80% dos casos são
de origem cardíaca
O acidente
vascular cerebral isquêmico (AVCI) é o conjunto de sintomas decorrentes da
falta de irrigação em determinada área do cérebro. O órgão utiliza 20 a 30% do
volume sanguíneo do organismo, caso ele esteja privado do suprimento de sangue,
aproximadamente dois milhões de neurônios morrem por minuto. “Portanto, quanto
mais rápido o paciente chegar a um hospital com equipe especializada para
atendê-lo, maior será a possibilidade de minimizar as sequelas do AVCI”,
explica Dr. Gelson Koppe, médico neurorradiologista intervencionista e
responsável pela equipe de Hemodinâmica do Hospital VITA Curitiba.
Em cada seis
pessoas, uma corre o risco de ser acometida por AVCI. Sendo que 80% dos casos
são de origem cardíaca, por fibrilação atrial ou outras doenças relacionadas ao
coração. O restante dos casos são consequência do entupimento das artérias por
placas de gordura (arterosclerose), ou ainda por doenças inflamatórias das
paredes das artérias.
Segundo o médico,
todos estão sujeitos ao AVCI, mas a predisposição aumenta no decorrer da idade,
principalmente após os 55 anos e está ligada a doenças prévias como diabetes,
hipertensão arterial, tabagismo (25% dos casos), alteração das gorduras
(formando placas de ateromas), sedentarismo, obesidade, uso de drogas ilícitas,
alterações sanguíneas hereditárias. Em menor porcentagem estão os traumas em
geral.
Diagnóstico
Dr. Gelson explica que para se fazer o diagnóstico adequado, após ser examinado pelo médico da urgência/emergência, o primeiro exame é a tomografia e angiotomografia, onde se observa se já existe uma lesão definida ou não, qual a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.
Tratamento
O mais importante é
o reconhecimento de que este paciente está tendo o AVC e o encaminhamento
urgente para um serviço especializado. O médico explica que hoje o tratamento
do AVC pode ser feito com medicações trombolíticas que, quando administrados
via venosa podem dissolver os coágulos, mas só pode ser instituída até 4 a 5
horas do início dos sintomas pelo risco de sangramento, além de atuar melhor
nos pequenos vasos sem resultados efetivos quando são artérias do cérebro de
maior calibre. Ainda se pode em casos específicos, e marcadamente acima de 5
horas, por cateterismo, chegar rapidamente ao território onde está o coágulo e
retirá-lo restituindo a circulação do cérebro.
Prevenção
A prevenção é essencial
para diminuir a incidência do AVCI e seu elevado custo econômico e social que
abala a população. “Consultar um médico anualmente, prevenir e tratar as
doenças de base como diabetes, hipertensão arterial, colesterol e suas frações,
não fumar e manter atividades físicas regulares são as chaves para minimizar as
chances de ter um AVCI”, alerta Dr. Gelson.
Sintomas
- Amortecimento
inesperado e ou perda da força de um lado do corpo;
- Paralisia de um
lado da face;
- Alteração na
articulação das palavras ou dificuldade para falar;
- Perda ou
alteração súbita da visão;
- Alteração no
nível de consciência;
- Perda total da
consciência (desmaio).
Riscos e sequelas
Dependendo da área
cerebral afetada, as sequelas podem ir desde um amortecimento de um dos membros
ou face, até a paralisia total de um lado do corpo incapacitando
definitivamente este paciente. Quanto mais tempo passe da hora inicial do AVCI,
maior são as chances de sequelas definitivas e até a morte, dependendo da área
do cérebro afetada e a extensão de tecido cerebral afetada. “O reconhecimento
dos sintomas e o envio do paciente o mais rápido possível a um serviço
especializado é o suporte principal e a maior chance de minimizar sequelas que
os familiares podem dar ao paciente”, enfatiza Dr. Gelson.
Hospital VITA