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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Rejeição é uma ferida emocional


É preciso aprender como se libertar desse sentimento

Aqueles que tem falta de confiança em si mesmos e não conseguem se valorizar costumam sofrer com feridas emocionais, principalmente a rejeição. Desde as primeiras fases da vida, onde esse pensamento se origina de algum momento marcante ou traumático, continua a se perpetuar até a vida adulta.

“Por mais que sintam, a maioria tenta esconder isso, seja rejeitando outras pessoas ou sendo diferente da sua própria personalidade, para buscar aceitação”, afirma Madalena Feliciano, hipnoterapeuta.

Quem se sente rejeitado pode passar a vida toda buscando sentir-se aceito e amado, tentando ser perfeito para obter aprovação dos que estão a sua volta, mas, se não resolver essa ferida, nunca será o bastante.

O sentimento de rejeição como ferida emocional só pode ser acessado através do subconsciente, afinal, é difícil se lembrar como isso começou ou porquê. Muitas pessoas sequer percebem que estão passando por isso.

“O primeiro passo é buscar ajuda. A hipnoterapia vem mostrado grandes resultados em pessoas que sofrem com a rejeição por infligirem esse padrão de pensamento a si mesmas, mesmo quando não estão, de fato, sendo rejeitadas”, conta.

Para acabar com a rejeição interna com a ajuda da hipnose é preciso: reforçar a autoestima, aceitar lembranças do passado como apenas lembranças, perdoar a si mesmo e praticar o amor próprio.

Lidar com feridas emocionais é algo delicado e difícil para quem as sofre, porém, têm solução. Procure o profissional certo para você e liberte-se.





Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta
Rua Engenheiro Ranulfo Pinheiro Lima, nº 118, Ipiranga/SP.



Covid-19: mais de 55% da população brasileira está acima do peso, um dos principais fatores de risco para a doença

Credito: banco de imagens

Saiba como hábitos alimentares e atividade física em casa podem ajudar aumentar a imunidade e eliminar quilos extras durante a pandemia



Mais da metade da população adulta brasileira não tem o peso ideal: são 55,7% com sobrepeso e 19,8% com diagnóstico de obesidade, revela os dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Esses dados crescentes, somados aos estudos recentes sobre o novo coronavírus, alertam que pessoas com IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 30 – caracterizando a obesidade -, são um dos grupos de risco na pandemia pelo Covid-19.

O excesso de peso aumenta, principalmente, o risco de diabetes, hipertensão, os índices de colesterol e triglicérides, além de comprometer o sistema cardiorrespiratório. “Pacientes portadores de obesidade apresentam quadros infecciosos mais prolongados e maior multiplicação do coronavírus. Além disso, não conseguem expandir o tórax adequadamente para obter a quantidade de oxigênio necessária para o organismo e responder aos tratamentos de forma eficaz”, explica a médica endocrinologista especialista em medicina do esporte Andrea Fioretti.

Ela ressalta ainda que os obesos, independente da faixa etária, estão no grupo de risco e precisam começar o quanto antes, medidas para tratar o sobrepeso. “É possível emagrecer de forma saudável e eficaz em casa, adotando mudanças nos hábitos alimentares e praticando uma atividade física moderada, ao menos 150 minutos por semana”.



A dança como atividade física para todos os perfis e idades

Estar sedentário há muito tempo requer cuidado na escolha da atividade física. Ponderar o impacto e optar por uma modalidade que trata prazer e bem-estar, aliando com a segurança de praticar em casa e não correr o risco de lesões, são requisitos que devem ser levados em consideração. “É essencial ter o acompanhamento de um profissional, mesmo que virtualmente, ainda mais neste momento em que estamos enfrentando. Há inúmeros treinamentos disponíveis na internet, mas é fundamental escolher o que trará uma experiência completa e segura”, explica Ludmilla Marzano, especialista em educação de Zumba®.

A dança é uma atividade física que pode ser praticada por todas as idades e em qualquer lugar. Além de promover o condicionamento físico, a prática auxilia no emagrecimento e na tonificação muscular. “Em uma hora de aula de Zumba®, por exemplo, é possível queimar até 1000 calorias”, ressalta a educadora física. Além dos benefícios para o corpo, a dança promove a sensação de bem-estar, pois hormônios como a serotonina e dopamina são ativados, resultando em uma sensação de prazer. “Para quem não gosta de praticar atividade física e se vê obrigado a se exercitar para melhorar a saúde, a dança é a modalidade mais recomendada, porque o aluno se desliga dos problemas, se diverte durante a aula e tem como consequência o emagrecimento”, completa.

A especialista Ludmilla Marzano explica que inicialmente o aluno precisa dançar coreografias que possuem menos saltos e giros para não forçar a musculatura e as articulações. “A Zumba® Gold – segmento da Zumba voltada à terceira idade e às pessoas que não podem sofrer impactos – é excelente para quem está começando a se exercitar. A medida que o aluno vai retomando a confiança em si e o corpo está mais adaptado aos movimentos, podemos migrar para a Zumba® fitness, uma aula que envolve os mesmos ritmos musicais, mas as coreografias vão exigindo um pouco mais da musculatura e do sistema cardiorrespiratório”.

Porém, é importante lembrar que o acompanhamento médico é necessário. Hoje, no Brasil, é possível passar em consulta com especialistas virtualmente, através da telemedicina. Um recurso tecnológico que mantém a segurança do paciente. É o endocrinologista quem vai avaliar cada caso, recomendar a dieta hipocalórica adequada para cada paciente e autorizar a prática da atividade física em casa.

As aulas de Zumba® são realizadas por profissionais especializados, virtualmente. Para ter acesso a um instrutor, acesse o site: http://www.zumba.dance ou encontre um instrutor na sua região pelo site: www.zumba.com.br e solicite a agenda de aulas virtuais.



Acúmulo de gordura nas pernas e braços pode ser sinal de doença vascular


Lipedema é frequentemente confundido com varizes ou retenção de líquidos e causa até mesmo enfraquecimento do cabelo


O lipedema é uma doença vascular crônica, de origem hormonal, que acomete principalmente as mulheres. O quadro é caracterizado pelo depósito de gordura e inchaço localizado nas pernas e braços, com exclusão das mãos e pés. É comum que a paciente sinta dores nas áreas afetadas. Alguns estágios da vida são mais propícios ao seu desenvolvimento, como a puberdade, gravidez e menopausa, justamente por se tratar de um problema que tem sua origem no sistema endócrino. A alimentação também é um fator de grande influência para sua evolução.

O cirurgião vascular e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP), Prof. Dr. Alexandre Campos Moraes Amato, explica que aproximadamente 11% das mulheres são acometidas pelo lipedema. “Estima-se que varizes ocorram em 45% a 50% das mulheres e o lipedema em 11%. Portanto, logicamente, a coexistência existe. Das pacientes com lipedema, 53% têm teleangiectasias e 39% varizes”, esclarece. Por conta da alta incidência da doença e pouca informação da população a respeito, junho é o mês dedicado à sua conscientização.

A doença também é marcada por seu fator hereditário, ou seja, é muito comum que mulheres da mesma família desenvolvam o problema no decorrer das gerações. Apesar de crônico, o lipedema pode ser tratado a fim de amenizar os seus sintomas e o sofrimento da paciente. Além do acúmulo de gordura e a dor eminente, o surgimento de hematomas, peso nos membros e fragilidade capilar são alguns dos sinais que devem ser avaliados por um angiologista ou cirurgião vascular, para identificar a doença. Em geral, a gordura é localizada da altura da cintura até os tornozelos e pode comprometer a mobilidade.

Seu diagnóstico é extremamente necessário, justamente por se tratar de uma doença que pode ser confundida com varizes e linfedema, caracterizado pelo inchaço de membros por meio da retenção de líquidos. Ademais, a lipodistrofia ginoide, conhecida popularmente por celulite, pode ser desencadeada pelo lipedema e causar inflamação e fibrose.

Segundo o Dr. Amato, para que a terapêutica da doença seja eficaz, é necessária uma mudança no estilo de vida da paciente. “O tratamento envolve correção alimentar, exercícios físicos direcionados, correção de hábitos de vida, intervenções medicamentosa e cirúrgica. A abordagem multidisciplinar é muito eficaz e torna possível a melhora de 35% nos sintomas com o tratamento clínico e de 58% no tratamento cirúrgico”, afirma o cirurgião vascular.  


#junholipedema





Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)

Como lidar pessoas com demência no período de isolamento social?


O cenário atual exige bastante habilidade para enfrentar certas questões relacionadas à pandemia e saúde mental . Além da insegurança que envolve essa fase, saber lidar com pessoa com demência durante o período de quarentena é essencial para minimizar os efeitos do isolamento social.

Diante das mudanças repentinas causadas pela necessidade de adequação às 
 medidas de prevenção ao coronavírus  , selecionamos ações que ajudam a minimizar os principais impactos gerados por essa situação. Dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica, apresenta dicas para reduzir os riscos de tais mudanças na rotina dos familiares e dos pacientes com demência, mas antes disso, saiba um pouco mais sobre a demência. Boa leitura!


    Por que a demência pode surgir em qualquer idade?

Entende-se por demência o quadro clínico em que ocorre perda significativa da função cerebral. Essa condição está associada a sintomas que comprometem a qualidade de vida de seu portador.

As características mais comuns da demência são de ordem cognitiva, mas também afetam a linguagem e o comportamento, já que há redução da memória e da capacidade de aprendizado.

Ainda que a 
demência na terceira idade seja mais comum, esse quadro pode surgir em qualquer fase da vida e por diferentes razões. Grande parte das condições de demência apresenta relação direta com outras doenças, que se tornam causas ou agravantes para essa condição clínica.

As demências são divididas em duas classes.


Demências reversíveis  
  • Avitaminoses: associada à insuficiência de vitamina B12.
  • Tumores cerebrais: pode acometer crianças, jovens e adultos.
  • Demências metabólicas: relacionadas aos teores de cálcio, sódio e açúcar no sangue.

Demências degenerativas (e irreversíveis)
  • Alzheimer: associada à degeneração típica do envelhecimento.
  • Demência por doenças infecciosas.
  • Demência vascular: resultante de pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVC).
  • Demência frontotemporal: degeneração cerebral que surge na área do lóbulo frontal e pode afetar o lóbulo temporal

Quais são os impactos do isolamento social para pessoas com demência?

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
revelam que o número global de pessoas que desenvolvem demência é próximo de 10 milhões. Nesse período de isolamento social, seguir os protocolos impostos pelas entidades de saúde pode ser mais difícil para quem cuida de pessoas com demência. Os pacientes com esse problema podem apresentar mais ansiedade, estresse e ficar mais agitados, principalmente diante das atualizações de notícias.

Mesmo que eles não entendam o teor das informações divulgadas pela mídia, o ideal é mantê-los longe dos noticiários sensacionalistas, que aproveitam a ocasião para causar pânico desnecessário. Durante a quarentena, essas dificuldades são ainda maiores por causa da necessidade de evitar o contato pessoal e manter os cuidados com os hábitos de higiene, como a lavagem de mãos.

Independentemente da faixa etária do paciente, as condições de saúde que acompanham os quadros demenciais sugerem mais cuidado com esses indivíduos. Como a memória recente é a mais prejudicada, é preciso lembrar constantemente da higienização pessoal e da importância de ficar em casa para reduzir o risco de contaminação pelo coronavírus.

Por isso, familiares, cuidadores de idosos ou outros profissionais responsáveis por pacientes com demência necessitam de um preparo especial para aliviar a tensão típica da quarentena e superar os desafios intrínsecos a esse período. Esse trabalho exige habilidades especiais e um suporte emocional adequado, já que a demência impacta diretamente no comportamento dos pacientes com esse perfil.

Como lidar com uma pessoa com demência durante a quarentena?


Para os portadores de demência, a importância da luta contra a disseminação do coronavírus assume uma conotação ainda maior: eles não compreendem o que se passa, mas necessitam de atenção e cuidados em tempo integral. Esses pacientes exigem suporte especial, pois na eventualidade de uma contaminação, será mais difícil extrair alguma informação deles na hora de avaliar os sintomas da doença.

Vale lembrar que o paciente com suspeita de Covid-19 só deve ser levado a uma unidade de saúde se apresentar febre alta ou se você perceber dificuldades para respirar. Por segurança, é recomendável que ele seja levado a um 
hospital de referência em saúde mental.

Além disso, destacamos mais algumas dicas que podem ser úteis para lidar com pessoas com demência na quarentena. Observe quais são elas:
  

  • coloque placas com desenhos de lavagem de mãos no banheiro e em outros lugares visíveis para lembrá-las dessa medida tão importante no combate ao coronavírus;
  • demonstre frequentemente como é feita uma lavagem cuidadosa das mãos, explicando o passo a passo desse procedimento;
  • reforce a importância do sabão ou da higienização com o álcool gel;
    crie uma rotina específica, com horários determinados para a higienização pessoal (banho e lavagem das mãos);
  • mostre videos no celular para lembrar da importância de lavar as mãos;
  • mantenha a pessoa ativa, com exercícios que podem ser feitos em casa;
  • procure manter a conexão com outros familiares que fazem parte da rotina do paciente;
  • promova atividades de entretenimento e criatividade para tornar a estada em casa mais agradável e tranquila;
  • tenha o cuidado de utilizar luvas e máscaras durante o contato com o paciente ou entes queridos.

O que fazer se uma internação for necessária durante o período?

Cuidar de pessoas com dificuldades mentais como a doença de Alzheimer ou outro tipo de comprometimento psíquico costuma ser um processo desafiador. Durante a quarentena, essa responsabilidade se torna ainda maior, já que é preciso se proteger do contágio pelo coronavírus e garantir que os portadores de demências também sejam protegidos e tenham suas necessidades atendidas.

Muitos pacientes com esse quadro podem apresentar confusão mental e não conseguir expressar o que realmente sentem. O ideal é se atentar aos primeiros sinais da doença. Caso haja suspeita de contaminação pelo coronavírus, busque orientação médica imediatamente. Por precaução, esse contato inicial deve ser feito pela internet ou por telefone. Nos casos mais graves, a internação pode ser necessária.

É mais difícil manter a pessoa com demência em casa na quarentena. Mesmo no período de isolamento social, a internação pode ser uma excelente alternativa para garantir a proteção e o tratamento especializado em reabilitação da 
saúde mental. Vale destacar que o Hospital Santa Mônica segue as orientações da OMS para o cumprimento das normas de prevenção contra o Covid-19 e a promoção da saúde integral dos pacientes.  




Hospital Santa Mônica - Itapecerica da Serra - SP
(011) 4668-7455
(011) 99667-7454
contato@hospitalsantamonica.com.br
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Clínica Integrativa - São Paulo - SP
(011) 3045-2228
contato@hospitalsantamonica.com.br
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Junho Vermelho: quem pode ser doador de sangue?


Hematologista lista requisitos para ser doador, um deles, no Brasil, é não ter tido câncer


Neste mês ocorre a campanha Junho Vermelho, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. Com a grande movimentação da ação, que envolve a imprensa, muitas pessoas procuram centros de doação com intuito de ajudar e acabam se frustrando com a lista de requisitos para ser doador.  Segundo o hematologista Paulo Vittor, do Grupo SOnHe, é preciso cuidado com a seleção de doadores e ainda, no Brasil, seguir uma legislação. “A primeira informação que devemos saber é que a doação é um procedimento extremamente seguro, que costuma acarretar pouco ou nenhum risco para a população em geral. Porém, em grupos específicos, como pacientes com doenças cardíacas, a retirada do volume de sangue necessário pode acarretar efeitos colaterais. Para nós, médicos, a segurança do doador é prioridade, tornando esse risco inaceitável. E ainda, há uma serie de leis que devem ser seguidas”, explica o médico.

Um dos itens da legislação brasileira de doação de sangue tem sido alvo de debates frequentes, que é o doador não pode ter tido câncer. “Os únicos tipos de tumores que não contraindicam a doação são o carcinoma basocelular (um tipo de tumor de pele) e carcinoma de colo uterino. Tal proibição deve-se ao risco teórico de que células cancerígenas do doador possam ser transmitidas pelo sangue e se implantem no receptor. Até o momento, não há comprovações científicas contundentes de que pacientes curados de suas neoplasias sejam capazes de transmiti-las pela doação de sangue. Inclusive, alguns países como EUA e Austrália permitem a doação de pacientes com história prévia de câncer, desde que este estejam curados e o tratamento tenha acabado há mais de um ano”, conta.

Para o hematologista, com a demanda crescente do uso de sangue há necessidade de ter cada vez mais doadores. “Com esse crescimento em breve será necessário rever esses critérios atuais. Não só permitindo pacientes com neoplasias curadas e mais tantas outras restrições sem embasamento científico claro, sejam incluídas nos requisitos para ser doador”, espera o médico.

No Brasil, a lei atual permite doação a partir dos 16 anos de idade, sendo que para aqueles que ainda não completaram 18 é necessária aprovação por escrito de um responsável legal. É necessário também ter peso mínimo de 50kg. Isso porque, por motivos técnicos, a quantidade de sangue doada é padronizada, ou seja, independente de pesar 50kg ou 100kg, o volume de sangue retirado é o mesmo, que pode não ser tolerado caso o doador tenha baixo peso. A doação de sangue também não é permitida durante a gestação e nos 12 primeiros meses após o parto, caso a candidata esteja amamentando. Não é necessário jejum para doar sangue, apenas é recomendado que se evite refeições gordurosas antes da doação.

O especialista ressalta a importância da relação aos hábitos de vida. “É necessário que o candidato tenha parceiro (a) sexual fixo, sem relações ocasionais com terceiros, há pelo menos seis meses. O candidato deve ter boas condições de saúde. Porém, algumas doenças não impedem a doação, desde que controladas, tais como hipertensão, dislipidemia, o famoso “colesterol alto”, hipotiroidismo, entre outras. Já antecedente de neoplasia maligna, mesmo que curada, diabetes insulino-dependente, infecção prévia por HIV, hepatite C ou B e doença de chagas, doença cardíaca importante e outras doenças graves excluem definitivamente o candidato à doação”, orienta Dr. Paulo.

Para quem não pode doar, o médico afirma que existem outros meios extremamente válidos de ajudar nesta causa. “Conversar com amigos e familiares sobra a importância de ser doador, divulgar e apoiar campanhas de doação, compartilhar informações de qualidade, entre várias outras, são ferramentas importantíssimas na captação de novos doadores. Todo auxílio é válido para continuar a permitir que este ato de solidariedade continue a salvar vidas por todo o mundo”, finaliza Dr. Paulo.





Paulo Vittor - graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, com especialização em Clínica Médica na mesma instituição. Posteriormente, cursou Hematologia e Hemoterapia na Unicamp. Paulo faz parte do corpo clínico de hematologistas do Grupo SOnHe e atua no Hospital Santa Tereza e na Santa Casa de Valinhos.



Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia
Redes Sociais @gruposonhe.


Por que testar pessoas assintomáticas é importante no combate ao coronavírus?


Tema voltou a ser debatido na OMS e segundo a entidade de Saúde as pessoas assintomáticas também podem transmitir o vírus; Entenda porque é importante realizar a testagem neste grupo


A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a afirmar nesta terça-feira (9) que as pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas que não possuem sintomas, também transmitem o vírus. O comunicado, emitido após uma integrante do órgão dizer que esse tipo de contágio “parece raro”, reforça que, sem vacinas ou medicamentos eficazes comprovados as estratégias de distanciamento social e testagem em massa da população continuam sendo os maiores aliados contra a propagação da pandemia de Covid-19.

Para a OMS, é certo que mesmo as pessoas sem sintomas, mas que testam positivo, são capazes de passar o novo coronavírus (SARS-CoV-2) para outros indivíduos. O que ainda não se sabe é o potencial de transmissibilidade dos assintomáticos. De acordo com o doutor em Genética e Biologia Molecular e CEO da BiomeHub, Luiz Felipe Valter de Oliveira, as incertezas demonstram que é importante a testagem em massa também nas pessoas que não possuem sintomas como uma das medidas de bloqueio para reduzir o número de infectados.

Primeiro, porque a identificação rápida de alguém infectado permite monitorar esse indivíduo e iniciar de forma precoce o tratamento em caso de evolução da doença, bem como a possibilidade de monitorar também as pessoas que mantiveram contato próximo com este assintomático, reduzindo o potencial de transmissão comunitário. A testagem nesse grupo também possibilita projeções mais assertivas dos órgãos de saúde quanto a real situação da pandemia e demandas do sistema. A medida também contribui para o retorno seguro às atividades econômicas.

— Os assintomáticos parecem ser peça importante para a dispersão do vírus, tanto na perspectiva populacional quanto no contexto econômico e dos serviços essenciais (que não podem parar), colocando em risco a saúde dos demais colaboradores e das operações dessas atividades. Por isso, estabelecer processos e protocolos para o monitoramento e identificação em massa dos casos assintomáticos, mas portadores do vírus SARS-CoV-2, torna-se fundamental para o controle da dispersão do vírus na população e uma ferramenta de gestão de risco para indústrias e serviços essenciais — considera Oliveira.


Testes de triagem molecular em pessoas assintomáticas

A testagem em larga escala de pessoas assintomáticas já é uma estratégia que está em curso no Brasil, liderada pela empresa de biotecnologia BiomeHub, que estabeleceu parcerias com entidades públicas e privadas nos estados do Sul, Sudeste e Nordeste, e atualmente realiza um teste de triagem molecular em grupos para viabilizar a retomada da atividade econômica com segurança. Cerca de 40 empresas e entidades brasileiras já aderiram ao sistema de testagem, permitindo que mais de 30 mil trabalhadores realizem suas atividades laborais com segurança. A estimativa é de que até julho o monitoramento seja multiplicado por dez.

          Conhecido como “teste em pool”, o método se baseia em testar ao mesmo tempo as amostras de até 16 pessoas. Nesse modelo de testagem em grupo, são coletadas duas amostras de nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta) de cada indivíduo assintomático. Um dos materiais coletados fica reservado em um tubo individual, enquanto a outra amostra é testada no modo coletivo (mais barato) no método RT-PCR, o padrão ouro para detecção da infecção pelo novo coronavírus. Caso alguém do grupo esteja contaminado, são realizados os testes individuais e os mesmos ficam isolados até a descoberta de quem do grupo está infectado pela doença. Em caso de o “grupo testar negativo”, todos são liberados com um único teste. Nesse modelo de monitoramento, os testes são repetidos a cada 15 dias para garantir a continuidade dos serviços em segurança. A capacidade atual de testagem desse método no laboratório da BiomeHub, em Florianópolis, é de até 20 mil testes por dia.


Cardiopatia congênita afeta 29 mil crianças/ano e 6% morrem antes de completar um ano de vida



12 de junho é o Dia Nacional de Conscientização da doença e reforça a importância do diagnóstica precoce


A cardiopatia congênita é um grupo de anormalidades na estrutura do aparelho cardiocirculatório, secundária a uma alteração no desenvolvimento embrionário, que pode surgir nas primeiras oito semanas da gestação, quando se forma o coração do bebê, causando insuficiência circulatória e respiratória, o que pode comprometer a qualidade de vida do paciente.

Estima-se, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cerca de 130 milhões de crianças no mundo tenham algum tipo de cardiopatia congênita. Uma relação de um caso a cada cem nascimentos, segundo a American Heart Association, chegando a 1,35 milhão de doentes por ano. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são dez casos a cada mil nascidos vivos, estimando em 29 mil o número de crianças que nascem com cardiopatia congênita por ano e cerca de 6% delas morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

Por isso, diagnosticar precocemente é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. “As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de mortalidade infantil e por não serem evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença”, explica Klebia Castello Branco, presidente do Departamento de  Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica (DCC/CP) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Para reforçar essa importância e os desafios do acesso integral à saúde aos portadores dessa doença, é comemorado na nesta sexta-feira,12 de junho, o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A data também é uma forma de homenagear pais, familiares, profissionais e demais pessoas que lutam pela vida e enfrentam as dificuldades dessas enfermidades.

Em muitos países do hemisfério norte essa data já é institucionalizada e faz parte do calendário, a exemplo dos Estados Unidos, onde é comemorado em 14 de fevereiro (Valentine’s Day).  No Brasil, a data escolhida seguiu a alusão americana, com uma adaptação à nossa cultura para o Dia dos Namorados, no mês de junho. “Esse dia deve ser instrumento de conscientização para que as informações cheguem ao maior número possível de pessoas, ampliando as chances para mais e mais crianças conseguirem o tratamento necessário”, reforça Klebia.


Atendimento especializado

Presente desde o nascimento, as cardiopatias congênitas podem ser diagnosticadas mais tardiamente, includive na fase adulta, mas com a melhora do tratamento é possível viver satisfatoriamente. Entre os possíveis fatores de causas da doença estão algumas condições maternas, como diabetes mellitus, hipertensão, lúpus, infecções como a rubéola e a sífilis, uso de medicamentos e drogas e histórico familiar. Pais e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar um bebê cardiopata. 

Muitas mães só descobrem que seu bebê tem algum problema no coração após o nascimento quando o Teste do Coraçãozinho é realizado. Esse exame deve ser feito nos primeiros dias de vida da criança, ainda na maternidade. O teste é feito com um oxímetro, que mede o nível de oxigênio no sangue do bebê e seus batimentos cardíacos – é um exame de baixo custo, rápido, não invasivo, indolor e obrigatório, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Contudo, o diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal, único exame capaz de detectar uma cardiopatia congênita enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe, feito entre 21 e 28 semanas de gestação. “Esse diagnóstico ainda na gravidez pode salvar muitas vidas, pois algumas cardiopatias precisam de intervenção e centro especializado assim que o bebê nasce. No país, pelo menos 50% dos casos são diagnosticados no pré-natal”, explica a cardiologista pediatra.

Infelizmente, esse exame não está no protocolo padrão do pré-natal e é solicitado apenas quando há casos antecedentes de cardiopatia congênita na família, ou alteração nos ultrassons.

Por isso, o acompanhamento médico no pré-natal é importante para o diagnóstico, caso existam fatores que levantem a suspeita clínica de problemas cardíaco-fetais. O ultrassom morfológico também pode apontar indícios de cardiopatia.

O Ministério da Saúde informa que o SUS conta com profissionais qualificados para identificar os sinais e sintomas das cardiopatias, diagnosticá-las e prover o acompanhamento apropriado. O Brasil possui 69 unidades de saúde públicas, distribuídas em 20 Estados e no Distrito Federal, para realizar cirurgias cardiovasculares pediátricas. Considerando que 80% das crianças cardiopatas precisam ser operadas em algum momento da vida – e que metade delas precisa da cirurgia no primeiro ano de vida –, o governo federal percebeu que era preciso ampliar o número de procedimentos realizados no sistema público que, em 2017, foi abaixo de dez mil. Dados do MS de 2018 mostram que foram a óbito por malformações congêntias do coração e doenças do aparelho circulatório 3.603 crianças.

Para melhorar a rede de atendimento, o MS lançou, em 2017, o Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita. Na ocasião, houve o reajuste dos valores pagos por 49 procedimentos de cirurgia cardiovascular pediátrica, com um aumento médio em torno de 60%. Além disso, foi modificado o tipo de financiamento federal, passando o custeio dos procedimentos a ser realizado por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), instrumento que assegura o pagamento pós-produção dos procedimentos realizados sem qualquer interferência por parte das decisões em saúde locais.


Desafios no acesso e atendimento 

Ainda que tenham ocorrido avanços no acesso dos cardiopatas ao tratamento cirúrgico, é necessário manter as ações conduzidas desde então e incentivar outras medidas propostas pelo plano do governo federal, entre as quais a ampliação do acesso ao diagnóstico e a capacitação da equipe multidisciplinar no cuidado.

Klebia Castello Branco acredita ser o atendimento integral a criança com cardiopatia no Brasil um do maiores desafios do SUS, pelas dimensões continentais do país, distribuição geográfica desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia cardíaca pediátrica e ausência de serviços especializados em alguns Estados, das regiões Norte e Nordeste, existindo ainda anomalia que não é diagnostica e, consequentemente, não tratada adequadamente. Mesmo na rede privada, há Estados que não possuem equipes multiprofissionais especiazadas para o atendimento dessa parcela da população e o atendimento precisa ser feito em centros especializados de alta complexidade. “Sabemos que existe um déficit de diagnósticos e de tratamento dessas crianças. Mesmo quando detectado o problema, muitos pacientes não têm a chance de tratamento ideal ou são tratadas tardiamente. A expectativa de todo cardiopata, bem como de seus familiares, é a garantia do acesso e do cuidado integral, resolutivo e de qualidade“, destaca.

O tratamento clínico da cardiopatia congênita é feito conforme o quadro que a criança apresenta. Algumas cardiopatias congênitas não necessitam de tratamento, uma vez que podem apresentar cura espontânea. As cardiopatias que evoluem de forma mais grave geralmente apresentam a opção de tratamento cirúrgico, algumas vezes realizado já no período neonatal, outras vezes no lactente ou criança maior, conforme a necessidade.

Atualmente, há a opção do cateterismo cardíaco terapêutico, que pode realizar procedimentos paliativos e até mesmo curativos. Com a melhoria do tratamento clínico e cirúrgico, a maioria dos pacientes atinge a idade adulta. Há países em que existem mais adultos que crianças com cardiopatia congênita.

A apresentação clínica da doença é bastante variável, incluindo formas assintomáticas e detectadas apenas com exame físico minucioso. Os sintomas mais comuns são falta de ar, cansaço aos esforços, cianose (coloração azulada da pele), arritmias, síncope, hipertensão arterial, entre outros, e cansaço às mamadas, no caso dos bebês.

Os cardiologistas são unânimes em afirmar que o ideal é corrigir o defeito estrutural. Segundo eles, de acordo com o caso, o bebê pode sofrer uma intervenção ainda no útero, ser submetido à cirurgia imediatamente após nascer ou, também aguardar meses ou anos para chegar ao centro cirúrgico.




SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

4ª edição do Junho Lilás reforça a importância de se ampliar o Teste do Pezinho em meio à pandemia de COVID-19


Campanha lançada pelo Instituto Jô Clemente (antiga APAE de São Paulo) em parceria com a Unisert conscientiza a sociedade sobre a necessidade de expandir o acesso ao Teste do Pezinho Ampliado

Com o objetivo de conscientizar o poder público e a sociedade civil sobre a importância de se expandir o acesso da população ao Teste do Pezinho Ampliado, especialmente em meio à pandemia do novo coronavírus, o Instituto Jô Clemente (antiga APAE DE SÃO PAULO) e a União Nacional dos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (Unisert) lançam em 6 de junho, Dia Nacional do Teste do Pezinho, a campanha Junho Lilás, com a hashtag #VamosDarMaisUmPasso.

“Nosso foco este ano é orientar a sociedade sobre a necessidade da ampliação do teste do pezinho para o diagnóstico precoce de até 50 doenças, incluindo as doenças raras, que demandam intervenções clínicas emergenciais e tratamentos específicos”, afirma Daniela Mendes, superintendente-geral do IJC. Segundo ela, “é importante darmos mais um passo para expandir o acesso a esses diagnósticos a toda a população, pois sabemos que quanto antes iniciarmos os tratamentos adequados, mais chances a criança terá de se desenvolver com saúde e qualidade de vida”, comenta.

No dia 5 de junho haverá o pré-lançamento da campanha, que está em sua 4ª edição consecutiva. Na ocasião, a doutora Ana Escobar, médica pediatra e embaixadora oficial de saúde do Instituto Jô Clemente, participará de uma live, que será realizada às 18h30, e terá a presença da neurologista infantil Fernanda Monti, consultora de erros inatos do metabolismo, e da farmacêutica bioquímica e supervisora do Laboratório da Organização, Sonia Hadachi. Os internautas poderão assistir o evento, que será mediado pelo gerente do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) do IJC, Edward Yang,  pelo Facebook da Organização (facebook.com/institutojoclemente/).


A importância da realização do teste do pezinho ampliado

O Teste do Pezinho oferecido na rede pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contempla a análise de somente seis doenças (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência Biotinidase). Já o teste ampliado pode detectar até 50 doenças* sendo disponibilizado atualmente apenas nas maternidades privadas.

De acordo com o médico imunologista e consultor técnico do Laboratório do Instituto Jô Clemente, doutor Antonio Condino Netto, principalmente em razão da pandemia do novo coronavírus, as análises deveriam ser ampliadas. “Quanto mais doenças raras a triagem neonatal puder detectar, melhor para a saúde do bebê”, diz. “Em tempos de pandemia, mais do que nunca, é necessário que os bebês tenham acesso a exames mais completos, para evitarmos sequelas e problemas sérios de saúde na criança”, comenta. “Estamos nos movimentando para que a Agência Nacional de Saúde (ANS) e o Ministério da Saúde (MS) insiram no rol dos exames obrigatórios o Teste do Pezinho Ampliado, que contempla até 50 doenças, incluindo a Imunodeficiência Combinada Severa (SCID) e a Agamaglobulinemia (Agama), duas doenças graves em que a criança nasce sem o sistema imunológico completamente formado fica suscetível a diversas enfermidades, podendo ir a óbito antes de um ano de vida se não houver o diagnóstico e a intervenção precoce”, explica.

A neurologista infantil Fernanda Monti reforça a necessidade de se expandir o acesso ao Teste do Pezinho Ampliado para toda a população e lembra que agora é o momento de cuidar dos bebês e garantir o acesso aos exames para evitar doenças raras e graves, além da deficiência intelectual, que ocorre em muitos casos. “Para isso, precisamos que os bebês passem pela coleta e, se possível, façam o Teste do Pezinho Ampliado, que contempla a análise e o diagnóstico de 50 doenças genéticas, metabólicas e imunológicas”, explica.

A médica diz ainda que “nos primeiros dias de vida, a maior parte das crianças não manifesta sintomas de diversas doenças, mas isso não quer dizer que não exista algo. É por esse motivo que o Teste do Pezinho é feito após as primeiras 48 horas e até o 5º dia de vida do bebê. Esse é o período mais adequado para detectarmos precocemente anormalidades, mesmo assintomáticas, como ocorre na maior parte dos casos. Quando os sintomas aparecem sem que haja um diagnóstico precoce, pode ser tarde”, comenta. “O grande número de erros no metabolismo existentes pode resultar em quadros clínicos diversos, variando desde pacientes assintomáticos até casos mais graves, incluindo situações em que o bebê vai a óbito. O foco da triagem neonatal ampliada é evitar sequelas como a deficiência intelectual, além de melhorar a qualidade de vida do paciente tratado precocemente e melhorar o custo efetividade do sistema de saúde. Frisamos, ainda, que é fundamental estar atento às manifestações clínicas. Esse é o primeiro passo para o diagnóstico”, completa.

Sonia Hadachi comenta que a disponibilidade do Teste do Pezinho Ampliado a todos os bebês geraria uma redução de custo aos cofres públicos. “Temos como base um artigo (Feuchtbaum et al), publicado no início dos anos 2000, na Califórnia (EUA). Nesse estudo, feito com 540 mil bebês que tiveram acesso ao Teste do Pezinho Ampliado, houve uma economia de até US$ 9 milhões ao longo dos anos com custos esperados para cuidados médicos durante a vida. O artigo mostra que 83 crianças apresentaram diagnóstico positivo para pelo menos uma doença. Aqui no Brasil, como o teste ampliado com 50 doenças ainda não é disponibilizado pelo SUS, fica difícil a mensuração dos ganhos ao realizar rapidamente o diagnóstico precoce, principalmente  quando pensamos em tempo de internação, exames confirmatórios e demais custos associados. Ainda não existem estudos que mostrem essa redução no impacto financeiro, mas acreditamos que a prevenção e o diagnóstico precoce sempre são o melhor caminho para evitar custos maiores, por isso, é necessário que o poder público e a sociedade se engajem nessa causa e busquem essa ampliação”, diz.

Pioneiro na realização do exame no país, o Instituto Jô Clemente implantou o Teste do Pezinho no Brasil em 1976 e, desde 2001, é um Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) credenciado pelo Ministério da Saúde, tendo sido um dos principais responsáveis pelo surgimento das leis que obrigam e regulamentam esta atividade, que se tornou conhecida por "Teste do Pezinho”.

Atualmente, a Organização é responsável pela realização da triagem de 80% dos bebês nascidos na capital paulista e 67% dos recém-nascidos do Estado de São Paulo, por meio do SUS (293 mil) e de maternidades e hospitais privados (103 mil, sendo 28% de testes ampliados).

O Laboratório do Instituto Jô Clemente é o maior do Brasil em número de exames realizados e desde a sua implantação triou mais de 16,5 milhões de crianças brasileiras. Somente em 2019, foram triados 395.281 bebês na Instituição, totalizando 2.635.283 exames. Sonia Hadachi afirma que a Organização também tem um sistema de Busca Ativa. “Esse e um sistema muito importante, porque realiza a convocação imediata de todos os recém-nascidos que apresentam alteração no Teste do Pezinho. Caso seja solicitada a recoleta, é fundamental fazê-la imediatamente”, explica.

O Instituto Jô Clemente possui ainda o Ambulatório de Triagem Neonatal, com equipe interdisciplinar para orientação e tratamento dos casos confirmados. Por se tratar de um serviço essencial, a equipe do ambulatório continua trabalhando e atendendo presencialmente os casos em que há diagnósticos positivos para realizar os exames confirmatórios e dar as primeiras orientações aos pais. “Esse é um trabalho essencial que fazemos e que não podemos parar, mesmo com a pandemia, pois nunca se sabe quando teremos um caso positivo de alguma doença para tratar, por isso, estamos cumprindo todas as recomendações das autoridades sanitárias para fazer os atendimentos presenciais”, diz Fernanda Monti.


Teste do Pezinho é um direito do bebê

A supervisora do Programa Jurídico-Social do Instituto Jô Clemente, Luciana Stocco, explica que muitas vezes os pais deixam de levar os filhos para fazer a coleta em algumas regiões do país porque não sabem que o Teste do Pezinho é um direito da criança. “É importante frisarmos que o Teste do Pezinho Básico, contempla seis doenças, é gratuito e deve ser oferecido a todos os bebês nascidos no Brasil, pois é um direito da criança sendo disponibilizado no SUS e regulamentado pela Portaria n. 822 do MS de 06 de junho de 2001”, diz. Segundo ela, ninguém pode negar ao bebê o direito à saúde e à vida. “Por isso o Teste do Pezinho é essencial e, quanto maior o número de doenças contempladas, mais fácil será garantir o cumprimento dos direitos da criança a um desenvolvimento saudável e seu pleno desenvolvimento social, recebendo os acompanhamentos multidisciplinares adequados”, afirma.

Doutor Caio Bruzaca, geneticista do Ambulatório de Diagnósticos do Instituto Jô Clemente, explica que ainda há muita desinformação a respeito do Teste do Pezinho no país. “Além de muitos pais não saberem desse direito, ainda vemos muitas pessoas que acham que o Teste do Pezinho é um carimbo da impressão digital do pé do bebê que se faz na maternidade e que não tem nenhuma utilidade, mas nosso papel, acima de tudo, é esclarecer que o Teste do Pezinho é um procedimento extremamente seguro e confiável em que, por meio de poucas gotas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, é possível se detectar um número grande de enfermidades para que sejam feitas as intervenções necessárias imediatamente. Há casos de doenças, como a hiperplasia adrenal congênita, por exemplo, em que a criança tem poucos dias de vida se não tratada com urgência”, explica. “O primeiro passo para se ter saúde é respeitar o direito à prevenção, que é o principal objetivo do Teste do Pezinho. Por meio do diagnóstico precoce, é possível prevenir ou amenizar complicações que podem ser crônicas. Agora, diante desse cenário em que é preciso garantir a imunidade de todos, em especial por causa da pandemia, precisamos dar mais um passo no sentido da ampliação do Teste do Pezinho para todos os bebês”, finaliza.


*Doenças triadas no Teste Ampliado

§  AAAC (Aminoacidopatias e Distúrbios do Ciclo da Uréia / Distúrbios Ácidos Orgânicos / Distúrbios de Oxidação dos Ácidos Graxos) - Perfil TANDEM MS / MS que inclui a detecção de 38 doenças

§  Galactosemia

§  Leucinose

§  Deficiência de G6PD

§  Toxoplasmose Congênita

§  Imunodeficiência Combinada Grave e Agamaglobulinemia (SCID E AGAMA)






Instituto Jô Clemente
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5080-7000, pelo site www.ijc.org.br


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