Nefropediatra explica como identificar sinais de
DRC infantil, os tratamentos disponíveis e a importância da prevenção
A
doença renal crônica (DRC) é definida pela alteração da função dos rins e das
vias urinárias por mais de três meses e, embora seja mais comum em adultos, as
crianças também podem ser acometidas. Diferente dos adultos, as principais
causas de DRC em crianças variam conforme a faixa etária.
Nos
menores de cinco anos são mais frequentes as malformações congênitas do trato
urinário, enquanto em crianças de idade escolar e adolescentes predominam a
glomerulopatia, nome dado ao grupo de doenças que acometem os glomérulos, uma
estrutura microscópica existente nos rins, responsável pela filtração do sangue
e produção da urina. Além disso, podem acontecer sequelas de doenças adquiridas
e enfermidades de caráter hereditário.[i]
A
promoção da saúde é um fator importantíssimo na prevenção da doença renal,
assim como idas frequentes ao pediatra para acompanhar o desenvolvimento da
criança, monitorar o consumo de água e dieta, com perfil e quantidade de
nutrientes indicados para a idade. Com isso, é possível identificar de maneira
precoce alterações da função renal.
Alguns
sinais de DRC podem ser identificados com mais facilidade como alterações de
cor, quantidade e frequência urinária, presença de espuma na urina, edema
facial ou em extremidades, déficit de crescimento ou alterações de pressão
arterial.
“É
necessário medir a pressão em todos os atendimentos nas crianças acima de três
anos e, caso haja algum fator de risco pessoal ou familiar, medir em qualquer
idade. Também é indicado aferir a função renal através da dosagem da creatinina
sérica sempre que identificar situações de risco, solicitar sumário de urina e
procurar sinais precoces de doença renal, como pequenas quantidades de proteína
na urina”, explica Gustavo Coelho Dantas, nefropediatra na DaVita Recife e
coordenador de nefropediatria do Hospital Santa Joana de Recife.
Para
o especialista, o tratamento da doença renal crônica deve começar quando há
suspeita ou qualquer alteração anatômica, de pressão ou nos exames laboratoriais,
além de promover bons hábitos de saúde, controle da pressão arterial e até uso
de medicamentos que possam evitar a progressão da doença renal para uma
falência da função do órgão.
“Quando
a função renal fica abaixo de 30%, o tratamento conservador já inclui
medicamentos para ajudar nas funções hormonais e de controle hidroeletrolítico
e da acidose, que o rim passa a não exercer completamente,” afirma Dantas.
“Quando essa função residual se aproxima de 15%, é preciso lançar mão dos
métodos de substituição renal: a diálise peritoneal, a hemodiálise ou, assim
que possível, o transplante renal”.
Assim
como na fase adulta, por ser uma condição crônica, a doença renal infantil
muitas vezes pode ser uma jornada exaustiva e difícil, e o suporte familiar é
um aliado imprescindível para que a criança tenha qualidade de vida e consiga
realizar seu tratamento da melhor maneira possível.
DaVita Tratamento
Renal
[i]
Sociedade Brasileira de Pediatria. Doença Renal Crônica em Pediatria:
Diagnóstico e Prevenção, 2020. Disponível em: Link.
Acesso em 04/10/2023.
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