Entenda como fatores genéticos, estilo de vida e até a cor da sua pele influenciam no risco de desenvolver o câncer de próstata, uma das doenças mais comuns entre os homens.
Quando se fala em saúde masculina, o câncer de próstata é
sempre um dos temas de maior preocupação e, por um bom motivo: esse tipo de
câncer é o segundo mais comum entre homens no mundo todo. Somente no Brasil,
mais de 68 mil novos casos são diagnosticados todos os anos. Mas por que alguns
homens desenvolvem a doença enquanto outros não? E, mais importante, o que
podemos fazer para diminuir esse risco?
Para entender melhor esse assunto, é essencial explorar as principais causas e
fatores de risco associados ao câncer de próstata. Embora algumas delas não
possam ser alteradas, como idade e genética, há outras que dependem diretamente
de nossos hábitos e escolhas de vida. Dr. Alexandre Sallum Bull, urologista e
especialista no cuidado integral da saúde, explica quais são os maiores vilões
e como é possível se proteger.
O tempo é um fator que
não podemos ignorar
Se você é um homem acima dos 50 anos, o risco de desenvolver câncer de próstata
já é consideravelmente maior do que o de alguém mais jovem. Na verdade, mais de
70% dos casos ocorrem em homens com mais de 65 anos. Mas por que isso acontece?
À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas transformações
celulares, e a próstata, um órgão altamente dependente de hormônios, é
especialmente vulnerável a essas alterações. Com o tempo, há uma maior
probabilidade de mutações, o que pode levar ao desenvolvimento de um tumor.
Portanto, a recomendação é começar o rastreamento a partir dos 50 anos ou mais
cedo, se houver histórico familiar.
Genética
Se o seu pai, avô ou irmão teve câncer de próstata, é hora de redobrar a
atenção. Homens com um histórico familiar da doença têm um risco
significativamente maior de desenvolvê-la. E não estamos falando de um pequeno
aumento — em alguns casos, o risco pode ser até duas vezes maior!
A genética desempenha um papel fundamental. Certas mutações, como nos genes
BRCA1 e BRCA2, que também estão ligados ao câncer de mama e ovário nas
mulheres, podem predispor os homens ao câncer de próstata. O rastreamento
genético é importante nesses casos, pois pode orientar medidas preventivas mais
agressivas.
Dieta: você é o que
você come
Você sabia que o que você coloca no prato diariamente pode influenciar
diretamente a saúde da sua próstata? Dietas ricas em gorduras saturadas, como
carnes vermelhas e laticínios integrais, estão associadas a um maior risco de
câncer em geral.
Quando a alimentação é pobre em frutas e vegetais e excessiva em alimentos
processados e ricos em gorduras, há uma tendência ao aumento da inflamação e à
disfunção celular. Isso, aliado a um estilo de vida sedentário, cria um
ambiente propício para o desenvolvimento do câncer.
Por outro lado, incluir no cardápio alimentos ricos em antioxidantes, como
tomate (rico em licopeno), brócolis e outras verduras crucíferas, pode ter um
efeito protetor. “Pequenas mudanças no estilo de vida, como aumentar a ingestão
de frutas cítricas e diminuir o consumo de carnes gordurosas, podem fazer uma
grande diferença”, aconselha o Dr. Alexandre Sallum Bull.
Sedentarismo: a falta
de movimento que pode custar caro
Manter-se ativo não só ajuda a controlar o peso, mas também reduz os níveis de
hormônios e fatores de crescimento que alimentam o crescimento do câncer.
Estudos mostram que homens que praticam atividade física regularmente têm um
risco menor de desenvolver formas agressivas de câncer de próstata.
Um estilo de vida sedentário aumenta a inflamação no corpo e contribui para um
ambiente metabólico propício ao crescimento tumoral. Isso porque a falta de
atividade física afeta a maneira como nosso organismo processa hormônios como a
testosterona, que tem um papel direto no desenvolvimento desse tipo de câncer.
Prostatite como um
alerta
Prostatite, ou inflamação crônica da próstata, pode ser um fator de risco
subestimado. Quando a glândula prostática está inflamada de forma recorrente, o
corpo tende a responder com renovação celular constante, o que pode predispor a
mutações e, consequentemente, ao câncer.
“Se você sofre com sintomas persistentes de dor ao urinar, desconforto na região pélvica ou micção frequente, é importante investigar. A prostatite crônica pode não ser apenas um problema incômodo, mas um sinal de alerta para algo mais sério”, alerta o médico.
Prevenção
Então, como se proteger? Entender quais são os fatores de risco e como eles se aplicam
ao seu caso pessoal é essencial. Isso permite um acompanhamento mais
personalizado e intervenções precoces que salvam vidas.
Manter uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente, evitar exposição
a toxinas e fazer exames anuais de PSA e toque retal a partir dos 50 anos (ou
antes, se houver histórico familiar) são atitudes que podem fazer toda a
diferença.
O Dr. Alexandre Sallum Bull conclui destacando que o câncer de próstata é uma
doença complexa e silenciosa, mas a boa notícia é que grande parte dos casos
pode ser tratada com sucesso quando detectada precocemente. Entender os fatores
de risco e adotar medidas preventivas desde cedo pode não apenas proteger a
saúde da próstata, mas também proporcionar uma vida longa e saudável.
Se você ou alguém que você conhece está em um grupo de risco, não espere. Procure orientação especializada e fique atento aos sinais — sua saúde vale esse cuidado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário