Pesquisar no Blog

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Faturamento do setor de audiolivros quadruplica no Brasil nos últimos quatro anos


Ubook, maior player do segmento no País, cresceu em número de usuários, catálogo e vendas


No final de 2014, quando decidiu criar o Ubook, plataforma de audiobooks por streaming, Flávio Osso chegou a ouvir de muitos profissionais da cadeia editorial que este não seria um bom negócio para se investir no Brasil. Avesso aos conselhos, a equipe do Ubook hoje comemora um crescimento de 400% no faturamento em apenas quatro anos de existência, além do fato de a empresa ter se tornado referência no segmento, não apenas no Brasil, mas também por já ter atuação relevante em grande parte da América Latina.

O executivo não revela o valor do faturamento, mas pontua que o número atinge a marca de oito dígitos. Para atestar essa informação, Osso, que é CEO do Ubook, recorda que um dos investidores da empresa é um fundo de investimento listado na B3, a bolsa de valores brasileira. “Por conta disso, somos auditados duas vezes por ano”, enfatiza.

Para Osso, alguns fatores explicam o sucesso da empresa. “Diferente de outros países onde o segmento é mais consolidado, audiolivros em CDs ou mesmo K-7 não conquistaram o brasileiro. Primeiro porque não havia o hábito, depois, porque era difícil encontrar esse material para aquisição: mesmo nas livrarias e lojas que ofereciam o produto, achá-los nas prateleiras não era fácil. Diante disso, oferecer o serviço em uma metodologia mais amigável – aplicativo – foi o primeiro passo para conquistar esse usuário. Assim, o perfil conectado do brasileiro e a difusão dos serviços via streaming serviram como pontapé inicial deste projeto”, conta.

Conforme a 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), uma das universidades mais conceituadas do País, divulgada em abril do ano passado, o Brasil superou em 2018 a marca de um smartphone por habitante e conta com 220 milhões de celulares inteligentes ativos. No mundo, os serviços que oferecem assinaturas de streaming tiveram um crescimento de 285% entre 2016 e 2018, expõe a pesquisa The State of Mobile 2019, da consultoria App Annie. Só no ano passado, o setor faturou globalmente US$ 2,2 bilhões.

Outro ponto foi estimular o usuário a ouvir. “Para que o consumidor pudesse explorar ao máximo sua experiência de escutar um livro, oferecemos, por um valor mensal, o acesso ilimitado a todo catálogo. Desta forma, o ouvinte foi se adaptando às diversas formas de narração que existem, identificando o que mais lhe agrada e ampliando seu contato com os livros falados”, pontua o CEO. Além disso, outra estratégia utilizada pelo Ubook para atrair usuários e o ambientar neste novo universo de ouvir conteúdo foi produzir obras de curta duração. Neste ponto, parcerias com as mais relevantes revistas, com um dos principais jornais do País e com grandes editoras de notícias foram seladas. “E, para garantir a praticidade do serviço e a temporalidade das informações, as versões em áudios são disponibilizadas aos assinantes no mesmo momento em que os conteúdos impressos chegam aos leitores”, explica Osso.

Mas a oferta de títulos em áudio para oferecer aos consumidores foi uma das barreiras que o Ubook teve de superar. “Quando criamos a empresa, algumas poucas centenas de livros falados existiam. Inauguramos a plataforma com pouco mais de 100 obras. As editoras não investiam no formato. Assumimos o compromisso de investir na produção destes títulos e hoje temos, na nossa base, o catálogo de audiobooks em português maior do que qualquer outro player do mercado”, esclarece Osso. Atualmente, o Ubook conta com mais de 15,5 mil audiobooks. Destes, 2,5 mil estão em português e cerca de 10 mil em inglês. Outras quase 3 mil obras estão em espanhol. Somados a estes audiobooks, a produção e distribuição de conteúdos em áudio de revistas, jornais, podcasts, programas de humor e outros formatos transformaram o Ubook na maior plataforma de audiotainment da América Latina, totalizando mais de 350 mil títulos em português, inglês e espanhol.

O avanço no número de audiolivros é resultado de parcerias com diversas editoras e distribuidoras no Brasil e no exterior. São cerca de 300 editoras, entre elas estão os maiores players do mercado. “Ter esses parceiros aumentou a nossa base de usuários não só no Brasil, mas começou a nos abrir portas em outros mercados. Aqui, o brasileiro que testou e aprovou o serviço, começou a exigir mais conteúdo. Lá fora, o consumidor que já estava habituado encontrou na plataforma um virtuoso catálogo, em um serviço cuja excelência começara a ser reconhecida”, diz. No ano passado, o Ubook foi um dos finalistas da premiação Excellence Award 2018 na categoria Editora de Audiobooks do Ano, prêmio concedido pela Associação Britânica de Editores, em exaltação à Feira do Livro de Londres. Foi a primeira vez na história da premiação que esta categoria existiu.

O catálogo e o reconhecimento conquistados foram propulsores para que o Ubook investisse mais na internacionalização de suas operações. Assim, em maio de 2018, a empresa passou a adotar no exterior a mesma metodologia que fez com que angariasse grande público no Brasil: a distribuição do conteúdo via parceria com operadoras de telefonia móvel. No Brasil, o Ubook é a única plataforma de audiolivros presente em todas as operadoras que atuam no País. “Até o final de março, estaremos presentes em 18 países via 21 parceiros”, adianta o CEO.

Todo esse investimento se reflete na carteira de clientes da plataforma. Ao final de 2017, o Ubook encerrou com pouco mais de 2,5 milhões de usuários registrados. No ano passado, o serviço registrava mais de 6 milhões de consumidores cadastrados.






Flávio Osso - CEO do Ubook celebra crescimento do setor de audiolivros no Brasil


Mundo emergente "pós-digital" traz novas oportunidades para empresas que desejam oferecer realidades e experiências personalizadas, revela estudo Technology Vision 2019, da Accenture


 Empresas de sucesso irão usar novas tecnologias e priorizar confiança, responsabilidade, privacidade e segurança



Segundo o relatório deste ano, intitulado "A Era Pós-Digital Chegou - Você está pronto para o que vem por aí?", as empresas estão em um momento decisivo. Com as tecnologias digitais, as empresas conseguem entender seus clientes de forma mais profunda, além de terem acesso a mais canais para chegar até eles e poderem expandir seus ecossistemas com novos parceiros potenciais. Mas o fato de serem digitais não é mais um diferencial.

Na verdade, 79% dos mais de 6.600 executivos de negócios e de TI do mundo todo entrevistados pela Accenture para o estudo acreditam que as tecnologias digitais - especificamente as sociais, móveis, analíticas e de nuvem - deixaram de ser sinônimo de diferenciação para se tornarem o cerne tecnológico de suas empresas.

"O termo 'pós-digital' não significa que o digital acabou", explica Paul Daugherty, Chief Technology & Innovation Officer da Accenture. "Muito pelo contrário. A pergunta é: com todas as empresas desenvolvendo suas competências digitais, qual será o SEU diferencial? Apenas ser digital não é suficiente. O estudo Technology Vision destaca as formas como as empresas devem usar essas novas tecnologias poderosas para inovar seus modelos de negócios e personalizar as experiências de seus clientes. Ao mesmo tempo, os líderes precisam reconhecer que valores humanos, como confiança e responsabilidade, não são apenas palavras da moda. São facilitadoras para o sucesso", afirma o executivo.

O estudo Technology Vision identifica cinco tendências emergentes em tecnologia que as empresas precisam entender para ter sucesso na economia digital de hoje:


  • DARQ Power: Entenda o DNA das novas tecnologias. As tecnologias de registro Distribuído, inteligência Artificial, Realidade estendida e computação Quântica (DARQ) são catalisadoras de mudança, oferecendo recursos inéditos e permitindo que as empresas reimaginem setores inteiros. Pedimos que os entrevistados classificassem essas tecnologias de acordo com o potencial de impacto em seus negócios ao longo dos próximos três anos: a IA foi a primeira colocada para 41% dos executivos – muito à frente de qualquer outra tecnologia DARQ.

  • Prazer em Conhecer: Conquiste novos consumidores e oportunidades únicas. As interações impulsionadas pela tecnologia estão criando uma identidade tecnológica crescente para cada consumidor. Essa base viva de conhecimento será essencial para entender a próxima geração de consumidores e para oferecer relacionamentos consistentes, individualizados e baseados em experiências. Dos executivos entrevistados, 83% afirmam que, com os dados demográficos digitais, suas empresas conseguem encontrar novas maneiras de acessar oportunidades de mercado para necessidades não atendidas de seus clientes.

  • O Profissional+: Transforme seu local de trabalho ou atrase seus funcionários. À medida que a força de trabalho se torna o "Profissional+" – em que, além de habilidades e conhecimentos, cada trabalhador tem acesso a um novo e crescente conjunto de habilidades possibilitadas pela tecnologia --, as empresas devem apoiar uma nova maneira de trabalhar na era pós-digital. Mais de dois terços (71%) dos executivos acreditam que seus funcionários são mais maduros digitalmente do que as organizações em que trabalham, resultando em uma força de trabalho “esperando” que a organização tire esse atraso.

  • Segurança para Nós, Segurança para Mim: Empresas não são vítimas, são vetores. Embora os negócios baseados em ecossistemas dependam da interconectividade, essas conexões aumentam a exposição ao risco. Empresas líderes de mercado reconhecem que a segurança deve desempenhar um papel fundamental em seus esforços, já que colaboram com ecossistemas inteiros para oferecer os melhores produtos, serviços e experiências. Apenas 29% dos executivos têm certeza de que seus parceiros estão comprometidos e resilientes quando o assunto é segurança.

  • Meus Mercados: Atenda às demandas dos consumidores em um piscar de olhos. A tecnologia está criando um mundo de experiências extremamente customizadas e feitas sob medida. As empresas precisam se reinventar para encontrar e capturar essas oportunidades. Em outras palavras: cada oportunidade precisa ser encarada como um mercado isolado - um mercado momentâneo. Seis em cada sete executivos (85%) afirmam que a integração entre customização e entrega em tempo real será a próxima grande vantagem competitiva.

"Conforme o Digital se torna crucial para todos os negócios, as empresas terão que olhar para a próxima geração de tecnologias para impulsionar o crescimento e a inovação", diz Ansano Baccelli, líder de Accenture Technology para a América Latina. "As tendências identificadas em nosso estudo servem de guia para o que acreditamos que está por vir. Empresas de todas as indústrias podem tomar ações agora para garantir a liderança no futuro".

Segundo o estudo, a inovação para empresas na era pós-digital envolve entender como moldar o mundo em torno das pessoas e escolher o momento certo para oferecer produtos e serviços. Elas estão dando seus primeiros passos em um mundo que se molda a cada momento – onde produtos, serviços e até mesmo o ambiente em que as pessoas se encontram são personalizados e onde as empresas atendem ao indivíduo em todos os aspectos de suas vidas e empregos, ajustando suas realidades.

Um exemplo de empresa que está investindo em individualização e customização é a Zozotown, maior companhia de e-commerce do Japão. A empresa envia roupas feitas sob medida para seus clientes em apenas 10 dias com a ajuda de seu macacão de elastano Zozosuit que, conectado ao app da companhia, permite tirar as medidas exatas do cliente. E não é apenas no setor de moda que a tecnologia está possibilitando níveis de customização inéditos. O varejista norte-americano Sam's Club desenvolveu um aplicativo que usa machine learning e dados sobre compras passadas de seus clientes para preencher automaticamente suas listas de compras. A empresa planeja ainda incluir um recurso de navegação para mostrar rotas otimizadas dentro da loja para chegar a cada item dessa lista.

O relatório observa que as empresas que ainda estão concluindo seus processos de transformação digital estão em busca de uma vantagem específica, seja um serviço inovador, maior eficiência ou mais personalização. Mas as empresas pós-digitais estão dispostas a superar a concorrência combinando esforços para mudar a maneira como o mercado funciona - de um único mercado para vários mercados personalizados - sob medida e de acordo com o momento. É o caso da plataforma chinesa de varejo eletrônico JD.com e da sua plataforma "Toplife". O serviço ajuda terceiros a criarem lojas personalizadas e a venderem seus produtos por meio da JD, com acesso à sua cadeia de suprimentos por meio de tecnologia robótica de ponta e entrega via drones. Em parceria com o Walmart, uma loja física em Shenzhen consegue oferecer mais de 8 mil produtos pessoalmente ou em uma das lojas físicas em menos de 30 minutos. Ao oferecer personalização e velocidade inéditas, a JD inspira outras empresas a criarem um mercado totalmente novo.

Há quase 20 anos, a Accenture analisa sistematicamente o panorama empresarial em busca de tendências emergentes em tecnologia com grande potencial de revolucionar as empresas e setores. Para mais informações sobre o relatório deste ano, acesse www.accenture.com/technologyvision ou siga-nos no Twitter com #TechVision2019.



Metodologia

O estudo Technology Vision da Accenture é realizado anualmente pelas nossas divisões Accenture Labs e Accenture Research. Para o Technology Vision de 2019, o processo de pesquisa incluiu a coleta de informações de seu Conselho Consultivo Externo, um grupo formado por mais de 20 pessoas com vasta experiência dos setores público e privado, empresas de capital de risco e empreendedores. Além disso, a equipe de Technology Vision conduziu entrevistas com acadêmicos e especialistas do setor de tecnologia, bem como aproximadamente 100 líderes de negócios da Accenture. Paralelamente, a Accenture Research conduziu uma pesquisa global online com 6.672 executivos de negócios e de TI a fim de coletar impressões sobre a adoção de tecnologias emergentes. O estudo ajudou a identificar as principais questões e prioridades para adoção de tecnologia e investimentos na área. O grupo entrevistado é composto por executivos e diretores de empresas de 27 países e 20 setores. A maioria contava com faturamento anual acima dos 6 bilhões de dólares.




Accenture


A máquina do desenvolvimento e a graxa da corrupção


No último dia 29 de janeiro, a Transparência Internacional (TI) divulgou sua tradicional pesquisa do índice de percepção da corrupção.

O resultado brasileiro, como era de se esperar, foi muito ruim, consolidando um aumento contínuo da percepção da corrupção (em 2012 eram 43 pontos e, em 2018, 35 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, menos a corrupção é percebida).

Ainda que a TI tenha exposto a deterioração da relação da sociedade brasileira com o Estado, não é difícil explicar o resultado. A Operação Lava-Jato continua progredindo com novas fases e em novas frentes. Fora dos Tribunais, o tema da corrupção foi pauta do debate político nacional, tendo influenciado decisivamente nos resultados do pleito de outubro passado.

Explicar o "caso brasileiro" frente o momento singular e particular em que vivemos é relativamente simples. O que não parece nem um pouco explicável é a média das notas dos demais países que fazem parte dos BRICS.

Brasil (35 pontos – 9º PIB mundial), Rússia (28 pontos 11º PIB mundial), Índia (41 pontos - 7º PIB mundial), China (39 pontos - 2º PIB mundial) e África do Sul (43 pontos - 34º PIB mundial), todos abaixo da média mundial 43 pontos, os BRICS são uma contradição ao próprio conceito de desenvolvimento que eles representam. Os países juntos ocupam um quarto da área total do planeta, possuem 42% da população mundial e seus PIBs agregam 22% da economia mundial.

O resultado pode levar à crença que a corrupção pode ser um fator indutor ao desenvolvimento, já que em muitos casos é a partir de práticas ilegais que negócios são desenvolvidos, empregos gerados e muito dinheiro é injetado na economia.

A euforia que a corrupção, como indutora da economia, pode trazer está longe de se confundir com desenvolvimento. A história recente do Brasil é um grande exemplo.

O governo e as empresas por ele controladas injetam muito dinheiro na economia, em projetos mal planejados, com discutível retorno e superfaturados. O resultado, no médio prazo, é superendividamento, perda da capacidade de geração de receitas, completa desestruturação econômica e administrativa, além de acentuar as desigualdades sociais.

O cenário desolador que vemos atualmente no país demonstra que muito se gastou, mas nada se investiu. Muito se fez, mas pouco se aproveita. O desenvolvimento azeitado pela corrupção é aquele em que começamos a construir e, em pouco tempo, constatamos que tudo desmoronou e já não há mais nada a se fazer.

Se o momento é de investir nos BRICS, devemos aproveitar a oportunidade para nos apropriarmos do dinheiro investido e do conhecimento depositado para construirmos alicerces econômicos, sociais e culturais, pavimentando o caminho para sermos uma potência global.

Se, ao contrário, preferirmos o desenvolvimento engraxado, estaremos fadados a sermos eternas promessas, países em desenvolvimento, futuras potências, enfim, nada melhor do que já somos hoje.





Yuri Sahione - advogado, especialista em Direito Penal e presidente da Comissão Especial de Estudos Permanentes sobre Compliance da OAB.


Leandro Coutinho - advogado e presidente do Instituto Compliance Rio (ICRio).


Posts mais acessados