Psicóloga comenta sobre o problema do assédio sexual na sociedade
Ao longo da
história, a nossa sociedade foi se estruturando em um modelo patriarcal. Isso
significa que a função da mulher na sociedade era ser submissa aos
homens. Só ganharam notoriedade com a presença de um homem ao
lado. Em um primeiro momento havia um controle dos pais e em seguida dos
maridos. No entanto, as relações sociais estão mudando. A cada dia, a mulher
ganha mais notoriedade, relevância e lugar dentro da conjuntura social.
Os anos
60 foram um período revolucionário para chegarmos onde estamos hoje.
A partir desse momento as mulheres passaram a reivindicar, ainda mais, os
direitos e mostraram que poderiam cuidar delas mesmas da forma como elas
realmente gostariam.
No entanto,
parte da sociedade não aceita esse movimento justo e coloca a mulher em
posições inferiores. Qual a parte da mudança que certos homens ainda não
perceberam?
Para a
psicóloga com abordagem em sexualidade humana e saúde do homem, Carla Ribeiro,
a luta para a igualdade ainda sofre pelo machismo. “Infelizmente, alguns
homens, ainda, utilizam de um modelo antigo
de ‘superioridade’ e ‘poder’ sob o feminino, que não cabe
mais ao sexo masculino.”
Diversas são
as imposições que o machismo pressupõe. Dentre as mais comuns está o assédio
sexual. Recentemente diversas atrizes hollywoodianas divulgaram na mídia os
assédios recebidos por diretores e colegas de trabalho. De acordo com o
Datafolha, 42% das mulheres relatam já terem sofrido assédio sexual. Esse
tipo de violência, segundo o artigo 216-A do código penal, trata
de quem constrange alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento
sexual, prevalecendo-se o agente da sua hierárquica ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, podendo ser punido com
detenção de um a dois anos.
Os casos de
assédio sexual ainda bem presentes na realidade cotidiana mostram o quanto as
interações sociais precisam avançar. O respeito é base fundamental para a
construção do conjunto social. Ninguém tem o direito de romper com o limite
ético, invadindo o seu corpo sem sua permissão.
Carla
Ribeiro reforça que o ideal é “ dar espaço ao modelo de parceria
entre o homem e a mulher, fazendo com que o homem tenha uma participação
mais efetiva no relacionamento a dois, para conhecer melhor a mulher que
está ao seu lado. Além disso, há necessidade de compreender que o corpo e o
fisiológico da mulher pertencem a ela. A mulheres não são objetos”.
Muito já foi
conquistado, masainda há muito a se conquistar. Estamos em uma onda
revolucionária, onde as minorias estão colocando para fora toda a
opressão contida na história. O momento é aprender como duas pessoas com
características diferentes podem desenvolver o equilíbrio para
conviverem juntas.
Carla Ribeiro - Psicóloga
Clínica e Hospitalar voltada para Saúde do Homem
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