Um relatório
recentemente divulgado pela empresa de segurança digital Norton Cyber Security
Insights Report 2017 apresentou dados sobre crimes digitais no Brasil e no
mundo. Assim como vinha ocorrendo nos anos anteriores, o país está próximo do
topo do ranking. Tivemos mais 60 milhões de brasileiros atacados, o que
corresponde a 60% da nossa população conectada.
Para o coordenador do
MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, as
duas grandes motivações para que esses crimes aconteçam são o desejo de
benefício financeiro ou o de manipular informações publicadas em meios
digitais. Segundo ele, os tipos mais comuns desses ataques são: a violação de
dados, spywares – que são programas instalados para que os criminosos acessem informações
pessoais nas máquinas invadidas, além das famosas técnicas de engenharia
social.
Ainda segundo o
especialista, ambientes praticamente idênticos aos das instituições financeiras
reais são criados para que as vítimas coloquem seus dados de forma que acabem
passando para os bandidos tudo o que é necessário para que transações ou
acessos não autorizados sejam realizados.
"Ao avaliar o
comportamento do brasileiro na internet, é possível perceber algumas práticas
bastante arriscadas, como compartilhar senhas com outras pessoas, utilizar a
mesma chave de acesso em sites diversos e usar redes públicas frequentemente.
Para se proteger, além de mudar esses comportamentos de risco, vale usar senhas
fortes e mudá-las frequentemente, manter o antivírus atualizado, além de nunca
abrir mensagens de desconhecidos ou instalar programas sem que se conheça o
fabricante", sugere André Miceli.
WhatsApp – O
professor da FGV alerta que a ferramenta tornou-se uma das preferidas pelos
hackers para aplicar golpes cibernéticos no Brasil. Miceli diz ainda que os
cibercriminosos estão aprimorando suas estratégias por meio de engenharia
social. Segundo ele, os hackers estão investindo contra indivíduos por meio de
uma rápida e maciça disseminação de links maliciosos em vez de produzir
malwares, que são mais complexos de ser criados e têm menor potencial de
viralização.
"Tenha em mente que
empresas não oferecem cupons de desconto dessa forma (não importa o valor) e
nunca pediriam que você faça download de algo só para isso. Caso a oferta
pareça bem real, faça uma busca rápida na internet, já que o fato seria
obviamente bem noticiado e divulgado. Caso tenha clicado no link, ele lhe
direcionará para uma página muito parecida com o site que você conhece. Compare
com o original e não registre nada nele", explica o especialista.
Inteligência Artificial
– André Miceli assegura que, para ajudar no processo
de combate ao crime no espaço virtual, as empresas têm usado práticas de
inteligência artificial. O uso desse recurso para prevenção de fraudes não é
exatamente um conceito novo, de acordo com o professor da FGV, mas tem ganhado
bastante em sofisticação e precisão. "Ao rastrear as características de
uso do cartão de crédito e do acesso aos dispositivos eletrônicos, os
especialistas geram dados de maneira que os computadores possam aprender e
prever a maneira através da qual espera-se que um determinado usuário se
comporte. Então, esses algoritmos passam a ajudar a detectar padrões
fraudulentos em transações e evitar fraudes de cartões", observa o
professor da FGV.
Por fim, André Miceli, relata que, se por um lado
vemos uma grande discussão sobre todo o estrago que a inteligência artificial
pode causar no mercado de trabalho, por outro, muito em breve, temos nela um
forte aliado em nossa segurança.
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