Organização
Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2024, o Brasil será o país com o maior
número de óbitos por doenças cardiovasculares. Especialista diz ser possível
reverter esse quadro, mas é necessário empenho e conscientização da sociedade
A
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) alerta para o número
preocupante de mortes decorrentes de doenças cardiovasculares no Brasil
(286.431, somente de janeiro a setembro deste ano). Muitas vidas poderiam ser
salvas com a melhoria do acesso à saúde, adoção de hábitos mais saudáveis e
ações preventivas, com o combate a causas como colesterol, pressão alta,
diabetes, obesidade, tabagismo, consumo imoderado de álcool, vida sedentária e
estresse.
O
cardiologista Ibraim Masciarelli Pinto, presidente da Socesp, acredita que são
muitos os fatores que levam a esse elevado número de óbitos por problemas
cardíacos. "As pessoas acham normal morrer por problemas do coração e não
percebem que por não cuidar desse órgão tão importante, acabam vivendo menos do
que poderiam e com menos qualidade".
O
especialista lembra que o coração é um músculo que trabalha incansavelmente,
batendo, em média, 72 vezes por minuto, 104 mil por dia e 38 milhões por ano.
Por isso ele precisa ser protegido e bem cuidado.
Hábitos
saudáveis são a melhor forma de prevenção
Segundo
Dr. Ibraim, a melhor maneira de tratamento é a prevenção. "Não fumar,
praticar atividade física (sempre com orientação médica), consumir alimentos
saudáveis, beber bastante água e evitar o consumo excessivo de álcool, são
hábitos que continuam sendo a melhor maneira de prevenir problemas
cardíacos", salienta o cardiologista.
Por
outro lado, é fundamental facilitar as condições de atendimento aos pacientes,
pois precisamos ter acesso garantido a profissionais bem treinados e prontos
para tratar as doenças do coração. Por isso, as ações de educação continuada,
como congressos, livros e cursos pela internet são fundamentais, pois os
médicos precisam estar sempre atualizados para cuidar melhor das pessoas.
Nada
será eficaz, porém, sem a participação efetiva do poder público. Leis que
evitem a inclusão de alimentos não saudáveis na dieta das crianças e que
controle a quantidade de sal nos alimentos processados e industrializados,
podem ser efetivadas e beneficiarão a muitas pessoas. Cuidar da pavimentação
das calçadas, da iluminação e da segurança, em muito facilitará a realização de
caminhadas e corridas de ruas, atividades físicas eficazes e baratas. A
realização de campanhas e programas educacionais voltadas para esclarecer as
pessoas também devem ser feitas.
Precisamos
unir esforços e não nos acomodarmos com o fato de que o número de mortes por
doenças cardíacas é alto no país. Como em outras áreas da atividade humana,
será apenas com a união de profissionais de saúde, dos governos e da população
agindo em prol do bem comum e para benefício da sociedade, é que garantirá que
possamos viver mais e com a qualidade necessária para lutar por um país mais
justo e de mais oportunidades para todos.