Com a queda de temperatura, aumentam os
atendimentos por síndromes respiratórias nos prontos-socorros. Especialistas
explicam por que o frio favorece infecções e compartilham orientações para
reforçar a imunidade e evitar complicações.
A previsão de frente fria nessa quinta-feira (29) acende o alerta para cuidados com a saúde, principalmente das vias respiratórias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças respiratórias estão entre as três principais causas de morte no mundo. No Brasil, durante os períodos mais frios do ano, as emergências hospitalares registram aumento de até 70% nos atendimentos relacionados a problemas respiratórios.
“É um período em que o corpo precisa se adaptar às mudanças bruscas de temperatura, e o sistema respiratório é diretamente impactado”, explica a Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista pela USP. “O nariz, que tem a função de aquecer, filtrar e umidificar o ar, sofre com o clima seco e as variações térmicas, comprometendo suas defesas naturais.”
Além disso, o frio altera hábitos: ficamos mais tempo em locais fechados, com pouca ventilação, ambiente ideal para a disseminação de vírus como o da gripe, covid-19 e resfriados comuns. “O clima seco e a baixa umidade favorecem o acúmulo de poluentes e irritantes nas vias aéreas”, explica a Dra. Roberta Pilla, otorrinolaringologista e membro da ABORL-CCF.
As doenças respiratórias mais comuns nessa época do ano incluem gripe,
resfriado, covid-19, rinite, sinusite, faringite, bronquite, pneumonia e asma.
Os principais sintomas vão desde coriza, espirros e tosse até febre
persistente, dor no peito e falta de ar, sinais que devem ser avaliados por um
profissional, especialmente em crianças menores de cinco anos, idosos,
gestantes e pessoas com imunidade comprometida.
Como
se proteger nos dias frios:
As médicas compartilham orientações simples, porém eficazes, para passar pelo
outono/inverno com mais saúde:
-Use
roupas adequadas ao clima e evite peças guardadas por muito tempo sem
higienização;
-Hidrate-se
com frequência, mesmo sem sede;
-Mantenha
uma alimentação rica em nutrientes e vitaminas;
-Higienize
as mãos com frequência, especialmente após tossir, espirrar ou chegar da rua;
-Evite
locais fechados e com aglomeração de pessoas;
-Lave
as narinas com soro fisiológico para eliminar vírus, bactérias e poluentes;
-Atualize
sua carteira de vacinação, principalmente contra gripe e covid-19.
Quando
buscar atendimento? Casos leves de resfriado ou gripe podem ser tratados em
casa, com hidratação, repouso e medicações sintomáticas. No entanto, sinais
como falta de ar, febre alta persistente, cansaço extremo, alterações no estado
mental ou coloração azulada dos lábios indicam a necessidade de avaliação
médica imediata.
“Cuidados simples, como se manter aquecido, ventilar bem os ambientes e manter a imunidade em dia, fazem toda a diferença para atravessar os meses frios com mais tranquilidade e saúde”, finaliza Dra. Roberta.
Dra. Maura Neves Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil. Laringologia e Voz. Distúrbios da Deglutição; Via Aérea Pediátrica. Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania – Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016). Médica do Grupo de Otorrinolaringologia e Via Aérea Pediátrica do Hospital Infantil Sabará (SP/São Paulo). Médica do Grupo de Otorrinolaringologia e Via Aérea Pediátrica dos Hospitais do Grupo Maternidade Santa Joana e Pró-Matre (SP/ São Paulo).
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