Variações de temperatura, excesso de umidade e alimentos mal armazenados são os principais fatores para o surgimento dessas enfermidades
Nova
Lima –
Depois de uma temporada de tempo quente
e seco, chega a estação chuvosa e, com ela, os alertas para as doenças sazonais
como intoxicação alimentar, infecções respiratórias por fungos e problemas
relacionados à pele, além das já conhecidas dengue e leptospirose. Hábitos
simples de higiene, limpeza e atenção contribuem para que essas enfermidades
não ganhem força e se tornem um problema de saúde pública.
A infectologista da Afya, Dra. Raíssa de Moraes, traz dicas práticas para que a população se previna e evite contratempos à saúde.
Intoxicação alimentar
Alimentos mal armazenados em locais suscetíveis às águas das
chuvas, podem ser facilmente contaminados e levar a pessoa que os consumiu a
uma série de problemas gastrointestinais. Por isso, ao alimentar-se em
quiosques, barracas e espaços de rua, que estão mais expostos a essas
condições, observar a cor, sabor e odor antes da ingestão do alimento é
fundamental. A especialista explica que, mesmo em casa, a atenção à
higienização dos alimentos e a forma de preparo são importantes.
“Lavar as mãos antes de se alimentar ou manusear alimentos,
higienizar bem frutas e legumes e evitar alimentos crus ou mal-passados reduz a
chance de se expor aos microorganismos que levam à intoxicação”, reforça.
Outras dicas compartilhadas por Raíssa são: “aqueça os alimentos
apenas na hora do consumo e evite fazê-lo caso estejam em temperatura ambiente
por muito tempo”.
Em geral, a intoxicação alimentar pode ser tratada em casa, sem
uso de medicação, apenas com hidratação e alimentação leve. Porém, em caso de
febre, dor abdominal, vômito e diarreia intensa, muco ou sangue nas fezes é
necessário procurar atendimento médico.
Infecções relacionadas a fungos
Assim como o tempo seco compromete o sistema respiratório, o excesso
de umidade também não é favorável às pessoas. O acúmulo de umidade em ambientes
fechados favorece a proliferação de fungos, que podem causar rinite, sinusite,
conjuntivite e até infecções fúngicas mais graves em pessoas vulneráveis, como
a histoplasmose.
“Para evitar essa proliferação é preciso ter atenção à limpeza da
casa, deixar sempre o ambiente arejado, manter o banheiro ventilado, limpar com
frequência os armários e impermeabilizar lajes e paredes. Se for, por exemplo,
limpar telhado, um porão ou uma casa que está há muito tempo fechada, é
importante usar os equipamentos de proteção adequados para não respirar a
poeira que está ali há muito tempo parada”, esclarece a doutora.
Doenças de pele
A umidade do ar associada a temperaturas mais elevadas pode
resultar em doenças de pele como a micose e outras irritações. “Em geral, essas
irritações não geram um quadro clínico preocupante, porém é preciso cuidado e
higiene para que as lesões não evoluam”, diz.
No caso de aparecimento de dermatites ou micoses é recomendável
manter a pele limpa e hidratada, evitar roupas molhadas no corpo por muito
tempo e não compartilhar objetos pessoais como toalhas e calçados. “A higiene
regular ajuda a prevenir infecções cutâneas e evita a proliferação de fungos”,
pontua Raíssa.
Dengue
Vale lembrar que o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor
da dengue, foi um grande desafio para toda a população, governo e comunidade
médica em 2024. Até outubro, foram registrados 6,5 milhões de possíveis casos
de dengue no Brasil, de acordo com o Painel
de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da
Saúde. A combinação do calor, umidade e chuvas é ideal para proliferação do
mosquito, portanto, é recomendada a atenção redobrada aos locais com água
parada e à manutenção de objetos que acumulam água como garrafas, pneus e vasos
de plantas.
“O combate ao mosquito é um cuidado constante e necessário. Além
da prevenção para não permitir a reprodução das larvas, o uso de repelente e
mosquiteiros é muito importante. Atenção se sentir os sintomas: febre alta,
manchas vermelhas, dor muscular, dor de cabeça, no fundo dos olhos e perda de
apetite, procure atendimento médico”, alerta a infectologista.
Vale lembrar que na persistência dos sintomas, é importante
procurar atendimento médico e seguir as orientações do profissional para uma
melhor recuperação.
Afya
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