada de glicose nas células e a regulação da mesma no sangue é a insulina, que é secretada pelo pâncreas. A secreção de insulina no sangue é regulada principalmente pelo nível de glicose, que está diretamente relacionada aos açúcares que ingerimos. O organismo humano não suporta a carga de açúcares que comemos/bebemos em excesso, os transformando em gordura e gerando resistência nos receptores de insulina que, por sua vez, desregulam o nível de glicose no sangue e gera o Diabetes Melitus tipo 2, que é o tipo de Diabetes mais comum no mundo.

A data 14 de novembro marca o Dia Mundial do Diabetes, doença que atinge 422 milhões de pessoas no mundo de acordo com a OMS. Assustadoramente, dados de 2016 mostram que metade dos diabéticos do Brasil não sabe que têm a doença. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear o canadense Frederick Banting, descobridor - juntamente com Charles Best - da aplicação de insulina, em 1921. A ideia é conscientizar a população mundial sobre o problema, orientando para a necessidade de realização de exames básicos que podem detectar a doença, para que o tratamento possa ser iniciado.

Existem dois tipos de diabetes. No tipo 1, a doença é causada por fatores genéticos e ambientais e ocorre em função da destruição de células do pâncreas responsáveis por produzir insulina. Infelizmente não foi descoberta ainda uma forma de preveni-la. Como a insulina é o hormônio responsável pelo metabolismo do açúcar e uma substância essencial à manutenção da vida, o paciente tem que tomar doses injetáveis de insulina, uma ou várias vezes por dia. Já o diabetes tipo 2 é provocado por hábitos de vida, como sedentarismo, consumo exagerado de açúcar e má alimentação. É mais comum em pessoas acima de 40 anos e pode ser prevenido. Uma das principais consequências do diabetes, caso não haja acompanhamento e tratamento, é a doença renal, que pode ser irreversível. Por isso, pessoas com diabetes devem realizar exames periódicos para o controle da doença.

Um dos testes essenciais ao diagnóstico e controle do diabetes é o exame de hemoglobina glicada.  A hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue, com função de transportar o oxigênio que respiramos para as células do corpo. Sendo assim, a hemoglobina glicada ou glicosilada (HbA1c) é parte da hemoglobina que se liga à glicose (açúcar). Durante o período de vida da hemácia, que dura de 90 a 120 dias, a hemoglobina vai se ligando à glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período, haverá um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Esse exame reflete a concentração média de glicose a partir de um tempo mais prolongado. Além disso, é prático, rápido e qualquer pessoa sem ou com diagnóstico pode fazer. Para as pessoas com diabetes em níveis controlados é recomendado a cada seis meses.

Além do teste de hemoglobina glicada, existem outros exames importantes no diagnóstico e acompanhamento da doença: glicose, microalbuminúria, creatinina e taxa de filtração glomerular, que também devem ser feitos pelo menos uma vez ao ano. Alguns desses exames podem ser feitos com frequência maior, de acordo com cada paciente e com a orientação médica.

Importante lembrar que o diabetes é uma doença grave em que os níveis altos de glicose no sangue lesam vasos, coração, rins, olhos e sistema nervoso central. Mais importante ainda é que a doença tem fatores de risco modificáveis, ou seja, você pode prevenir esse mal! O primeiro passo da prevenção é saber como estão suas taxas do metabolismo de açúcar e para isso pode contar conosco do Labi Exames! E você, já dosou sua glicemia hoje?






Octavio Fernandes - patologista clínico e vice-presidente de operações do Labi Exames




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