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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Assédio sexual, qual a mudança que ainda alguns homens não perceberam?




Psicóloga comenta sobre o problema do assédio sexual na sociedade
 
Ao longo da história, a nossa sociedade foi se estruturando em um modelo patriarcal. Isso significa que a função da mulher na sociedade era ser submissa aos homens. Só ganharam notoriedade com a presença de um homem ao lado. Em um primeiro momento havia um controle dos pais e em seguida dos maridos. No entanto, as relações sociais estão mudando. A cada dia, a mulher ganha mais notoriedade, relevância e lugar dentro da conjuntura social.

Os anos 60 foram um período revolucionário para chegarmos onde estamos hoje. A partir desse momento as mulheres passaram a reivindicar, ainda mais, os direitos e mostraram que poderiam cuidar delas mesmas da forma como elas realmente gostariam.

No entanto, parte da sociedade não aceita esse movimento justo e coloca a mulher em posições inferiores. Qual a parte da mudança que certos homens ainda não perceberam?

Para a psicóloga com abordagem em sexualidade humana e saúde do homem, Carla Ribeiro, a luta para a igualdade ainda sofre pelo machismo. “Infelizmente, alguns homens, ainda, utilizam de um modelo antigo de ‘superioridade’ e ‘poder’ sob o feminino, que não cabe mais ao sexo masculino.”

Diversas são as imposições que o machismo pressupõe. Dentre as mais comuns está o assédio sexual. Recentemente diversas atrizes hollywoodianas divulgaram na mídia os assédios recebidos por diretores e colegas de trabalho. De acordo com o Datafolha, 42% das mulheres relatam já terem sofrido assédio sexual. Esse tipo de violência, segundo o artigo 216-A do código penal, trata de quem constrange alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua hierárquica ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, podendo ser punido com detenção de um a dois anos.

Os casos de assédio sexual ainda bem presentes na realidade cotidiana mostram o quanto as interações sociais precisam avançar. O respeito é base fundamental para a construção do conjunto social. Ninguém tem o direito de romper com o limite ético, invadindo o seu corpo sem sua permissão.

Carla Ribeiro reforça que o ideal é “ dar espaço ao modelo de parceria entre o homem e a mulher, fazendo com que o homem tenha uma participação mais efetiva no relacionamento a dois, para conhecer melhor a mulher que está ao seu lado. Além disso, há necessidade de compreender que o corpo e o fisiológico da mulher pertencem a ela. A mulheres não são objetos”.

Muito já foi conquistado, masainda há muito a se conquistar. Estamos em uma onda revolucionária, onde as minorias estão colocando para fora toda a opressão contida na história. O momento é aprender como duas pessoas com características diferentes podem desenvolver o equilíbrio para conviverem juntas. 







Carla Ribeiro - Psicóloga Clínica e Hospitalar voltada para Saúde do Homem



Professor dá dicas para evitar ciberataques



Um relatório recentemente divulgado pela empresa de segurança digital Norton Cyber Security Insights Report 2017 apresentou dados sobre crimes digitais no Brasil e no mundo. Assim como vinha ocorrendo nos anos anteriores, o país está próximo do topo do ranking. Tivemos mais 60 milhões de brasileiros atacados, o que corresponde a 60% da nossa população conectada.

Para o coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, as duas grandes motivações para que esses crimes aconteçam são o desejo de benefício financeiro ou o de manipular informações publicadas em meios digitais. Segundo ele, os tipos mais comuns desses ataques são: a violação de dados, spywares – que são programas instalados para que os criminosos acessem informações pessoais nas máquinas invadidas, além das famosas técnicas de engenharia social.

Ainda segundo o especialista, ambientes praticamente idênticos aos das instituições financeiras reais são criados para que as vítimas coloquem seus dados de forma que acabem passando para os bandidos tudo o que é necessário para que transações ou acessos não autorizados sejam realizados.

"Ao avaliar o comportamento do brasileiro na internet, é possível perceber algumas práticas bastante arriscadas, como compartilhar senhas com outras pessoas, utilizar a mesma chave de acesso em sites diversos e usar redes públicas frequentemente. Para se proteger, além de mudar esses comportamentos de risco, vale usar senhas fortes e mudá-las frequentemente, manter o antivírus atualizado, além de nunca abrir mensagens de desconhecidos ou instalar programas sem que se conheça o fabricante", sugere André Miceli.


WhatsApp – O professor da FGV alerta que a ferramenta tornou-se uma das preferidas pelos hackers para aplicar golpes cibernéticos no Brasil. Miceli diz ainda que os cibercriminosos estão aprimorando suas estratégias por meio de engenharia social. Segundo ele, os hackers estão investindo contra indivíduos por meio de uma rápida e maciça disseminação de links maliciosos em vez de produzir malwares, que são mais complexos de ser criados e têm menor potencial de viralização.

"Tenha em mente que empresas não oferecem cupons de desconto dessa forma (não importa o valor) e nunca pediriam que você faça download de algo só para isso. Caso a oferta pareça bem real, faça uma busca rápida na internet, já que o fato seria obviamente bem noticiado e divulgado. Caso tenha clicado no link, ele lhe direcionará para uma página muito parecida com o site que você conhece. Compare com o original e não registre nada nele", explica o especialista.


Inteligência Artificial – André Miceli assegura que, para ajudar no processo de combate ao crime no espaço virtual, as empresas têm usado práticas de inteligência artificial. O uso desse recurso para prevenção de fraudes não é exatamente um conceito novo, de acordo com o professor da FGV, mas tem ganhado bastante em sofisticação e precisão. "Ao rastrear as características de uso do cartão de crédito e do acesso aos dispositivos eletrônicos, os especialistas geram dados de maneira que os computadores possam aprender e prever a maneira através da qual espera-se que um determinado usuário se comporte. Então, esses algoritmos passam a ajudar a detectar padrões fraudulentos em transações e evitar fraudes de cartões", observa o professor da FGV.

Por fim, André Miceli, relata que, se por um lado vemos uma grande discussão sobre todo o estrago que a inteligência artificial pode causar no mercado de trabalho, por outro, muito em breve, temos nela um forte aliado em nossa segurança.


7de fevereiro - Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas - Como funciona a organização dos serviços de saúde indígena no Brasil



 Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, com foco no Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, datado em 7 de fevereiro, ressalta a importância dos serviços de saúde chegarem a essa população que gira em torno de 800 mil habitantes no país


Com foco no Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, datado em 7 de fevereiro,  a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) explica como funciona a organização dos serviços de saúde indígena no Brasil. No mundo, estima-se que essa população seja de 370 milhões de pessoas, que pertencem a cinco mil etnias . No Brasil, segundo censo do IBGE de 2010, existem em torno de 800 mil indígenas. Presentes em todas as regiões do país, a concentração é maior na região centro-oeste e norte.

A organização dos serviços de saúde indígena no Brasil funciona com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), área do Ministério da Saúde responsável por coordenar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o território nacional.

“O surgimento desse órgão originou-se da necessidade de reformulação da gestão da saúde indígena no país, demanda reivindicada pelos próprios indígenas durante as Conferências Nacionais de Saúde Indígena. A principal é o exercício da gestão da saúde indígena, no sentido de proteger, promover e recuperar a saúde dos povos indígenas, bem como orientar o desenvolvimento das ações de atenção integral à saúde indígena e de educação em saúde”, explica Karine Kersting Puls, residente de medicina de família e comunidade, membro do Grupo de Trabalho de Saúde Rural da SBMFC.

Em termos quantitativos, essas competências se materializam no atendimento a cerca de 738.624 indígenas que compõem aproximadamente mais de 170.000 famílias residentes em 5.361 aldeias segundo os dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena - SIASI, pertencentes a 305 povos, que falam 274 línguas distintas, cada povo com os seus costumes, as suas tradições, religiões e modos de organização social próprios, e, de acordo com a Fundação Nacional do Índio, numa extensão territorial indígena de 1.135.182,35 km2.

Cada um destes 305 povos tem sua própria maneira de entender e se organizar diante do mundo, que se manifesta nas suas diferentes formas de organização social, política, econômica e de relação com o meio ambiente e ocupação de seu território. “O reconhecimento da diversidade social e cultural dos povos indígenas, a consideração e o respeito dos seus sistemas tradicionais de saúde são imprescindíveis para a execução de ações e projetos de saúde e para a elaboração de propostas de prevenção/promoção e educação para a saúde adequadas ao contexto local.  O princípio que permeia  é o respeito às concepções, valores e práticas relativos ao processo saúde-doença próprios a cada sociedade indígena e a seus diversos especialistas. A articulação com esses saberes e práticas deve ser estimulada para a obtenção da melhoria do estado de saúde dos povos indígenas”, explica a residente que também é integrante da Rural Seeds, rede internacional de estudantes de medicina e jovens médicos interessados em melhorar a saúde rural globalmente.  


Características étnicas da saúde indígena

Embora precários, os dados disponíveis indicam, em diversas situações, taxas de morbidade e mortalidade três a quatro vezes maiores que aquelas encontradas na população brasileira em geral. O alto número de óbitos sem registro ou indexados sem causas definidas confirmam a pouca cobertura e a baixa capacidade de resolução dos serviços disponíveis. Verifica-se uma alta incidência de infecções respiratórias e gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, desnutrição e doenças preveníveis por vacinas, evidenciando um quadro sanitário caracterizado pela alta ocorrência de agravos que poderiam ser significativamente reduzidos com o estabelecimento de ações sistemáticas e continuadas de atenção básica à saúde no interior das áreas indígenas.

Em algumas regiões, onde a população indígena tem um relacionamento mais estreito com a população regional, nota-se o aparecimento de novos problemas de saúde relacionados às mudanças introduzidas no seu modo de vida e, especialmente, na alimentação: a hipertensão arterial, o diabetes, o câncer, o alcoolismo, a depressão e o suicídio são problemas cada vez mais frequentes em diversas comunidades.


Médicos especialistas em saúde indígena

As Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena são submetidas, previamente, ao Treinamento Introdutório que contempla conceitos antropológicos, análise do perfil epidemiológico da região e capacitação pedagógica que as habilite a executarem a formação dos Agentes Indígenas de Saúde.

“Existe um processo seletivo para a saúde indígena gerenciado pela SPDM - Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina, apesar de não haver exigência de especialização como pré-requisito, exige-se pelo menos 06 meses de experiência comprovada na área de atuação ou em qualquer área da saúde indígena – exceto para os indígenas”, ressalta Magda Almeida, Diretora de Saúde Rural da SBMFC.

Geralmente a seleção dos profissionais de saúde é feita em quatro ou cinco etapas de acordo com o cargo, e a prova somente é obrigatória aos cargos de cirurgião dentista, enfermeiro, técnico de enfermagem e assistente social.


Abordagem da saúde com os indígenas

Os sistemas tradicionais indígenas de saúde são baseados em uma abordagem holística de saúde, cujo princípio é a harmonia de indivíduos, famílias e comunidades com o universo que os rodeia. As práticas de cura respondem a uma lógica interna de cada comunidade indígena e são o produto de sua relação particular com o mundo espiritual e os seres do ambiente em que vivem.

Sendo assim, um médico que decide trabalhar nessa situação de isolamento precisa ser muitas vezes criativo para lidar com as adversidades e a falta de recursos, além de desenvolver competências específicas, ter treinamento de habilidades específicas para ser mais resolutivo. Além disso, precisa estar mais aberto para lidar com as diferenças e com as crenças culturais da comunidade em que se encontra.



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