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Segundo o INCA, cerca de 1100 mil
pacientes sofrem com essa doença no Brasil a cada ano
O câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais desafiadoras na
oncologia, com uma alta taxa de mortalidade e aproximadamente 11.000 novos
casos por ano no Brasil, de acordo com dados do INCA. Um dos grandes desafios
dessa doença é que, em sua maioria, o diagnóstico ocorre em estágios avançados,
dificultando o sucesso do tratamento. Segundo especialistas, apenas cerca de
15% dos casos têm origem hereditária, com a presença de mutações genéticas
específicas como BRCA1, BRCA2, PALB2, além de síndromes como Peutz-Jeghers e
pancreatite hereditária.
"A principal dificuldade no combate ao câncer de pâncreas é o
diagnóstico tardio. Não existe, até o momento, uma estratégia eficaz de
rastreamento populacional como temos para outros tipos de câncer, como a
mamografia para câncer de mama ou a colonoscopia para câncer de cólon",
explica o oncologista Dr. Thiago Assunção, do IPC
(Instituto Paulista de Cancerologia).
Diferentemente de outros tipos de câncer, o câncer de pâncreas não
conta com exames de triagem amplamente recomendados para a população em geral.
Por isso, a prevenção é focada principalmente na adoção de hábitos de vida
saudáveis, como evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, controlar o
peso e monitorar condições como o diabetes mellitus. "Cerca de 85% dos
casos de câncer de pâncreas estão relacionados a fatores de risco modificáveis,
o que reforça a importância de uma vida saudável como uma das principais armas
de prevenção", destaca o Dr. Thiago.
Em relação ao tratamento, apesar dos grandes avanços observados na
oncologia nas últimas décadas, o câncer de pâncreas não teve o mesmo progresso.
A cirurgia permanece como a principal opção de tratamento curativo, mas é
indicada apenas quando o tumor é ressecável. Em muitos casos, a quimioterapia é
necessária, seja antes da cirurgia (para reduzir o tamanho do tumor), após a
operação (para prevenir a recorrência) ou no controle da doença metastática.
"As terapias que revolucionaram o tratamento de outros
tumores sólidos, como a imunoterapia e o uso de anticorpos droga-conjugados,
não mostraram o mesmo sucesso no câncer de pâncreas. Ainda estamos buscando
alternativas mais eficazes para combater essa doença de maneira mais
efetiva", comenta o oncologista.
O Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) segue trabalhando
ativamente no estudo e tratamento dessa neoplasia, oferecendo suporte
especializado e individualizado para os pacientes, além de estar à frente na
adoção de novas tecnologias e abordagens terapêuticas. "O combate ao
câncer de pâncreas é um grande desafio, mas estamos empenhados em melhorar cada
vez mais o diagnóstico e tratamento dessa doença, buscando sempre novas
alternativas que possam beneficiar nossos pacientes", conclui Dr. Thiago.
Com o diagnóstico precoce ainda sendo uma barreira, a
conscientização sobre os fatores de risco e a busca por hábitos saudáveis
permanecem como elementos cruciais na prevenção dessa doença tão agressiva.
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