Com previsão de
agravamento no quadro climático durante o verão de 2025, tomar medidas de
prevenção dos sintomas é essencialFreepik
O aumento das temperaturas e a baixa umidade do ar,
especialmente em períodos de calor extremo, têm impactado diretamente a saúde
da pele, resultando no crescimento de casos de dermatite atópica no Brasil. De
acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), houve um aumento de 11,4% nos
atendimentos para essa condição entre janeiro e julho de 2024, em comparação
com o mesmo período do ano anterior.
Pacientes com essa condição enfrentam sintomas em
média por 90 dias ao ano, segundo um estudo do Instituto Ipsos, realizado em
parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e a
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O calor intenso, o clima seco e as
variações de temperatura, que se tornaram mais frequentes devido ao aquecimento
global, estão entre os principais fatores que agravam os sintomas dessa doença.
Dado que a expectativa é de que o verão de 2025
seja marcado por ondas de calor extremas e longos períodos de seca, serão
necessárias medidas preventivas para minimizar os impactos sobre a saúde da
pele.
"A dermatite atópica está diretamente ligada à
perda de hidratação da pele, que ocorre de forma mais rápida em ambientes
quentes e secos", afirma Julinha Lazaretti, bióloga e cofundadora da
Alergoshop. A especialista ainda explica que a barreira cutânea fica
comprometida, tornando a pele mais suscetível a irritações e inflamações. Além
disso, o suor excessivo e as mudanças bruscas de temperatura também colaboram
para o aumento das crises.
Entenda a condição
A dermatite atópica é uma doença inflamatória
crônica da pele, caracterizada por coceira intensa, ressecamento e o
aparecimento de lesões avermelhadas. É mais comum em crianças, mas pode afetar
adultos, especialmente aqueles com histórico de alergias respiratórias. "É
importante observar os primeiros sinais da dermatite, como coceira persistente,
áreas ressecadas e a presença de inflamações", afirma Julinha Lazaretti.
Os grupos mais vulneráveis são crianças, idosos e pessoas com predisposição
genética a alergias.
Os sintomas podem variar em intensidade, mas, em
geral, incluem manchas vermelhas, pele escamosa e coceira constante. Em alguns
casos, a coceira é tão intensa que pode interferir no sono e na qualidade de
vida dos pacientes. "Identificar a condição logo nos primeiros sinais e
iniciar o tratamento adequado é vital para evitar complicações mais graves,
como infecções de pele", alerta a bióloga.
Como tratar
O tratamento da dermatite atópica envolve uma série
de cuidados diários com a pele, focando na hidratação e proteção contra fatores
desencadeantes. Julinha Lazaretti destaca uma técnica eficaz para aliviar os
sintomas durante as crises, chamada wet wrap (ou
compressa úmida). "Essa técnica ajuda a manter a pele hidratada por mais
tempo, aliviando a coceira e a inflamação", explica.
Para aplicar o procedimento, o primeiro passo é
medir a área afetada e escolher uma faixa que cubra toda a região
confortavelmente. Após isso, hidrate a pele com um creme emoliente ou pomada
indicada pelo dermatologista. Em seguida, umedeça uma compressa de algodão com
água morna e aplique sobre a área, cobrindo-a com uma compressa seca de suplex
para manter a umidade. Deixe a compressa agir por pelo menos duas horas,
preferencialmente à noite, para obter alívio dos sintomas de dermatite e
promover a hidratação contínua da pele.
Além da técnica, outras formas de tratamento incluem o uso de cremes hidratantes e emolientes diariamente, evitando o ressecamento. Banhos rápidos e mornos, utilizando sabonetes neutros, também são recomendados, pois ajudam a preservar a barreira natural da pele. Em casos mais graves, medicamentos tópicos, como corticosteroides e inibidores de calcineurina, podem ser prescritos por um dermatologista para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
Alergoshop
https://alergoshop.com.br/
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