Pesquisas apontam
que investir em saúde mental pode transformar a cultura organizacional e
impulsionar resultados. Empresas e líderes empresariais têm mais oportunidades
de priorizar o bem-estar dos funcionários
Dificuldade em lidar com a rotina e falta de
energia, sentimentos de incapacidade, preocupação e ansiedade excessivas,
tristeza e distúrbios do sono, são sinais que podem indicar que a saúde mental
está em risco. Diversas pessoas ao nosso redor estão passando por essas
situações ou já superaram esses desafios no passado; Flávio Cavalcante,
voluntário do PMI e gerente de projetos, se considera alguém que adquiriu
ótimas ferramentas para equilibrar trabalho e saúde mental. No entanto, ele já
passou por “ansiedade, frustração e desânimo” no passado. Em um ponto de sua
jornada, ele não tinha certeza sobre seu caminho profissional e, por um longo
tempo, rapidamente perdeu o interesse em oportunidades profissionais e nas
empresas em que trabalhava. Isso o levou a ficar ansioso e a ser duramente
criticado por seus pares.
E assim como aconteceu com Flávio, milhares de
pessoas também lutam entre as demandas do trabalho e tentam manter a saúde
mental intacta. De fato, segundo o Ministério da Previdência Social, em 2023, a
depressão e a ansiedade resultaram em 149,3 mil afastamentos por incapacidade
temporária no Brasil. Os transtornos de saúde mental são responsáveis por 38%
de todos os afastamentos concedidos pelo INSS, com um aumento de 30% nas faltas
entre 2020 e 2022, (Panorama da Saúde Mental nas Organizações Brasileiras -
2023).
Estudos mostram que locais de trabalho que
priorizam o bem-estar mental resultam em equipes mais engajadas e produtivas.
No entanto, dados da Fundação Getúlio Vargas (2022) indicam que 63% dos
profissionais com transtornos mentais não receberam apoio de seus líderes,
enquanto 48% sentiram que as empresas demonstraram pouca preocupação com o bem-estar
de seus funcionários.
Com o aumento dos casos de depressão, ansiedade e
burnout, em março deste ano, uma lei sancionada pelo Governo criou uma
certificação para empresas que promovem a saúde mental de seus funcionários.
"Na minha busca por propósito, comecei a aprender mais sobre gerenciamento
de projetos e dei uma guinada na minha vida", diz Flávio Cavalcante, que,
além de servir a comunidade de gerenciamento de projetos do PMI como
voluntário, hoje é professor, autor e entusiasta de negócios.
Para a head de Comunidade de PMI Latam, Carolina
Latorre, criar um ambiente de segurança psicológica, programas de suporte e
treinamentos de bem-estar são essenciais para que as organizações atraiam e
retenham talentos e promovam um ambiente mais inovador e saudável. “A gestão de
projetos envolve planejar, executar e monitorar iniciativas com objetivos
específicos. Quando aplicada à saúde mental, essa abordagem pode ajudar as
organizações a identificar e implementar políticas de bem-estar, estabelecer rotinas
de feedback e promover uma comunicação aberta entre as equipes.”
Gestão da Saúde Mental
Hoje, Flávio Cavalcante é um gerente de projetos
com grande competência. "Houve uma transformação na minha vida antes e
depois de me tornar gerente de projetos. Antes, eu não tinha direção
profissional e pessoal. Agora, sei exatamente para onde quero ir", diz.
Ele é voluntário no Project Management Institute (PMI) há 18 anos e ajuda
pessoas a aplicar o gerenciamento de projetos em empresas e em suas próprias
vidas.
A cada novo curso e certificação, Flávio aprendeu
mais sobre gerenciamento de projetos, negócios e processos, suas emoções e
habilidades. "Com a minha experiência, criei o Plano Estratégico Pessoal
que me ensinou práticas essenciais para promover a minha saúde mental e da
minha equipe. A primeira coisa importante para a saúde mental é saber o que
você quer construir para sua vida. Essa é a direção", afirma.
Ele também apresenta a teoria 98-2, que ensina a
priorizar o que importa. "A vida compreende 98% das questões importantes,
mas elas não são cruciais. Os 2% restantes são os momentos que importam, como
saúde, família e saúde mental. Foque neles e dedique sua energia",
aconselha.
Para organizações que buscam promover melhor saúde para seus funcionários, Carolina, head de Comunidade de PMI Latam, aconselha: “Criar projetos que incentivem a prática de atividade física, cuidados com a saúde e nutrição, ter uma política de trabalho que equilibre a vida pessoal e profissional para que as pessoas possam ter momentos de descanso e lazer, e investir em um ambiente acolhedor, colaborativo e seguro. Além disso, promover e facilitar a participação em comunidades onde as pessoas sintam um senso de pertencimento — seja relacionado a interesses pessoais ou hobbies como culinária ou esportes, ou comunidades profissionais como o PMI — oferece mais do que apenas oportunidades de aprendizado. Essas comunidades permitem que os profissionais se conectem com outras pessoas e promovam interações humanas significativas, o que pode, sem dúvida, ter um impacto positivo na saúde mental dos funcionários”.
Project Management Institute
www.pmi.org.
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