Ubook, maior
player do segmento no País, cresceu em número de usuários, catálogo e vendas
No final de 2014, quando decidiu criar o Ubook,
plataforma de audiobooks por streaming, Flávio Osso chegou a ouvir de muitos
profissionais da cadeia editorial que este não seria um bom negócio para se
investir no Brasil. Avesso aos conselhos, a equipe do Ubook hoje comemora um
crescimento de 400% no faturamento em apenas quatro anos de existência, além do
fato de a empresa ter se tornado referência no segmento, não apenas no Brasil,
mas também por já ter atuação relevante em grande parte da América Latina.
O executivo não revela o valor do faturamento, mas
pontua que o número atinge a marca de oito dígitos. Para atestar essa informação,
Osso, que é CEO do Ubook, recorda que um dos investidores da empresa é um fundo
de investimento listado na B3, a bolsa de valores brasileira. “Por conta disso,
somos auditados duas vezes por ano”, enfatiza.
Para Osso, alguns fatores explicam o sucesso da
empresa. “Diferente de outros países onde o segmento é mais consolidado,
audiolivros em CDs ou mesmo K-7 não conquistaram o brasileiro. Primeiro porque
não havia o hábito, depois, porque era difícil encontrar esse material para
aquisição: mesmo nas livrarias e lojas que ofereciam o produto, achá-los nas
prateleiras não era fácil. Diante disso, oferecer o serviço em uma metodologia
mais amigável – aplicativo – foi o primeiro passo para conquistar esse usuário.
Assim, o perfil conectado do brasileiro e a difusão dos serviços via streaming
serviram como pontapé inicial deste projeto”, conta.
Conforme a 29ª Pesquisa Anual de Administração e
Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio
Vargas de São Paulo (FGV-SP), uma das universidades mais conceituadas do País,
divulgada em abril do ano passado, o Brasil superou em 2018 a marca de um
smartphone por habitante e conta com 220 milhões de celulares inteligentes
ativos. No mundo, os serviços que oferecem assinaturas de streaming tiveram um
crescimento de 285% entre 2016 e 2018, expõe a pesquisa The State of Mobile
2019, da consultoria App Annie. Só no ano passado, o setor faturou globalmente
US$ 2,2 bilhões.
Outro ponto foi estimular o usuário a ouvir. “Para
que o consumidor pudesse explorar ao máximo sua experiência de escutar um
livro, oferecemos, por um valor mensal, o acesso ilimitado a todo catálogo.
Desta forma, o ouvinte foi se adaptando às diversas formas de narração que
existem, identificando o que mais lhe agrada e ampliando seu contato com os
livros falados”, pontua o CEO. Além disso, outra estratégia utilizada pelo
Ubook para atrair usuários e o ambientar neste novo universo de ouvir conteúdo
foi produzir obras de curta duração. Neste ponto, parcerias com as mais relevantes
revistas, com um dos principais jornais do País e com grandes editoras de
notícias foram seladas. “E, para garantir a praticidade do serviço e a
temporalidade das informações, as versões em áudios são disponibilizadas aos
assinantes no mesmo momento em que os conteúdos impressos chegam aos leitores”,
explica Osso.
Mas a oferta de títulos em áudio para oferecer aos
consumidores foi uma das barreiras que o Ubook teve de superar. “Quando criamos
a empresa, algumas poucas centenas de livros falados existiam. Inauguramos a
plataforma com pouco mais de 100 obras. As editoras não investiam no formato.
Assumimos o compromisso de investir na produção destes títulos e hoje temos, na
nossa base, o catálogo de audiobooks em português maior do que qualquer outro
player do mercado”, esclarece Osso. Atualmente, o Ubook conta com mais de 15,5
mil audiobooks. Destes, 2,5 mil estão em português e cerca de 10 mil em inglês.
Outras quase 3 mil obras estão em espanhol. Somados a estes audiobooks, a
produção e distribuição de conteúdos em áudio de revistas, jornais, podcasts,
programas de humor e outros formatos transformaram o Ubook na maior plataforma
de audiotainment da América Latina, totalizando mais de 350 mil títulos em
português, inglês e espanhol.
O avanço no número de audiolivros é resultado de
parcerias com diversas editoras e distribuidoras no Brasil e no exterior. São
cerca de 300 editoras, entre elas estão os maiores players do mercado. “Ter
esses parceiros aumentou a nossa base de usuários não só no Brasil, mas começou
a nos abrir portas em outros mercados. Aqui, o brasileiro que testou e aprovou
o serviço, começou a exigir mais conteúdo. Lá fora, o consumidor que já estava
habituado encontrou na plataforma um virtuoso catálogo, em um serviço cuja
excelência começara a ser reconhecida”, diz. No ano passado, o Ubook foi um dos
finalistas da premiação Excellence Award 2018 na categoria Editora de
Audiobooks do Ano, prêmio concedido pela Associação Britânica de Editores, em
exaltação à Feira do Livro de Londres. Foi a primeira vez na história da
premiação que esta categoria existiu.
O catálogo e o reconhecimento conquistados foram
propulsores para que o Ubook investisse mais na internacionalização de suas
operações. Assim, em maio de 2018, a empresa passou a adotar no exterior a
mesma metodologia que fez com que angariasse grande público no Brasil: a
distribuição do conteúdo via parceria com operadoras de telefonia móvel. No
Brasil, o Ubook é a única plataforma de audiolivros presente em todas as
operadoras que atuam no País. “Até o final de março, estaremos presentes em 18
países via 21 parceiros”, adianta o CEO.
Todo esse investimento se
reflete na carteira de clientes da plataforma. Ao final de 2017, o Ubook
encerrou com pouco mais de 2,5 milhões de usuários registrados. No ano passado,
o serviço registrava mais de 6 milhões de consumidores cadastrados.
Flávio Osso - CEO do Ubook celebra crescimento do setor de audiolivros
no Brasil
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