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quinta-feira, 29 de julho de 2021

PIX E DARKWEB

  

O cotidiano das pessoas ficou mais digital. Para os que têm acesso a internet comprar online, se comunicar, interagir e ver pessoas somente permaneceu possível com a pandemia por conta da internet e a integração digital. Com as restrições de circulação, o comércio digital se tornou uma realidade e com isso, os criminosos aproveitam do maior tempo online do consumidor e consequente aumento das transações digitais para aplicar golpes financeiros.


Com o lançamento do PIX além dos usuários, os golpistas se aproveitaram da nova ferramenta. A criminalidade organizada percebeu que o PIX poderia ser um excelente negócio para o mundo do crime e suas variantes, especialmente na Darkweb. Portanto, não tardou para que os golpes envolvendo o PIX se desenvolvessem.


Segundo dados do Banco Central, até começo de abril, mais de 206 milhões de chaves PIX foram cadastradas através de mais de 75 milhões de usuários em 133 milhões de contas. O volume de dinheiro salta aos olhos pois, segundo o BC foram mais de 328 milhões de transações que movimentaram mais de R$238 bilhões de reais, o tíquete médio das operações chega a R$750, o PIX representa 8 em cada 10 transferências.


O PIX é seguro? A resposta é simples: o PIX é tão seguro como qualquer outra transação bancária. Se a operação com o PIX é segura, então, onde está o perigo? No usuário, afinal, através dele é que são feitas as transferências, portanto, atacar o dono da chave resulta em potencial transferência de toda a quantia disponível em sua conta corrente. O que outrora era feito através de sequestros relâmpagos, com a obrigação dos usuários fazerem saques, agora se simplifica. E, como o PIX pode ser cadastrado através de contas digitais, os criminosos se utilizam dessas facilidades e da falta de verificação e proteção das instituições financeiras não tradicionais para serem os destinatários finais dos golpes.


Neste cenário a Darkweb é um local oculto e de entrada exclusiva com convite para acesso específico, protegido dentro do universo da Deepweb, local em que somente quem possui conhecimento mais avançado de informática consegue trafegar digitalmente através de navegadores específicos como I2P, Tor, Freenet e outros poucos. O caminho e as possibilidades de esconder seu endereço IP protegem as atividades ilícitas da Darkweb que, segundo a Interpol, superam 57% do total das práticas desse universo.


Se o criminoso está protegido, não se pode dizer o mesmo do usuário comum da internet: IP sem proteção, firewall de fácil acesso, computador com dados pessoais, senhas, páginas recorrentes com dados salvos e, para muitos, com dados bancários armazenados em páginas de compras usuais, as mesmas fragilidades podem ser percebidas em seus tablets e celulares. Praticamente um convite à ilicitude.


As modalidades mais comuns de golpes envolvendo o PIX têm sido através de Phishing, seja por e-mail ou WhatsApp, com o objetivo de captar senhas e dados bancários, além da invasão de dispositivos móveis e clonagem deles. O PIX, por ser uma modalidade nova, ainda não tem a proteção adequada e, tampouco, meios fiscalizatórios de controle. 



 

Antonio Baptista Gonçalves - Advogado, Pós-Doutor, Doutor e Mestre pela PUC/SP e Presidente da Comissão de Criminologia e Vitimologia da OAB/SP – subseção de Butantã.


A volta às aulas e a redação "Minhas Férias"

Sem nenhum grande esforço de memória, certamente, é possível lembrar da tradicional redação intitulada "Minhas Férias", quase sempre solicitada pelos professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, embora também não seja rara inclusive no Ensino Médio.

Pois bem, como estamos próximos de um novo mês de agosto, vivenciando ainda a pandemia da covid-19 e prestes ao tão esperado retorno às aulas, depois de meses de expectativa e incertezas quanto ao "day after" ou ao "month after", tenho uma curiosidade: Qual será o título da redação a ser solicitada pelos professores neste retorno? Um retorno com cara de volta de férias, mas sem as mesmas experiências do retorno às aulas, anterior à pandemia. Afinal de contas, quem teve férias? Todos os dias parecem ser iguais, de segunda a segunda - talvez, exceto o domingo - os dias deixaram de ser diferentes entre si, de ter características singulares, pelo menos, é o que muitos disseram e continuam a dizer durante estes mais de dezoito meses atípicos para todos nós.

Sei que alguns podem até me questionar neste momento, quanto a este meu interesse ou curiosidade acerca do título da redação a ser solicitada no próximo retorno às aulas, porém, antes da crítica, me antecipo para dizer que minha curiosidade não é propriamente sobre o título da redação, até porque utilizei esta provocação muito mais como uma metáfora do que um significado estrito. Na verdade, minha curiosidade, inclusive ansiedade, é sobre a forma com a qual nossas crianças e adolescentes serão recepcionados pelos professores e demais profissionais da educação nesta volta às aulas.

Tenho reiterado ao longo de todos estes meses de que, acima de qualquer preocupação com relação às diferentes atividades sociais, está a preservação da vida. Sem o cuidado para com a vida e, particularmente, para com a saúde das pessoas, as demais preocupações se tornam insignificantes. Tudo é possível recuperar, menos a vida perdida.

Como educador e formador de professores, sou um grande defensor da Escola, pois considero que sem ela a sociedade fica incompleta. A Escola é uma das instituições que entendo ser indispensáveis na formação de todo ser humano e em nenhum momento deve ser preterida. Sem escola, creio ser impossível o pleno desenvolvimento da pessoa humana, para torná-la um futuro cidadão competente, ético e eficiente. Sempre defendi e continuo a defender que, dentre estas instituições, Escola e Família são as que devem atuar em cumplicidade, por isso, fiz esta provocação neste início de um novo semestre letivo. Com a metáfora da redação "Minhas Férias", a rigor, quero perguntar: como pais e professores se comportarão neste retorno?

Durante este ano e meio de pandemia, muitas foram as informações desencontradas, sem fundamentação científica, com opiniões divergentes, sobretudo por parte de nossos dirigentes nacionais, que em vez de promoverem uma ação coletiva, com embasamento técnico e científico, com a união dos diferentes níveis de governo, optaram por impor posições pessoais, que pouco contribuíram para a superação da crise. Pessoas fora da área da saúde orientando sobre medicamentos, outras, fora da área da educação, recomendando ações sem consistência pedagógica, com isto, a nação ficou sem um plano efetivo para se vencer a crise, além de perder até aqui mais de meio milhão de pessoas, muitas das quais em plena produção.

Agora, entende-se que já é possível retornar às atividades escolares presenciais, sobretudo no âmbito da Educação Básica, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Também entendo ser possível pensar neste retorno, já no início de agosto próximo, porém, em que condições e como será? Retomando minha metáfora: qual será o título da redação a ser solicitada pelos professores? Será "Minhas Férias"?

Saindo da metáfora e voltando ao cerne da questão, de como se dará o retorno às atividades escolares neste segundo semestre de 2021, trago à tona meus comentários feitos há alguns meses, sobre como deverá ser esta retomada.

Primeiramente, devemos evitar o "efeito sanfona", do abrir e fechar. Nossas ações devem ser rigorosamente pensadas e planejadas, para que isto não venha a ocorrer. Por isso, deve ficar bem claro que o planejamento deve ser feito por quem entende de Educação, juntamente com os beneficiários, ou seja, alunos e pais de alunos, e sem pressa pela reposição das perdas. O objetivo não deve ser de uma superação rápida das perdas ocorridas, no tocante a conteúdos que deveriam ter sido aprendidos e, infelizmente, não o foram, mas de uma superação por meio de um planejamento de reposição paralela, dos conhecimentos não obtidos, juntamente com os previstos no currículo tradicional.

Tenho acompanhado diversas escolas particulares, que estão trabalhando neste sentido, há alguns meses, e estou muito animado e esperançoso quanto ao bom resultado a ser atingido. Entretanto, esta práxis não é regra, pois também tenho visto ações alternativas, sem consistência, especialmente nas redes públicas de ensino, onde as condições físicas e tecnológicas das escolas são muito desiguais, o que impede a execução de uma ação uniforme.

Neste sentido, penso que professores, dirigentes escolares e pais, devem estar unidos, em busca da elaboração deste Plano de Reposição, independentemente do prazo que se estabeleça. Afinal, o mais importante na vida destes alunos é que, ao final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, respectivamente, o adolescente esteja pronto para prosseguir sua vida escolar com o conhecimento necessário para as próximas etapas.

Mesmo assim, penso que o professor que quiser solicitar aos seus alunos a redação "Minhas Férias", poderá fazê-lo sem nenhum problema. Não vejo nenhum mal.

 


Ítalo Francisco Curcio - doutor e pós-doutor em Educação, além de pesquisador no curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).


Ipiranga oferece vacinas e check-up de saúde gratuitamente em São Paulo

Divulgação 
Junto ao atendimento de saúde, programa Saúde na Estrada distribuirá ainda kits de higiene


No dia 30 de julho, a Ipiranga oferecerá vacinação e exames de saúde variados de forma gratuita para caminhoneiros, motoristas e viajantes na rodovia que passa por São Paulo no município de Presidente Venceslau. Haverá também check-up básico de saúde (glicemia, pressão e visão), distribuição de folhetos com orientações de prevenção ao COVID-19, completando o atendimento no estado, com consultas realizadas sempre das 8h às 17h pelo programa Saúde na Estrada.

O público poderá realizar o teste da balança de bioimpedância para uma análise completa da avaliação de peso corporal, além do IMC (Índice de Massa Corporal), exame que possibilita detectar dados como taxa metabólica, quantidade de água no corpo, massa livre de gordura, controle de gordura e músculos, entre outros indicadores corporais. A partir de 2020, o programa foi adaptado para apoiar no combate à pandemia da Covid-19, a partir da distribuição de kits de higiene, realização de testes rápidos e aplicação de vacinas contra diversas doenças em parceria com secretarias municipais de saúde. As instalações têm capacidade de atendimento de 1.000 pessoas por dia, das 08h às 17h.

A ação acontece na Zona Rural de Presidente Venceslau. Além dos caminhoneiros e viajantes, moradores das comunidades e regiões próximas aos postos também poderão ser atendidos de forma gratuita.

"No ano passado, o Saúde na Estrada, programa que sempre nos encheu de orgulho, se mostrou uma peça ainda mais estratégica no atendimento à população e no impacto positivo da Ipiranga na sociedade. Alcançamos números impressionantes na disponibilização de serviços de saúde ao público em um momento extremamente delicado - que ainda vivemos. Com essa nova temporada, reforçamos nosso compromisso de parceria com os caminhoneiros e com as comunidades que estão à nossa volta e que são presentes no dia a dia de nossas operações", disse Sidnei Braz, Gerente Executivo de Negócios Rede|Rodovia da Ipiranga.

A estrutura instalada para atender os trabalhadores será a do Saúde na Estrada, programa social da Ipiranga que, há mais de 10 anos, oferece exames e atendimento médico gratuito para caminhoneiros em todo o Brasil. Mais de 550 mil pessoas já foram atendidas.

Para a vacinação nas estradas e a distribuição dos kits de higiene, todas as precauções estão sendo devidamente seguidas conforme as orientações da OMS. O cuidado com a saúde e a segurança dos participantes e da equipe de apoio será redobrado, com o uso de aventais descartáveis de manga longa TNT 40, máscara de Proteção Facial confeccionada em Policarbonato e Acrílico Cristal, com espessura de 0,5 mm e respirador Facial PFF2 profissional, além dos equipamentos já utilizados normalmente na operação do Saúde na Estrada.

O Programa ainda realiza a distribuição de material informativo que promove a saúde e a prevenção de doenças, com dicas para o profissional da estrada viver melhor. Além disso, os caminhoneiros recebem orientações de conscientização sobre a violência sexual de crianças e adolescentes nas estradas. Essa ação vai ao encontro de uma atitude adotada pela companhia.

A Ipiranga é signatária do Pacto na Mão Certa, que tem como objetivo promover campanhas para acabar com a exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras. O programa cumpre com todas as medidas de prevenção à Covid-19 estabelecidas pelo Ministério da Saúde, a fim de assegurar a segurança e saúde de voluntários e participantes.


SERVIÇO

30 de julho de 2021

Posto Aldo Presidente Venceslau Ltda

ROD RAPOSO TAVARES KM 620

Presidente Venceslau- SP


Abramet alerta para o aumento dos sinistros com motocicletas

Impulsionada pelo preço módico e baixo custo de manutenção, a motocicleta assumiu protagonismo no trânsito brasileiro: presença maciça nas vias em todo o País, esse veículo também ganhou participação relevante nos indicadores de sinistros, exigindo a formulação de ações educativas e abordagens que estimulem maior conscientização da população, com vistas a fortalecer o esforço de preservação da vida no trânsito. Para contribuir nessa discussão, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) mobilizou um grupo de especialistas renomados e publica o artigo inédito "A motocicleta no Brasil do século XXI", com um panorama sobre a presença da motocicleta e indicadores de sinistros a ela associados.

"Esse artigo é uma contribuição qualificada, e inestimável, que a Abramet oferece não apenas ao médico do tráfego, mas à sociedade brasileira como um todo. Só poderemos enfrentar os graves riscos desses veículos, conhecendo em profundidade os dados", avalia do dr. Flávio Emir Adura, diretor científico da Abramet. "A motocicleta ganhou relevância no trânsito brasileiro e precisamos estar sempre atualizados sobre esse tema. É esse o papel abraçado pela Abramet desde a sua fundação, há 40 anos".

Dados oficiais indicam que o número de motociclistas cresceu 54,3% entre 2009 e 2019 no Brasil: 33.024.249 milhões de brasileiros estão habilitados na categoria A, ou combinando as categorias AB, AC, AD e AE, o equivalente a 44,7% do total de portadores de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Essa expansão alcança também a presença de motocicletas nas vias brasileiras: a frota de motocicletas quase dobrou nesse período, saindo de 15 milhões de unidades em 2009 para mais de 28 milhões dez anos depois.

Assinado pelos pesquisadores doutores Maria Helena P. de Mello Jorge, Áquilla dos Anjos Couto e Pedro Manoel dos Santos; o documento analisa a morbimortalidade de ocupantes de motocicleta, pedestres e ciclistas atropelados por este tipo de veículo no Brasil, de 2000 a 2019. O artigo também busca iluminar o panorama desse tema em cada unidade da federação. Para a análise, os especialistas avaliaram toda a categoria motocicleta, que inclui não apenas a moto, como também as motonetas, os triciclos e quadriciclos motorizados, entre outros. Tais veículos carregam semelhança nos riscos de sinistros a que seus usuários estão expostos.

"O trabalho mostra com detalhes quais as áreas são mais vulneráveis, quem são as vítimas e os tipos de acidentes mais comuns. Fornecendo, portanto, elementos para que os gestores das áreas da segurança viária e da saúde possam investir na sua prevenção", comenta a dra. Maria Helena. O artigo ressalta que a relevância do tema é evidenciada pelos esforços que vêm sendo empreendidos nos últimos anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, com o plano Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020). "Estudos mostram queda nas taxas de acidentes de trânsito de todos os tipos, com exceção daqueles envolvendo motociclistas. Sentimos, então, que era chegada a hora de focar nesse problema em todo o País", explica a especialista.


PANORAMA NACIONAL - Os dados evidenciam a gravidade e complexidade desta questão, com altas taxas de mortalidade em sinistros com motocicletas, em oposição à queda nos de trânsito em geral; elevados números, sem sinais de declínio, de internações hospitalares de vítimas deste tipo de sinistro; aumento contínuo da frota deste tipo de veículo; e heterogeneidade na distribuição das taxas de mortalidade e de internação entre as regiões do Brasil.

O levantamento investiga os dados oficiais do Brasil, atualizados em 2019, relativos: à frota, à mortalidade e às internações hospitalares, além de atendimentos em serviços de emergência. São analisadas, ainda, as lesões segundo segmento corpóreo afetado, promovendo uma estimativa das sequelas, importante aspecto no que tange ao estudo dos sinistros. "Um estudo como esse é de extrema relevância, visto que, apesar da multissetorialidade dos sinistros de trânsito, o maior ônus se impõe ao campo da saúde, gerando gastos elevados e piora nos seus indicadores", comenta Adura.

Os dados que baseiam a pesquisa são provenientes dos sistemas oficiais de informação do Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Os números relacionados às mortes por sinistros de motocicletas evidenciam a amplitude desta problemática. Nos primeiros anos deste século, correspondiam a aproximadamente 10% do total de sinistros de trânsito. E, em 2017, representaram cerca de 35%.


PERFIL DAS VÍTIMAS - Neste trabalho, são apresentados os dados de mortalidade por sinistros de trânsito quando a vítima é motociclista, relacionados ao Brasil, regiões e unidades da federação, de 2000 a 2018. No material, destaca-se o ano de 2011, que é tido "como parâmetro para analisar os possíveis declínios/ascensões de seus valores, tendo em vista o Brasil participar do acordo internacional que considera esse ano como limite inferior da chamada Década de Ações visando à Segurança Viária".

Um dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa, dr. Áquilla dos Anjos Couto, enfatiza esta mudança no perfil das vítimas, nos últimos anos, com o predomínio dos usuários de motocicleta. Segundo ele, o artigo tem justamente a proposta de fortalecer a missão da Abramet em relação à preservação da vida e à mitigação do sofrimento no trânsito.

"No âmbito social, é estimado que a cada paciente hospitalizado, oriundo de sinistralidade de trânsito, no mínimo quatro pessoas próximas são diretamente impactadas: acompanhante de internação, suporte familiar, auxílio financeiro, custeio de medicamentos, período de reabilitação e possível reorganização dos hábitos cotidianos para sequelas permanentes", detalha.

A pesquisa revelou, quanto à distribuição dos óbitos de motociclistas por sexo, uma nítida preponderância do sexo masculino (88,7%), com taxa de 10,6 por cem mil habitantes. Enquanto no sexo feminino, a mortalidade proporcional foi de 11,3%, com taxa igual a 1,3 por cem mil mulheres, evidenciando o maior risco a que os homens estão sujeitos.

A distribuição das ocorrências segundo idades, de acordo com o levantamento, mostra o predomínio do grupo de adultos jovens (20 a 39 anos), que correspondeu a mais da metade do total de óbitos (3.699 na faixa 20 a 29 anos e 2.766 mortes entre 30 e 39 anos, totalizando 56,3%). Entre 40 a 59 anos, houve 3.025 mortes; entre os adolescentes, 10,5%; e no grupo dos idosos, 734 (6,4%).


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA - Considerando a distribuição pelas regiões, constata-se que as taxas mais elevadas de mortalidade estão no Norte, Nordeste e Centro Oeste, respectivamente com 8,1, 8,4 e 7,7 óbitos de motociclistas para cada 100 mil habitantes. Uma possível explicação é que exatamente nesses locais há menos fiscalização quanto à velocidade, uso de equipamentos de segurança e maior número de pessoas dirigindo sem habilitação.

Os resultados do levantamento mostram que os esforços dispendidos no Brasil para diminuir as taxas de morbimortalidade por sinistros de trânsito começam a apresentar seus efeitos visto que o número de vítimas fatais dá sinais de declínio desde 2015. O artigo ressalta que o Ministério da Saúde avalia haver evidências de que a implantação de leis mais rígidas, como o Código de Trânsito Brasileiro e a chamada Lei Seca, pode ter sido um dos fatores responsáveis pela redução significativa da mortalidade medida para todos os tipos de vítimas.

Entretanto, os pesquisadores acreditam que essa repercussão positiva não é notada nos casos em que a vítima é motociclista (condutor ou passageiro). Para mudar este cenário, os pesquisadores afirmam que a prevenção é o principal caminho. "Precisamos aplicar isso desde a prevenção primária, para evitar que os acidentes ocorram; passando pela secundária, fornecendo meios para que as vítimas possam ser bem assistidas; até a prevenção terciária, que objetiva a recuperação/reabilitação das pessoas com sequelas, para que elas possam retornar às suas vidas", explica dr. Pedro Manoel dos Santos, um dos pesquisadores responsáveis pelo artigo.


EDUCAÇÃO E FISCALIZAÇÃO - O artigo destaca, ainda, que o Denatran contabilizou, em 2019, no Brasil, a aplicação de 329.796 multas decorrentes da não utilização de capacete pelo condutor e 219.989 pelo não uso de equipamentos pelo passageiro. Sobre o uso do celular enquanto dirigem, foram aplicadas penalidade a 505.673 motociclistas. Sendo que, de acordo com a literatura, a distração causada pelo uso do celular consiste em quatro tipos diferentes de atuação: visual, auditivo, físico e mental; com aumento do risco de colisão em estradas em quatro vezes durante a condução.

No que tange à distribuição geográfica dessas mortes e internações, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste se destacam. A situação no Norte/Nordeste preocupa ainda quando se examinam os dados do DPVAT, que mostram que em mais de 80% dos benefícios pagos, os beneficiários eram vítimas de acidentes de moto.

Os pesquisadores concluem que, a partir dos dados coletados neste trabalho, o cenário grave demanda soluções urgentes. Eles entendem que, com mais informações, políticas públicas sejam postas em prática, a fim de que com fiscalização adequada, efetiva e constante, a meta de baixar esses números possa ser, finalmente, alcançada.

"Os dados levantados referentes à sinistros, internações e mortalidades são fundamentais para que o fluxo da tríade ‘problema-informação-ação’ seja efetivo. Isto é, que as ações postas em prática frente ao problema possam reverter em melhoria da saúde da população, uma vez que melhor informação leva sempre à maior qualidade na tomada de decisões", analisa dr. Aquilla dos Anjos Couto.


Substância da cannabis está permitida nas Olímpiadas de Tóquio

O Canabidiol foi retirado da lista de substâncias proibidas desde 2018, sendo a primeira vez que o seu uso não é mais considerado doping em jogos olímpicos. A substância possui efeitos anti-inflamatórios e potencial no controle da dor


As Olímpiadas de Tóquio estão com mudanças importantes. Entre elas, a permissão do uso do canabidiol (CBD) pelos atletas olímpicos. No Brasil, seu uso está condicionado a recomendação médica e autorização da Anvisa para importação do paciente.

O uso do extrato é permitido entre os atletas de alta performance, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. A Agência Mundial Antidoping (WADA) retirou o CBD da lista de substâncias proibidas desde 2018, por entender seus benefícios terapêuticos. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, edição deste ano, é a primeira que o uso da substância estará permitido. “O CBD possui potencial anti-inflamatório e auxilia no controle de dor. Estudos científicos comprovam esses efeitos, e as pesquisas com a substância são animadoras”, explica Pedro Alvarenga, médico da Ease Labs.

O canabidiol contribui com a melhora da performance dos atletas. “A alta demanda de jogos e provas é um desafio em todas os esportes. Nas Olímpiadas, as equipes são exigidas com performance de níveis altíssimos em um curto período de tempo de recuperação. Com a privação do tempo ideal de recuperação, o canabidiol se torna uma alternativa terapêutica para esse perfil de paciente``, comenta Pedro.

Segundo o especialista, a substância atua no sistema endocanabinoide, que regula uma série de processos fisiológicos como dor, inflamação e resposta muscular. Assim como em situações de elevado estresse físico, há um desbalanço na homeostasia (equilíbrio) do nosso organismo. A reestruturação desse equilíbrio auxilia no desempenho esportivo.


Uso medicinal

Com benefícios no tratamento de inflamações e dor, atletas também utilizam o canabidiol em lesões relacionada aos esportes. “Na alta performance, como é o caso dos esportistas olímpicos, os treinamentos são intensos e diários, o que requer uma recuperação rápida e eficaz. Com os potenciais farmacológicos do canabidiol, atletas utilizam para melhora dos sintomas pós exercícios. Além disso, alguns trabalhos mostram benefícios no controle e regulação do sono”, completa o médico.

O canabidiol (CBD) é uma das 400 substâncias da cannabis que tem grande valor medicinal. É uma das substâncias não psicoativas da Cannabis, ou seja, não causa alterações nas atividades cerebrais e não altera as sensações, o estado emocional e o nível de consciência.

“Apesar do CBD não ser psicoativo e não causar alterações no status comportamental e psiquiátrico, é uma substância para tratamento terapêutico. E assim, como qualquer tratamento médico, a recomendação e o acompanhamento devem ser indicados por médicos”, finaliza Pedro Alvarenga.

 

Matheus Leão


 

ESG no governo e na gestão pública

Essa é uma jornada coletiva por um mundo melhor, o futuro é nessa direção


A agenda ESG, sigla usada para se referir às melhores práticas ambientais, sociais e de governança, tem ganhado relevância nas discussões do setor privado, principalmente na pauta de investimentos. Nesse sentido, transformou-se em critério decisório para os players do mercado. A emergência climática, combinada com a pandemia, acelerou preocupações com esses critérios, que gradualmente passam a balizar a tomada de decisão sobre onde investir. Consequentemente, multiplicam-se as empresas que têm assumido compromissos com a descarbonização, com a diversidade do seu quadro de funcionários e com melhores práticas internas. Por um lado, temos a grande movimentação do setor privado. Por outro, o governo, sobretudo no Brasil, tem estado ausente das discussões. É preciso mudar isso.

Na reunião do Fórum Econômico Mundial de 2021 ficou claro que entramos na era do capitalismo de stakeholders. Os investidores agora se preocupam com todas as partes interessadas afetadas por seus negócios. Já não basta que as empresas gerem riqueza apenas para si próprias, é necessário que agreguem valor para seus funcionários, para a comunidade em que estão inseridas e para o mundo. Como resultado, investimentos levando em conta esses critérios ESG tornam suas marcas mais valiosas, ao mesmo tempo que beneficiam a sociedade e o planeta.

Contudo ESG não é um assunto da iniciativa privada. O setor público, por sua própria natureza, trabalha todos os dias com temas ESG por meio de suas ações. O que se espera dos governos é a criação das condições e regulações necessárias para incentivar investimentos e a adoção de boas práticas pelas empresas. Não só: os governos logo serão cobrados a incorporar os princípios ESG na forma de gerir o Estado. Em 2015 a ONU estabeleceu a Agenda 2030, com um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se desdobram em mais de uma centena de metas para que um país seja considerado sustentável, justo e próspero. Num exemplo de ação, a União Europeia vem de ditar o ritmo global sobre descarbonização. Em pouco tempo veremos outro grande passo, com a adesão maciça dos países a um dos grandes programas da COP-26, o Race to Zero.

São Paulo e o Brasil precisam não só se integrar a essas discussões, como engajar o setor privado para que tenhamos clareza acerca dos custos e sobre quais ferramentas deveremos adotar para nos moldarmos à economia do futuro. Nossa missão hoje é integrar o setor privado, e líderes e especialistas, na agenda ESG para que sejamos parte dessa negociação global.

Na InvestSP já iniciamos esse trabalho. A agência, que atua na atração de investimentos e melhoria da competitividade do Estado de São Paulo, há anos, demonstrando resultados positivos, agora se volta para a pauta ESG, garantindo os melhores investimentos e as melhores práticas no Estado. O grande desafio será lançar nos próximos meses um plano de implementação e monitoramento ESG para o Estado de São Paulo, como um grande indutor dessa agenda. Com base internacional, já em andamento, serão estabelecidas metas estratégicas e um guia com as condições necessárias para a adoção de boas práticas que orientarão não só o setor privado, mas o próprio governo, que precisa incorporar, em sua totalidade, o ESG no dia a dia da administração pública.

Esse é o caminho para multiplicar o impacto da agenda ESG no Brasil e com isso atrair investimentos que reforcem positivamente essa agenda, tornando-nos mais competitivos em escala global. Vale lembrar que, em 2020, pela primeira vez os investimentos em energias renováveis (eólica, solar, biomassa e outras) superaram o volume de investimentos em energias fósseis, como óleo e gás (US$ 87,2 bilhões ante US$ 45,2 bilhões, segundo o fDi Report 2021) no mundo.

Certamente São Paulo não parte do zero, pois o Estado já tem uma série de iniciativas aderentes à pauta ESG. Desde o início do governo Doria, houve grande preocupação em implementar iniciativas na agenda ambiental, social e de governança. Não são poucos os exemplos: hoje atingimos o status de Estado com desmatamento zero; temos o maior programa de restauração ecológica do mundo, o Agro Legal, que restaurará mais de 800 mil hectares de vegetação nativa; trouxemos um sistema de transparência para a gestão pública, o SP Sem Papel; criamos o maior programa social da História de São Paulo, por meio do Bolsa do Povo; fizemos a licitação da rodovia Piracicaba-Panorama, a primeira carbono zero do País.

Como se diz, o ESG é uma jornada coletiva em favor de um mundo melhor. O futuro é nessa direção. Para se manterem competitivos e capazes de atrair investimentos que ajudem a construir esse novo mundo, é fundamental que os governos não fiquem de fora do debate a respeito do ESG. Assim, aos poucos, conjugando os esforços do setor público e do setor privado, será possível construir um futuro mais sustentável, diverso e justo.


Gustavo Diniz Junqueira e Henrique Meirelles, O Estado de S.Paulo - RESPECTIVAMENTE, PRESIDENTE DA INVESTSP E EX-SECRETÁRIO DE AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO; E SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Detran.SP emite 1.566 habilitações para estrangeiros este ano e orienta como registrar CNHs de outros países em São Paulo


O início do processo é ter uma habilitação estrangeira dentro do prazo de validade; veja o passo a passo


O Estado de São Paulo recebe, com frequência, cidadãos de outros países que vêm ao Brasil trabalhar, estudar, morar ou até mesmo se refugiar diante de crises humanitárias. Muitos deles já são habilitados em seus países e também precisam dirigir por aqui. Somente em 2021, 1.566 habilitações para estrangeiros foram emitidas pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP), de um total de 223.842 CNHs válidas registradas em todo o Estado.

 

E de que maneira esses condutores devem proceder para tirar suas habilitações? O Departamento de Trânsito orienta como os motoristas gringos podem adquirir seu direito de dirigir no território brasileiro.  

 

O primeiro passo é ter uma habilitação estrangeira dentro do prazo de validade. Além disso, deve ter 18 anos completos, ser habilitado há mais de um ano e apresentar, além da habilitação com tradução juramentada, a Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM), Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE), Passaporte ou Cédula de identidade (para países do Mercosul acompanhados de protocolo CRNM e Certidão de Registro) ou protocolo de refúgio. Esses documentos também devem estar na validade.

 

A tradução juramentada da habilitação é dispensável nos casos em que o país onde o condutor foi habilitado tenha como idioma oficial a língua portuguesa.

 

Em seguida, ele pode agendar atendimento no Detran.SP por meio do portal do Poupatempo (www.poupatempo.sp.gov.br) e dar entrada no processo para obter a CNH brasileira. A relação completa dos documentos necessários para dar início ao procedimento está disponível em:

https://bit.ly/378lbZW 

 

Atenção: Caso o país do candidato não faça parte da Convenção de Viena ou não adote o Princípio de Reciprocidade com o Brasil, será necessário fazer a prova prática. Caso o condutor, durante o registro, seja avaliado pelo médico com alguma restrição entre “C” e “S” (restrições de banca especial), deverá efetuar o exame prático com carro adaptado, mesmo que sua habilitação estrangeira seja de país signatário ou com acordo bilateral.

 

A relação dos países presentes na Convenção de Viena e que adotam o princípio de reciprocidade com o Brasil está disponível no link:

https://bit.ly/378lbZW 

 

É importante destacar que para dar início ao processo de obtenção da CNH brasileira nas categorias C, D e E será exigida também a realização do exame toxicológico.

 

Os valores das taxas de exame médico, avaliação psicológica e emissão da CNH estão no site (www.detran.sp.gov.br), além de todo o passo a passo e demais orientações.

 

“O condutor estrangeiro tem os mesmos direitos e deveres dos brasileiros em relação ao trânsito. A validade da CNH é a mesma: pode ser de até dez anos, dependendo do exame médico, para idade inferior a 50 anos, cinco anos para os motoristas com idade entre 50 e 69 anos e três anos para os motoristas com idade igual ou superior a 70 anos. A validade da CNH pode ser reduzida com base no critério médico”, explica Raul Vicentini, diretor de habilitação do Detran.SP.


 

Motoristas brasileiros habilitados no exterior

 

Caso o condutor seja brasileiro e habilitado no exterior deverá comprovar que mantinha residência no país de sua habilitação por um período superior a seis meses a partir do momento da expedição da habilitação.

Para motoristas de países que fazem fronteira com o Brasil, além do Chile e Equador, a comprovação poderá ser realizada por meio de atestado, declaração ou certidão da autoridade consular do Brasil no respectivo país, conforme a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) 671/2017. 

Já no caso de condutores habilitados em países não-fronteiriços com o Brasil são aceitos para comprovação de residência habilitação estrangeira com emissão anterior a nova, acompanhada também de tradução juramentada, passaporte com carimbos de entrada do país da habilitação, certidão migratória emitida por consulado (brasileiro ou do país da habilitação), documentos oficiais emitidos pelo Brasil (como certidão de nascimento de filho, certidão de casamento), outros documentos estrangeiros que comprovem a residência desde que legalizados pelo consulado ou apostilados nos termos da Convenção de Haia.


Lei do Superendividamento: crédito saudável é opção para ter dívidas sob controle

A Lei nº 14.181/2021, sancionada em 02 de julho de 2021, vem para dar um fôlego aos cerca de 30 milhões de cidadãos que se encontram na condição de superendividados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). A Lei do Superendividamento surgiu para aqueles que, muitas vezes, têm a dívida total superior a própria renda.

Para não fazer parte dessas estatísticas e retomar o controle sobre a vida financeira, recomenda-se uma análise sobre o tipo de dívida presente, trocando, sempre que possível, dívidas ruins por dívidas mais saudáveis.

Ao analisar as taxas cobradas pelos diferentes produtos do mercado financeiro, dívidas ruins são aquelas que possuem elevadas taxas, como rotativo do cartão de crédito ou cheque especial. As dívidas saudáveis são de opções com taxas reduzidas, como Crédito com Garantia de Imóvel.

De acordo com dados fornecidos pelo Banco Bari, as solicitações de crédito com garantia de imóvel cresceram 64,7%, de junho de 2020 a junho de 2021. Os maiores aumentos no número de solicitações foram registrados em Porto Alegre (85,86%), São Paulo (77,67%) e Curitiba (74,21%). Mas o grande destaque vai para o crescimento acelerado em volume de concessão de crédito registrado em Belo Horizonte (69,40%), Goiânia (59,07%) e Brasília (49,64%).

Especializado nesse tipo de crédito, o Bari aponta que a principal finalidade do crédito declarada pelos clientes foi para pagamento de dívidas (29,91%), seguido de construção e reforma (27,7%) e investimento (12,92%).

Segundo números divulgados pelo Banco Central, o endividamento de famílias brasileiras chegou aos 58%, em março, maior percentual desde o início da série histórica, em janeiro de 2005.

“Um bom negócio para pessoas que possuem dívidas, como cheque especial, é migrar para o crédito com garantia de imóvel. No Banco Bari, dependendo do score do tomador e do prazo para pagamento, a taxa de juros para essa modalidade pode começar a 0,70% ao mês + IPCA, a menor do mercado”, explica Gustavo Caciatori, Head de Operações e Inside Sales do Banco Bari.

 


Banco Bari

www.bancobari.com.br

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Vagas para atuar no setor de tecnologia crescem 17,9% no primeiro semestre do ano

Programadores são os profissionais mais requisitados, revela levantamento realizado pela Catho

 

Mesmo com a taxa de desemprego no país em 14,7%, de acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE  (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as oportunidades, principalmente no setor de tecnologia, continuam crescendo. Balanço feito pela Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos, revela um crescimento de 17,9% no número de vagas no primeiro semestre de 2021 quando comparado ao mesmo período do ano anterior.  

Profissionais de programação foram os mais procurados no primeiro semestre de 2021, representando 28,63% das vagas disponíveis no setor. seguidos por especialistas em sistemas (8,36%), tecnologia da informação (7,32%), desenvolvedores (4,98%) e designers (4,51%). Os cargos disponíveis vão desde analistas, auxiliares, técnicos, consultores, supervisores, coordenadores até gerentes. 

Com 43,23% das oportunidades, o nível que mais proporciona oportunidades no setor é o de analista. Além disso, também existem oportunidades para quem ainda está estudando: vagas de estágio, trainee e aprendiz somam 5,88% das posições em aberto.

Os dados do levantamento são da base de dados da Catho com vagas para atuar em todo o País.


Como alavancar a governança corporativa nas empresas?

A governança corporativa ainda é um tabu para muitas empresas, especialmente as pequenas e médias. Muitos empreendedores associam essas práticas a companhias de grande porte, que buscam investimentos ou estão listadas em Bolsas de Valores. Contudo, é preciso quebrar de uma vez por todas esse paradigma, mostrando claramente como ela é capaz de auxiliar na criação de mecanismos voltados a uma melhor estruturação, exponencialização e perpetuação de organizações de todos os portes e segmentos.

Um estudo realizado pela ACE Cortex com 343 empresas brasileiras que desenvolvem soluções relacionadas ao ESG, mostra que 180 atuam principalmente na área de meio ambiente, 130 possuem negócios relacionados ao impacto social e apenas 33 desenvolvem soluções de governança. Muitas vezes, o problema não está na falta de interesse, mas sim na ausência de conhecimento suficiente sobre o que é e, principalmente, como implementar uma cultura de governança corporativa.

O conceito está relacionado à uma série de mecanismos e ferramentas que permitem uma gestão mais estruturada de uma empresa. Trata-se de um sistema que estabelece processos para dirigir, monitorar, acompanhar e apoiar o crescimento de uma companhia em suas mais diversas áreas, seja na operação, no marketing, recursos humanos, contabilidade e, especialmente, nas estratégias de gestão –independentemente da fase em que a empresa se encontra, seja ela recém-fundada ou uma organização centenária.

Na prática, a governança corporativa funciona como um grande guia de boas práticas para a gestão de negócios. Ela proporciona uma minuciosa análise da organização para, a partir disso, traçar os objetivos e metas desejadas, bem como os direcionamentos assertivos para que essas conquistas sejam alcançadas de forma sólida.

O melhor de tudo isso é que sua implementação não requer grandes investimentos. Há diversas instituições que auxiliam as empresas nessa jornada, oferecendo todo o apoio necessário para a criação de políticas de gestão alinhadas a esse propósito. Normalmente, elas orientam sobre o acordo de acionistas, onde são estabelecidos os papéis e responsabilidades de cada um dos sócios, a fim de evitar conflitos que possam colocar a empresa em risco.

Além disso, há sempre recomendações para o estabelecimento de um conselho consultivo, onde conselheiros profissionais assumem o papel de orientar a liderança sobre decisões estratégicas, no intuito de apresentar um prisma diferente e compartilhar conhecimentos, networking, advindos de suas experiências anteriores, inclusive em empresas de outros segmentos. Essa visão externa costuma preencher lacunas e trazer visibilidade a pontos cegos que, sozinhos, os gestores seriam incapazes de enxergar.

Somado a isso, é importante que uma empresa com cultura de governança corporativa use a tecnologia a favor de sua gestão. A adoção de um software ERP inteligente, capaz de automatizar os processos e oferecer mais segurança jurídica, contábil, fiscal para suas transações, é fundamental para a profissionalização do negócio. Acompanhar as informações da empresa em tempo real é indispensável para a tomada de decisões mais assertivas – além de aumentar o valor da companhia e facilitar processos de auditoria de clientes ou mesmo para a busca de capital externo.

Os resultados dessas ações não costumam demorar a aparecer e são facilmente percebidos. Além de melhorar a gestão e reduzir os riscos do negócio, pesquisas mostram que a cultura de governança corporativa aumenta o valor de mercado e melhora significativamente a percepção de sua imagem pelo cliente, colaboradores, comunidade e investidores. Dessa forma, a empresa tende a ser muito mais sustentável e longeva, gerando benefícios para si mesma e para toda a sociedade, seja ela pequena, média ou grande.  

 


Marcelo Villa Nova - Senior Channel Sales Manager na SAP Business One.

 

SAP Business One

https://www.sap.com/brazil/products/business-one.html

 

Reforma Tributária Global: o que muda para as empresas multinacionais?

O G7, que reúne representantes dos governos da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos, reascendeu as discussões sobre a reforma tributária global, que pretende tributar o lucro das empresas multinacionais com alíquota mínima de 15%. O projeto ainda será submetido ao G20, mas tem grandes chances de aprovação.

O fato nos faz relembrar as três grandes revoluções econômicas pelas quais o mundo passou. Entre os séculos XV e XVII, a riqueza era de quem detinha terras. Não à toa, a Europa protagonizou a era das expedições, buscando novos territórios para explorar. Já no século XVIII, entramos na era da revolução industrial, onde a riqueza passou para as mãos dos detentores dos meios produtivos. O foco era a produção de manufaturados em larga escala.

No entanto, no século XXI vivemos uma nova realidade. Hoje, a riqueza pertence a quem tem um grande volume de dados. É quem coleta, processa e os manipula que detém o poder. Logo, a proposta de tributação global muito preocupa as gigantes da tecnologia, que costumam se aproveitar de paraísos fiscais.

Hoje, as BigTechs, basicamente, concentram os lucros de todas as suas unidades de negócios espalhadas pelo mundo em países com baixa ou nenhuma tributação, como Suíça, Luxemburgo e Irlanda. Dessa forma, os países onde os lucros são gerados deixam de arrecadar bilhões em impostos.

Pelas simulações do Observatório da Tributação da União Europeia, a aprovação da alíquota de 15% pode gerar uma arrecadação extra de mais de 48,3 bilhões de euros para a União Europeia; 40,7 bilhões de euros aos Estados Unidos e 900 milhões de euros por ano ao Brasil, o equivalente a R$ 5,58 bilhões.

A proposta parece bastante adequada ao momento econômico atual. Cabe lembrar que, no passado, quando vivenciamos a era da globalização e o aumento exponencial das exportações, foi estabelecida a neutralidade tributária, onde os produtos que são exportados se mantêm livres de impostos. Apenas quando chegam ao país de destino é que sofrem a incidência da carga tributária por meio da nacionalização do produto. É por isso que muitos dos produtos que o Brasil exporta possuem preços menores do que os vendidos no mercado interno. Isso significa que a carga tributária do país importador, em regra, é menor que a nossa.

No que tange a exportação e importação de produtos, temos uma barreira física, as alfândegas. Quando uma mercadoria chega a um porto, ela passa por uma verificação e é ali que acontece a tributação.

Contudo, outro grande desafio nos dias atuais é a fiscalização e a tributação de serviços. Atualmente, não há uma regra clara se os impostos devem ser pagos no local de origem da empresa prestadora ou na tomadora de um serviço. Municípios, Estados e Nações possuem regras próprias que acarretam, muitas vezes, em bitributação ou mesmo em sonegação fiscal.

Na era da digitalização, uma empresa pode prestar serviços a pessoas físicas ou jurídicas de qualquer parte do mundo. O conceito de barreira geográfica simplesmente não existe mais. E os pagamentos por esses serviços podem acontecer por meio não detectáveis pelas regras dos Bancos Centrais, como por exemplo, a utilização de criptoativos, que possuem pouca ou nenhuma regulamentação nos governos.

Soma-se a isso as mudanças no próprio conceito jurídico sobre a definição de serviços. Pela doutrina civilista, cuja matriz está no direito romano, serviço é considerado “obrigação de fazer”. Dessa forma, presume-se um esforço humano, de uma atividade material ou imaterial. A tributação parte da ideia de intangibilidade como critério para a classificação dos bens, dividindo-os em bens corpóreos e incorpóreos, dada a inexistência física.

Entretanto, com a revolução tecnológica, novos paradigmas estão sendo quebrados no Direito, inclusive, a alteração do conceito de serviço para fins de tributação pelo Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN, em que se considera serviço o oferecimento de uma utilidade para outrem.

Esse movimento culminou no Convênio 106/2017, que criou o conceito de “mercadoria digital”, autorizando a instituição de ICMS sobre “operações com bens e mercadorias digitais”, tais como softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, que sejam padronizadas, ainda que tenham sido ou possam ser adaptados, comercializados por meio de transferência eletrônica de dados”.

Entre o ISS, tributo municipal cuja alíquota máxima é de 5% e o ICMS, cuja alíquota modal é de 18%, os contribuintes, obviamente, defendem a incidência do primeiro. Por isso, a criação de uma nova diretriz mundial se faz tão necessária, a fim de estabelecer regras que atendam às demandas atuais da sociedade.

Além disso, a alteração do conceito de serviço somada aos avanços tecnológicos, permitem tanto a importação quanto a exportação de serviços à praticamente todas as partes do mundo e esta modalidade de negócios provoca desafios para a área tributária, principalmente para evitar a bitributação, que ocorreria se o prestador e o tomador do serviço fossem tributados de forma isolada em seus países. Este desafio se assemelha muito ao do Imposto de Renda.

Não há como negar que há uma dificuldade crescente no controle fiscal das operações de prestação de serviços e uma preocupação crescente dos países em estabelecer regras de tributação, seja para tributar o prestador do serviço (exportador) ou o tomador do serviço (importador).

Um possível modelo é a tributação compartilhada entre os países prestadores e tomadores de serviço, ficando a maior parte no endereço do prestador, que é onde a riqueza está sendo gerada.

Embora não seja possível no Brasil pela legislação existente, é necessário se pensar em alíquotas de ISSQN importação ou exportação progressivas e essenciais. Por exemplo, serviços de saúde, educação e comunicação, devem ter uma tributação inferior. Por outro lado, serviços menos essenciais, como os de entretenimento, podem ter alíquota maior, chegando ao valor de 15% indicado na proposta.

De modo geral, a discussão é pertinente e extremamente relevante. Estamos diante de uma importante decisão tributária e, cabe às instituições públicas, privadas e acadêmicas de cada país, fomentar o diálogo sobre a proposta.

O mundo está deixando de ser físico para se tornar digital/virtual. No Direito, primeiro temos o fato e depois o tributo. Há uma modificação social e, aí sim, é criada uma legislação sobre ela. A tributação só pode acontecer após a estabilidade social e econômica sobre os fatos e, a realidade tecnológica mundial já está mais do que estabelecida.

 


Angelo Ambrizzi - advogado especialista em Direito Tributário pelo IBET, APET e FGV com Extensão em Finanças pela Saint Paul e em Turnaround pelo Insper e Líder da área tributária do Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados 

www.marcosmartins.adv.br

 

 

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