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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Classe C afirma que fila do SUS coloca a vida em risco, revela pesquisa do Instituto Locomotiva

Estudo aponta que a longa espera na fila do SUS impacta diretamente na saúde, levando milhões de brasileiros a recorrer a alternativas do setor privado

 

O Instituto Locomotiva acaba de divulgar a pesquisa “A Classe C e a Saúde: os Desafios de Acesso a Exames e Consultas”, com um retrato aprofundado sobre as dificuldades enfrentadas por esse segmento para conseguir atendimento médico. O levantamento evidencia que a demora na marcação de consultas e exames, além de gerar frustração, pode agravar problemas de saúde e comprometer tratamentos.

“A defesa do SUS, ainda mais depois da pandemia, é quase uma necessidade civilizatória”, afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. De acordo com ele, “os dados podem servir como insumo para gestores públicos buscarem soluções para resolver o dilema das filas para consultas e exames”.

Ainda segundo ele, “a pesquisa mostra que essa demora, muitas vezes, faz com que o diagnóstico atrase e doenças que poderiam ser facilmente tratadas acabam se agravando. A imensa maioria dos entrevistados, 94% deles, acredita que reduzir o tempo de espera para consultas e exames deveria ser uma prioridade dos governantes”.

O levantamento também aponta que a população vê̂ benefícios na integração entre os sistemas público e privado, com 95% dos entrevistados apoiando medidas que facilitem o compartilhamento de informações entre os dois setores.


Principais conclusões

O estudo revela que a Classe C lida com barreiras significativas no acesso à saúde e, diante da demora no SUS, muitos buscam alternativas no setor privado. Os dados levantados pela pesquisa mostram que:

● 94% dos brasileiros da Classe C consideram que o tempo de espera no SUS coloca em risco a vida de muitos brasileiros.

● 63% enfrentaram pessoalmente ou conhecem alguém que teve um problema de saúde agravado pela demora no atendimento.

● 38% desistiram de uma consulta com especialista no SUS e recorreram ao setor privado.

● 32% desistiram de uma consulta com médico generalista no SUS e buscaram atendimento particular.

● 92% são favoráveis à oferta de um produto de saúde mais barato com cobertura exclusiva para consultas e exames.

● 96% acreditam que essa alternativa pode melhorar o acesso ao atendimento médico.

● 91% avaliam que essa solução pode contribuir para reduzir as filas para consultas e exames no SUS.

 

Metodologia da pesquisa

O estudo foi realizado entre os dias 19 e 21 de novembro de 2024, com 1,5 mil entrevistas distribuídas em todas as regiões do Brasil e aplicadas via autopreenchimento digital. A amostra foi ponderada por gênero, faixa etária, classe social e escolaridade, seguindo os parâmetros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNADC) do IBGE. A margem de erro estimada é de 2,6 pontos percentuais. 

“A Classe C é objeto constante dos nossos estudos há́ mais de duas décadas”, diz Meirelles. “Essa nova pesquisa é uma iniciativa da própria Locomotiva, como parte de um estudo maior que estamos realizando sobre os 20 anos da classe C no Brasil. A ideia é que se some as outras pesquisas que embasarão um livro sobre tema”. 

Com ampla experiência na análise de comportamento e tendências sociais, o Instituto Locomotiva reforça que essa pesquisa qualifica o debate sobre o acesso à saúde no Brasil, trazendo dados concretos sobre os desafios enfrentados pela Classe C. O estudo também se insere no contexto das discussões sobre novas alternativas reguladas para a saúde suplementar, a exemplo da proposta de um novo produto com cobertura para consultas e exames, que está sendo avaliada por meio de consulta pública pela ANS.


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