Segundo as consultorias especializadas, as fusões e aquisições são
praticamente inevitáveis por causa das mudanças que vêm por aí, e que apontam
para o aumento da segurança nos carros, para a quebra de paradigma na propulsão
e para a conectividade.
Os desafios do futuro encorajam as fábricas a repensar seu papel no
presente. Já foi dada a largada para a corrida por uma nova orientação de
negócios relacionados à sua atividade fim, como serviços de compartilhamento de
carros, parcerias para outros novos serviços e colaboração mais próxima com
planejadores urbanos.
O ambiente foge da zona de conforto e até pode parecer hostil, mas é
esse o lugar onde a oportunidade se revela. Para começar, existe uma
infraestrutura construída pelos OEMs e suas concessionárias que, combinada às
ofertas de players digitais, pode facilitar as premissas da mobilidade futura.
A combinação de novas tecnologias e consumidores, altamente conectados,
sinaliza em âmbito mundial que as fórmulas tradicionais serão substituídas. E a
transformação, que envolve diretamente a engenharia, pode começar pela via da
regulação. Sabe-se, por exemplo, que bater as metas de emissão de poluentes
apenas com motores de combustão interna será cada vez mais desafiante.
Nesse escopo, a solução mundial recai sobre a eletrificação como saída.
A tendência tem apontado para o crescimento gradativo da utilização dessa
tecnologia como a mais provável para o carro do futuro por meio da lógica do
compartilhamento, que pode mitigar o custo de aquisição pela economia obtida
por km rodado em relação ao motor a combustão.
O processo de transformação é complexo e está atrelado a expectativas
quanto ao comportamento do consumidor e a amplitude das mudanças ficará mais
clara a cada dia. Tudo isso afetará profundamente o modelo de negócio que
conhecemos, com questões e desafios que terão de ser resolvidos localmente.
Há muito trabalho a ser feito e a engenharia é protagonista dessa
revolução, reinventando-se a partir das novas relações de negócios que nascem
da compreensão sobre o que os consumidores do futuro enxergam como mobilidade.
A SAE BRASIL trabalha para abraçar o desafio desses novos tempos e
contribuir para um futuro em que a engenharia e a indústria localizada no País
sejam os atores principais de seu próprio destino, e saibam aproveitar as
oportunidades.
Mauro Correia - presidente da SAE BRASIL
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