Especialista da Organon explica que altas temperaturas afetam qualidade do esperma, ovulação e aumentam riscos na gravidez
O Brasil enfrenta uma das ondas de calor mais
intensas dos últimos anos, com temperaturas que ultrapassam os 40°C em diversas
regiões. Mas, além do desconforto e dos riscos imediatos à saúde, o calor
extremo pode trazer consequências menos óbvias, porém preocupantes: ele pode
comprometer a fertilidade tanto de homens quanto de mulheres.
De acordo com Nanci Utida, Diretora Associada de Assuntos Médicos da Organon,
as ondas de calor, intensificadas pelas mudanças climáticas, podem impactar
significativamente a saúde reprodutiva. “Estudos recentes mostram que o aumento
das temperaturas afeta tanto a produção de espermatozoides quanto a qualidade
dos óvulos, além de elevar os riscos durante a gestação". A especialista
reforça que, embora ambos os sexos sejam afetados, os homens podem ser mais
suscetíveis devido à sensibilidade da espermatogênese ao calor. "Cada
aumento de 1°C na temperatura testicular pode reduzir a produção de
espermatozoides em até 14%", complementa.
Pesquisas recentes, como a metanálise de Hoang et al. (2022)1,
evidenciam que o calor extremo reduz a qualidade do sêmen, afetando a contagem,
motilidade e morfologia dos espermatozoides. Já nas mulheres, estudos como o de
Zhou et al. (2024)2 mostram que o calor excessivo pode comprometer a
ovulação, a qualidade dos oócitos e a foliculogênese, processos essenciais para
a concepção.
As ondas de calor também representam riscos para gestantes e bebês. Um estudo
publicado na revista Nature Medicine3, em 2024, analisou dados de 66
países e identificou que a exposição ao calor extremo durante a gravidez está
associada a um aumento de 4% no risco de parto prematuro a cada 1°C de elevação
na temperatura. Além disso, há maior probabilidade de natimortos, complicações
obstétricas como pré-eclâmpsia e hipertensão e diabetes gestacional. "O
terceiro trimestre é particularmente crítico, mas os cuidados devem ser
mantidos durante toda a gestação", alerta Nanci.
Diante desse cenário, medidas preventivas podem minimizar os impactos do calor
na fertilidade. Para homens, evitar exposição prolongada ao calor, usar roupas
leves e manter-se hidratado são recomendações básicas. Já as mulheres,
especialmente as gestantes, devem priorizar ambientes frescos, hidratação
constante e monitoramento de sinais como tontura e inchaço excessivo.
Com as mudanças climáticas se intensificando, a tendência é que os impactos na
fertilidade humana se agravem. “Se não agirmos agora para reduzir as emissões
de gases de efeito estufa e fortalecer a infraestrutura de saúde pública, os
desafios para a concepção e a gestação segura só aumentarão”, conclui a
especialista.
Organon
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Referências:
1. The Impact of High Ambient Temperature on Human Sperm Parameters: A Meta-Analysis - PubMed
2. The Effects of Heat Stress on the Ovary, Follicles and Oocytes: A Systematic Review - PubMed
3. A systematic review and meta-analysis of heat exposure impacts on maternal, fetal and neonatal health | Nature Medicine
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