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quinta-feira, 13 de junho de 2019

Mobilidade digital: transformação e oportunidade


Ante aos crescentes movimentos disruptivos, pesquisas que apontam para um futuro em que consumidores preferirão usufruir de um automóvel a possuí-lo, e poucas certezas além da que é preciso tomar decisões agora, os OEMs do setor automobilístico fazem alianças para o atendimento das demandas de 2030.
Segundo as consultorias especializadas, as fusões e aquisições são praticamente inevitáveis por causa das mudanças que vêm por aí, e que apontam para o aumento da segurança nos carros, para a quebra de paradigma na propulsão e para a conectividade.

Os desafios do futuro encorajam as fábricas a repensar seu papel no presente. Já foi dada a largada para a corrida por uma nova orientação de negócios relacionados à sua atividade fim, como serviços de compartilhamento de carros, parcerias para outros novos serviços e colaboração mais próxima com planejadores urbanos.

O ambiente foge da zona de conforto e até pode parecer hostil, mas é esse o lugar onde a oportunidade se revela. Para começar, existe uma infraestrutura construída pelos OEMs e suas concessionárias que, combinada às ofertas de players digitais, pode facilitar as premissas da mobilidade futura.

A combinação de novas tecnologias e consumidores, altamente conectados, sinaliza em âmbito mundial que as fórmulas tradicionais serão substituídas. E a transformação, que envolve diretamente a engenharia, pode começar pela via da regulação. Sabe-se, por exemplo, que bater as metas de emissão de poluentes apenas com motores de combustão interna será cada vez mais desafiante.

Nesse escopo, a solução mundial recai sobre a eletrificação como saída. A tendência tem apontado para o crescimento gradativo da utilização dessa tecnologia como a mais provável para o carro do futuro por meio da lógica do compartilhamento, que pode mitigar o custo de aquisição pela economia obtida por km rodado em relação ao motor a combustão.

O processo de transformação é complexo e está atrelado a expectativas quanto ao comportamento do consumidor e a amplitude das mudanças ficará mais clara a cada dia. Tudo isso afetará profundamente o modelo de negócio que conhecemos, com questões e desafios que terão de ser resolvidos localmente.
Há muito trabalho a ser feito e a engenharia é protagonista dessa revolução, reinventando-se a partir das novas relações de negócios que nascem da compreensão sobre o que os consumidores do futuro enxergam como mobilidade.

A SAE BRASIL trabalha para abraçar o desafio desses novos tempos e contribuir para um futuro em que a engenharia e a indústria localizada no País sejam os atores principais de seu próprio destino, e saibam aproveitar as oportunidades.





Mauro Correia - presidente da SAE BRASIL

Crise penitenciária: a seguir, cenas do mesmo capítulo


A realidade das penitenciárias brasileiras é preocupante. A população carcerária cresceu muito nos últimos tempos. Há pouco mais de dez anos, o Brasil era o 4º (quarto) país em população carcerária e, atualmente, ocupamos o 3º (terceiro) lugar. A quantidade de presos que vivem nesses locais praticamente dobrou, passando de aproximadamente 400 mil para mais de 725 mil entre os anos de 2006 e 2016[1]. Esses dados nos indicam que ficamos atrás apenas dos Estados Unidos (2,1 milhões) e da China (1,6 milhão) em população carcerária.

Um dos grandes problemas no sistema carcerário brasileiro são as rebeliões que acontecem nos presídios, delegacias e unidades prisionais. Vários são os fatores que influenciam esse tipo de ação que, sem sombra de dúvidas, termina em resultados nunca ideais para situações de conflito, sobretudo quando envolve presos de facções criminosas divergentes.

Não é de hoje que os presos detêm o controle dentro das unidades penais, inclusive por intermédio de aparelhos celulares, o que possibilita o contato e a articulação de ações internas ou externas. Entretanto, a fiscalização e a punição disciplinar e penal não impedem a entrada desses aparelhos nas prisões, por diversos meios. A posse do celular proporciona a execução de ações diversas, dentre elas as articulações e ordens de execução, inclusive para as rebeliões.

Quando se fala em rebeliões os motivos mais comuns têm relação com a superlotação carcerária, com a alimentação deficitária ou de má qualidade, com a distância do preso de seus familiares, com o despreparo dos profissionais atuantes nas unidades, com a ausência de trabalho e atividades educacionais dentro das prisões, com a falta de assistência médica e os maus tratos - que não raro acontecem dentro do cárcere -, entre outros agravantes.  

No entanto, quando se trata de presos vinculados a facções criminosas, nem sempre os motivos citados são os que geram as rebeliões. Uma das maiores preocupações desses grupos está em não perder o território conquistado. Eles não medem esforços para buscar cada vez mais espaço dentro das unidades prisionais. Isso ocasiona subversão à ordem e à disciplina, resultando em confrontos, brigas e mortes entre facções rivais, transformando os espaços em cenários de guerra.

É o que aconteceu nas unidades prisionais do Amazonas recentemente. Cenas cruéis se repetiram com o assassinato de 57 presos, passados pouco mais de dois anos do massacre anterior. Quando acontecem fatos como esse, de tamanha gravidade e repercussão, uma das ações imediatas é a transferência de presos para as unidades federais, o que é apenas uma solução temporária. Prova de que isso é apenas uma alternativa paliativa é que a situação se repetiu mais uma vez com praticamente o mesmo número de mortos. Ou seja, seguiu-se a cena, porém, repetindo-se o mesmo capítulo.

Ainda em relação ao Amazonas, além das causas comuns já citadas para as rebeliões, somam-se a elas a superlotação carcerária, os processos sem julgamentos e a falta de juízes e promotores para concluírem os processos. Ou seja, de um lado vê-se o crescimento da população carcerária e, de outro, a redução e até a ausência de recursos humanos e materiais. Somado a isso, há ainda a fragilidade na gestão. Todos esses fatores contribuem para que a engrenagem continue a repetir o mesmo movimento.

Outro agravante é que os presos mortos podem ter sido os mesmos que assistiram atônitos na rebelião anterior a partida de seus companheiros de cela, em situação que retratou um filme de terror.  Diante desse cenário, é possível que o próximo capítulo se repita mais uma vez e a engrenagem continue emperrada e omissa quando o assunto é sistema carcerário brasileiro.

Em regra, após as tragédias ocorridas é comum instituir gabinete de crise envolvendo órgãos de segurança para discutir estratégias de melhorias na unidade penal, já que a ausência do Estado fica clara nesses lugares, assim como a falta de ressocialização. Ou seja, a reinserção do preso seria uma opção? Reinserção, nada! Somado ao caos das unidades prisionais administradas pelo Estado, questiona-se sobre o não funcionamento da empresa terceirizada atuante no sistema penitenciário. Todavia, mais que a negligência da empresa em não cumprir o contrato, há ainda a negligência ao Estado pela omissão em não rescindi-lo, repetindo-se, assim, o mesmo capítulo, ou seja, culpai-vos uns aos outros.  




Débora Veneral - advogada e diretora da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança do Centro Universitário Internacional Uninter. 


Cresce o número de estrangeiros que visitam o Brasil para o lazer


Estudo do Ministério do Turismo apontou que índice subiu 14,6% nos últimos 4 anos


 O número de turistas estrangeiros que procuraram o Brasil para descansar ou se divertir aumentou 14,6%, nos últimos 4 anos. O dado é do Estudo de Demanda Internacional 2018, divulgado nesta semana, pelo Ministério do Turismo. De acordo com o levantamento, em 2015, cerca de metade (51,3%) dos visitantes que chegaram ao país vieram com o intuito de conhecer as belezas naturais e culturais brasileiras. O percentual é menor do que o registrado no ano passado, quando 58,8% deles pousaram no Brasil com a mesma intenção.

O estudo, trouxe ainda que, entre os tipos de lazer, o sol e as praias do país foi preferência de sete em cada 10 visitantes, no ano passado. Logo após, aparece o turismo de aventura, ecoturismo e natureza, sendo procurado por 16,3% dos entrevistados. A cultura brasileira, também, foi um dos principais motivos de viagem dos estrangeiros, representando 9,5% do interesse.

“O fórum econômico mundial já confirmou o nosso país como o primeiro do mundo em recursos naturais. O turismo de lazer é uma vocação natural do país, mas, para atingirmos as nossas metas, precisamos diversificar a nossa oferta e crescer bastante também no turismo de negócios, que reduz o efeito da sazonalidade no setor e ainda traz um visitante com nível de gasto mais elevado”, ponderou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

A Argentina é o maior emissor de turistas que vêm ao país para aproveitar os momentos de lazer, com 86%. Ecoturismo é o segmento preferido dos japoneses que desembarcaram no Brasil a lazer (65,7%). Os percentuais de interesse em aproveitar a cultura brasileira nos dias que permaneceram no país são registrados na Holanda (32,3%), Reino Unido (30,8%) e Itália (29,4%).

Entre as cidades mais procuradas para o lazer, o Rio de Janeiro continua sendo o principal destino destes turistas, seguido por Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Armação dos Búzios (RJ) e São Paulo (SP). E as belezas naturais e culturais do país conquistaram a grande maioria desses turistas. Isso porque, 96,5% deles mostraram a intenção de retorna ao Brasil e conhecer cada vez mais os destinos brasileiros.

RECONHECIMENTO – E falando em lazer, dois dos mais conhecidos destinos brasileiros para curtir sol e mar foram eleitos, pelo site de viagens TripAdvisor, como as mais belas praias do mundo. A Baía do Sancho, em Fernando de Noronha (PE) e as Prainhas do Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo (RJ) assumiram a 1ª e 12ª posição, respectivamente, em um ranking avaliado pelos internautas. As duas praias são destaques nos investimentos de ações de preservação, proteção da vida marinha e combinam visitação com a valorização da sustentabilidade do destino. Vale a pena conferir estas e outras belezas naturais do Brasil.


Manutenção das regras de geração distribuída solar fotovoltaica irá injetar mais de R$ 25 bilhões em arrecadação aos cofres públicos no País

Segundo análise da ABSOLAR, permanência das condições da Resolução Normativa 482, da Aneel, gerará mais de 672 mil novos empregos até 2035



A manutenção das regras atuais da geração distribuída no Brasil, estabelecidas pela Resolução Normativa nº 482, da Aneel, que permite aos consumidores gerar e consumir a sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis, ampliará de forma expressiva o desenvolvimento econômico, social, ambiental, elétrico, energético e estratégico do País.

Segundo a contribuição da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), caso as regras vigentes sejam mantidas, o Governo Federal e os Governos Estaduais conseguirão arrecadar mais de R$ 25 bilhões até 2027 e gerarão mais de 672 mil novos empregos apenas nos segmentos de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica até 2035.

O estudo foi encaminhado pela ABSOLAR à Agência Reguladora em maio de 2019, durante a Audiência Pública nº 001/2019, da Aneel. A Audiência discutiu e colheu contribuições da sociedade sobre a Análise de Impacto Regulatório (AIR) preparada pela Aneel, referente a possíveis aprimoramentos às regras aplicadas à microgeração e minigeração distribuída no Brasil.

O documento da ABSOLAR, contendo 158 páginas de análises, estudos técnicos, projeções e recomendações, identifica lacunas e pontos de aprimoramento na AIR da Aneel. A entidade recomenda que a discussão sobre a microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica seja realizada a partir de uma avaliação abrangente dos atributos da modalidade, destacando os benefícios proporcionados pelo segmento à sociedade brasileira como um todo, incluindo na análise a avaliação dos aspectos econômicos, sociais, ambientais, elétricos, energéticos e estratégicos.

Segundo a avaliação da ABSOLAR, a incorporação de premissas de cálculo e parâmetros aderentes à realidade atual do setor e do mercado evidencia que o crescimento da geração distribuída solar fotovoltaica em todo o território nacional, por meio do marco regulatório atualmente vigente, trará mais de R$ 13,3 bilhões em benefícios líquidos para todos os consumidores do setor elétrico até 2035. Estes benefícios incluem ganhos pela energia evitada, diminuição de perdas de transmissão e distribuição e redução de contratação de garantis de geração e contabilizam na análise a redução de mercado das distribuidoras de energia elétrica.

Adicionalmente, graças ao baixo impacto ambiental da tecnologia solar fotovoltaica, o País também evitará a emissão de 75,38 milhões de toneladas de CO2 até 2035, reduzindo drasticamente a emissão de poluentes atmosféricos danosos ao clima, à qualidade do ar e à saúde.

A geração distribuída solar fotovoltaica também contribuirá para o alívio da demanda diurna do sistema elétrico nacional. Segundo dados oficiais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em janeiro de 2019, o Brasil bateu os recordes de demanda do sistema justamente no período diurno, por volta das 15:00, horário no qual a fonte solar fotovoltaica está contribuindo fortemente com a geração de energia elétrica limpa, renovável e sustentável.

Uma parcela pequena dos benefícios recomendados pela ABSOLAR já havia sido incorporada na AIR da Aneel, como a valoração da energia elétrica evitada, a redução de perdas na distribuição e transmissão e a redução de capacidade. “Apesar de ser um bom começo, a conta ainda está incompleta. Há necessidade de melhorias, tais como ajustar premissas importantes e incorporar os demais benefícios relevantes que a geração distribuída solar fotovoltaica agrega ao País e que ficaram de fora da análise. Sem estes ajustes, o processo de análise poderá ser profundamente comprometido, trazendo informações imprecisas sobre a contribuição que a geração distribuída solar fotovoltaica traz à sociedade brasileira e levando a conclusões equivocadas sobre os melhores encaminhamentos a serem dados pela Agência Reguladora”, explica o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.

Já Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, lembrou que, apesar de a geração distribuída estar finalmente começando a crescer no País, o Brasil permanece mais de uma década atrasado em relação ao mundo. “Por isso, ainda é muito cedo para quaisquer alterações na norma. A geração distribuída solar fotovoltaica trouxe mais economia, liberdade e poder de escolha aos consumidores, porém abrange atualmente menos de 85 mil sistemas, de um universo de mais de 84 milhões de consumidores cativos atendidos pelas distribuidoras. Ou seja, não representa nem meia gota sequer em um oceano de brasileiros cada vez mais pressionados por altas tarifas”, ressalta Koloszuk.

De acordo com Bárbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída da ABSOLAR, a atualização da norma regulatória deve considerar, de forma ampla, os benefícios energéticos, elétricos, econômicos, sociais e ambientais. “Além da energia elétrica evitada, redução de perdas na distribuição e transmissão e redução de capacidade, é necessário considerar, por exemplo, a postergação de investimentos em transmissão e distribuição de eletricidade, alívio das redes pelo efeito vizinhança, geração de empregos, diversificação da matriz elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre diverso outros”, conclui Rubim
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O que a sua imagem pode dizer sobre você: a imagem pessoal como ferramenta de empoderamento



Basta uma fração de segundo — e não é maneira de falar — para se formar a primeira impressão sobre algo ou alguém. Em um espaço de tempo mais curto que uma piscada de olhos, o cérebro humano constrói imagens difíceis de serem descontruídas posteriormente. Pesquisas apresentadas pela Sociedade de Psicologia Social e Personalidade dos Estados Unidos mostram que o poder das ideias criadas no momento em que se bate o olho sobre uma pessoa é tão forte que nem mesmo os fatos são capazes de mudá-las facilmente.

Principalmente no âmbito profissional, a imagem diz muito sobre cada um e é uma ferramenta essencial para a criação de um posicionamento e o desenvolvimento de um forte instrumento de credibilidade. Em uma empresa, a maneira como seus profissionais se apresentam é um dos elementos de comunicação de sua identidade e cultura. A aparência do funcionário deve ser coerente com a identidade corporativa da empresa, seu ambiente de trabalho, os códigos de vestuário existentes em seu meio profissional, além de refletir seus talentos e habilidades. Inclusive, o tema "Imagem Pessoal" começou a ser incluído nos treinamentos de muitas corporações, não é mesmo?

Há uns 10 anos, havia uma ideia de que um consultor de imagem era um luxo ao algo apenas para celebridades ou políticos. Mas com o tempo, as pessoas começaram a perceber os benefícios de desenvolver sua imagem pessoal como uma ferramenta de comunicação. Engana-se quem pensa que o trabalho de uma consultora de imagem se resume a jogar fora as peças que você não usa mais ou tentar te enquadrar em um estilo específico. Uma consultoria desse tipo está intimamente relacionada com a autoconfiança e a autoestima porque transforma a maneira como as pessoas te percebem e, principalmente, a maneira como você se vê.

Cuidar da própria imagem nada mais é que uma forma de projetar no visual suas melhores qualidades, sentir-se bem com o que veste, aprender a valorizar seus pontos positivos. É inegável o quanto a procura por este serviço aumentou consideravelmente e como muitos já percebem como podem se beneficiar com isso, tanto na sua vida pessoal quanto – e principalmente – na profissional.

Há alguns anos, eram as regras de etiqueta que ditavam o modo certo de ser e se vestir. Já hoje, entendemos que é preciso muito mais do que ser apenas “adequado”: é também preciso ser único, criar diferenciais. Desenvolver a própria imagem não significa encher a vida de regras e padrões. Com a orientação e as ferramentas apropriadas, é possível desenvolver a própria imagem com segurança, identificando quais roupas e acessórios o valorizam e o ajudam a se mostrar do modo como gostaria de se ver e, claro, de ser visto.

Na consultoria de imagem, o estilo está relacionado ao desenvolvimento de uma identidade visual. Sua identidade visual é o que expressa sua individualidade e personalidade no ato de se vestir e o faz se destacar das outras pessoas. Ter estilo nada mais é do que saber fazer escolhas conscientes e consistentes de acordo com a imagem que desejamos projetar. Para isto, a valorização estética precisa ser trabalhada por meio das cores, modelagens, texturas, estampas e acessórios que melhor harmonizam com a pessoa. E isso não significa sair gastando muito para comprar looks novos. A ideia é justamente saber aproveitar tudo o que a pessoa tem em seu guarda-roupa e fazer investimentos acertados, em compras personalizadas com um bom custo-benefício.




Suely Chapiro - trabalhou no mercado corporativo por 30 anos. Consultora de Imagem Pessoal, Profissional, Corporativa e Visagista Comportamental (Método Philip Hallawell). Mais informações: @suchapiro


Reforma tributária: por que ela é tão relevante para o mercado de trabalho?



Simplificar a arrecadação tributária no Brasil é uma demanda antiga do mercado e que se torna cada dia mais urgente. O país está muito atrasado nesse aspecto e a proposta de reforma tributária apresentada pelo deputado Baleia Rossi e aprovada pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça, tem como uma das premissas tornar as regras mais simples, trazendo mais agilidade para o processo e desburocratizando algumas etapas na apuração e arrecadação de impostos. O fato é que a reforma tributária é quesito indispensável para os próximos anos e ela tem o potencial de impactar positivamente no mercado, aquecendo assim a oferta de empregos.

Existem muitas mudanças em discussão, mas a principal delas é unificar cinco impostos e criando o IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços). Esse novo tributo irá substituir os tributos federais IPI, PIS, Cofins, o imposto estadual ICMS e o ISS, imposto municipal. O IBS terá características semelhantes ao IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), sistema de tributação adotado por vários países da Europa, Estados Unidos e alguns países da América Latina. 

De modo geral, o IBS mantém a mesma carga tributária, afetando pouco ou nada a quantidade de impostos pagos, mas torna o sistema menos burocrático e ajuda a reduzir o contencioso tributário das empresas que hoje é gigante em função da complexidade da tributação. Simplificar os impostos irá reduzir o gasto das empresas em tempo e na quantidade de erros cometidos em função de interpretações equivocadas na infinidade de regras tributárias hoje vigentes.

Outro grande benefício dessa unificação é acabar com a guerra fiscal entre estados. No modelo atual, cada unidade federativa disputa de quem deve ser o imposto arrecadado, se é do estado que produz ou do estado que comercializa os produtos. Na proposta de reforma tributária, o IBS vai ser cobrado no destino do produto, de forma não cumulativa.

A proposta também prevê mudanças na arrecadação do imposto de renda de pessoas jurídicas. O texto fala ainda em reduzir ou eliminar os encargos das empresas sobre a folha de pagamento, tornando a contratação formal algo atrativo para as empresas. Esse item especifico atua diretamente na geração de empregos e no aquecimento das contratações. No entanto, a reforma como um todo tem potencial de aquecer o mercado e trazer benefícios para a economia.

Nesse sentido, o mercado está com uma expectativa alta, já que a simplificação dos impostos tem potencial para atrair investimento estrangeiros de empresas que sofrem para se adequar ao nosso sistema. A unificação dos impostos torna mais fácil investir, montar operação e competir em solo brasileiro.

É claro que precisamos esperar para ver como a proposta vai passar pela Câmara, além das alterações. No momento, a prioridade é votar a reforma da previdência e essa ainda será a prioridade para próximos meses. Mas, assim que a previdência for resolvida, a reforma tributária ganhará destaque. É possível que até o final do ano o assunto caminhe. Para as empresas que estão preocupadas com todas as mudanças que irão acontecer, após aprovada a reforma tributária, certamente haverá um prazo para adequação. Portanto, nada de desespero. Vamos aguardar o desenrolar dessa proposta.





Bruno Lourenço - advogado, headhunter especializado no mercado jurídico e sócio da VITTORE Partners, consultoria de recrutamento especializada nos mercados Jurídico, Tributário, Compliance e Relações Governamentais.


Três certificações essenciais para deixar sua empresa preparada para o futuro


“O que o futuro reserva para a minha empresa?”. Essa é uma questão que sempre afligiu empresários, executivos e trabalhadores de todos os setores e níveis hierárquicos. A insegurança quanto ao futuro de seu emprego ou sua empresa é algo que assombra os profissionais, sobretudo em momentos chave de crise econômica ou grandes mudanças tecnológicas.

Vivemos ambas simultaneamente. O mundo luta contra problemas de gestão que se acumularam ao longo dos anos, sejam eles internos ou externos. Ao mesmo tempo, estamos diante de tecnologias que estão mudando o modo como as pessoas estão vendo o mundo, a economia, a sociedade e o trabalho. A tecnologia muda o comportamento tanto quanto muda as possibilidades, transformando cenários seguros em incertos.

É nesse ponto que todo empresário se questiona sobre o que fazer. Como conseguir ajuda para lidar com essa volatilidade? Muita gente já pensou nisso e criou metodologias para lidar com as incertezas de forma mais segura e ágil. O resultado são as certificações ISO, que compilam uma série de boas práticas.

Cada certificação atende a um propósito e uma necessidade das empresas. A mais famosa é a 9.001, de qualidade. Porém, existem muitas outras que se adequam mais às necessidades atuais dos empresários. Abaixo, as três que considero fundamentais para as empresas se prepararem para o futuro.


ISO 56.002 (Inovação): É a caçula das certificações. Publicada esse ano, ela é resultado de anos de estudo sobre as melhores práticas de inovação nos 163 países membro da ISO. Sua implementação e certificação direciona para um sistema de gestão voltado para a inovação e seus respectivos valores/princípios. Destinada a todas as empresas, independentemente de porte ou segmento, essa norma estimula a criação de novos produtos e mercados a partir do gerenciamento de insights tanto do público interno quanto externo, visando a entrada em novos mercados e com maior valor agregado.


ISO 31.000 (Risco): Focada em gerenciamento de riscos, essa norma oferece diretrizes, princípios, estrutura e processos para gerenciá-los adequadamente. Aplica-se com a adoção de melhores práticas de infraestrutura, políticas e metodologias, permitindo uma melhor gestão dos limites de risco aceitáveis, do capital, da precificação e do gerenciamento da carteira.


ISO 22.301 (Continuidade dos negócios): A gestão de continuidade de negócios lida com a incorporação de medidas que garantam o funcionamento de processos críticos em caso de rupturas nas práticas de gestão de uma organização, como é o caso de desastres, crises de diversas magnitudes, além de sucessão.

Essas três normas garantem que os cenários mais incertos da atualidade sejam vistos com antecedência, trabalhados e aproveitados não como uma nuvem negra no céu, mas como uma chuva de oportunidades capaz de gerar de melhorias, crescimento e desenvolvimento. Vale a pena buscar implementá-las em sua empresa.






Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade e inovação.

Hospitais filantrópicos que atendem o SUS vão contar com R$ 1 bilhão de nova linha de financiamento


Foto: Erasmo Salomão / ASCOM MS
Nova linha oferece crédito para melhorias de gestão e investimentos na modernização das instituições. Entidades interessadas deverão apresentar diagnóstico institucional e plano de ação


Contribuir para a reestruturação financeira das entidades filantrópicas e para a melhoria dos serviços prestados por essas instituições aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses estão entre os objetivos da nova linha de crédito BNDES Saúde, que vai beneficiar quase 2 mil unidades do setor. Diante da relevância das filantrópicas como parceiras fundamentais da rede complementar do SUS, o lançamento da nova linha de crédito reuniu, nesta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, em Brasília, diversas autoridades do país, entre elas o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy.
Responsável pela metade dos atendimentos e procedimentos hospitalares de média e alta complexidade da rede pública de saúde de todo o Brasil, as entidades filantrópicas contarão com R$ 1 bilhão da nova linha de financiamento. “O BNDES assinou com o Ministério da Saúde o contrato das Santas Casas. Assim, o Fundo Nacional de Saúde garante que não haverá inadimplência, e isso abre espaço para o BNDES ter a menor taxa de juro de 9%, enquanto o mercado cobra de 20 % a 22%”, explicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
O presidente Bolsonaro destacou que o programa permitirá ao BNDES destinar financiamentos àqueles que mais precisam: “Quem precisava (de financiamento) para o bem, como as Santas Casas, ia a outros estabelecimentos bancários e pegava a juros de 4, 5 vezes superior”, afirmou o presidente, durante o lançamento do programa. Agora, o governo apoia a recuperação financeira dessas instituições e a consequente melhoria do atendimento público prestado por elas.
Além de contribuir para o fortalecimento financeiro das filantrópicas, a linha de financiamento visa também o aperfeiçoamento da gestão, da governança e da eficiência operacional dessas instituições. “O poder patrimonial precisa se encontrar com o poder gerencial nas filantrópicas”, disse Mandetta, que fez alusão a dois subprogramas do BNDES Saúde: um voltado à implementação de melhorias de gestão, governança e eficiência operacional e outro para implantação, ampliação e modernização das instituições.
A importância do setor para a rede pública de saúde pode ser traduzida em números: em 2018, as filantrópicas disponibilizaram aos pacientes da rede pública quase 129 mil leitos, o que representa 37,6% do total de leitos disponíveis no Brasil. Atualmente, 2.147 entidades hospitalares filantrópicas prestam serviços ao SUS, atendendo em 1.308 municípios de todas as regiões do país. Em 968 municípios, a assistência hospitalar é realizada unicamente por essas unidades. “Sabemos da importância dessas instituições e, por isso, temos que pensar na sustentabilidade de longo prazo das filantrópicas. E é exatamente esse o objetivo do BNDES saúde, com empréstimos de 12 a 18 anos, com taxas de juros muito competitivas. E para garantir sustentabilidade a longo prazo, não basta ter mais dinheiro, é preciso fortalecer a gestão”, afirmou o presidente do BNDES, Joaquim Levy.

OUTRAS AÇÕES
A linha de crédito BNDES Saúde vem complementar as iniciativas do Ministério da Saúde já em andamento. Agora, as instituições passam a ter uma atenção maior do Governo Federal. Com a criação da Secretaria de Atenção Especializada em Saúde (SAES), a atuação da pasta será mais direcionada para as melhorias, os investimentos e a elaboração de novas políticas, beneficiando o setor filantrópico, que terá uma área específica no Ministério.
Além dos recursos de custeio e de outras ações realizadas para qualificar, reforçar e ampliar os atendimentos hospitalares prestados pelo setor filantrópico, o Ministério da Saúde também repassa anualmente mais R$ 5 bilhões por meio de incentivos e convênios.  Além disso, para fortalecer o setor, a pasta já concedeu a 1.989 filantrópicas sem fins lucrativos o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde (CEBAS), que garante benefícios, como isenção fiscal, menos burocracia em convênios, emendas parlamentares, expansão da infraestrutura e aquisição de equipamentos.

LINHA DE CRÉDITO
Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), apenas em 2015 foram fechados 218 hospitais sem fins lucrativos, 11 mil leitos e 39 mil postos de trabalho. O segmento também apresenta elevado nível de endividamento, além de dificuldades em aspectos de gestão, governança e eficiência operacional.
O BNDES contribuirá para melhorar esse cenário, já que as entidades filantrópicas que obtiverem financiamento destinado à melhoria de gestão, governança e eficiência operacional poderão contar com recursos para reestruturação financeira de dívidas bancárias e com fornecedores. Nesse subprograma, os projetos deverão apresentar diagnóstico institucional e plano de ação elaborados por empresa ou instituição independente. Os desembolsos serão parcelados e condicionados ao cumprimento de marcos pactuados com base no plano de ação. Assim, o Banco busca fornecer uma solução financeira que entrega, além de um crédito, mudanças estruturais nas instituições.
Com ênfase na efetividade do programa, o Hospital Sírio Libanês tem dado suporte ao BNDES na elaboração de manuais e formulários internos para o programa, bem como na capacitação dos técnicos do banco na análise de diagnósticos de planos de ação.
O financiamento poderá ser realizado de forma direta, indireta – por meio de agentes financeiros – ou mista – com uma parte dos recursos liberada pelo BNDES e outra pelo banco repassador. Sua taxa de juros final será calculada com base na TLP acrescida de 1,3% (remuneração básica do BNDES) e spread de risco no caso das operações diretas. Nas operações indiretas, o spread de risco do BNDES é substituído pela taxa de intermediação financeira e remuneração do agente financeiro. O prazo máximo da operação pode chegar a 18 anos no apoio a investimentos de modernização ou ampliação das unidades. A fim de ampliar o acesso ao financiamento, o programa poderá operar com uso de recebíveis do SUS, prática no segmento.

EFETIVIDADE
A expectativa é que a iniciativa contribua para a melhoria da qualidade do serviço prestado à população com redução do tempo de atendimento e da taxa de mortalidade hospitalar. Esses e outros indicadores serão monitorados e possibilitarão uma avaliação de efetividade do programa.
O novo BNDES Saúde incorpora aprimoramentos elaborados a partir da avaliação de efetividade de um antigo programa voltado ao setor, vigente até setembro de 2018. A análise, que teve como foco contratos de reestruturação financeira, identificou que o programa poderia contribuir mais no aprimoramento da gestão e da estrutura de governança das entidades.
A partir de diálogo com representantes do segmento, do Ministério da Saúde e da CMB foram identificadas medidas que podem ampliar a efetividade do programa, como a realização de um diagnóstico institucional na etapa de análise, definição de plano de ação com indicadores de desempenho e liberação em parcelas condicionadas ao acompanhamento, que deve ser intensificado.



Renata Ramalho e Lídia Maia
Agência Saúde, com Ascom do BNDES

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