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segunda-feira, 17 de abril de 2023

5 maneiras de como os bancos e suas tecnologias podem ajudar em tempos de incertezas

Os bancos não podem definir a política monetária - seja na alta ou na baixa dos juros - mas podem ajudar os clientes a interpretá-la e a se protegerem contra incertezas futuras. Muitos bancos já fornecem ferramentas de gerenciamento financeiro pessoal e tecnologias modernas, que colaboram com o aumento da eficiência das pequenas empresas e dos clientes de varejo, aproveitando o poder da Inteligência Artificial (IA). Reforçando essa tendência, listei cinco maneiras de como os bancos podem agregar valor aos seus clientes, em qualquer mercado: 

·         Os pagamentos em tempo real permitem que as empresas realizem seus pagamentos dentro do prazo estipulado, em qualquer momento, o que é especialmente benéfico para pequenas e médias empresas, pois colabora com a redução dos custos de transação. Com tantas vantagens, fica claro a forte adesão ao uso dos pagamentos instantâneos. No Brasil, por exemplo, o PIX movimentou R 10,9 trilhões em 2022, mais do que o dobro de 2021, segundo dados do Banco Central (BC). Foram R 24,13 bilhões de operações realizadas, com quase R 3 bilhões efetuadas apenas em dezembro, o maior número de transações da história do sistema de pagamento instantâneo.  

·         As soluções avançadas de gerenciamento de caixa ajudam as empresas a otimizar processos, retornos e automatizar tarefas diárias, garantindo assim o capital de giro. Em tempo de alta de inflação, rever a solidez financeira é imperativo. 

·         Soluções de crédito personalizadas tiram proveito do poder dos dados para entender e prever o fluxo de caixa, além de alinhar o crédito com a estratégia de negócios. Com uma visão mais clara do caminho a seguir, as empresas podem se planejar melhor para contingências, como o aumento da inadimplência e as oscilações das taxas de juros ou da inflação. 

·         Uma abordagem digital dentro da área de finanças facilita a visão dos movimentos de caixa, agilizando as aplicações e decisões de tomada de crédito. O foco nos processos, soluções e ferramentas de digital-first, colaboram para que os trâmites internos tenham mais agilidade. 

·         A digitalização dos serviços de valor agregado, como o faturamento e o gerenciamento da folha de pagamento, apresenta um incremento na organização dos recursos internos, garantindo a eficácia nos processos de uma companhia.

É fato que sistema financeiro tem passado por uma revolução tecnológica nos últimos anos, evidenciando a importância da inovação do setor e apresentando novas perspectivas para as soluções dos problemas enfrentados pelos clientes. Porém, usando tecnologia moderna, pensamento inovador e uma perspectiva positiva, os bancos, as instituições e empreendedores bem-sucedidos se tornarão consultores em quem os clientes deverão confiar, auxiliando-os a navegar nos mares agitados dos tempos atuais.

 

Marcus Dantas - gerente de Vendas de Soluções para América Latina na FIS



Segundo o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos, taxa de aprovação geral é de 50%

 Para Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, empresas e consultores que garantem taxa de aprovação maior que 90% tentam enganar os solicitantes

 

Empresas e consultores que se dizem especialistas no processo de obtenção de vistos para os Estados Unidos, são uma opção cada vez mais comum para aqueles que querem ir até o país e precisam de ajuda durante o procedimento. No entanto, na maioria dos casos, esse tipo de operação não conta com bons profissionais e, em nenhuma situação, irá substituir a atuação de um advogado.

Muitas dessas empresas de consultoria utilizam práticas questionáveis para atrair clientes e aumentar seus lucros. Uma dessas práticas é a divulgação de supostos dados com números relacionados à quantidade de vistos aprovados. Embora possam parecer úteis à primeira vista, esses dados são utilizados para ludibriar e fazer com que potenciais clientes confiem cegamente na organização.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, a prática de apresentar números e porcentagens relacionadas aprovação de vistos é ilegal. “Nenhum advogado pode mostrar estatísticas relacionadas ao sucesso dos casos. Isso, geralmente, acontece em empresas de consultoria que, na maioria das vezes, não possuem nenhuma credibilidade no mercado ou na área de direito internacional”, relata.

Muitas dessas empresas apresentam taxas altíssimas de aprovação e, em alguns casos, até garantem que a pessoa que entrar em contato terá seu visto aprovado. “Aceitar o serviço dessas organizações, que oferecem vistos como se fossem produtos em uma prateleira, é um péssimo movimento. Eles convencem as pessoas falando que possuem uma taxa de aprovação de quase 100% e, quando a solicitação é negada, simplesmente alegam que a pessoa fazia parte do 1% que não se encaixava no padrão exigido pelo consulado”, lamenta Toledo.

Segundo dados do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos - USCIS, aproximadamente 50% das solicitações de vistos da categoria EB-2 são, efetivamente, aprovadas. Para o advogado, esses números mostram que essas empresas de consultoria estão, apenas, enganando os solicitantes. “Quando colocamos um alto número de aprovação, as pessoas nunca vão se basear pela quantidade de negativas e, automaticamente, irão acreditar que seu visto será aprovado com uma extrema facilidade. Esses solicitantes baseiam suas vidas nessa aprovação, fazem planos e, quando o visto é negado, alguns precisam começar do zero”, pontua.

Toledo alerta que não existem esquemas com funcionários do consulado para facilitar a aprovação de vistos. “Isso é impossível. Ninguém sabe qual será o agente consular que irá julgar seu processo. Logo, essa possibilidade não existe e, se for oferecido algo nesse sentido, deve ser prontamente denunciado”, revela.

O especialista em Direito Internacional reforça, ainda, que mesmo que todas as documentações e exigências estejam de acordo com os protocolos, o visto pode ser negado. “Mesmo com tudo organizado e perfeito, se o agente consular notar qualquer razão para não aprovar a solicitação, ele o fará, independente do que foi previamente conversado com advogado ou qualquer outra pessoa fora da cadeia de imigração”, finaliza.  



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com quase 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br


Conclamação urgente por um Brasil mais justo


                Na primeira semana de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, acabar com a prisão especial para condenados com diploma de curso superior. A decisão merece aplauso, mas o que os 11 ministros fizeram foi cumprir o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 que prevê isonomia no tratamento de todos os cidadãos brasileiros. Corrigiu-se, com isso, uma antiga e grave distorção, discriminatória e causadora de desigualdades, estabelecida pelo artigo 295 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1961.

                Uma pena que a decisão do STF, por força da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que motivou o julgamento, tenha se limitado ao inciso VII do decreto-lei mencionado, justamente o único que trata dos cidadãos comuns. Todos os privilégios garantidos pelos demais incisos do artigo foram mantidos intactos. É óbvio que a revogação de uma parte ínfima do decreto-lei não terá o condão de cessar a violação do princípio constitucional da isonomia. A discriminação em relação a outros cidadãos permanecerá, pois continuará em vigor um ato legal que promove desigualdade. Perdeu-se uma oportunidade de ouro!

                Nesta nação de privilégios e impunidade, o ideal seria que, na esteira da faxina pontual feita pelo Judiciário nesse julgamento, fossem revogados também todos os demais artigos do decreto-lei em questão, que trata especificamente de prisão especial. Melhor ainda seria a revisão dos artigos de lei que regem o foro privilegiado, sobretudo os que passaram a vigorar depois da Constituição Federal de 1988. Hoje com cerca de 55.000 pessoas beneficiadas pelo foro por prerrogativa de função, o instituto banalizou-se a ponto de se tornar um verdadeiro manto de impunidade. Nasceu na Monarquia, perpetuou-se na República, e hoje parece que o Brasil retrocedeu e possui 55.000 monarcas.

                Numa análise mais profunda, talvez se assemelhe até ao Brasil Colônia, quando o rei de Portugal criou as capitanias hereditárias, dividindo nosso território em 14 quinhões distribuídos a donatários com amplos poderes e uma única obrigação: pagar o dízimo à Coroa. Durou pouco. A iniciativa do rei foi esfacelada pela incompetência, arrogância e autoritarismo exacerbado dos donatários, e pelos maus-tratos impingidos diariamente aos vassalos, o sofrido povo brasileiro.

                Tantos séculos depois a distinção entre os cidadãos brasileiros ainda permanece. A isonomia existe apenas na letra fria da Constituição, muito longe da realidade cotidiana das pessoas. Os brasileiros cumpridores das obrigações legais sentem-se, cada vez mais, reduzidos a meros pagadores de tributos, já sem forças para questionar os detentores do poder e para reclamar dos péssimos serviços públicos oferecidos em áreas fundamentais como saúde, educação, habitação e segurança. O cidadão paga muito e recebe quase nada em troca.

                Há um nítido abismo no país, como marco absoluto da distinção de classe dos brasileiros. Em uma ponta, o poder concedente – integrado pelas autoridades do Três Poderes constituídos – e, na outra, o poder suplicante – representado por uma imensa maioria cheia de carências e sem privilégio algum. Todos regidos pelos mesmos princípios constitucionais.

                A Lei Maior contempla os princípios da capacidade contributiva, da legalidade, da anterioridade, da impessoalidade, da irretroatividade, da anualidade e da isonomia. Estão todos gravados no papel, muitos ainda à espera de efetiva aplicação universal para cada um dos cidadãos brasileiros. Não é de hoje que se apontam tópicos constitucionais que precisam ganhar efetividade, especialmente por meio de leis específicas capazes de afastar a pluralidade de interpretações que trazem insegurança jurídica e enfraquecem sempre o cidadão comum.

                Um bom exemplo de como o Brasil penaliza os cidadãos mais pobres é a questão da tabela de imposto de renda da pessoa física. Por conta de longo período sem fazer a correção anual do IR em percentual correspondente à inflação do ano anterior, a defasagem na tabela do IR já atinge 147%, segundo estudo do Sindifisco. Trocando em miúdos, a isenção que hoje alcança quem ganha até R$ 1.903,98 por mês deveria beneficiar quem recebe até R$ 4.702,83 por mês. Se a defasagem fosse zerada, 93% dos brasileiros estariam isentos do imposto de renda.

                Não seria nenhum favor porque é um direito do povo brasileiro. Inflação não é renda e, portanto, o cidadão não pode ser tributado como se assim fosse. Isso é ignorado pelos governantes e o brasileiro comum é penalizado duplamente: primeiro quando encontra mais caros os produtos na padaria, no mercado e na farmácia, e depois pela taxação do imposto de renda quando deveria, por direito, ser  isento. Para mudar essa triste realidade basta seguir a Constituição.

                O artigo 152 da CF/88 não enumera o imposto inflacionário como imposto da União. Além disso, o artigo 150 estabelece que a União não poderá exigir ou aumentar impostos sem lei que o estabeleça, mas é o que ocorre hoje pois os brasileiros estão pagando imposto de renda sobre a diferença de remuneração entre R$ 1.903,00 e R$ 4.702,83/mês. Ora, se não está previsto na Constituição, não é tributo e, sim, confisco.

                Eis aí um bom caminho para se implantar o maior projeto social do Brasil. A correção anual do IR até o nível da inflação acumulada atingiria mais de 93% da população nacional. Falta a vontade política.

                Falta também sensibilidade. Hoje o brasileiro recolhe em tributos o equivalente à remuneração de 153 dias de trabalho no ano. Em outras palavras, trabalha cinco meses do ano para sustentar a máquina pública. Paga mais do que os cidadãos dos Estados Unidos, do Japão, da China, da Coreia do Sul e da média dos países da América do Sul. Basta lembrar que o Brasil tem a 13ª maior carga tributária do planeta.

                Paradoxalmente, o Estado entrega pouco ao cidadão. Para onde se olha há carências gritantes. A sensação de insegurança só aumenta. Em 2022, o Brasil teve 40.800 mortes violentas, grande parte delas provocada por motivos fúteis, brigas de rua, de trânsito, ou como desfecho do roubo de um celular, de uma corrente de ouro ou de um par de tênis. Lamentavelmente, já somos o 8º país mais violento do mundo, segundo ranking de 2021 do UNODC (Escritório das Nações Unidas).

                Na educação pública, amargamos desempenho pífio. No ranking PISA, o Brasil flutua entra a 58ª e 60ª posição em leitura, entre a 72ª e a 74ª colocação em matemática, e entre a 66ª e a 68ª classificação em ciências.  Enquanto isso, as escolas particulares – onde estuda a elite – comemora a 5ª posição mundial. A discrepância é colossal.

                Vivemos a nítida falência das instituições públicas. Somos hoje um país carcomido pela corrupção endêmica, sistêmica e sindrômica, que suga os cofres públicos e desanima o cidadão de bem, abatido pela sensação de impunidade. A Operação Lava-Jato escancarou esse grave problema nacional, ainda que falhas e incorreções processuais tenham levado, depois, à anulação da condenação de agentes públicos. O desfecho jurídico não apaga os malfeitos e tampouco apaga a realidade. Levantamento publicado em janeiro de 2023 pela Transparência Internacional mostra que 93 países têm o setor público mais íntegro que o do Brasil. Essa realidade é insustentável.

                Somente um grande concerto nacional, com a mobilização da sociedade civil em conjunto com os poderes constituídos pode transformar este país de privilégios e impunidade em uma nação mais justo e menos desigual. Eis uma conclamação necessária e urgente, um chamado aos brasileiros que verdadeiramente desejam uma pátria de direitos, deveres e oportunidades iguais para todos os cidadãos.

 

Samuel Hanan- engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

Experimento feito no Inpe identifica locais com maior risco de inundação em cidades


Pesquisa combina modelos de previsão de expansão urbana,
 de mudança do uso do solo e hidrodinâmicos; resultados foram validados
com dados reais de São Caetano do Sul, município da Região Metropolitana de São Paulo
(
fotos: Water/reprodução)

Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) propõem combinar modelos de previsão de expansão urbana, de mudança do uso do solo e também hidrodinâmicos para criar uma metodologia capaz de fornecer informações geográficas que identifiquem os locais com maior risco de inundações em cidades, inclusive as provocadas por chuvas extremas.

O trabalho pioneiro é feito com base em dados de São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo. Pode vir a ser usado por outros municípios na construção de políticas públicas e na tomada de decisões para enfrentar os impactos desses fenômenos, podendo evitar, além da destruição de edificações e de infraestrutura, a morte de moradores.

Os resultados preliminares da pesquisa, financiada pela FAPESP por meio de dois projetos (20/09215-3 e 21/11435-4), foram publicados na revista Water. São parte do trabalho do doutorando Elton Vicente Escobar Silva, do Inpe, primeiro autor do artigo.

Em parceria com as universidades federais da Paraíba (UFPB) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) e órgãos locais, os pesquisadores “testaram” o modelo com os dados da Defesa Civil do município referentes à enchente registrada em 10 de março de 2019, quando três pessoas morreram afogadas e diversas ruas em São Caetano do Sul ficaram com quase 2 metros (m) de altura de água.

“Trabalho há anos com modelagem, tendo foco em mudanças de uso e cobertura da terra em áreas urbanas. Queria conjugar com simulação de enchentes. A oportunidade chegou com o projeto do Elton”, diz à Agência FAPESP Cláudia Maria de Almeida, orientadora de Silva e pesquisadora do Inpe, onde coordena o Laboratório Cities, voltado a pesquisas teóricas e de aplicação em sensoriamento remoto urbano.

E completa: “Um diferencial do estudo é, além de aliar modelagem hidrodinâmica para área urbana à complexidade da rede de drenagem subterrânea pluvial, usar dados reais para parametrizar e validar o modelo. Conjugamos imagens de altíssima resolução espacial e deep learning [aprendizado profundo]. Tudo isso está ligado à big data e às smart cities [cidades inteligentes]”.

As discussões em torno do conceito de smart cities começaram em meados dos anos 2010 envolvendo questões tecnológicas, como semáforos integrados ou paradas de ônibus com wi-fi. Recentemente, passaram a incluir temas voltados à sustentabilidade e à qualidade de vida dos moradores.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial atingiu 8 bilhões de pessoas no ano passado, sendo que 56% vivem em áreas urbanas. Estima-se que até 2050 a população crescerá para 9,7 bilhões de pessoas, das quais 6,6 bilhões estarão em cidades (cerca de 68% do total).

Já a atual taxa de expansão dos municípios é duas vezes mais rápida do que o crescimento populacional. Com isso, a área global coberta por assentamentos urbanos deve subir para mais de 3 milhões de quilômetros quadrados (km2) nas próximas três décadas, o que seria equivalente ao território da Índia.

O planejamento das cidades, porém, não caminha na mesma velocidade. Com a urbanização desenfreada há, por exemplo, mudanças no uso e cobertura do solo, aumento da área impermeável da superfície e alterações da hidrologia. Esse cenário, aliado à maior frequência de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas, expõe os municípios a vulnerabilidades, como alagamentos, enchentes e deslizamentos em épocas de chuvas.

Cruzamento de dados

Para a modelagem hidrodinâmica, o grupo de pesquisadores utilizou o software HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center's River Analysis System, na sigla em inglês). É um programa de computador que consegue simular o fluxo e a elevação da superfície da água, além do transporte de sedimentos.

Na análise da extensão de áreas inundáveis foram adotados dois modelos digitais de terreno (DTM, na sigla em inglês) com diferentes resoluções espaciais – de 0,5 m e 5 m. O DTM é uma representação matemática da superfície do solo, que pode ser manipulada por programas de computador e é geralmente representada em forma de grade retangular, na qual um valor de elevação é atribuído a cada pixel. Vegetação, edifícios e outras características são removidos digitalmente. Além disso, quatro diferentes intervalos de computação (1, 15, 30 e 60 segundos) foram adotados com o objetivo de avaliar o desempenho das saídas das simulações.

Os melhores resultados foram obtidos com as simulações de resolução espacial de 5 m, que mostraram os mapas de inundação com maior cobertura dos pontos alagados (278 em um total de 286 pontos, ou seja, 97,2%) nos menores tempos de cálculo. Chegaram a mapear pontos de inundação que não foram observados pela Defesa Civil nem por cidadãos de São Caetano do Sul durante a inundação.

“A nossa ideia foi criar uma metodologia de suporte para os tomadores de decisão. Simulamos como será a mudança no uso do solo nos próximos anos e também o que isso impacta na rede de escoamento fluvial. A partir daí, é possível fazer simulações com cenários. Um exemplo é cruzar os milímetros de chuva em um determinado intervalo de tempo para projetar o que pode ocasionar em uma área do município. Com isso, os gestores poderiam tomar decisões visando evitar danos tanto econômicos quanto de vidas perdidas”, afirma Silva.

Os pesquisadores destacam a necessidade de os municípios contarem com bases de dados atualizadas para esse tipo de trabalho, como é o caso de São Caetano do Sul. “O modelo funciona e é alimentado por dados. É importante que as cidades consigam ter bancos de informação atualizados, incluindo registros referentes a casos extremos, como grandes enchentes e inundações”, avalia Almeida.

Intensamente conurbado com a capital e com os vizinhos Santo André e São Bernardo do Campo, o município de São Caetano do Sul tem um histórico de inundações: foram 29 ocorrências entre 2000 e 2022, segundo os pesquisadores.

Por outro lado, é a cidade mais sustentável entre as 5.570 do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC). E, com uma população estimada em cerca de 162 mil moradores, apresenta 100% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 95,4% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 37% em vias com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O artigo Assessing the Extent of Flood-Prone Areas in a South-American Megacity Using Different High Resolution DTMs pode ser lido em: www.mdpi.com/2073-4441/15/6/1127.

  

Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/experimento-feito-no-inpe-identifica-locais-com-maior-risco-de-inundacao-em-cidades/41143/


O que podemos esperar da economia em 2023

Para economistas, inflação e juros altos devem frear os negócios, especialmente os mais dependentes de crédito, como as concessionárias de carros e as lojas de eletroeletrônicos

 

Com a enxurrada de más notícias envolvendo gigantes do comércio, não é difícil de adivinhar qual é o assunto mais comentado nas rodas de conversas de empresários neste ano.

Se as grandes empresas, como Americanas, Marisa, Tok & Stok, enfrentam toda essa crise financeira, o que será de redes pequenas e médias e de quem tem uma loja só.

O copo está meio cheio ou meio vazio, perguntam, considerando indicadores econômicos, como inflação, taxa de juros, inadimplência, disponibilidade de crédito, emprego e renda.

Economistas ouvidos pelo Diário do Comércio falam em “perspectivas não muito favoráveis ao consumo”, principalmente por conta da dobradinha inflação e juros em patamares elevados.

“A economia está estruturalmente lenta, com pouca força de arranque, depois de tanto tempo com juros na estratosfera”, afirma Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.

“Parece que a inflação se cristalizou próxima de 6%, e não acredito que ficará abaixo disso ao final deste ano”, diz Fabio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

“O país, que cresceu 2,9% em 2022, deve crescer perto de 1% neste ano. O ano deve ser apertado para o varejo”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

“Setores que dependem de crédito, como concessionárias de carros e lojas de móveis, devem sofrer mais neste ano”, diz Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio SP.


INFLAÇÃO

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março, de 0,71%, foi menor do que o de fevereiro, de 0,84%, reduzindo a inflação acumulada para 4,65% em 12 meses.

Em meio a tantas notícias ruins para o setor, os empresários ficaram animados com esses números, que sugerem até uma redução da taxa básica de juros, a Selic, mais para a frente.

Para Bentes, porém, a inflação deve voltar a ficar próxima de 6% até o final do ano por conta da elevação dos preços dos combustíveis, com grande peso no orçamento das famílias.

“Os Estados tiveram de abrir mão da receita do ICMS para permitir os descontos nas bombas, e não sabemos até que ponto isso será mantido”, diz o economista da CNC.

Os preços de referência usados para cálculo do imposto voltaram a ser alterados neste ano, pois estavam congelados desde o período mais crítico da pandemia, em 2021.

“Os preços dos combustíveis têm efeito multiplicador, contaminam a economia como um todo. Se tivermos nova rodada de aumentos, um cenário de inflação de 6% já era”, diz.

Para Dietze, a redução da inflação em março pode até indicar para o BC (Banco Central) uma taxa de juros menor, hoje de 13,75% ao ano, mas ainda elevada, terminando o ano a 12,5%.

“Se o ciclo de expansão monetária continuar em 2024, com taxas de juros menores do que 10%, aí já pode ser bom para as empresas”, afirma.

O que favorece esse cenário, diz, é o efeito estatístico na taxa anualizada da inflação, ao sair os meses de abril, maio e junho de 2022, quando teve a explosão dos preços dos combustíveis.

“O cenário está mais favorável do que há um ano, sobretudo para os setores de bens essenciais. Agora, uma alavancagem de consumo se espera mais para 2024”, diz.


CRÉDITO

Um dos indicadores que vai na contramão de um aumento de consumo, na avaliação de Silveira, é a redução na velocidade de crescimento da oferta de crédito.

A expansão do crédito girava em torno de 24%, 25% no primeiro semestre do ano passado. O crescimento neste ano está ao redor de 15%.

Para Silveira, isso quer dizer que o sistema financeiro está perdendo a confiança na economia. Outro indicador que preocupa, diz, é o atraso acima de 90 dias no pagamento das prestações.


INADIMPLÊNCIA

A taxa de inadimplência, de 3,2% sobre a carteira de empréstimos para crédito pessoal no primeiro semestre de 2022, subiu para 3,8% no segundo semestre, de acordo com o BC.

O número de consumidores inadimplentes chegou a 70,1 milhões em janeiro deste ano, 10,8 milhões de pessoas a mais do que em 2018, de acordo com Serasa Experian.

Na cidade de São Paulo, de cada 100 famílias, 23 estão com as contas em atraso, de acordo com a Fecomercio-SP. Este número já foi maior, chegando a 25 famílias em janeiro deste ano.

Antes da pandemia, no entanto, o percentual de famílias nesta situação era menor do que 20%. “Os desafios continuam, já que a inadimplência continua em patamar alto”, diz Dietze.

Para Silveira, 2023 já tem um desenho mais ou menos elaborado, com pouco espaço para mudanças de cenário.

“O efeito benéfico de uma redução de juros só aconteceria no final do ano. Não há meio de acelerar a economia brasileira neste ano. Deve ser um ano chocho”, diz.


EMPREGO E RENDA

O mercado de trabalho, na avaliação de Bentes, também não deve ajudar.

“Ainda há geração de vagas, mas numa velocidade menor. Diante das perspectivas de baixo crescimento, o mercado de trabalho tende a não aquecer”, afirma.

A massa real de rendimento do brasileiro aponta para um crescimento de 2,5% neste ano, de acordo com projeções da MacroSector.

No ano passado, o crescimento foi mais do que o dobro, de 6,6%.

“Mesmo que o governo atual mantenha os recursos do Bolsa Família de anos anteriores, o efeito na economia será pequeno”, diz Bentes.

DESORGANIZAÇÃO FINANCEIRA 

Para Dietze, é bom destacar que problemas enfrentados por grandes redes do varejo podem estar mais relacionados com gestão, com desorganização financeira do que com a economia.

“Muitos comerciantes deixam os negócios nas mãos dos gerentes, não veem os erros cometidos no dia a dia, têm problemas de gestão que desencadeiam resultados ruins”, diz.

Alguns números mostram que o comércio do estado de São Paulo teve bom desempenho no ano passado.

De nove setores do varejo paulista, apenas o de móveis e decoração registrou queda no faturamento, de 1,6%, em 2022 sobre 2021. Os dados são da Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo).

O comércio de vestuário, tecidos e calçados está no topo do ranking, com alta de 19,7%.

Em seguida estão os setores de autopeças e acessórios (14,7%), farmácias e perfumaria (12,6%), concessionárias de veículos (10,8%) e supermercados (7,6%).

Na média, o faturamento do comércio paulista cresceu 8,1% em 2022 sobre 2021. “O melhor resultado deste 2015”, diz.

Esses dados revelam, de acordo com o assessor econômico da Fecomercio-SP, que a economia paulista pode estar mais pujante do que a do restante do país.

“O agronegócio foi bem em regiões do interior, como Ribeirão Preto, Araraquara, São José do Rio Preto. Na região de Campinas e Jundiai, o setor de logística tem puxado a economia”, diz.

Para Ruiz de Gamboa, diante deste cenário, os lojistas precisam prestar muita atenção na política de preços, já que o consumidor faz cada vez mais pesquisa antes de comprar.

“Com inflação alta e juros altos, a política de preços é fundamental, principalmente no caso de produtos mais básicos, que serão mais demandados neste ano”, afirma.

 

Fátima Fernandes
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-podemos-esperar-da-economia-em-2023


ChatGPT pode ser ferramenta na mão do cibercrime?

Clique nos links para visualizar as fotos em alta resolução de Flávio Silva, gerente e especialista de Segurança da Informação da Trend Micro Brasil - Foto 1 - Foto 2

Desde que o ChatGPT tomou conta das rodas de conversa quem trabalha com segurança cibernética tem sido questionado sobre os riscos da aplicação de inteligência artificial desenvolvida pela OpenAI. Principalmente depois que a equipe vencedora da maratona tecnológica realizada em Miami, no mês passado, admitiu ter usado o ChatGPT para desenvolver um ataque de execução remota de código.

Mas calma! O bot de Inteligência Artificial (IA) não ganhou sozinho a competição, muito menos encontrou a vulnerabilidade ou escreveu um código para explorar uma falha específica. A abordagem dos pesquisadores demonstrou que a ferramenta pode complementar o know-how dos hackers, ou seja, ser um assistente útil para quando este se deparar com um pedaço de código com o qual não está familiarizado ou com uma defesa inesperada.

No evento de três dias, conhecido como Pwn2Own, os competidores tinham que interromper, invadir e assumir a Internet das Coisas e os sistemas industriais, localizando vulnerabilidades. Após mapear um bug num aplicativo de código aberto utilizado na comunicação máquina a máquina, a dupla de pesquisadores recorreu ao ChatGPT para acelerar o trabalho de codificação.

Entretanto, a equipe admitiu que foi necessário fornecer informações à IA e realizar algumas rodadas de correções e alterações "menores" até chegar a um módulo de servidor de back-end viável. Ou seja, foi preciso fazer as perguntas certas, e ignorar as respostas erradas.

Isso demonstra que diferente de um buscador “padrão” da internet, o ChatGPT tem a capacidade não só de trazer respostas a algumas perguntas, mas também de criar e solucionar problemas. Ao executar uma tarefa que a pessoa não está tão familiarizada, a ferramenta consegue preencher as lacunas de conhecimento, automatizando e agilizando os processos.

Vale destacar que o usuário precisa conduzir o bot, já que a ferramenta possui filtros que a impede de criar coisas potencialmente maliciosas, como um ransomware, por exemplo. Desta forma, ela não é uma ameaça por si só, mas bem orientada pode juntar os pontos, criando um script específico que será utilizado em uma fase do ataque na qual o criminoso não tinha domínio pleno da linguagem de programação.

Acredito que o ChatGPT é o início do acesso do Machine Learning e da Inteligência Artificial a uma parte maior da população. O acesso a esse tipo de tecnologia que sempre foi mais fechado e com fins específicos agora está cada vez mais presente no nosso dia a dia, embarcada em smartphones, assistentes de voz, smart TVs e carros, entre outros objetos.

Mas pela sua grande capacidade de absorver conhecimento e por ser facilmente treinada pode se tornar um primeiro passo para algo mais. Temos que acompanhar de perto as aplicações da ferramenta de IA. O ChatGPT de hoje ainda é muito imprevisível e suscetível a erros para ser uma arma confiável para o cibercrime. Mas certamente será agregada ao arsenal de ameaças de segurança.


A colaboração humano x inteligência artificial está ganhando impulso e os líderes precisam estar atentos a evolução dessas tecnologias. Mais do que nunca é preciso entender a importância de ter visibilidade da superfície de ataque das empresas e adotar um plano estratégico contra as velhas e novas ameaças.

 

Flávio Silva - gerente e especialista de Segurança da Informação da Trend Micro Brasil.


Esgwashing ou um programa de ESG efetivo para a realidade de múltiplas empresas

ESG ou ASG (sigla em português) são fatores ambientais, sociais e de governança que estão, cada vez mais, sendo utilizados como critérios de análise para investimentos, mas que também gera reflexo na imagem da empresa, na aceitação do consumidor e nos negócios que celebra. Ou seja, vai além da questão econômico-financeira, a preocupação é avaliar, além do risco e retorno, o impacto que causa na sociedade, e se esse impacto é positivo. 

Em uma comparação simplória, pense em ESG como os parâmetros do seu rotineiro exame de sangue: para estar saudável a glicose, a creatinina, o colesterol, entre outros, devem estar entre valores de referência; se algum parâmetro ultrapassar ou estiver abaixo dos limites, alguma medida, medicamento, exercícios, deve ser adotada. Assim é com o ESG, em linhas muito simplificadas e gerais: avalie os temas materiais da sua empresa, verifique a linha de base, estabeleça metas, factíveis e mensuráveis, e como serão atingidas.

Eis a teoria e uma comparação para trazer a sigla para nosso cotidiano. Mas como desenvolver uma política ou programa de ESG que seja consistente na prática, em empresas dos mais diversos tamanhos e setores de atuação, com realidades tão distintas, como são as realidades dos quatro cantos de um país com dimensões continentais como o Brasil? 

Apenas a experiência prática, com a característica persistência, criatividade e adaptabilidade do povo brasileiro, determinará o sucesso ou fracasso dessa sigla, que veio para ficar, mas corre grande risco de se refletir em mais um “greenwashing” , ou então um esgwashing, quando a realidade da empresa, de suas atividades na prática, não corresponde ao que ela divulga ao mercado, gerando ainda mais risco financeiro, jurídico e reputacional. A preocupação é genuína, pois é a sustentabilidade que está em jogo.

ESG é um caminho de muitas rotas, mas o destino é a sustentabilidade e a perenidade das empresas. No artigo intitulado Towards the Sustainable Corporation: Win-Win-Win Business Strategies for Sustainable Development, de 1994, John Elkington apresenta um conceito que prega a gestão empresarial com foco, além dos resultados, no impacto causado pela empresa no planeta. A proposta é desenvolver a empresa e mensurar seus resultados a partir de 3 pilares básicos, que ficaram conhecidos como 3PL, People, Planet and Profit, ou Pessoas, Planeta e Lucros. Não é muito difícil entender que talvez o lucro seja a parte mais simples de conduzir, afinal, empresas existem para isso. No entanto, a responsabilidade de gestão deve ir além disso.

Estamos em constante evolução, aprimoramos conceitos, estabelecemos objetivos e metas, os diversos setores da economia passaram a, pelo menos, entender que a variável ambiental e social impacta os negócios, e assim surgiu o conceito ESG (environmental, social e governance). 

A dimensão econômica do tripé da sustentabilidade passou a abrigar, por exigência de investidores e acionistas, outros temas além das finanças, como ética, compliance e transparência, que influenciam diretamente os negócios e a reputação da empresa. 

Já é realidade que não só o público consumidor, mas os próprios investidores, estão exigindo que as companhias nas quais aplicam seus recursos financeiros sejam reconhecidas como empresas sustentáveis e com propósito. Diversos indicadores nas bolsas de valores pelo mundo apontam as corporações mais comprometidas com o desenvolvimento sustentável, como a bolsa de Nova York, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, a bolsa oficial do Brasil. Apesar de todo este esforço ainda falta um regramento, ou standard global, para avaliar os programas de ESG, pois quando existem muitas formas de avaliar estabelecidas, não temos uma visão comparativa realística entre os programas.

 

Karen Machado - advogada, especialista em Direito Ambiental e em Compliance Certificada CPC-A (FGV/LEC), professora da LEC, professora convidada de Cursos de Especialização e Capacitação em Direito e Compliance Ambiental, e ESG, membro da União Brasileira de Advocacia Ambiental, Diretora Executiva do Instituto Piracema. Atua como consultora jurídica em Meio Ambiente há mais de 15 anos, com sólida experiência em Estudos Ambientais, Licenciamento Ambiental, Contencioso Ambiental, desenvolvimento e implementação de Programas de Compliance Ambiental e ESG, bem como em Due Diligence Ambiental. www.karenmachado.com.br


Patricia Punder - advogada e compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020. Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil). www.punder.adv.br


4 Erros que você deve evitar no seu linkedin

Diariamente sou abordada por várias pessoas - me perguntando sobre como usar essa rede de maneira assertiva, seja para buscar um emprego, transição de carreira, usar como fonte de captação de leads e até como usá-la para propagar a marca empregadora ou pessoal, para cobrir essa pauta de maneira direta e pontual resolvi escrever alguns conteúdos com todas as dúvidas que já recebi. 

 

Vamos começar com os “erros” que você precisa evitar!  

O LinkedIn não é uma rede social só para procurar emprego - Há benefícios como fazer contatos, encontrar novos clientes, se conectar com pessoas que você admira para consumir conteúdos de alta qualidade, ter acesso a informações e dicas sobre todo o universo do trabalho e também mostrar a sua cara, competências, habilidades, etc.

 

Então, o que dificulta o seu sucesso na rede?   

Perfil Incompleto: Um perfil bem estruturado é essencial. Não ignore nenhum campo, desde o SOBRE, uma foto bem iluminada e recente, até a descrição do que faz ou fez nas experiências, ative o modo de criação, deixe as suas informações de contato disponíveis e atenção: se você tem o campo [endereço] preenchido, retire imediatamente por questões de segurança, ninguém precisa ter acesso ao seu local de trabalho ou residência. 

No campo: [Editar introdução] que fica logo embaixo da sua foto de capa, existe uma opção chamada [TÍTULO], lá você vai colocar uma série de palavras chave para que o seu perfil seja melhor rankeado. Evite colocar apenas o seu cargo, sem o nome da empresa. Ou frases motivacionais e até mesmo o: "Buscando Recolocação" - essa frase sozinha, não te ajuda em nada.

 

Experiências de trabalho desatualizadas: Mais especificamente para quem está em busca de trabalho ou em transição de carreira, já perdi as contas de quantas vezes abordei alguém e recebi a seguinte resposta: - "Poxa, não trabalho mais nessa empresa e nem tenho mais esse cargo e o OPEN TO WORK gritando no perfil".  

Atualize este campo, descreva as atividades desenvolvidas da maneira mais clara possível, lembre-se, Linkedin é uma rede social de palavras chave, quanto mais você escreve, mais ele vai aparecer nas buscas sejam por recrutadores ou pessoas interessadas no seus serviços.  


Linkedin parado não gera resultado: quanto mais você postar, mais movimento e alcance você tem. Nesse ponto, existe também o receio da Autopromoção, Celso Grecco, que dizia assim: “Se não usarmos o nosso potencial e os nossos privilégios ao máximo, o risco é o de diminuirmos o potencial dos outros". A grande vantagem sobre postar por aqui, é que o LinkedIn ainda é uma rede social que sobrevive da produção de conteúdos escritos, o ideal é um post por dia, fotos e imagens são bem vindas, mas não determinam muita coisa, se o seu conteúdo é bom, não importa o seu cargo, ele será evidenciado de alguma maneira. 

 

Sobre o que postar: sempre sugiro que você fale do que realmente domina, começando pela sua área de atuação, tendências, matérias, pesquisas, evite falar sobre o que você não sabe ou vive, além de ser difícil desenvolver um conteúdo nessa condição, você pode correr o risco de entrar em alguma polêmica e não conseguir sustentar o seu discurso.

 

Não segmentar a sua base de contatos: Não adianta ter um perfil bem estruturado, publicar conteúdos se você não sabe pra quem! Qual a sua área de atuação? Você vende pra quem? Quer atingir qual público? Veja o LinkedIn como um grande CRM da vida.

Com uma visão mais estratégica, você pode sim, conseguir muitos resultados e até falar com pessoas importantes que você jamais conseguiria em uma ligação. 

O LinkedIn recomenda que você tenha de 300 a 500 conexões para uma rede meramente sólida. Então, uma sugestão, é começar a se conectar com as pessoas do seu trabalho e em seguida com pessoas do seu segmento, não importando a empresa, apenas se conecte e acompanhe os conteúdos que estão sendo publicados. 

 


Jéssica Simões - estrategista de LinkedIn, LinkedIn Creator, especialista em reputação de marca pessoal para lideranças, Inteligência e Gestão de Carreira, Employer Branding, Marketing de Comunidade e GhostWriter.  Também é Co-Fundadora e Diretora de Relacionamento na Aster, uma empresa especializada em vendas B2B, Captação de Leads e Produção de Conteúdo, responsável por atender grandes marcas do setor da Educação e Tecnologia, com foco em fortalecimento de Cultura Organizacional. 


Vestibulinho das Etecs oferece 2,6 mil vagas para Sorocaba e região

Escolas Técnicas Estaduais oferecem cursos técnicos, especializações técnicas e vagas remanescentes de segundo módulo; inscrições devem ser feitas pela internet, até as 15 horas do dia 8 de maio



O Vestibulinho das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) é a porta de entrada para quem deseja cursar o ensino profissionalizante de forma gratuita e conquistar mais chances no mercado de trabalho. As inscrições do processo seletivo para o segundo semestre de 2023 devem ser feitas pelo site www.vestibulinhoetec.com.br, até as 15 horas do dia 8 de maio.

Nesta edição, são oferecidos cursos técnicos, especializações técnicas e vagas remanescentes de segundo módulo. Os candidatos de Sorocaba e região contam com 2.670 vagas, distribuídas entres as seguintes cidades: Alambari (35), Anhembi (40), Areiópolis (40), Avaré (70), Barão de Antonina (40), Boituva (40), Botucatu (70), Cerqueira César (35), Cerquilho (120), Ibiúna (35), Itapetininga (220), Itaporanga (40), Itu (70), Mairinque (105), Pereiras (40), Piedade (40), Pilar do Sul (40), Porangaba (40), Porto Feliz (70), Ribeira (40), Salto de Pirapora (40), São Manuel (40), São Miguel Arcanjo (35), São Roque (30), Sorocaba (895), Tatuí (200), Tietê (40) e Votorantim (160). O número total de vagas do processo seletivo para o Estado é de 44.087 vagas.


Novidades

Para o próximo semestre, o Centro Paula Souza (CPS) apresenta uma nova especialização técnica para a região: Higiene Ocupacional. O curso é ofertado na Etec Darcy Pereira de Moraes, em Itapetininga. São 40 vagas, no período noturno.


Inscrições

O interessado em participar do Vestibulinho deve preencher a ficha de inscrição disponível no menu “Área do candidato” e responder ao questionário socioeconômico. Também é necessário pagar a taxa de R$ 33 em qualquer agência bancária, via internet, por meio de aplicativo bancário ou ainda por meio da ferramenta disponível no site oficial do processo seletivo, com cartão de crédito, até o dia 8 de maio.

O preenchimento das informações é de responsabilidade do candidato ou de seu representante legal, quando menor de 16 anos. Outras informações sobre a documentação necessária e a disponibilidade de cursos e vagas de cada unidade podem ser conferidas na Portaria do Vestibulinho e no Manual do Candidato, disponíveis no site.

As Etecs disponibilizam computadores e acesso à internet aos candidatos interessados em fazer inscrição. O interessado deve entrar em contato com a unidade para saber datas e horários disponíveis para essa finalidade.


Inclusão social

O candidato com deficiência, que necessite de condições especiais para fazer a prova, deve indicá-las na ficha de inscrição eletrônica e encaminhar o laudo médico, emitido por especialista, descrevendo o tipo e o grau da necessidade, no link específico que se encontra na “Área do Candidato”, impreterivelmente, até as 15 horas do dia 8 de maio.

O candidato transgênero que deseja ser tratado pelo nome social deve informar o nome social completo no ato da inscrição, no campo específico. Caso não forneça a informação nesse momento, não será possível solicitar a inclusão posteriormente. Também é preciso enviar durante o preenchimento da ficha, via upload, imagem do RG (frente e verso) e uma foto 3×4 recente.

O Sistema de Pontuação Acrescida do Centro Paula Souza concede acréscimo de pontos à nota final obtida no exame, sendo 3% a estudantes afrodescendentes e 10% a quem tenha estudado integralmente na rede pública, da quinta à oitava série ou do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental. Quem estiver nas duas situações recebe 13% de bônus.

Cabe ao candidato verificar na portaria se tem direito à pontuação acrescida, porque a matrícula não poderá ser realizada e a vaga será perdida se as informações não atenderem às condições estabelecidas em sua totalidade.

Outras informações pelos telefones (11) 3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) ou pela internet


Centro Paula Souza


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