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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Grande parte das doenças oculares raras se manifesta na infância

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O oftalmologista Ivan Corso Teixeira reforça a importância das consultas e exames oftalmológicos periódicos; objetivo é garantir o diagnóstico precoce e prevenir casos de cegueira

 

Lembrado em 28 de fevereiro, o Dia Mundial de Doenças Raras alerta para a importância do diagnóstico e tratamento precoces, a fim de interromper o avanço da enfermidade e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, 80% das doenças raras são de origem genética e 75% se manifestam na infância, entre elas as que afetam a visão. 

Hoje os cuidados com a saúde ocular se iniciam assim que o bebê nasce, ainda na maternidade, com a realização do teste do reflexo vermelho (TRV), popularmente conhecido como teste do olhinho. O exame é feito com o uso do oftalmoscópio direto, dispositivo que emite um feixe de luz vermelho no olho do recém-nascido para observar o reflexo gerado na retina. 

O oftalmologista Ivan Corso Teixeira, diretor-técnico do H.Olhos, Hospital de Olhos da rede Vision One, explica como é feita a análise dos resultados obtidos no teste: 

- se o reflexo for vermelho-alaranjado ou amarelado, sem opacidade ou pontos brancos, a visão é considerada normal; 

- caso o reflexo seja esbranquiçado, róseo, branco, irregular ou assimétrico, existe o risco de doença ocular grave e é preciso investigar com exames complementares; 

- manchas escuras e falta de reflexo também indicam alteração na visão. 

O médico lembra, no entanto, que “o teste do olhinho é o primeiro passo para identificar enfermidades nos olhos, algumas delas raras, mas é fundamental dar continuidade às medidas de prevenção, com consultas e exames oftalmológicos regulares que devem ser iniciados antes dos seis meses de vida”. O especialista reforça que “quanto mais cedo a doença for diagnosticada e o tratamento iniciado, maiores são as chances de impedir sua evolução para um quadro mais grave ou até mesmo a cegueira”. 

Uma doença ocular é considerada rara quando afeta um número menor de pessoas que outras enfermidades mais comuns. De acordo com a OMS, a proporção é de 65 casos em cada 100 mil indivíduos. O oftalmologista Ivan Corso Teixeira cita algumas doenças oculares infantis que, embora sejam classificadas como raras, exigem atenção: 

- Catarata congênita, condição que pode afetar um ou ambos os olhos, caracterizada pela opacificação do cristalino do olho. Pode causar cegueira, se não for tratada precocemente; 

- Glaucoma congênito, uma das principais causas de perda de visão na infância, geralmente é diagnosticado no primeiro ano de vida. A doença é causada pelo desenvolvimento anormal do sistema de drenagem ocular durante a gestação; 

- Retinoblastoma, tumor ocular maligno que afeta principalmente crianças, a doença se desenvolve na retina, parte do olho que é sensível à luz. Alguns dos sinais são reflexo branco na pupila, estrabismo, inflamação e visão prejudicada; 

- Retinose pigmentar, doença hereditária que afeta a retina e causa degeneração dos fotorreceptores, células responsáveis pela visão. Alguns dos sintomas são: dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, fotofobia e alteração na percepção das cores; 

- Síndrome de Coloboma, também conhecida como olho de gato, pode causar deformações na íris, retina, pálpebra ou nervo óptico. O olho fica com aparência semelhante à de um gato, geralmente com redução da visão, sendo que nos casos mais graves pode provocar cegueira. 

A OMS estima que, a cada ano, 500 mil crianças perdem a visão em consequência de doenças oculares, sendo a maior prevalência nos países em desenvolvimento. A organização recomenda a realização de um exame oftalmológico completo entre os seis e 12 meses de vida e, novamente, entre os três e cinco anos de idade. Além disso, o oftalmologista deverá repetir o teste do olhinho pelo menos três vezes, até a criança completar três anos de vida.


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