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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Por que o dinheiro vai acabar?



Podemos dizer que o dinheiro é uma das maiores invenções da humanidade. E, apesar da proliferação de outras modalidades, principalmente no decorrer do último século, pagamentos “in cash” têm particularidades que os métodos alternativos parecem não poder igualar – dentre os quais, a garantia do anonimato, compensação imediata e aceitação universal (principalmente se estivermos falando de dólar ou euro).

Além disso, ele pode ser usado mesmo se o mundo acordar sem energia elétrica, por exemplo. No entanto, apesar de todas essas “maravilhosas” características, um número cada vez maior de economistas vem defendendo que cédulas e moedas sejam definitivamente aposentadas – até por questões de higiene.

Você deve estar se perguntando: “Tanto espírito crítico por quê?”. A melhor resposta talvez esteja em um livro chamado A Maldição do Dinheiro, de Kenneth Rogoff. O autor, professor de Políticas Públicas na Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do FMI, ressalta o lado obscuro do dinheiro – que, no atual cenário tecnológico, torna absolutamente sem efeito suas pseudoqualidades.

Rogoff tece comentários sobre o tal “anonimato” de seu uso. “Só poderia ser considerado algo bom se não houvesse criminosos na face da Terra.” Mas eles existem – aliás, aos montes! E o chamado “dinheiro vivo” é a melhor forma de financiamento para atividades que envolvem tráfico, sonegação e terrorismo.

Pelas contas do economista, há, neste exato momento, mais de US$ 1,5 trilhão em notas circulando fora do sistema bancário. Para quem trabalha no setor financeiro e assiste, todos os dias, ao surgimento de mais e melhores ferramentas eletrônicas antifraude, esse número é simplesmente espantoso. Porque nada pode ser pior para o cidadão cumpridor de seus deveres do que deixar seu dinheiro à própria sorte. Porém, como sabemos, parte considerável desse montante não está nas mãos de gente honesta.

Rogoff defende também que um mundo sem dinheiro (no qual as pessoas comprariam produtos e serviços, pagariam suas contas e fariam todo tipo de transferência monetária única e exclusivamente via cartões de débito ou crédito e sistemas de pagamentos digitais) tornaria a política monetária dos países mais eficaz. Além disso, a segurança das operações é uma realidade palpável, que torna baixíssimo o custo de cada operação (e nem estou comparando ao custo de produzir dinheiro).

Muitos detratores do fim do dinheiro citam a população que não faz parte do sistema bancário como um problema, já que ela ficaria ainda mais marginalizada – no Brasil, são cerca de 60 milhões de pessoas. Mas esses detratores estão presos a um cenário antigo – e mais ainda no pós-pandemia. Com a tecnologia atual, qualquer pessoa que tenha um smartphone  (e eles estão cada vez mais baratos) pode ter uma conta virtual, para receber ou fazer pagamentos, sem necessidade de manter vínculo com bancos ou financeiras. Pode, também, ter uma empresa operando online na palma da mão e acesso a todo tipo de produto/serviço financeiro.

Há também os que batem na tecla de que ONGs e igrejas sobrevivem, sobretudo, de doações – e estas se dão, muitas vezes, de forma anônima na maioria das vezes, até porque, segundo a pesquisa Giving Report 2019 Brasil, realizada pela IDIS, cerca de 68% das pessoas preferem que suas doações não sejam identificadas. Ou seja: creem que devem “fazer o bem sem olhar a quem”, mas também “sem dizê-lo a ninguém”.

Pode ser... Mas já está provado que é mais fácil e seguro doar o quanto quiser eletronicamente. Além disso, via aplicativo, a doação se torna absolutamente transparente tanto para quem a faz quanto para quem a recebe – o que, a princípio, ajuda a convencer mais gente a doar. Basta ver os mais de US$ 10 bilhões doados por clientes do PayPal em 2019 por meio de nossa plataforma para milhares de instituições mundo afora.

E há os que simplesmente gostam de saber que levam dinheiro no bolso – para comprar um chiclete ou pagar o almoço. Esta, convenhamos, me parece a alegação mais estranha de todas para que se mantenham cédulas e moedas em circulação – já que todas as tecnologias levam ao modelo contactless.
E mais ainda depois da Covid-19.

Quer outra razão pandêmica para apostar na moeda 100% eletrônica? Pois faça uma pesquisa no Google com as palavras “dinheiro”, “bactérias” e “vírus”. Aliás, clique aqui, porque eu já fiz isso para você. Mas cuidado: os resultados podem ser bastante indigestos.





Lucas Medola - CFO do PayPal para a América Latina


Os impactos da pandemia nos serviços de contact center



Tradicionalmente, o setor de Contact Center tem uma importância ímpar para o ramo da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil, dado seu impacto econômico e social como gerador de empregos e agente no avanço tecnológico.

Principalmente durante Pandemia do Covid-19, esse setor precisou lidar com uma série de desafios adicionais e antecipar diversas ações para continuar a operar e prestar seu serviço à população. 
O Contact Center se tornou por vários motivos o foco das atenções e possui um papel preponderante em ajudar as empresas a impulsionarem a experiência do cliente. Isso pressupõe um aumento do uso dos canais digitais, respostas mais pragmáticas com automação e o uso da inteligência artificial, mas também preservando o lado humano dos seus clientes e colaboradores. 
Em geral, pode-se constar que a pandemia antecipou a roadmap de transformação digital de muitas empresas do segmento. Certamente as empresas de Contact Center já vinham investindo em tecnologias em curso, mas a adoção de novas tecnologias, tais como as soluções em Nuvem e Workforce Management, possibilitou uma resposta eficiente à pandemia. 
O trabalho remoto, até pouco tempo, era tido como uma opção a ser explorada, mas faltava o estímulo para arriscar, já que não existem apenas benefícios associados ao modelo, mas também riscos, como garantir a proteção dos dados, atender às exigências da LGPD, assegurar a prevenção de fraudes e controlar o atendimento das escalas para mitigar potenciais problemas trabalhistas. 

 
Em busca de respostas
 
Enquanto estudamos os reais efeitos da crise nesse mercado, efeitos esses que serão abordados no relatório inédito ISG Provider Lens™ Contact Center - Customer Experience, a ser divulgado em setembro pela TGT Consult, estamos certos que o Contact Center as a Service (CCaas) já é uma realidade. 
Ao observar os grandes Players do setor, é notável o desenvolvimento e evolução das soluções que visam a tecnologia em Nuvem (privada, pública ou híbrida). Dessa forma, a adoção, que já era prevista, será acelerada pela necessidade de dar respostas à pandemia. O estudo da ISG vai analisar esse processo e como ele deve refletir no setor nos próximos meses. 
Essa adoção da computação em Nuvem tem motivado a transformação dos investimentos “capex” para despesa “opex”, e possibilitado modelos mais sofisticados de uso de Inteligência Artificial, como reconhecimento biométrico de voz e chatbots inteligentes e cognitivos. O estudo da ISG vai analisar esse processo e como ele deve refletir no setor nos próximos meses.
 
Conectar sem desligar (Race with the machine) 
 
Com essa transformação em curso, a tecnologia por meio de soluções de “self-service” e robôs vai extinguir muitos dos serviços de baixo valor agregado da área de Contact Center, dessa forma, liberando a força de trabalho para outras tarefas de maior valor, conectando-se melhor com o cliente para proporcionar uma solução de fim afim, vendas mais complexas e negociações mais sofisticadas.

Há ainda espaço para iniciativas bem interessantes como a adoção de conceitos de ciência comportamental, que junto a tecnologia, podem elevar muito a qualidade da jornada de cliente.
 



Florian Scheibmayr - analista da TGT Consult e autor da pesquisa ISG Provider Lens™ Contact Center - Customer Experience, um relatório inédito que será lançado em Setembro deste ano. Empresas interessadas em participar do estudo devem entrar em contato com a ISG pelo e-mail: isglens@isg-one.com.

Retomada pós-COVID 19 - saiba de como a gestão tributária pode te ajudar



Muitas cidades do país iniciam uma abertura econômica, após mais de dois meses de isolamentos social, medida adotada para enfrentamento da COVID-19. Nesse momento de reabertura, planejamento orçamentário que inclua estratégias para resgate de tributos pode ser fundamental para a saúde financeira do seu negócio.

A gestão tributária tem como principal objetivo a melhoria da organização contábil, financeira e gerencial do negócio, tendo por efeito a redução dos custos tributários de forma lícita. Em observância aos parâmetros legais, sem configurar evasão fiscal, é possível aumentar os ganhos da sua empresa, seja com o aumento dos lucros, maior capacidade de investimento, ou mesmo a obtenção de um preço final mais competitivo para seu produto ou serviço.

Um planejamento tributário adequado implica em uma melhor gestão financeira do negócio. Considerando o “custo Brasil”, conhecido como os altos encargos tributários incidentes sobre os setores da economia, a redução dos custos tributários de uma empresa pode ser um importante aliado na obtenção de um preço mais competitivo, por exemplo, possibilitando ganhar espaço no mercado.

No entanto, é aconselhável que o planejamento seja feito por profissional competente e acompanhado de um programa de Compliance, evitando, assim, a ocorrência de riscos de multas vindas dos órgãos de fiscalização. Nestes casos, sanções previstas no ordenamento jurídico, por exemplo, podem ir desde a penhora de ativos (inclusive de conta bancária) até outras consequências – como a proibição de contratar com o Poder Público. 


Pequenos e grandes negócios

O tamanho da empresa e o regime tributário adotado podem interferir nas características de gestão tributária implementada. Por exemplo, uma forma de fazer este trabalho é simular os valores que seriam recolhidos se a empresa optasse por outro regime fiscal, de modo a avaliar se o enquadramento atual é o financeiramente mais vantajoso.

Seja um negócio de pequenas ou grandes proporções, o planejamento tributário se faz importante principalmente em momentos de crise, especialmente na revisão de tributos pagos anteriormente e a possiblidade de restituição de valores eventualmente pagos a maior. Todavia, para reavaliar os tributos recolhidos, é imprescindível ter o acompanhamento de profissional capacitado, uma vez que redução do valor total arrecadado pode despertar o Fisco para uma eventual fiscalização.






Dra. Clarissa Nepomuceno Caetano Soares - graduada em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos – FDMC. Pós-graduação em Direito Tributário pela GVLaw – Fundação Getúlio Vargas/SP. Atualmente, cursa pós-graduação em Compliance e Integridade Coorporativa pelo Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas. É membro da Comissão de Direito Tributário da OAB/MG e da Associação Brasileira de Direito Tributário – ABRADT.

Sobram vagas, faltam profissionais. Será?


Existem mesmo poucos profissionais capacitados para atender a demanda do novo mundo empresarial digital?

Muitas empresas adotaram o home office para driblar este momento de pandemia e crise financeira, visto que os negócios não podem parar. Há muito tempo já se discute como a internet e as inovações tecnológicas mexeram com o mundo corporativo, que precisou se adequar e buscar pelos profissionais certos. Mas será que não existem tantas pessoas adequadas para preencher as vagas? Os CEO’s mostram preocupação.

Penha Pereira, economista, apresenta “Se o mundo corporativo se restringir às constatações de que não existem pessoas adequadas para exercerem os novos papéis ou as novas profissões, chegaremos a um momento de inviabilização dos Businesses, pois o surgimento de inovações e demandas será cada vez maior e mais veloz”.

A velocidade que as novas tecnologias chegam ao mercado hoje, pode deixar os empreendedores com dificuldades na hora de manejar o negócio, contratar colaboradores e alavancar sua empresa.

Segundo a economista, o problema é que na verdade não faltam pessoas adequadas para preencher as vagas, “O que falta é ousadia das Instituições em colocar seus colaboradores para aprenderem o que é necessário, de forma gradual, para as devidas adaptações. É neste ponto que será possível perceber quem de fato está preparado para enfrentar a nova Revolução Industrial. Quem não aceitar aprender, sentimos muito, mas precisará repensar seu caminho. Nada é impossível de realização, mesmo com tanta e tão rápida informação chegando”.

Vale lembrar que quando as pessoas não possuíam celulares, ainda não eram vendidas as ‘capinhas’ protetoras, coloridas, com pedraria, sem pedraria, de silicone ou plástico, e em certo momento este tipo de produto viralizou. Então pensemos nas necessidades que advirão de novas profissões, novas tecnologias, novas relações, ou seja, muitas oportunidades.

Sendo assim, as empresas não podem se acomodar, todo objetivo é um ponto de partida para mais uma etapa de crescimento e aprimoramento em qualquer nível, então na verdade dificilmente alguém estará em uma posição de preparo total. Cada vez que uma inovação chega e os profissionais se preparam para entendê-la a fim de tirar o melhor proveito do que ela traz, com certeza em pouco tempo eles já se deparam com a necessidade de conhecer uma nova versão.

“O conhecimento hoje evolui muito rapidamente, fica complicado parar muito para analisar, entretanto, momentos de feedback e auto avaliação devem existir, porém deverão ser objetivos e bem específicos. Pela velocidade com que as informações se disseminam, para qualquer pessoa mesmo aquela com uma mente muito aberta e bem formada, é quase impossível incorporar todo o novo conhecimento. Essa habilidade será obtida ao longo da prática, do convívio com casos e experiências”, apresenta Penha.

É natural em que se tratando de uma grande Corporação , com um amplo espectro de ação, é muito desafiador, complexo, custoso e até um pouco demorado para a empresa ter que se ajustar às novas exigências da maneira como o mercado exige. Por este motivo, as Instituições buscam com avidez pessoas que tenham conhecimento e vivência em novas técnicas e que além de tudo tenham o espírito empreendedor para aplicar este conhecimento.

Mas é importante pensar que, mesmo o mais alto executivo não chegou ao topo já sabendo tudo, e sim com as vivências do dia a dia, errando e aprendendo dentro da corporação. Ou seja, é impossível a uma pessoa chegar 100% preparada!

Penha finaliza, “Será necessário desaprender para o novo aprendizado; a empresa sempre necessitará oxigenar-se, mas se não encontrar no mercado profissionais já preparados, por que não fazer um mix, abrindo novos caminhos para aqueles que ainda não possuem a experiência e trazendo também novas cabeças que com certeza terão o conhecimento necessário? ”.





Penha Pereira - Economista, Master Coach e gestora de carreira



Contratos de educação: o que levar em conta na redução de mensalidades


Com a pandemia da Covid-19, muito se tem questionado no âmbito do ensino privado, quanto à possibilidade de revisão e redução das mensalidades em decorrência da impossibilidade da prestação dos serviços de maneira presencial. Diante desse quadro, que fatores devem ser levados em consideração para a revisão dos contratos de educação?

A redução das mensalidades nos contratos de prestação de serviços educacionais, enquadrados como contratos de consumo, depende de que os fatos ocorridos após a contratação alterem de maneira objetiva as bases nas quais as partes contrataram, de modo a tornarem as prestações excessivamente onerosas ao consumidor.

Por conta da pandemia, a prestação do serviço de maneira presencial se tornou impossível, o que levou as instituições de ensino a darem sequência ao ano letivo de maneira diversa do que foi contratado. Mas isso, por si só, não implica o desequilíbrio do contrato. Não se pode falar em descumprimento voluntário das obrigações pela instituição de ensino e, depois, porque para que se constate a existência de extrema vantagem para uma das partes e a consequente necessidade de modificação das cláusulas do contrato, alguns pontos devem ser observados.

O primeiro ponto é que se a instituição está dando sequência ao programa escolar e ao ano letivo por meio do ensino à distância, ou se ela se propõe a repor as aulas em outro momento, não há por que pleitear a revisão ou rescisão do contrato.

Em segundo lugar, deve ser feita uma análise quanto ao que foi contratado pelas partes. Se há a previsão de atividades extra classe que não podem ser realizadas à distância ou que não podem ser repostas, é razoável que haja um reequilíbrio do contrato, já que o aluno não poderá usufruir plenamente das atividades contratadas.

Por fim, é preciso levar em conta as alterações nos custos inerentes ao serviço prestado. Sabe-se que, por parte das instituições de ensino, houve a redução de certas despesas variáveis, tais como alimentação e consumo de energia, e aumento de outras, como investimento em tecnologia e aparato a professores, reformulação do método de ensino, preparação de material didático, gravação de aulas etc. Some-se a isso, o fato de que as instituições precisam promover diversas adaptações para o retorno das aulas, em especial quanto ao espaço físico. Portanto, não se pode concluir, sem a devida demonstração financeira, pela redução do valor das mensalidades. É preciso fazer uma análise detalhada dos custos envolvidos em cada caso.

Alguns pleitos pela redução do valor das mensalidades chegaram ao Judiciário, que tem decidido pela manutenção da prestação contratada, em especial quando (i) a instituição de ensino se propõe a repor as aulas no momento em que isso seja possível; (ii) a instituição implementa regime de aulas virtuais; ou (iii) não se demonstra, por parte dos responsáveis financeiros, redução na capacidade de pagamento.

Ainda, há projetos de lei em andamento que pretendem uma redução compulsória das mensalidades das instituições de ensino da rede privada em um percentual pré-fixado. Não se acredita, contudo, que esta seja a melhor solução. Não se pode ignorar o fato de que cada caso possui as suas próprias peculiaridades e a tentativa do Estado de oferecer um remédio único pode levar a inadequações e injustiças.

Acredita-se que a negociação justa e objetiva entre as partes seja o melhor caminho para a solução dos impasses que se apresentam. Tal medida pode permitir uma relação duradoura entre partes, evitando-se os desgastes que as disputas judiciais ou em órgãos de proteção podem trazer.





Ana Cláudia Pereira Silva Lechakoski e Karen Mansur Chuchene - advogadas no departamento Corporativo do Marins Bertoldi Advogados.


Cobrança terceirizada: quais os benefícios?


Entenda como é possível evitar a inadimplência

A inadimplência é algo comum hoje em dia pela situação do nosso país, muitas pessoas estão sem condições de honrar seus compromissos, mas precisam continuar consumindo. Para as empresas, além de prejuízo, há uma perda significativa de tempo para fazer as cobranças.

“Muitos empresários, perdem meses tentando negociar com um ou mais devedores. O fato é que a negociação de dívidas é algo complexo e que precisa de profissionais”, conta Dra. Sabrina Rui, advogada em direito tributário e imobiliário.

Para empresários, tempo é dinheiro, e sempre há pouco disponível para fazer tudo que é necessário. Contratar uma empresa terceirizada para fazer sua cobrança significa poupar os dois, algo crucial para o sucesso.

Aqueles especializados em tratar com inadimplentes têm maior taxa de sucesso, além de conhecer muito bem as leis vigentes no país e saberem a melhor forma de lidar para reaver o valor devido, tanto pelo telefone quanto presencialmente.
Com a empresa terceirizada, não há acúmulo de atividades por parte dos funcionários, que deveriam fazer o negócio girar, mas acabam focados em fazer cobranças, ao invés de trazer novos clientes, por exemplo.

Cada procedimento para realizar a cobrança deve ser observado de forma criteriosa, para garantir o pagamento da dívida. É preciso adotar estratégias específicas de cobrança empresarial”, explica a Dra.

A assessoria deve ser experiente e legalmente habilitada para fazer o serviço de cobrança, pois também poderá realizar o prosseguimento pela via judicial. O grande benefício é o conhecimento das leis para agir conforme a proteção ao consumidor.

“É preciso ter cuidado, principalmente em cobrança presencial, para não causar constrangimentos ao cliente inadimplente, assim a empresa evitará possíveis processos judiciais que podem fazer o credor se transformar em devedor”, relata.

Se dedicar 100% ao seu negócio e ter uma empresa especializada em cobranças irá otimizar o rendimento, já que os funcionários não se sobrecarregam em funções e o empresário não sofrerá com a inadimplência por tempo indeterminado.





Dra. Sabrina Marcolli Rui - Advogada em direito tributário e imobiliário
SR Advogados Associados
@sradvogadosassociados
@sradvassociados
(41) 3077-6474
Rua Riachuelo, nº 102 - 20º andar - sala 202, centro – Curitiba.

Prisão de Fabrício Queiroz e rachadinha. É crime?


Especialista em Direito e Processo Penal, Leonardo Pantaleão, explica


Investigado por participação em esquema de rachadinha na Alerj, o ex-assessor de Flavio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi preso nesta manhã, em Atibaia. Segundo dados do Conselho de Atividades Financeira (Coaf), Queiroz movimentou cerca de R$ 1,2 milhão em sua conta, de forma considerada "atípica" pelo órgão.

A necessidade de prisão foi justificada pelo Ministério Público em razão do entendimento de que o ex-assessor de Flavio Bolsonaro continuava cometendo crimes, estava fugindo e interferindo na coleta de provas.

De acordo com o especialista em Direito e Processo Penal, Leonardo Pantaleão, alguns pontos sobre as acusações a Queiroz precisam ser aprofundados. Ele destaca que a prática da "rachadinha" gera diferentes interpretações jurídicas quanto à sua classificação. "Há quem entenda que se trata de crime de peculato, outra linha defende que é crime de concussão e ainda há uma terceira corrente que acredita que não se trata de crime algum".

Pantaleão destaca que para a frente que defende a não criminalização da rachadinha, destaca-se o entendimento de um acordo entre particulares. "No caso do Queiroz, especificamente, surge um outro elemento relevante. Ele estava na casa do advogado. Esse advogado responde por algum crime ao dar esconderijo? Há um favorecimento pessoal previsto no Código Penal? indaga.

Pantaleão ainda levanta mais um debate que é a improbidade administrativa do ato. "Claro que se ficar caracterizado crime ainda haverá desdobramento acerca de organização criminosa, lavagem de dinheiro e uma série de outras situações. Caso não seja considerado crime essas implicações serão nulas, pois precisam de crime antecedente".



Como descobrir mentiras por trás das máscaras


Em plena quarentena, especialista em psicologia da mentira dá dicas preciosas de como analisar o comportamento de alguém que mente, inclusive em home office.


Em tempos de pandemia, o uso constante de máscaras esconde algumas expressões, especialmente os diversos movimentos da boca, como os sorrisos, e os seus inúmeros significados possíveis. Mesmo assim, é possível perceber indícios de meias verdades ou mentiras completas em muitos gestos e sinais, até mesmo em atividades à distância e online, como o home office.

Segundo o pesquisador e especialista em psicologia da mentira, Georg Frey, “mesmo com limitação da leitura dos micro sinais faciais por conta do uso de máscaras ou por estar a distância, é possível perceber indícios de que a pessoa está tentando fazer com que algo não verdadeiro, uma mentira, seja assimilado como sendo uma verdade. Para isto, é fundamental analisar um conjunto de gestos e comportamentos”.

Entre as diversas possibilidades de comportamentos, gestos e ações corporais a serem observados, Georg Frey destaca:



Pessoalmente ou em vídeo chamadas


Olhos - Observe se a pessoa está piscando muito. Piscar rapidamente e com frequência maior que o normal é forte indício de que a fisiologia dessa pessoa está alterada. Piscamos mais quando mentimos porque não conseguimos controlar o nosso sistema nervoso autônomo (SNA). Quando nos sentimos em perigo, com risco de sermos pegos e sofrermos algum tipo de punição ou vergonha, nossa adrenalina dispara, aumentando a freqüência cardíaca, dilatando as nossas pupilas. O piscar mais faz parte desse conjunto de reações, inclusive como tentativa natural do corpo em manter os olhos abertos por mais tempo, caso uma fuga imediata seja necessária.


Mãos – Perceba os gestos feitos com as mãos. Como o corpo fala o tempo todo, os movimentos das mãos podem revelar esforços adicionais para que uma afirmação seja aceita. Um indicativo de esforço extra para que acreditem em nossas mentiras são o esfregar de mãos, o estalar e/ou apertar de dedos, um reflexo de uma força a mais que se faz para conter a ansiedade causada pelo ato de mentir.


Voz - Atenção se a pessoa gagueja em algum momento. Tropeçar em alguma sílaba ou ter dificuldade na pronúncia contínua e natural de uma palavra ou frase frequentemente pode ser associado a um comportamento ansioso. Ansiedade resultado de um cérebro que está trabalhando, freneticamente, na elaboração de histórias que convençam e garantam algum reconhecimento, privilégio, impunidade ou qualquer outro tipo de vantagem.


Pés - A posição dos pés, se eles apontam, mesmo que involuntariamente, para um desejo ou intenção de fuga. De forma absolutamente natural, o corpo programa posturas de fuga, como que para escapar de uma situação inconveniente por causa de uma mentira descoberta.

“É bom lembrar que mentir é algo absolutamente comum a qualquer tipo de pessoa. Independe do nível social, econômico, identidade sexual, idade, geografia ou religião. A única diferença já constatada é a de que homens mentem mais e as mulheres mentem melhor”, afirma Georg Frey. A mentira, também, varia em seus graus de perigo e intensidade. O psicopata é o detentor das mais elaboradas, convincentes e destrutivas mentiras. “Estar na teia de um psicopata, geralmente é sinônimo de ter a sua vida destruída”, lembra Georg. O mentiroso patológico, muitas vezes, precisa de intervenção e tratamento, como um dependente de drogas.

Para aqueles que acreditam que a modernidade inventou a mentira, é bom lembrar que historicamente a mentira está registrada como um traço da nossa humanidade. Encontramos vetores da mentira nas mitologias nórdica (Loki), grega (Hemera e Hermes), egípcia (Seth) e indígena brasileira (Anhangá). Mentir sempre fez e fará parte da condição humana. Não mentimos mais do que os nossos antepassados. Se hoje temos essa impressão, é por conta das redes sociais que têm a capacidade de multiplicar uma mentira, transformando-as em fake news.

O especialista lembra que as pessoas mentem pelos mais variados motivos, na maior parte das vezes esperando ter algum tipo de vantagem, seja financeira, profissional, social ou sexual. Quem mente dessa forma sabe dos riscos que corre, mas sempre acha que, de alguma forma, pode valer a pena. Em uma relação afetiva ou familiar, com as pessoas forçadas a uma maior convivência por causa da quarentena, as mentiras podem surgir com mais frequência e ter suas motivações expostas mais claramente.







Georg Frey - pesquisador, criminólogo, palestrante, comissário especial da Polícia, gestor em segurança pública, pós-graduado em Criminologia e Psicologia Criminal, fundador da U.A.C.H - Unidade de Análise do Comportamento Humano, autor do livro Eu Sei Que Você Mente! Aprenda a Detectar Mentiras (Ed Littera, 2019). Com 35 anos de experiência na análise do comportamento humano, tem ministrado a empresas e famílias consultorias particulares, treinamentos coletivos, cursos e workshops, no Brasil e no exterior.


O LENTO RETORNO DA ECONOMIA


A retomada gradual dos negócios do Brasil, como se observa agora na Grande São Paulo e em muito pontos do País, pode mostrar um cenário diferente daquele esperado pelos mais otimistas e frustrar a expectativa de uma arrancada forte para a recuperação do tempo perdido na economia.

Essa frustração começa, por exemplo, com a abertura de shoppings e lojas de rua como na cidade de São Paulo. Uma medida absurda impõe o funcionamento de quatro horas ao dia e com apenas 20% de ocupação. Resultado: aglomerações nas ruas e filas nos centros de compra. Óbvio que um horário bem mais amplo permitiria distribuir melhor o fluxo de pessoas. E a ocupação de 20% também não anima em nada os negócios, se era realmente essa a intenção.  

Assim, de medidas em medidas desastradas, em vez de uma engrenagem azeitada para mover a economia, o mais provável é que surja no horizonte um cenário de terra arrasada. É preciso devolver o ânimo a milhares de empresários de micros, pequenos e médios negócios que se viram desamparados pelo governo nesse período.

No rastro dos escombros estão um número ainda incalculável de empresas quebradas e mais alguns milhões a mais de desempregados, desalentados e na informalidade, elevando a taxa dessa tragédia nacional. 

Muitos empreendedores nem conseguirão reabrir suas portas e outros terão de planejar o recomeço a partir do zero, com seus recursos exauridos em mais de dois meses de muitas contas a pagar e nada a receber. A promessa do governo de forrar esse período com um colchão econômico para dar um fôlego às empresas ficou nisso - promessa.

 A verdade é que se perdeu tempo demais para fazer chegar algum apoio aos empresários, o que aumenta as dificuldades, apesar do adiamento do pagamento de tributos federais: empresas terão de honrar o compromisso do mês e o atrasado acumulados. Se o governo pretende dar algum alívio, deve parcelar esses atrasados em pelo menos doze meses. 

Algum alento pode vir com a prorrogação do período máximo de redução de jornada ou suspensão de contratos de trabalho com carteira assinada por mais 60 dias. Porém, mais uma vez, a medida depende de espaço no orçamento da União.   

Fato é que o garrote nas empresas continua. Além do crédito que não sai e o acúmulo no pagamento de tributos, o passivo trabalhista das empresas acumula problemas a um custo altíssimo. É necessário reduzir o prazo ainda longo para a entrada das ações, hoje de dois anos, e permitir o parcelamento de verbas rescisórias.

Urgente também uma revisão na Penhora On Line, um meio de bloqueio de contas bancárias e de aplicações financeiras para garantir o pagamento dos débitos trabalhistas. Em alguns momentos não se observa se a empresa reclamada se encontra regular e solvente, com capacidade de cumprir os seus compromissos, incluindo trabalhistas, com os meios que possui, não levando em consideração a existência de recursos em andamento ou a inexistência de trânsito em julgado da ação.

Mais um transtorno para as empresas, pois contas bancárias destinadas à folha de pagamento podem ser penhoradas, prejudicando diretamente os trabalhadores ou outros compromissos assumidos pela empregadora. Ora, a comprovação da regularidade por meio das Certidões Negativas de Débito demonstra o compromisso da empregadora de honrar seus compromissos. Além do mais, é de justiça que o débito recaia exclusivamente sobre a pessoa jurídica.

Na verdade, diante de tantas idas e vindas nessa crise, as autoridades estão perdidas, os empresários se sentem amarrados e a insegurança jurídica aumenta. Fora os problemas de comunicação do governo, um desastre.

Enquanto não se enfrentar com coragem e inteligências os gargalos fiscais e burocráticos, o cenário não será animador. Muito pelo contrário, as demissões vão aumentar e a retomada do desenvolvimento econômico levará muito mais tempo do que a Nação precisa nesse momento.





Vander Morales - presidente da Fenaserhtt (Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado) e do Sindeprestem (sindicato paulista da categoria).



O Brasil precisa de inteligência



Quando olhamos os países mais populosos do planeta, o Brasil está entre os 10 mais populosos, mas vemos que estamos entre os maiores produtores de alimentos, já que possuímos o dobro da área agriculturável dos Estados Unidos. Além disso, somos praticamente independentes em petróleo, no entanto, nosso combustível está entre os mais caros do mundo, deixando nossa população empobrecida, pois os governos dos últimos 18 anos, somente souberam colocar uma carga tributária que deixa a população sem caminho e nem alternativa para a riqueza.

Nosso produto, o etanol ,que deveria representar a nossa independência de energia, está inserido dentro de uma carga tributária totalmente política, que não consegue deixar o povo brasileiro crescer.

Se o Brasil é o dono da tecnologia do etanol, porque não produzimos automóveis, caminhões e tratores, unicamente com esta tecnologia.

Caso o Brasil fosse governado na sua câmara de deputados e no senado por patriotas que se dedicassem em desenvolver o povo e trazer a riqueza para dentro do país, poderíamos ter 300 mil usinas de etanol gerando 15 milhões de empregos, mas teríamos que ter um país que apresentasse um sistema tributário simplificado e moderno, sem burocracia, tendo de equacionar para o imposto único, mas sendo um micro imposto.

Hoje podemos dizer que a tecnologia do etanol não perde em nada para tecnologia da gasolina e ainda teríamos uma redução da poluição em torno de 70%, sem contar que o motor com etanol apresenta uma durabilidade muito maior, mas nossos deputados e senadores  e demais cargos políticos não abrem mão de suas regalias gigantescas, não deixando que o povo melhore suas condições de vida.

A hora é agora de dizer que todos esses projetos cogitados necessitam que o Brasil tenha inteligência e cidadania precisas e assertivas de todos os políticos, deixando de lado suas ganâncias e anseios, pois temos terras férteis e temos um quinto de toda água potável do planeta.

Não podemos permitir, como vem sendo feito nos últimos 18 anos, que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) continue emprestando para países estrangeiros, conforme esclarecemos abaixo:

 Argentina: 6,5 bilhões dólares

Angola: 5,2 bilhões dólares

Venezuela: 2,4 bilhões dólares

Rep. Dominicana: 1,5 bilhões dólares

Cuba: 700 milhões dólares

Moçambique: 500 milhões dólares

Peru: 400 milhões de dólares

Sendo que, originalmente, este banco deveria alavancar o desenvolvimento social brasileiro e, como os números demonstram, nada tem sido feito em benefício dos brasileiros.




J.A.Puppio - empresário  e autor do livro ‘Impossível é o que não se tentou’


Fraudes em leilões de carros online cresceram; veja como evitar

Por Rodolfo Milone

Durante o isolamento social, tentativas de golpes ficam mais comuns, e 400 sites falsos já foram encontrados

                                                    

É comum que as pessoas possuam o desejo do carro próprio e recorram aos leilões de carro para alcançar esse objetivo, já que as vendas são feitas com valores abaixo do que o praticado no mercado e nas concessionárias. Com o isolamento social, em razão da pandemia do novo coronavírus, o ambiente online se tornou mais procurado pelos consumidores e visado por golpistas.

De acordo com o Sindicato dos Leiloeiros, apenas no estado de São Paulo, 400 páginas de leilão irregulares foram descobertas nos últimos dias. Antes mesmo de 2020 chegar, a Associação da Leiloaria Oficial do Brasil (ALEIBRAS) criou a iniciativa Leilão Seguro, que lista sites fraudulentos, expõe dicas de como se manter seguro durante as compras e mostra sites com cadastros referenciados, para tentar minimizar os golpes aplicados nos consumidores.

Ao longo dos primeiros meses de 2020, a Sodré Santoro, empresa especializada na modalidade com atuação na América Latina, afirmou que encontrou seis sites fraudulentos usando informações clonadas do endereço virtual oficial da corporação. Segundo a assessoria de imprensa da leiloeira, é comum que os golpistas alterem apenas pequenos detalhes, como uma ou outra letra no domínio do site, por exemplo.  

De acordo com Carolina Sodré Santoro, leiloeira da Sodré Santoro, é possível identificar algumas falhas cometidas por essas organizações. “Cada vez mais, vemos esses golpes acontecerem. Eles tiram proveito da inexperiência e da falta de conhecimento das pessoas. Realmente, não é simples de identificar de primeira o que há de errado, porém, se o consumidor tiver um olhar mais criterioso, é possível ver falhas que essas organizações fraudulentas de leilões cometem. Eles fazem de tudo para a vítima ser lesada”, afirma.
Veja algumas técnicas para identificar sites fraudulentos.

·         Verifique os endereços dos sites: os sites de leilões oficiais devem ser registrados com o endereço ".com.br" no Brasil. Portanto, é preciso desconfiar de qualquer variação, como ".com", ".com/br", entre outras.

·         Junta Comercial: consultar a condição da empresa é possível no site da Junta Comercial do lugar onde o leiloeiro diz estar. Se for um leilão em Curitiba, procure pelos órgãos do local, por exemplo. Veja se há um registro no órgão, que é responsável pela formalização de todas as atividades ligadas a sociedades empresariais.

·         Visita ao local e aos automóveis: verificar a possibilidade de ir até o local pode tirar as dúvidas em relação à veracidade do negócio e olhar as condições em que o veículo se encontra ou se ele realmente existe. 

·         Transmissões online: se morar longe do local e puder apenas comprar pela internet, procure transmissões ao vivo no site para ver como é o processo.

·         Gramática e imagens: erros de português não são comuns em sites oficiais e especializados. Assim, fique atento às informações contidas na plataforma, assim como nas imagens, que podem ter sido alteradas graficamente.

Pagamento: apenas realize pagamentos em que o destinatário seja o próprio leiloeiro, por meio de seu nome como pessoa física, e depois de cumprir todos os passos de checagem.   


Entenda quais são os efeitos da crise gerada pela COVID-19



A crise provocada pela COVID-19 produziu impactos em toda a sociedade. Em relação aos profissionais do funcionalismo público não foi diferente. Em um primeiro momento os servidores públicos, em especial aqueles das áreas consideradas essenciais, foram convocados a se apresentarem de forma maciça na luta contra o coronavírus, sendo certo que os profissionais da saúde tiveram, inclusive, o gozo de férias suspenso pelo Decreto 64.862 de 13/03/2020.

Além da saúde, outras áreas do serviço público são consideradas essenciais. Dessa forma, muitos trabalhadores tiveram rotinas de trabalho mantidas, mesmo em meio à pandemia. Aos que foram afastados para o teletrabalho, foi possível perceber que, em geral, o serviço público não estava preparado para a modalidade, demandando a realização de adequações às pressas, com forte adesão e interesse dos servidores às novas rotinas e continuidade do trabalho.

Essa união em torno de solução para os desafios impostos pela pandemia deixou claro que – ao contrário do que afirma o senso comum - a maioria dos servidores públicos está imbuída de alto grau de profissionalismo e amor à profissão.


Condições de trabalho

A falta de diálogo entre União, Estados e Municípios e a inexistência de um projeto coordenado de ações para nosso país fez com que cada ente adotasse as medidas que entendeu razoáveis e necessárias para lidar com a pandemia, amenizar prejuízos e dar continuidade aos serviços essenciais à população.

Apesar disso, a falta de EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) de qualidade e na quantidade necessária, a pequena quantidade de testes realizados para detecção de COVID-19 nos servidores (em especial os da saúde) e na população, a situação dos trabalhadores do grupo de risco que não foram afastados e/ou que foram afastados mas não podem realizar suas atividades na modalidade remota, são apenas alguns dos desafios que ainda precisam ser diariamente enfrentados. 

Na área da educação, apesar da manutenção de um mínimo de atividades presenciais, em geral, os profissionais precisaram se adaptar às pressas para o planejamento e a transmissão de aulas na modalidade EAD (Ensino à Distância), que possibilita a continuidade do ensino e o exercício da atividade por professores, mesmo em meio à pandemia. Para tanto, estes profissionais precisaram se reinventar, superando medos, barreiras e vergonhas.

Em relação aos profissionais da Saúde, independentemente de qualquer outro impacto, é importante ressaltar o abalo emocional que a rotina de trabalho sem descanso, em ambientes fechados, tem tido sobre os trabalhadores. Além disso, o risco de contaminação e a perda de colegas e amigos por conta da COVID-19 interfere diretamente na saúde da categoria.


Congelamento de salários

Recentemente, o presidente da República sancionou a lei complementar 173/2020, publicada no Diário Oficial da União em 28 de maio deste ano, com medidas de auxílio financeiro a Estados e municípios, em razão da pandemia COVID-19.

Entretanto, exigiu, em contrapartida, o congelamento de reajustes salariais, proibiu a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa, a realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias e o cômputo de tempo como de período aquisitivo para a concessão de benefícios que dependem de tempo de efetivo exercício, entre outras exigências relacionadas nos incisos e parágrafos do artigo 8º da mencionada lei.
Tais proibições estendem-se até 31 de dezembro de 2021, todavia, considerando que o ano de 2022 é eleitoral, os servidores públicos podem ver as consequências da crise atual por mais algum tempo. Há regras bem rígidas a respeito da concessão de reajustes salariais em períodos de eleição, o que pode fazer com que eventuais reajustes sejam realizados apenas em 2023. 

Todos os impactos da crise e das leis recentemente aprovadas ainda são desconhecidos, pois estamos no início da tentativa de flexibilização e da aplicação das normas aprovadas em razão da pandemia, mas é impossível ignorar os efeitos desta experiência nos profissionais da saúde em razão do nível de exigência e do esgotamento físico e emocional imposto a estes trabalhadores. Em relação aos demais servidores, em especial, os da educação, destaca-se a capacidade de se reinventarem, a persistência e o interesse em se aperfeiçoarem, mesmo com a recente reforma da previdência e a perspectiva de salários congelados até 31/12/2021.





Dra. Silvia Arenales Varjão Tiezzi - bacharela em Direito pela Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, em 2000, especialista em Direito Constitucional e Administrativo pela Escola Paulista de Direito, em 2018, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº 191.814. Faz parte do quadro de especialistas do escritório Aparecido Inácio e Pereira Advogados Associados.

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