O
oftalmologista Ivan Corso Teixeira reforça a importância das consultas e exames
oftalmológicos periódicos; objetivo é garantir o diagnóstico precoce e prevenir
casos de cegueiraFreepik
Lembrado
em 28 de fevereiro, o Dia Mundial de Doenças Raras alerta para a importância do
diagnóstico e tratamento precoces, a fim de interromper o avanço da enfermidade
e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde, a OMS, 80% das doenças raras são de origem genética e 75% se
manifestam na infância, entre elas as que afetam a visão.
Hoje os cuidados com a saúde ocular se iniciam assim que o bebê
nasce, ainda na maternidade, com a realização do teste do reflexo vermelho
(TRV), popularmente conhecido como teste do olhinho. O exame é feito com o uso
do oftalmoscópio direto, dispositivo que emite um feixe de luz vermelho no olho
do recém-nascido para observar o reflexo gerado na retina.
O oftalmologista Ivan Corso Teixeira, diretor-técnico do H.Olhos,
Hospital de Olhos da rede Vision One, explica como é feita a análise dos
resultados obtidos no teste:
- se o reflexo for vermelho-alaranjado ou amarelado, sem opacidade
ou pontos brancos, a visão é considerada normal;
- caso o reflexo seja esbranquiçado, róseo, branco, irregular ou
assimétrico, existe o risco de doença ocular grave e é preciso investigar com
exames complementares;
- manchas escuras e falta de reflexo também indicam alteração na
visão.
O médico lembra, no entanto, que “o teste do olhinho é o primeiro
passo para identificar enfermidades nos olhos, algumas delas raras, mas é
fundamental dar continuidade às medidas de prevenção, com consultas e exames
oftalmológicos regulares que devem ser iniciados antes dos seis meses de vida”.
O especialista reforça que “quanto mais cedo a doença for diagnosticada e o
tratamento iniciado, maiores são as chances de impedir sua evolução para um
quadro mais grave ou até mesmo a cegueira”.
Uma doença ocular é considerada rara quando afeta um número menor
de pessoas que outras enfermidades mais comuns. De acordo com a OMS, a
proporção é de 65 casos em cada 100 mil indivíduos. O oftalmologista Ivan Corso
Teixeira cita algumas doenças oculares infantis que, embora sejam classificadas
como raras, exigem atenção:
- Catarata congênita, condição que pode afetar um ou ambos os
olhos, caracterizada pela opacificação do cristalino do olho. Pode causar
cegueira, se não for tratada precocemente;
- Glaucoma congênito, uma das principais causas de perda de visão
na infância, geralmente é diagnosticado no primeiro ano de vida. A doença é
causada pelo desenvolvimento anormal do sistema de drenagem ocular durante a
gestação;
- Retinoblastoma, tumor ocular maligno que afeta principalmente
crianças, a doença se desenvolve na retina, parte do olho que é sensível à luz.
Alguns dos sinais são reflexo branco na pupila, estrabismo, inflamação e visão
prejudicada;
- Retinose pigmentar, doença hereditária que afeta a retina e causa
degeneração dos fotorreceptores, células responsáveis pela visão. Alguns dos
sintomas são: dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, fotofobia e
alteração na percepção das cores;
- Síndrome de Coloboma, também conhecida como olho de gato, pode causar deformações na íris, retina, pálpebra ou nervo óptico. O olho fica com aparência semelhante à de um gato, geralmente com redução da visão, sendo que nos casos mais graves pode provocar cegueira.
A OMS estima que, a cada ano, 500 mil crianças perdem a visão em
consequência de doenças oculares, sendo a maior prevalência nos países em
desenvolvimento. A organização recomenda a realização de um exame oftalmológico
completo entre os seis e 12 meses de vida e, novamente, entre os três e cinco
anos de idade. Além disso, o oftalmologista deverá repetir o teste do olhinho
pelo menos três vezes, até a criança completar três anos de vida.
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