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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Brasil volta ao pódio das maiores economias de TI, mas os desafios ainda continuam

Segundo dados da International Data Corporation (IDC), o Brasil reassumiu seu lugar entre as dez maiores economias globais de TI, com um investimento de US$ 50 bilhões. Ainda de acordo com o lavamento analisado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o país superou a Coreia do Sul e Itália, e lidera na América Latina, em que os investimentos somaram US$ 134 bilhões.

Não há como negar que o setor de Tecnologia da Informação vivencia um período de grande potencial. Esse resultado vem em resposta ao impulsionamento da crescente adoção da transformação digital nos últimos anos, o que coloca o nosso país em posição de destaque no cenário tecnológico global, reforçando sua capacidade de inovação liderada, especialmente, por fintechs, agritechs e healthtechs – além do amplo mercado consumidor digitalmente engajado.

Ainda que o atual momento deva ser encarado com otimismo, dado que o desempenho no ranking favorece a atração de investidores para o país, o setor ainda enfrenta desafios significativos que podem limitar seu crescimento. Dentre eles, é importante chamar a atenção para a escassez da mão de obra qualificada e necessidade de investimento em infraestrutura tecnológica.

De acordo com o levantamento global feito pela Gi Group Holding, em parceria com a universidade tecnológica italiana Politecnico di Milano, no Brasil, apenas 10,9% apontam que não tem dificuldade de encontrar mão de obra qualificada no setor, enquanto 43,7% afirmam que sofrem “um pouco” ou “em grande medida” para encontrar colaboradores com habilidades digitais avançadas.

Por outro lado, à medida que novas tendências tecnológicas, como a Inteligência Artificial, ganham força, cresce a necessidade de democratizar o acesso à tecnologia. Segundo estudo realizado pela ABES em 2024, a projeção é que, até 2027, haja um crescimento de 67% na adoção de soluções de IA, o que reforça a importância de as empresas investirem em iniciativas que tornem essas inovações mais acessíveis.

Além disso, mais do que olhar novas tecnologias, é fundamental fazer o básico e bem-feito. Ou seja, além da IA, recursos como cloud computing e cibersegurança continuarão tendo impacto e relevância para garantir a aceleração das operações, bem como ajudarão a favorecer o acompanhamento frente aos novos avanços que, certamente, virão ao longo dos próximos anos.

Mesmo o nosso país tendo um reconhecimento global no mercado de TI, para que o setor continue avançando, é fundamental que as empresas estabeleçam um olhar estratégico que garanta constância e consistência das operações. Isso é, ao analisar o mercado e enxergar a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, é imprescindível que as organizações alinhem ações de treinamento da equipe, a fim de capacitá-los e reter esses profissionais.

Os resultados obtidos até aqui mostram que o Brasil é um polo estratégico de outsourcing, startups e inovações tecnológicas, além de também se destacar na criação de soluções locais. Deste modo, para favorecer ainda mais o seu posicionamento frente a outras nações, é importante que sejam alinhadas estratégias que visem potencializar sua competividade e expansão para novos mercados.

Mais do que celebrar o retorno do Brasil ao ranking das maiores economias de TI, esse é o momento de líderes e gestores tirarem as ideias do papel, estarem atentos aos movimentos do mercado, fazerem avaliações rápidas e estabelecerem as operações em concordância com os pilares da transformação digital. Afinal, sabemos que muito já foi feito até aqui, mas é importante se preparar para o que há de vir.



Milton Ribeiro - Co-Ceo da SPS Group.
SPS Group

 

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