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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Mês do autocuidado: a região íntima também merece atenção

Cuidar da vulva é algo natural e deve fazer parte da rotina de cuidados

 

Em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Dia Internacional do Autocuidado, celebrado anualmente no dia 24 de julho. A data abrange muitas esferas, indo da mente aos cuidados com o corpo, porém, pouco fala-se sobre o autocuidado com a região íntima. Segundo pesquisa realizada pela empresa britânica YouGov, 50% das mulheres entrevistadas afirmaram não saber a diferença entre os orifícios (uretra e canal vaginal) do órgão sexual feminino. O resultado deve-se à falta de conhecimento da própria anatomia, por não explorarem a região.

Falar sobre higiene íntima deveria ser muito simples, porém ainda é um grande tabu. Por se tratar de algo considerado “secreto e escondido”, esse assunto acabou se tornando um mistério do qual ninguém fala. Vejo isso diariamente em consultório e nos projetos sociais que conduzo sobre saúde íntima e educação sexual na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro”, indaga Viviane Monteiro, ginecologista especializada em medicina fetal e gestação de alto risco, parto humanizado e saúde da mulher.

Andreia Quercia, fundadora da B.O.B, que recentemente lançou um sabonete íntimo em barra com o objetivo de colocar em pauta a importância do cuidado com a higiene e saúde íntima conta que “A higiene da região íntima está sempre cercada de tabus e padrões pré-concebidos que foram sendo construídos com o tempo a partir de visões erradas. É um assunto cheio de “pode” e “não pode”. Na hora da higiene íntima, não podem surgir preocupações com o que os outros vão pensar: o importante é aproveitar o momento para se conhecer a fundo e, principalmente, cuidar da saúde”.

Já a Lubs, marca referência em sexual-care com fórmulas naturais e veganas, pioneira no movimento de skintimate no Brasil, lançou o Sérum Íntimo Hidratante Reparador, criado com o propósito de ser um produto para o cuidado com a região íntima, hidratando por 24 horas a região. Composto por ativos como ácido hialurônico nanoencapsulado, aloe vera, calêndula, vitamina E, melaleuca nanoencapsulada, além de ação prebiótica, rápida absorção, sem fragrância e testado dermatologicamente e ginecologicamente. “O autoconhecimento é fundamental, pois ao praticar cuidados, adquire maior conhecimento da região. Quantas vezes você analisou a sua região íntima com um espelho? Não pode abrir a perna, não pode colocar a mão, se masturbar é errado... Mulheres crescem ouvindo frases que as colocam no caminho oposto do autoconhecimento corporal”, conta Chiara Luzzati, CEO e fundadora da Lubs, empresa especializada em sexual-care.

O skincare íntimo é tendência fora do país, porém pouco falado no Brasil. Mais do que um passo adicional na rotina de beleza, ele representa um movimento de entendimento, cuidado e conexão com os órgãos sexuais, para além do prazer.

No Dia do Autocuidado explore sua intimidade, celebre sua individualidade e descubra seu corpo por inteiro.


Seconci-SP alerta para a importância da prevenção à hepatite

Doença tem cura, mas por ser frequentemente assintomática, pode levar a óbito

 

Milhões de pessoas ainda morrem anualmente em todo mundo de hepatite. Para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença, uma lei de 2019 instituiu a campanha Julho Amarelo no Brasil, que tem seu ponto alto em 28 de julho, o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. 

A campanha é muito importante para alertar a população sobre essa doença que pode ser evitada, tratada e curada, afirma o dr. Moacir Augusto Dias, gastroenterologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

Ele explica que a hepatite, uma inflamação do fígado, um órgão vital, pode ser provocada por vírus, consumo abusivo de álcool, drogas e medicamentos, e também por causas genéticas, metabólicas e por doenças autoimunes.

Se não forem tratadas, as hepatites B, C e D podem levar a um estado avançado de dano ao fígado (cirrose) e outras complicações, incluindo câncer de fígado e insuficiência hepática. Estes dois tipos de hepatites afetam cerca de 325 milhões de pessoas no mundo e, dessas, 290 milhões desconhecem que têm a doença, ou seja 9 em cada 10. “O dado é preocupante, uma vez que antes da pandemia, a hepatite era a segunda causa de morte entre as doenças infecciosas, atrás da tuberculose”.

“A complicação mais temida da hepatite é se tornar crônica ou se apresentar na forma fulminante. Nos exames médicos de rotina, como os periódicos, pode-se incluir o exame de sangue para detectar se a pessoa teve ou tem hepatite. Diante do resultado, o médico deve tomar a conduta adequada para tentar evitar que a doença traga consequências indesejadas”, informa o dr. Dias.


Olhos amarelados

Os sintomas das hepatites são cansaço, febre, mal-estar, tonturas, enjoo, vômito, dor na parte superior do abdômen e na região do fígado; urina escura e fezes claras, como massa de vidro.

O sinal mais característico é a icterícia, que corresponde à coloração amarelada dos olhos e da pele. “Algumas pessoas não apresentam esse quadro e convivem com a hepatite sem saber”, diz o dr. Dias. Segundo o Ministério da Saúde, este é o caso de mais de 500 mil pessoas no Brasil contaminadas pela hepatite C e que desconhecem essa condição.

O médico explica que a contaminação pelos tipos B, C e D ocorre pela troca de fluidos corporais, como no contato sexual e de sangue; pelo compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear e agulhas, caso das tatuagens, piercings e drogas injetáveis; e também por transmissão da gestante para o feto.

Já a transmissão das hepatites A e E está muito relacionada a condições inadequadas de saneamento básico, sendo decorrente da ingestão de alimentos e água contaminada por fezes de pessoa com hepatite.


Vacinas

De acordo com o gastroenterologista, as hepatites A e B são as únicas para as quais existe imunização. A vacina contra a hepatite B também protege contra o tipo D, pois este necessita do vírus da B para se desenvolver.

Em alguns casos, como nas hepatites A e E, a cura pode ser espontânea, sem necessidade de medicação.

O Seconci-SP realiza os testes para detectar a doença. Uma vez confirmada, a notificação é compulsória e o paciente é encaminhado para um dos Centros Estaduais de Referência para Tratamento de Hepatite, onde serão feitos outros exames, como o da carga viral e distribuídos os medicamentos gratuitamente.


Burnout: um diagnóstico impossível


Inicialmente, preciso dizer que ao apresentar minhas opiniões sobre burnout não estou questionando o sofrimento alheio, nem colocando em dúvida que pessoas que tenham recebido o “diagnóstico” de burnout não estejam em sofrimento, eventualmente grave. Meu enfoque é completamente diferente disso. O que venho dizendo é que, do ponto de vista médico, burnout não se sustenta de modo algum como doença, enfermidade, patologia ou moléstia, conforme linguagem empregada pelos autores da área e é impossível fazer seu diagnóstico. 

A Organização Mundial da Saúde declara taxativamente que “burnout não é uma condição médica” e que “não é classificado como doença ou condição de saúde”. Esta nota, publicada um dia após a apresentação da CID 11 numa coletiva de imprensa, é tão diferente – na verdade, o oposto – do que tem sido divulgado pelos meios de comunicação que é melhor você conferir por si mesmo. Basta dar um google em “who burnout 28” para acessar a página oficial da Organização onde está publicada. A OMS é a entidade normativa que estabelece o que é o que não é doença. É preciso lembrar aqui que algumas pessoas pensam que “se está na CID, é porque é doença”. Não é bem assim. A CID 10, por exemplo, apresenta cerca de oito mil eventos envolvendo o corpo e a vida humanos que não são doenças. A CID 11 apresenta muitos mais. Burnout está entre eles.

Mas não precisamos nos fiar apenas no que diz a OMS. Há um conjunto de argumentos onde, cada um deles, isoladamente, é suficiente para concluir que as teorias sobre burnout, enquanto doença, não param em pé. Mas aqui não vou me estender sobre tais argumentos. Vou tratar de apenas um aspecto que responde ao tema do artigo: um diagnóstico impossível. 

O diagnóstico médico depende de dois fatores distintos e elementares: sintomas e sinais. Para deixar claro o que isso quer dizer, vamos usar um exemplo muito simples: você está com dor de garganta. Você vai ao médico e se queixa de dor de garganta, febre, talvez calafrios e mal-estar geral. Estes são os sintomas ou elementos subjetivos do exame médico. O médico vai medir sua febre, examinar sua garganta, palpar seu pescoço em busca de gânglios aumentados, avaliar seu estado geral, etc. Estes são os sinais ou elementos objetivos para se chegar a um diagnóstico. Se ele identificar pontos amarelos, vai pensar numa direção. Se constatar somente vermelhidão, vai pensar em outra direção e cada uma delas acabará conduzindo a uma determinada hipótese diagnóstica. Essa possibilidade simplesmente não existe quando se fala em burnout porque não existem elementos objetivos que um observador externo e independente possa verificar e concluir que se trata de “burnout”. Assim, não é possível realizar o diagnóstico nem diagnósticos diferenciais. E por que isso? Por inúmeras razões: burnout se confunde com mais de 30 diagnósticos psiquiátricos, tem 140 sintomas (!!!) e é “diagnosticado” em cem por cento das pessoas que respondem ao questionário usado para pesquisar o fenômeno, o MBI, Maslach Burnout Inventory.

Em minha opinião, os próprios autores fundadores do “conceito” de burnout parecem saber de sua fragilidade e insustentabilidade. Nesse sentido, Maslach, tentando resolver o problema diagnóstico do fenômeno, acredita ter encontrado os elementos subjetivos (sintomas) e objetivos (sinais), citando um autor que propõe como fazer o diagnóstico psiquiátrico de burnout: “Bibeau et al. (1989) propõem critérios diagnósticos subjetivos e objetivos para o burnout. O principal indicador subjetivo é o estado geral de fadiga extrema [...] O principal indicador objetivo é uma significativa diminuição no desempenho no trabalho durante um período de vários meses, que precisa ser observada em relação a (1) clientes (que recebem serviços de menor qualidade); (2) supervisores (que observam uma eficiência diminuída, absenteísmo, etc.); (3) e colegas (que observam uma perda geral de interesse em assuntos relacionados ao trabalho). *(Maslach & Schaufeli, 1993) (grifos meus). 

Impressionante! Maslach, psicóloga social da Universidade de da Califórnia, parece desconhecer que as observações de terceiros são tão sujeitas à subjetividade quanto as do próprio doente. São chamadas anamneses indiretas. O problema não sai do lugar e a proposta de Maslach é um disparate. Além disso, imagine você sendo “diagnosticada” ou “diagnosticado”, seja lá do que for, a partir das observações de clientes, supervisores e colegas!... Você toparia? Acharia que estão fazendo ciência ou pseudociência com a sua saúde??.

Em síntese: o diagnóstico de burnout é impossível porque a noção está mergulhada em confusão, inespecificidade e indiscriminação, conforme exposto acima.

 

 (Maslach & Schaufeli, 1993, p. 15, apud Vaz de Lima, E. Burnout: a doença que não existe. 2021, Appris Editora, Curitiba) 

Estevam Vaz de Lima - médico psiquiatra, psicanalista e autor do livro “Burnout: a doença que não existe”.


Anvisa aprova nova opção de tratamento para dois subtipos de Artrite Idiopática Juvenil

Se não for tratada, a doença pode levar à incapacitação física1 

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou duas novas indicações pediátricas de secuquinumabe2, registrado pela Novartis: Artrite Relacionada à Entesite Ativa, a partir dos 4 anos e Artrite Psoriásica Juvenil ativa, a partir dos 2 anos, ambas subtipos da Artrite Idiopática Juvenil (AIJ). O tratamento biológico já é aprovado para psoríase adulto e pediátrica acima de 6 anos, artrite psoriásica, espondilite anquilosante e espondiloartrite axial não radiográfica. O produto já é comercializado no mercado privado e disponibilizado via SUS. Ligada a altos níveis de dor e incapacidade funcional, que pode afetar crianças de todas as idades3, a AIJ pode levar a incapacidade física permanente4,5, e novas opções de tratamento trazem novas perspectivas aos pacientes e cuidadores. 

O diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais, de acordo com a Dra. Gleice Clemente, médica reumatologista pediatra e Professora Afiliada da Escola Paulista de Medicina. “Uma criança com inchaço nas articulações por mais de um mês deve ser levada a um reumatologista pediatra”, afirma. Após o diagnóstico, o tratamento adequado no início dos sintomas é fundamental para controlar a dor e a atividade inflamatória, preservar a função articular e prevenir deformidades. “AIJ é a doença reumática crônica mais frequente em crianças e pode ocasionar dor, incapacidade de realizar as atividades diárias, deformidade nas articulações e prejuízo no convívio social. Desse modo, dispor de tratamentos que reduzam a atividade inflamatória da doença é essencial para melhorar sua evolução e trazer qualidade de vida para os pacientes. O nosso objetivo com as novas medicações que têm surgido no mercado, é proporcionar uma vida normal para essas crianças, sem comprometimento para a vida adulta”, completa Dra. Gleice. 

No Brasil, estima-se que a condição seja tão frequente como na Europa e Estados Unidos, onde os dados mostram uma incidência entre 2 a 20/100.000 casos/ano e prevalência em torno de 16 a 150/100.0006. Um estudo recente da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de medicina (Unifesp/EPM) com estudantes de escolas particulares da região metropolitana paulista mostrou que 1 em cada 500 crianças e jovens apresentam um tipo de artrite1. 

“Por se tratar de doença crônica, é necessário que os pacientes com AIJ recebam tratamento por longo período, e este varia de acordo com o subtipo da doença e com a gravidade de cada caso. A maioria dos pacientes entra em remissão (ou seja, fica sem inflamação) com o tratamento adequado introduzido no início dos sintomas, e a medicação pode ser descontinuada após um período de inatividade. Os reumatologistas pediatras acompanham as crianças até atingirem a idade adulta, independentemente da presença ou não de atividade de doença,” e depois elas passam a ser acompanhadas com os reumatologistas de adultos, finaliza Dra. Gleice. 

 

Novartis está

www.novartis.com.

 

 Referências 

1 Vânia Schinzel , Simone Guerra Lopes da Silva , Maria Teresa Terreri , Claudio Arnaldo Len Prevalence of juvenile idiopathic arthritis in schoolchildren from the city of São Paulo, the largest city in Latin America https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31345271/

2 Resolução_RE 627, publicada em 02 de março de 2022.

3 Weiss PF, Beukelman T, Schanberg LE, et al. Enthesitis-related arthritis is associated with higher pain intensity and poorer health status in comparison with other categories of juvenile idiopathic arthritis: the Childhood Arthritis and Rheumatology Research Alliance Registry. J Rheumatol. 2012;39:2341-51

4 Kullas DT, Schanberg L: Juvenile idiopatic arthritis. Curr Opinion in Rheumatology 13:399-404, 2001.

5 Petty RE, Southwood TR, Baum J, et al.: Revision of the proposed classification criteria for juvenile idiopatic Arthritis: Durban, 1997. Rheumatol 25:1991-4, 1998.

6 Higgins JPT SG. Handbook for Systematic Reviews of Interventions. The Cochrane Collaboration 2011


Hepatites virais estão entre as principais causas de doenças hepáticas avançadas, como câncer de fígado e cirrose

Na maioria das vezes, a doença não apresenta sintomas e a testagem ainda é a forma mais eficiente para a sua detecção. O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho) traz um alerta sobre a doença e as formas de prevenção

 

O mês de julho acende um alerta para a hepatite viral, infecção que atinge o fígado e é responsável pela morte de cerca de 1,4 milhão de pessoas anualmente no mundo. Estima-se que cerca de 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer hepático em todo o mundo tenham relações com as infecções pelo vírus da hepatite B ou C, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As hepatites virais são classificadas por letras que vão de A até E. No Brasil, a predominância dos casos se dá pelos tipos A, B e C, sendo o A o mais recorrente e tendo sua principal concentração no norte e nordeste, regiões que concentraram nos últimos 19 anos cerca de 55,7% dos casos. No mesmo período, o país registrou 233 mil casos relacionados a hepatite B e aproximadamente 360 mil da C. Já o vírus da hepatite D tem a sua maior incidência na bacia amazônica e a E está mais presente na Ásia e na África, segundo dados do Ministério da Saúde.

A contaminação pela hepatite pode ser causada por diversos fatores relacionados às questões de saneamento básico, agentes infecciosos como materiais contaminados, vírus, doenças metabólicas, autoimunes, genéticas, transmissão sexual, uso de medicações sem prescrição médica, como também pelo consumo de álcool e o uso de drogas.

“Geralmente, a hepatite viral é assintomática, ou seja, não apresenta nenhum sintoma. Quando a doença se manifesta por algum sintoma, ela por vir acompanhada de cansaço, febre, enjoo, vômitos, dor abdominal, urina escura, mal-estar e a icterícia, que são os olhos e pele amarelados, sintoma que acomete cerca de 10% dos pacientes na fase aguda”, explica o Dr. Isaac Altikes, hepatologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista.

O principal método de diagnóstico se dá por meio de exames de sangue e deve ser feito, pelo menos, uma vez na vida. O exame é recomendado principalmente para pessoas que tenham uma vida sexual ativa sem proteção e com parceiros diversificados, que fazem tatuagem ou procedimentos que utilizam assessórios cortantes ou perfurantes como agulhas, seringas ou alicates. Recomenda-se também que pessoas acima dos 45 anos façam o teste para a hepatite, já que os processos de esterilização dos materiais há alguns anos atrás não tinham a mesma segurança de hoje.

“A melhor forma de identificar os pacientes com hepatite é a testagem. O tratamento de cada tipo vai depender da sua característica e deve ser feito de forma diferente, dependendo do estágio da doença. Em alguns casos, a hepatite pode atingir a sua forma mais grave, gerando a insuficiência hepática aguda grave ou câncer de fígado”, afirma o médico.


Conheça as principais características, formas de tratamento e prevenção das hepatites virais:

Hepatite A

  • Com transmissão fecal-oral, a doença ocorre em lugares com saneamento básico precário. Tem como principal método de combate a vacinação, que pode ser aplicada logo após o nascimento da criança;
  • Principais métodos para combate: lavar bem as mãos e alimentos, fazer a higiene pessoal de forma adequada e não tomar banho próximo a locais com esgoto.
  • Não existe tratamento contínuo para esse tipo de hepatite, já que a sua cura é espontânea. Entretanto, uma pequena porcentagem de pacientes pode apresentar a fase aguda, com uma certa gravidade e precisar do transplante de fígado, devido ao quadro de insuficiência hepática aguda.

Hepatite B

  • A contaminação ocorre geralmente em sexo sem proteção e na utilização de seringas e agulhas não esterilizadas;
  • Também há vacina para a doença, que pode ser aplicada logo após o nascimento. Em casos de cronificação, que representam cerca de 10% dos eventos, é necessário a entrada de um tratamento específico, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. Metade dos cronificados desenvolvem cirrose;
  • A prevenção pode ser feita por meio do uso de preservativos durante a relação sexual e o não compartilhamento de seringas, agulhas e lâminas de barbear.
  • Cerca de 10% adquirem a forma crônica da doença. Desses, metade convivem com o vírus e são assintomáticos e a outra parcela dessa população precisam de tratamento para a inativação do vírus.

Hepatite C

  • Predominantemente parenteral, a hepatite C afeta especialmente pacientes que fizeram tatuagens, piercing, transfusão sanguínea com agulhas e seringas sem a higiene recomendada;
  • Não há vacina para esse tipo. Cerca de 85% dos casos se cronificam e podem se transformar em cirrose ou câncer de fígado, por isso há a necessidade do tratamento farmacológico. Atualmente, existem medicamentos com percentual de 100% de cura. O tratamento acontece via SUS (Sistema Único de Saúde), com distribuição dos medicamentos pelo Ministério da Saúde.

Hepatite D

  • Transmissão ocorre de forma semelhante ao tipo B;
  • Não há vacina. Na maior parte dos casos, medicamentos são utilizados para diminuir o dano hepático;
  • Assim como a B e a C, o indicado é não compartilhar materiais que entraram em contato com sangue e utilizar preservativos.

Hepatite E

  • Assim como a hepatite A, a transmissão é fecal-oral;
  • Muitas vezes a cura é espontânea, já que ela tem caráter benigno. O maior risco é em gestantes, sendo que 20% a 25% das mulheres no último trimestre podem falecer por conta da doença;

·         Recomenda-se evitar banhos em lugares próximos ao esgoto, não consumir produtos não higienizados, sempre limpar a mão, e manter a higiene pessoal em dia.


Bons hábitos com a saúde previnem a hérnia de disco e evitam lesões permanentes


Com o passar do tempo é comum o envelhecimento do corpo e das células, além do desgaste natural de alguns tecidos que causam a hérnia de disco, por exemplo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 8 em cada 10 pessoas no mundo sofrem com o problema. Há um alerta de que a patologia também atinge os mais jovens, mas nesses casos está ligada a fatores como o sedentarismo, traumas, obesidade, tabagismo, exposição a cargas repetidas, vibrações prolongada e predisposição genética, dentre outros. 

O médico ortopedista do Hospital Santa Casa de Mauá Marcelo Ruck explica que a hérnia de disco afeta os discos da coluna, que são tecidos cartilaginosos e funcionam como amortecedores das vértebras. “Em razão do desgaste ou trauma, a borda do disco se rompe e sua parte central é expelida, causando a hérnia discal, que pode comprimir um nervo e causar fortes dores”, explica o especialista. 

Esse desgaste ocorre porque com o passar dos anos, o disco perde água e se desidrata ficando menos flexível e com mais possibilidades de rompimento com a tensão, com o peso exercido em cima do disco ou movimentos de torção. 

Entre os principais sintomas estão a dor na coluna, que pode ser acompanhada de irradiação para os membros superiores - no caso de hérnia na coluna cervical - ou para os membros inferiores - no caso de hérnia na coluna lombar. Também pode causar alteração de sensibilidade nos membros, sensação de dormência, formigamento, queimação, perda de força ou fraqueza muscular dos membros.  

O diagnóstico é feito pelo histórico clínico e por exames físicos e de imagem, como tomografia e ressonância. Caso exista a perda de força em membros, uma eletroneuromiografia também pode ser solicitada. O tratamento inicial é feito com medicações à base de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e anticonvulsivantes que diminuem a dor causada pela compressão dos nervos entorno da hérnia, além de fisioterapias, acupuntura e reeducação postural global (RPG).  

“O tratamento clínico deve ser sempre a primeira escolha, já que as evidências científicas demonstram que com o tempo, na maioria dos casos, ocorre a reabsorção do disco deslocado e a dor desaparece. Existe também o tratamento invasivo - infiltração ou cirurgia – que pode ser indicado se não houver melhora com o tratamento clínico. O invasivo sempre deve ocorrer em consenso entre o médico e o paciente, o qual deve ser orientado sobre os riscos e benefícios”, detalha o médico Marcelo Ruck. 

É importante reforçar que o tratamento para a hérnia de disco é muito importante, primeiro para eliminar a dor, promover a qualidade de vida e para evitar complicações sérias, como dores crônicas, piora dos sintomas; perda de movimento ou de sensibilidade nas pernas e nos membros; perda de funcionalidade de alguns órgãos e até lesão medular permanente. 

A melhor opção de se prevenir o problema é com exercícios físicos que promovam uma postura adequada, como o pilates, fortalecimento dos músculos da região abdominal, lombar e glúteo para proteção dos discos intervertebrais e alongamentos rotineiros. “Outras dicas que também ajudam a prevenir a doença é diminuir o uso de sapatos de salto alto e a circunferência abdominal, já que ambos levam o peso do corpo para frente e deslocam o centro de gravidade causando uma tensão no disco”, alerta o ortopedista. 

 

Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300.

 https://santacasamaua.org.br/


Doença foi responsável por mais de 43 mil internações no último ano, período em que a coleta de dados foi prejudicada devido à pandemia de Covid-19 

 

A subnotificação no número de casos relacionados ao tromboembolismo venoso (TEV) gera um sinal de alerta. De acordo com um levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, a doença foi responsável por mais de 43 mil internações na rede pública. Esse número pode ainda ser maior, pois nem sempre a doença é diagnosticada e durante a pandemia de Covid-19 a coleta de informações acabou sendo prejudicada.

O tromboembolismo venoso é caracterizado pela presença de um trombo ou um coágulo no sistema circulatório venoso.  A condição se manifesta de duas formas: Trombose Venosa Profunda (TVP) que acomete uma veia profunda dos membros inferiores; e o Tromboembolismo Pulmonar (TEP), que é a terceira maior causa de morte cardiovascular, e hoje é considerada a principal causa evitável de morte intra-hospitalar. Essa última ocorre quando o coágulo ou trombo se desloca pela corrente sanguínea e se aloja nas artérias do pulmão, o que dificulta a oxigenação do sangue, e se torna mais grave quando ele sobrecarrega o trabalho do coração.

Estudos epidemiológicos internacionais demonstraram que a doença é muito frequente, apresentando uma prevalência de um a três casos a cada 1.000 habitantes por ano. Nos Estados Unidos ocorrem em torno de 550 mil internações pelo diagnóstico de TEV anualmente, conforme levantamento feito por especialistas da Universidade de Utah. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio H. Rossi, com base nesses dados americanos, e levando em conta as diferenças populacionais, no Brasil deveria haver em média 350 mil hospitalizações ao todo pela patologia durante um ano. “Considerando que nossa média de internações anual não ultrapassa 50 mil casos no SUS, podemos inferir que ainda hoje se faz pouco diagnóstico da doença no Brasil, e isso é muito sério, se avaliarmos o risco de graves sequelas e a alta mortalidade. Isso pode ocorrer porque sabemos que o tromboembolismo venoso evolui muitas vezes de maneira silenciosa ou oligossintomática, ou seja, apresenta-se com poucos sintomas, e os sinais acabam sendo atribuídos a outras enfermidades. A maioria dos estudos epidemiológicos é baseada nos sintomas clínicos, que possuem uma sensibilidade inferior a 50% no diagnóstico”, afirma.

O desenvolvimento da doença está relacionado à falta de mobilidade, como ficar longos períodos sentados ou em pé, situações rotineiras em ambientes de trabalho, durante viagens demoradas e em pós-operatórios. “Mas há outros fatores de risco, que são TEV prévio, obesidade, insuficiência cardíaca e renal, doenças autoimunes, tabagismo, câncer, trauma, cateter venoso central, varizes nos membros inferiores, causas genéticas e doenças infecciosas como as infecções virais e bacterianas graves”, esclarece Dr. Fabio.

Os sintomas mais comuns do tromboembolismo venoso são dor, inchaço, calor, vermelhidão, edema e endurecimento do tecido do membro acometido. Em quadros com embolia pulmonar os indícios são tosse, dor torácica, escarro com sangue, palpitações, desmaio e até parada cardiorrespiratória nos casos mais graves.

Apesar de se manifestar com maior incidência em pessoas mais velhas, o TEV também pode acometer os mais jovens devido a maus hábitos como o do tabagismo – e isso vale para narguilé e cigarros eletrônicos - e o sedentarismo. As mulheres, tanto as mais jovens como as mais adultas, que usam anticoncepcionais ou fazem reposição hormonal, estão na gravidez ou no puerpério, possuem chances mais altas de desenvolver a condição do que os homens. O Dr. Rossi explica também que com a pandemia do Coronavírus, o TEV se manifestou em maior frequência nos infectados. De acordo com um estudo publicado na National Library of Medicine, com a Covid-19, o TEV acometeu de 5 a 10% dos pacientes internados em enfermaria, e entre 30 e 50% dos pacientes internados na UTI, contribuindo para o óbito em muitos dos casos.

Quando há o comprometimento das veias próximas da coxa e pelve, decorrente da Trombose Venosa Profunda aguda, a chegada do sangue arterial - rico em oxigênio e nutrientes - pode ficar prejudicada e, assim, provocar a isquemia, e até a necessidade de amputação do membro, nos casos mais graves. “Mesmo nos cenários que não ocorram evolução a esse ponto, entre 30 e 50% dos casos, há a possibilidade da doença resultar na Síndrome Pós-Trombótica, que leva a um grave comprometimento funcional do membro, e até mesmo úlceras varicosas de difícil cicatrização. Essa síndrome é a 14ª causa de afastamento do trabalho em pacientes jovens, de acordo com o Ministério da Previdência Social, e apresenta altíssimo custo de tratamento. Nos casos menos volumosos e graves, pode-se levar à formação de varizes, edema, escurecimento e espessamento da pele”, declara o Dr. Fabio.

Segundo o presidente da SBACV-SP, sem o tratamento médico correto, o TEV acarreta complicações graves, sendo a parada cardíaca e consequentemente o óbito o quadro mais crítico, que acontece em 19,6% dos casos de embolia pulmonar maciça.  Em uma fase tardia e crônica, a obstrução parcial das artérias do pulmão pode gerar a Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica, uma causa frequente de perda de qualidade de vida e que acomete de 2 a 4% dos pacientes sobreviventes.

O diagnóstico é feito com o auxílio de exames, sendo a ultrassonografia com Doppler vascular indicada nos casos de suspeita de trombose, e a tomografia computadorizada na hipótese de embolia pulmonar. Em algumas situações é preciso realizar uma ecocardiografia, que avalia e analisa o grau de sobrecarga do coração.

Na maioria dos casos, o tratamento é feito com medicamentos anticoagulantes, que hoje podem ser administrados por via oral, e uso de meias elásticas, e tratados em regime domiciliar, mas com acompanhamento pelo médico vascular. Porém, em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicamentos que dissolvem o trombo, chamados de trombolíticos, que devem ser usados com muito cuidado e por equipe experimentada, porque há risco de hemorragias. “Hoje em dia temos cateteres, que possuem a capacidade de fragmentar e aspirar o trombo, de forma rápida e segura. Nos casos em que existe contraindicação do uso de anticoagulante, será necessária a implantação de um filtro de veia cava. É um dispositivo em formato de guarda-chuva que é colocado para prender os coágulos que possam se desprender, impedindo a chegada desses trombos ao pulmão”, explica o Dr. Fabio Rossi.

É muito importante a divulgação de informações sobre os principais sintomas e os fatores de risco devido à alta prevalência, risco de morte e as possíveis sequelas graves que podem inclusive atingir a população jovem, piorando para sempre a qualidade e a capacidade laborativa. É fundamental estimular a visita regular ao médico e ter consciência da condição, tão vital para evitar maiores problemas. “É fundamental diagnosticar os riscos, saber como evitar e tratar precocemente, e isso nem sempre é fácil, pois o TEV pode passar despercebido até mesmo para os profissionais da saúde”, finaliza o profissional.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

www.sbacvsp.com.br


Menopausa: estudo aponta benefícios de tratamento por medicina alternativa

A menopausa é uma época da vida da mulher que ocorre entre os 45 e 55 anos de idade e corresponde ao período que se inicia após um ano da última menstruação. Ela representa o fim do ciclo menstrual e da produção de hormônios.

Esse momento atribulado de transição produz diversas mudanças físicas e neuropsicológicas com a manifestação de vários sintomas que prejudicam o bem-estar da mulher. Por essa razão, muitas mulheres buscam diferentes formas de tratamentos convencionais e alternativos para aliviar os sintomas.

Dentre esses tratamentos, a medicina ortomolecular apresenta uma opção para o alívio dos sintomas de maneira natural e individualizada.

Com o objetivo de explicar os benefícios desse tratamento, o PhD, neurocientista e biólogo, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos, nos Estados Unidos,
 Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, produziu mais um estudo, pela mesma universidade, pontuando algumas informações, que foi publicado na revista científica multidisciplinar Cognitionis

“A medicina alternativa pode ser definida como uma intervenção na saúde do paciente que está fora dos padrões convencionais da medicina formal, não é discutida por médicos e não é encontrada em hospitais. Ela é diversa, englobando diferentes aspectos da saúde (física, mental e emocional) e sua aceitação varia de acordo com a cultura que ela está inserida. Em muitos países ela não só é aceita como coexiste com a medicina formal”, pontuou.

Conforme o PhD, pesquisas mostram que a terapia apresenta benefícios imprescindíveis para uma quantidade considerável de doenças graves como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, deterioração das funções cognitivas relacionadas com o envelhecimento e ou outras doenças neurodegenerativas, melhora a imunidade, entre outras.

“Alem delas, a terapia é beneficial para problemas ‘menores’, de menor escala, mas que causam desconforto e debilidades no dia-a-dia. O foco é trabalhar com nutrientes que se encontram no corpo de maneira natural e são extremamente necessárias para o organismo e que por razões diversas e individuais estão em uma quantidade insuficiente para uma boa saúde”, argumentou.

Fabiano aponta ainda que a medicina ortomolecular busca por meio de um tratamento natural o equilíbrio bioquímico do corpo, através uma dieta rica em vitaminas e mineral além de suplementos naturais, promovendo uma melhor saúde para mulher.

Com a ajuda de um profissional, também segundo ele, esse tratamento se mostra seguro e efetivo no alívio dos sintomas da menopausa e é imprescindível que profissionais de saúde compreendam essa fase de forma sistêmica, levando em consideração, os hábitos de vida e de alimentação, as especificidades dos sintomas apresentados e as experiências de mulheres nessa fase.

“Somente assim, com ações pontuais de prevenção, recuperação e promoção da saúde e bem-estar físico e neuropsíquico, será possível neuroeducar a mulher para essa fase. Visto que só assim, se conscientizando a respeito dessa etapa de vida é que encontram saída para agir diante dos sintomas apresentados de modo mais autônomo e tranquilo”, finalizou.




Dr. Fabiano de Abreu Agrela - diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil e investigador cientista na Universidad Santander de México. Registros profissionais: FENS PT30079 / SFN C-015737 / SBNEC 6028488 / SPSIG 2515/5476.


Balão intragástrico ou cirurgia bariátrica: quais as indicações de cada procedimento?

Técnicas são seguras e eficazes para promover emagrecimento

 

Arredondando, e sem nenhum trocadilho, 6 em cada 10 brasileiros estão acima do peso considerado ideal, segundo a pesquisa mais recente do Ministério da Saúde, com dados consolidados de 2021. Entre aqueles considerados obesos, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, o número dobrou em 15 anos: de 11,86% da população, em 2006, para 22,35%, no último ano.

O problema do ganho de peso nem sempre é estético e pode se relacionar a diversos problemas de saúde, como diabetes, aumento do risco de infarto e inflamações no fígado. Em casos avançados, os especialistas recomendam soluções mais diretas e objetivas, como o balão intragástrico e a cirurgia bariátrica. Mas quando cada um desses procedimentos é mais indicado?

Sem nenhum tipo de corte e, portanto, menos invasivo que uma cirurgia, o balão intragástrico é um equipamento de silicone inserido no estômago do paciente. “Ele proporciona saciedade ao paciente, de forma a pessoa não sente a necessidade de comer com tanta frequência e em grandes quantidades. Consequentemente, diminui o peso na balança”, explica Dr. Leonardo Salles de Almeida, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO). A indicação é para pacientes com IMC acima de 35.

O balão é inserido no corpo por meio de um procedimento endoscópico, com sedação, pela boca, ainda vazio. Dentro do estômago, ele é preenchido com um soro e um líquido azul: caso estoure, a urina e as fezes ficarão dessa cor, indicando que o paciente deve procurar o médico para recolocação. “Devido a seu material, o equipamento se adapta facilmente ao corpo, sem necessidade de internação: a pessoa deve apenas repousar na clínica ou no hospital por algumas horas”, informa Salles.

Mas há um período de adaptação, entre três a cinco dias posteriores à aplicação, em que mais de 80% dos pacientes apresentam desconforto abdominal, com sintomas como cólica, náusea, refluxo e vômito. Depois de uma semana, a vida segue o ritmo normal – mas com menos calorias. “A primeira fase tratamento pode durar até seis meses, com perda média de 15% a 20% do peso corporal. Se for necessário, a aplicação pode ser refeita por mais seis meses, totalizando 30% de emagrecimento”, descreve o médico. Nesse período, é importante seguir uma dieta orientada e fazer atividades físicas regularmente.

Já a cirurgia bariátrica, a gastroplastia, reduz, literalmente, o tamanho do estômago e altera sua ligação com o intestino. Ao mudar o formato original do órgão, a técnica impede que o paciente coma a quantidade de alimentos a que estava acostumado. “Para efeito de comparação, o estômago de uma pessoa não operada tem capacidade para consumir entre 1 a 1,5 litro de alimentos. Depois da cirurgia, a quantidade cai para, no máximo 200 mililitros. Ela é indicada a pacientes com IMC acima de 40, ou acima de 35 com doenças associadas à obesidade, como hipertensão e diabetes”, informa o cirurgião bariátrico. Segundo ele, a gastroplastia costuma resultar em redução de 35% a 40% do peso corporal.

Embora seja uma técnica segura, a gastroplastia exige uma avaliação prévia multidisciplinar, para evitar qualquer tipo de risco à vida do paciente. Em alguns casos, quando o IMC está acima de 55, é preciso, primeiro, inserir o balão, para reduzir um pouco do peso e, aí sim, submeter-se à cirurgia. O procedimento prevê anestesia geral e internação de pelo menos três dias. De início, a alimentação consiste apenas em líquidos; depois, por refeições pastosas; por fim, gradualmente, vêm os alimentos sólidos. Todo o processo deve ser rigidamente acompanhado por médico e por um nutricionista. Atividades físicas só são liberadas depois de alguns meses.

Tanto o balão intragástrico quanto a cirurgia bariátrica são muito eficientes para combater a obesidades e as doenças decorrentes dela. “Mas a resposta de qual é a mais recomendada para cada caso só é obtida depois de uma consulta médica individualizada, amparada por exames e pelo histórico familiar”, ressalta Salles.


Entenda as diferenças entre os cinco tipos de hepatites virais

Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP explica formas de prevenção e tratamentos

  

As hepatites virais são doenças causadas por vírus, que podem atingir diretamente o fígado, ocasionando inflamações de diferentes níveis. Existem cinco diferentes vírus que mais comumente causam as enfermidades, conhecidos como Hepatite A, B, C, D e E.

De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, foram notificados quase 700 mil casos de hepatites virais no Brasil entre os anos de 1999 e 2020. Deste Total, 24,4% são referentes à hepatite A, 36,9% à hepatite B, 38,1% aos casos de hepatite C e 0,6% aos de hepatite D. O vírus tipo E é o menos comum no país.

Todas as hepatites compartilham algumas semelhanças, mas é importante ter em mente que são doenças diferentes. “De forma geral, todas vão ter um quadro clínico agudo e um quadro clínico crônico, ou seja, um quadro inicial que depois se desenvolve para uma doença de longo prazo”, afirma Leonardo Mota, hepatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

A hepatite A é a única que se caracteriza apenas pela fase aguda. Nela, sintomas como náuseas, mal-estar, dor de barriga, vômito, diarreia e pele amarelada são comuns e melhoram espontaneamente.

“As hepatites B, C e D podem evoluir para uma fase crônica, em que não há muitos sintomas, mas existe a presença de lesões progressivas no fígado, que ocorrem de forma silenciosa e que podem levar à cirrose. Esse é o maior risco destas hepatites a longo prazo”, complementa o médico.



Os diferentes tipos de hepatites

Apesar de algumas semelhanças, as variedades de vírus costumam confundir:  

- Hepatite A: Considerada a mais frequente, é uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV), acometendo principalmente crianças. As formas mais comuns de contrair a doença são a partir do consumo de alimentos contaminados e sua transmissão é via fecal-oral.

- Hepatite B e C:  É provocada pelos vírus tipo B ou HBV e pelo vírus tipo C ou HCV. O contágio de ambas ocorre através do contato com sangue de alguém contaminado ou por relações sexuais desprotegidas. São doenças silenciosas, com uma fase crônica que evolui por muitos anos. Por isso, em casos graves, podem levar à cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado.

- Hepatite D: É causada pelo vírus D ou HDV. Esse tipo de hepatite só ocorre a partir da presença do vírus B no corpo. Com a presença das duas hepatites, pode-se considerar o seu quadro mais grave, podendo resultar rapidamente em cirrose.

- Hepatite E: É gerada pelo vírus E ou HEV e sua transmissão é via fecal-oral.


Prevenção

Além de certificar-se sobre a realização das vacinas destinadas para cada tipo de vírus, é necessário manter-se atento a algumas ações do dia a dia à prevenção de hepatites, como:

- Hepatite A e E: Recomenda-se higienizar e cozinhar bem os alimentos, lavar sempre as mãos, manter-se distante de lugares com água contaminada e hidratar-se apenas com água potável.

- Hepatite B, C e D: Nestes casos, não compartilhar objetos pessoais e íntimos, usar preservativo durante as relações sexuais, evitar o uso de drogas injetáveis e utilizar o seu próprio alicate de unhas são algumas formas de evitar as infecções.



Teste

Para o diagnóstico, é comum a realização de testes rápidos para a obtenção de resultados, mas, segundo o hepatologista, só essa testagem não é suficiente. 

“Só o teste rápido não é o bastante, pois ele só traz a resposta imunológica. É necessário confirmar a infecção através do PCR, que é feito nas Hepatites B, C e D. Geralmente, é possível encontrar esses testes em regiões que realizam campanhas contra hepatite ou em postos de saúde”, destaca.



Formas de tratamento

Dr. Leonardo esclarece que existem medicamentos e vacinas que podem ajudar no tratamento das diferentes hepatites.

“Para a hepatite A, nós temos uma vacina efetiva. Essa hepatite é uma doença autolimitada, que cura espontaneamente na maioria dos casos. Para a Hepatite B, nós temos vacina e tratamento. Quanto à Hepatite C, a situação é um pouco complicada, não existe vacina, pois é um vírus muito mutante, mas temos o tratamento. Já para a Hepatite D, a vacina e o tratamento contra Hepatite B é eficaz”, explica.

O médico também indica o acompanhamento com uma equipe multiprofissional da área da saúde, para um tratamento completo.
 


Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Conheça o poder do zinco para aumentar a imunidade

Especialista indica que nutriente é um dos mais completos para fortalecer o sistema imunológico, evitando doenças relacionadas aos dias mais frios

 

O inverno chegou e, com ele, a temporada de gripes, alergias e resfriados. Isso acontece devido a queda brusca nas temperaturas e ar mais seco, ambientes mais fechados, propiciando a circulação de vírus e deixando a imunidade mais baixa, em especial de crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. 

De acordo com o Dr. Pedro Andrade, um dos pioneiros em medicina de precisão no Brasil e entusiasta da medicina funcional, existem algumas vitaminas e minerais que podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico e aumentar a imunidade de uma forma natural, como o zinco. “O zinco é um dos melhores aliados da imunidade, pois tem a função de “armar” o sistema imune, atuando na maturação de todas as linhas de células de defesa, além de participar da produção de anticorpos e aumentar a produção de interferon, um potente antimicrobiano”, conta. 

Ainda segundo o especialista, o nutriente também é responsável por defender o sistema imunológico. “Por ser um potente antioxidante intracelular, o zinco tem a capacidade de diminuir o impacto das citocinas inflamatórias produzidas pelos agentes agressores, aumentando a expressão das caspases, proteínas responsáveis pela morte celular, diminuindo assim a sobrevida das células moribundas”, explica. 

Para usufruir destes benefícios, o médico indica o consumo de alguns alimentos ricos no nutriente. “As maiores fontes de zinco já estão presentes em nossa rotina alimentar, como o feijão, grão de bico, as carnes bovinas e os ovos. Algumas sementes quando inseridas na alimentação, também podem promover essas melhorias, sendo elas: Amêndoas, castanha-de-caju, a semente de gergelim”. 

Além de atuar na prevenção das doenças relacionadas aos dias mais frios, o nutriente também promove o aumento da energia, melhora a memória e a sensação de cansaço. “A suplementação de zinco também é uma opção para quem tem uma baixa quantidade do nutriente no organismo. Um dos sinais da falta de zinco são as unhas fracas, queda de cabelo e dificuldade de cicatrização”, finaliza.


Moto barulhenta aumenta risco de perda auditiva em piloto

O problema se agrava porque é comum motociclistas alterarem o sistema de escapamento, elevando ainda mais o nível de ruído 

 

Nas grandes cidades, eles já são uma febre. Motociclistas driblam o trânsito e disparam entre os carros. Motociclistas gostam de ouvir o ronco de sua moto, seja por prazer ou para “avisar” pedestres e motoristas que ‘estão na área’. Mas há quem exagere e aí, as consequências podem ser sérias. Primeiro, por causa das multas; segundo, porque tiram o sossego das ruas e assustam os motoristas dos carros com suas acelerações repentinas; e terceiro, porque tamanha elevação do ruído traz riscos à saúde auditiva. 

Ainda em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19, o número de motoboys circulando pelas ruas cresceu enormemente devido ao aumento nas entregas de refeições e mercadorias. Isso acabou gerando um efeito colateral: cresceu o risco de perda auditiva entre esses pilotos em decorrência do barulho contínuo da moto em períodos ainda maiores do dia. 

Pesquisa do National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (Instituto Nacional de Surdez e Outras Doenças de Comunicação), nos Estados Unidos, comprovou que o ruído de motocicletas pode comprometer a saúde auditiva dos pilotos. Especialistas são unânimes em afirmar que, dependendo do tempo de exposição, ruídos acima de 85 dB podem causar alterações na estrutura interna da orelha. Como efeito de comparação, uma conversação normal atinge 60 dB. 

O problema se agrava porque é comum motociclistas alterarem o sistema de escapamento, utilizando ponteiras esportivas ou personalizadas, que elevam ainda mais o nível de ruído emitido pelas motos. Muitos adeptos alegam que o uso do escapamento nas motos ajuda os motoqueiros porque chama a atenção dos motoristas de carro e pedestres desatentos.
 

Outra fonte de ruído perigosa para a audição é a buzina, que não deve ser usada de maneira intermitente, como hoje fazem os motoboys para abrir caminho no trânsito. E para piorar a situação, muitos ainda usam fones de ouvido para ouvir música em volume alto enquanto pilotam. Tudo isso junto pode causar danos ainda mais graves à audição.
 

Perda gradual 

A fonoaudióloga Rafaella Cardoso, da Telex Soluções Auditivas, chama atenção para os riscos. "A exposição frequente a níveis sonoros elevados pode causar danos à audição. A perda é gradual e progressiva. Não é perceptível em um primeiro momento. Vai-se perdendo a audição de acordo com a maior intensidade de ruído e com tempo de exposição, ao longo dos anos. Isso depende também de outros fatores, como predisposição genética", esclarece. 

Estudo realizado pela Doutora em Engenharia de Produção Juliana de Conto, na Universidade Federal de Santa Catarina, também comprovou o problema. A pesquisa, que avaliou a exposição ao ruído de 17 mototaxistas de Balneário Camboriú (SC), mostrou que eles estão expostos a um nível de pressão sonora superior a 82,1 dB, com dose de ruído acima do permitido para o tempo de trabalho - doze horas diárias. Dos mototaxistas estudados, oito apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e nove apresentaram alteração dos limiares tonais. 

É importante lembrar que motocicleta barulhenta gera multa de trânsito, além de retenção do veículo. Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), todos os veículos devem ter suas características originais. E embora ainda exista pouca fiscalização, em muitas cidades brasileiras policiais e agentes municipais estão nas ruas autuando motociclistas por causa do escapamento irregular. 

Por tudo isso, é importante que os motociclistas tomem consciência desses riscos e se cuidem, começando por zelar pela boa manutenção da moto. A máquina bem cuidada faz menos barulho. É preciso observar vibrações, regulagem, descarga, amortecedores, suspensão. Afinal, se a motocicleta é, muitas vezes, instrumento de trabalho, a saúde auditiva também é fundamental para garantir o emprego por muitos e muitos anos.

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