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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Decisões Financeiras



Muitas pessoas têm medo de tomar decisões e ficam sempre em cima do muro, esperando que os outros a tomem por ele. Essa insegurança acaba sendo transmitida a todos da equipe, que sabem que seu líder posterga e dificilmente toma uma decisão.

Outras tomam decisões e verificam que a mesma não foi a mais correta, pois ele não conseguiu prever todas as consequências do seu ato e das medidas tomadas. Se você tivesse que optar por ser um dos dois acima, qual deles escolheria? Devo dizer que somos todos seres humanos.


Prefiro conviver com pessoas que tomam decisões erradas, mas as tomam, do que com pessoas que evitam todas as maneiras de tomar as mesmas. Se errar é humano, aquele que errou deve aprender com seus erros para não repetir os mesmos. Isso é sinal de aprendizagem e de sabedoria. 

Pessoas que nunca tomam decisões são levadas pelos acontecimentos e deixam a vida lhes levar. Muitas pessoas não gostam de aparecer como tendo tomado decisões erradas e, portanto, não tomam decisão nenhuma.

Esse tipo de pessoa não saberá como aprender com os erros, nem colocará suas decisões em risco e seu aprendizado será um caminho  difícil e tortuoso. Administradores financeiros devem ser pragmáticos, pois sua profissão cobra tomada de decisão contínua e a mesma faz parte do dia a dia do mesmo.

Mas também o Administrador deve saber e aprender que para tomar uma decisão dificilmente terá todos os dados para que a mesma aconteça, e por isso deve usar da intuição e dos sentimentos. Para que sua assertividade seja comprovada ele deve aliar conhecimentos técnicos com aspectos subjetivos e comportamentais, que não são mensuráveis e que fazem parte do aprendizado do mesmo ao longo da sua vida profissional.

Cada empresa é uma empresa e decisão tomada numa pode, numa outra organização, ser totalmente diferente, pois a cultura de uma organização é muito diferente da cultura de outra. O clima organizacional também nunca é idêntico de uma empresa para outra, por isso numa organização podemos dizer que cada caso é um caso e cada decisão é uma decisão. Por isso o administrador deve tomar decisões com assertividade pragmática, isto é, baseada em dados científicos, dados técnicos, pesquisa etc, mas também em intuição, feeling, emoção e aspectos comportamentais e políticos.

Apesar de não parecer, ser Administrador é algo simples e ao mesmo tempo complexo, pois se lida com dados e informações que mudam todo dia e para dar certo temos que ser assertivos, pragmáticos, mas com feeling...



 Robson Paniago - doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del Museo Social Argentino, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – SP e Graduado em Administração pela Universidade São Marcos – SP. Atualmente é professor da IBE-FGV.

 

As cinco tendências de marketing da NADA 2017



Todos os anos, a National Automobile Dealers Association (NADA) Convention & Expo - principal evento de distribuição automotiva do mundo reúne os grandes nomes do segmento para definir o ritmo para o próximo ano, assim como as tendências da indústria e suas expectativas.

Este ano, a conferência, que aconteceu em New Orleans, deixou a sensação de que 2017 será um ano de mudanças na indústria automotiva. A Search Optics, especializada em marketing automotivo e expositora, traz cinco tendências da NADA 2017 na perspectiva do marketing digital como fatores que todos os anunciantes devem prestar atenção:


1.    Resultados ainda reinam como o principal: As tecnologias vão continuar a se aperfeiçoar, enquanto surgem novas plataformas e possibilidades de comunicação. Independentemente de tendências, o que realmente interessa aos concessionários sempre será o quanto isso pode impactar seu objetivo final, ou seja: vendas de carros. Isso significa que encontrar o parceiro de marketing digital certo para impulsionar os resultados é essencial. Foco no resultado ainda importa mais do que qualquer outra coisa.


 2.    Nem todas as empresas que trabalham com marketing para ferramentas de busca (SEM) fazem da mesma forma: Comprar palavras-chaves no Google AdWords não é o mesmo que comprar um pacote de sal. A experiência em SEM é importante e, nem sempre, fácil de encontrá-la. Isso porque o marketing digital está ficando cada vez mais complexo. As concessionárias precisam de parceiros de marketing que possam ajudá-los a executar com êxito as ações de SEM. Mais do que isso, eles devem esperar excelentes resultados de SEM de seus fornecedores de serviços de marketing digital em 2017. Qualquer retorno menor é inaceitável.


 3.    Otimismo com cautela: Houve um otimismo cauteloso no evento e os participantes pareciam sentir uma mudança que pode alterar radicalmente o cenário automotivo conforme a administração Trump avança. Nos negócios, as mudanças são constantes, mas quando essa mudança está além de seu controle, é preciso liderança e confiança em sua experiência digital para promover as ações de marketing. Além disso, ter uma perspectiva global pode trazer valor a uma iniciativa de marketing digital, e esse valor vai crescer à medida que as práticas de negócios globais evoluem durante o ano.


 4.    Maior digitalização exige maior inovação: A indústria automotiva está em um ponto de virada quando se trata da penetração digital.  De fato, estamos agora entrando na próxima onda no mercado dos EUA de 100% de penetração digital. Isso se traduz na necessidade de entender melhor a mídia, juntamente com outros fatores que forçam os concessionários a recorrerem a estratégias mais inovadoras de marketing e vendas, a fim de superar o ruído digital.


 5.    Os Estados Unidos continuam definindo o tom: Os EUA estão no epicentro da inovação de marketing digital e melhores práticas. Os mercados globais continuarão a olhar para as agências digitais nos Estados Unidos para definirem a direção de suas estratégias para 2017. Na EMEA (Europa, Oriente Médio e África), em particular, uma nova realidade acaba de chegar à medida que os concessionários têm se alinhado com as condições do mercado para competir de forma mais eficaz num mundo cada vez mais digital e em rápida mutação. O mesmo podemos destacar para a América Latina, onde as concessionárias estão se digitalizando cada vez mais rápido e entendendo o consumidor digital como o centro de suas estratégias.

Com mais de 23 mil participantes na NADA 2017, o evento anual é uma obrigação para os profissionais da indústria automotiva.






Eduardo Cortez - presidente LATAM da Search Optics e está a frente do desenvolvimento de oportunidades e estratégias com montadoras e marcas nacionais para o Brasil e América Latina.




Cidadania analfabeta




Os brasileiros precisam reavaliar urgentemente seu real entendimento sobre o significado da palavra derrota. A Nação ainda guarda o prolongado luto, que lembra as viúvas ibéricas de antigamente, pela perda da Copa do Mundo em 1950 contra o Uruguai. O placar de 7 a 1, que nos foi imposto pela Alemanha na edição/2014 do mesmo torneio, continua sendo uma flecha da vergonha vibrando no ar. Porém, o País permanece imperturbável ante o nosso fracasso diante da OCDE no quesito educação.  Este sim mereceria o pranto derramado das melhores carpideiras. A sigla identifica a Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, sediado em Paris, que reúne 34 países e que defende as bandeiras da Democracia e da economia de livre mercado. Nasceu de uma iniciativa de nações européias para colaborar da aplicação do Plano Marshall que o presidente Harry Truman (1884-1972) implantou para reerguer o continente sobre os escombros da II Guerra. 

Lá, na sua classificação relativa ao pagamento dos professores da educação básica, o Brasil aparece em penúltimo lugar. Despendemos constrangedores 10 375 mil dólares anuais como salário inicial. Talvez fosse melhor que já ficássemos em último, pois a indigência seria de tal ordem que a posição receberia o benefício da comiseração. Mas não. Ganhamos da Tailândia, que paga pungentes 1 500 dólares. Os dados estão à disposição de todos na web.
A julgar pela reação observada junto à população, a classificação não lhe parece dizer respeito. Aliás, o novo piso salarial para a categoria em 2017, que totaliza 2 298,80 reais, anunciado dias atrás pelo ministro da Educação Mendonça Filho, foi recebido com idêntico descuido. Foi como se ouvíssemos a previsão do tempo sem chuvas e sem muito calor. Nem mesmo um dado positivo mexeu com os ânimos. Foi o fato de que, de 2009 para cá, houve um aumento gradativo dos vencimentos, cujo acumulado superou os índices de inflação. Trata-se de um sopro de esperança que supõe dias melhores e, como aprendemos, a esperança é a última que morre. Portanto, fé nos gizes, nos apagadores e pé na tábua!   

Sabemos, inexoravelmente, que níveis salariais caminham junto com a qualidade do trabalho requerido e esperado. Tal princípio, nesse particular, é confirmado pelos países bem resolvidos no assunto, particularmente a Coréia do Sul, decantada planetariamente como modelo de desenvolvimento ágil e consistente. Os professores iniciantes levam anualmente para casa 28 591 dólares. A alfabetização contempla 97,9% da sua população. Quanto a nós, ficamos com 91%, segundo informa o IBGE. A percentagem sugere algo em torno de 18 milhões de analfabetos. (Neste quadro o Nordeste é campeão absoluto. Em Alagoas são 19,66%; no Maranhão, 18,76%). Mas, atenção: não estamos falando apenas de algarismos, como se um operador da Bovespa estivesse comunicando as cotações do dia. Atrás deles encontra-se um contingente gigantesco de seres humanos que imprime o polegar direito nos documentos a título de assinatura. Ou que perplexos, vêem sopas de letras diante dos seus olhos do mesmo modo como os letrados olham os ladrilhos de argila com a escrita cuneiforme dos sumérios.

Convém ressaltar que a promoção sul-coreana embute uma intenção essencial e estratégica: a priorização da educação como alavanca de crescimento, atrelada à sua condição primordial de instrumento civilizatório. Trata-se de uma lição e de  dever de casa que estamos realizando com atraso e às duras penas, como tudo aquilo que ganha ares de urgência. Por ironia, sempre tivemos um espelho próximo para nos refletir, que é a vizinha Argentina. E aqui emerge a figura do presidente Domingos Faustino Sarmiento, que governou o país de 1868 a 47. 

A Argentina desfruta de invejável situação no capítulo da alfabetização, com apenas 1,9% de analfabetos no conjunto das 41,45 milhões de pessoas.
Domingos Sarmiento era um escritor de nomeada. Teria um status parecido com nosso José de Alencar.  Mas abdicou da literatura durante seu período na Casa Rosada, conforme atestam duas proclamações que ficaram famosas. “Serei na presidência da República como sempre fui: antes de mais nada, mestre-escola”. “A escola é o centro da Democracia e o baluarte contra a barbárie”. Fez uma espécie de pacto tácito com os argentinos no sentido de privilegiar a educação. Importou 65 professores dos Estados Unidos para criar o curso normal. Tornou obrigatório o curso primário. Criou 800 escolas e 100 bibliotecas. Os alunos saltaram de 30 mil para 100 mil. Por essa época a população hermana reunia 1 830.000 habitantes, dos quais 82% eram analfabetos. Sua atual taxa de alfabetização, 98,1%, se coloca entre as primeiras do planeta; não se esqueçam de que a nossa, citada linhas atrás, é de 91%. Não por acaso, a sua modesta casa de veraneio no delta do Rio Tigre (dois quartos) é protegida por um cubo blindado transparente para atestar o apreço que a Argentina lhe dedica.

Infelizmente não tivemos a sorte dos nossos vizinhos. Sequer prestamos atenção em algo portenho que tanto veneramos, que é a letra do tango Mano a Mano (1923). Se precisar uma ayuda/se te hace falta um consejo/Acordate deste amigo/ p’ayudarte em lo que pueda...

Agora estamos com a batata quente nas mãos. A má remuneração dos professores não afeta somente uma categoria profissional. Atinge, sobretudo, a qualidade de vida e a boa formação dos futuros cidadãos brasileiros. O Censo Escolar/2015 informa que não serão poucos. A rede pública nacional de educação básica possui 38,6 milhões de alunos.

Essa perspectiva perturbadora leva a dois outros versos que abrem o poema No meio do Caminho (1928), de Carlos Drummond de Andrade:
No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.

Versejadores costumam ser proféticos.





Luiz Gonzaga Bertelli - presidente do Conselho de Administração  do CIEE/SP e presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional.




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