Dados da OMS alertam que mais de 1 bilhão de jovens com idades entre 12 e 35 anos correm o risco de ter perda auditiva por exposição excessiva a altos ruídos
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a
perda de audição gradual não é comum somente nos idosos. Um alerta feito este
ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que mais de 1 bilhão de
pessoas com idades entre 12 e 35 anos correm o risco de perder a audição por
conta da exposição excessiva a ruídos altos.
Equipamentos de som, que podem chegar a níveis de forte intensidade, são
prejudiciais quando utilizados por muito tempo e de maneira inadequada. O
uso frequente de fones de ouvido e ambientes muito barulhentos estão entre os
fatores mais comuns para o desencadeamento de perda auditiva em jovens.
No caso das crianças, outras causas da perda de
audição chamam a atenção, como consequências de doenças (ex: meningite e
caxumba) e infecções de ouvido.
De acordo com o Grupo Microsom,
especializado em qualidade de vida, os pais e responsáveis por pessoas
com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e apneia do
sono, devem se atentar a questões que podem levar a uma perda
auditiva permanente.
“Quando essas infecções, chamadas otites, acontecem
diversas vezes em um curto período de tempo e o tratamento não é feito
adequadamente, o quadro pode evoluir para um problema crônico ou até para uma
perda de audição. Em fase de desenvolvimento, a criança pode ser muito
prejudicada pelo tempo que passa com a audição rebaixada nos períodos de
infecção. Ir às consultas médicas e realizar o tratamento de forma adequada é
fundamental para minimizar os possíveis efeitos da otite. É importante
também que as crianças sejam vacinadas e evitem algumas doenças que provocam a
perda auditiva “ explica Maria Branco, fonoaudióloga da Microsom.
Existem ainda casos em que as crianças nascem com
perda auditiva ou adquirem, por exemplo, um quadro pós-meningite bacteriana.
Nessas situações, quando há necessidade do uso de aparelho auditivo, a detecção
precoce permite um desenvolvimento melhor para a criança.
A falta de avaliação auditiva também pode
comprometer o desempenho e o desenvolvimento em casa e na escola. “Muitas
crianças que têm perda auditiva leve, ou só em uma orelha, são tratadas muito
tardiamente. Quando apresentam dificuldades, são tratadas como hiperativas ou
distraídas, quando na verdade um exame de audição poderia detectar essa perda
auditiva e muita coisa seria esclarecida com o diagnóstico e tratamento
adequado”, reforça Maria.
Os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da
linguagem, escrita, e desempenho escolar em geral. E não esquecer: quando for
buscar ajuda profissional, incluir fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas na
avaliação.
Avaliação da audição ao longo da vida
Existe uma perda auditiva causada pelo
envelhecimento, chamada presbiacusia, mas, ao contrário da crença popular, não
é só esse grupo que deve ser observado. O cuidado com a saúde auditiva deve ser
recorrente, com exames e avaliações feitos periodicamente ao longo da vida. Por
não se tratar de uma enfermidade urgente, muitas pessoas negligenciam essa área
da saúde, o que pode causar danos irreversíveis a longo prazo.
Maria explica que, no Brasil, é feito o teste da
orelhinha quando a criança nasce, mas depois disso, dificilmente o indivíduo
passa por outra avaliação na infância e juventude. E o mesmo ocorre na vida
adulta, o que impede que possíveis perdas sejam detectadas e tratadas
precocemente.
“Há também outras causas da perda auditiva que
podem acometer os mais jovens, desde questões hereditárias, ou até mesmo que
adquirem em decorrência de outros problemas de saúde”, comenta Maria, pontuando
que um check-up regular também é importante para avaliar outras possíveis
causas.
Grupo Microsom
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