Especialista do CEJAM dá dicas que incluem atenção
para o físico, mental e qualidade do sono
Sinônimo de prazer, o sexo é uma das formas mais íntimas e satisfatórias de
conexão humana. Contudo, o que parece simples à primeira vista envolve uma
série de complexidades que exigem atenção e cuidado para que se tenha uma vida
sexual, de fato, agradável.
No
Dia Mundial da Saúde Sexual, celebrado em 4 de setembro, é essencial refletir
sobre a importância do tema para o bem-estar. Afinal, cuidados diários podem
fazer toda a diferença nessa área da vida. Então, por que não investir neles?
"Para
manter uma vida sexual saudável, é crucial considerar tanto os aspectos físicos
como os emocionais. O sexo não é meramente uma atividade física, mas também
envolve uma intensa troca de emoções. Portanto, ao focarmos em equilibrar e
fortalecer esses dois pilares em nossas vidas, podemos cultivar uma sexualidade
plena", afirma o Dr. Jônatas Lima de Bem, especialista em sexualidade e
supervisor médico do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
Inicialmente, o sexo é uma atividade que requer energia, uso de músculos e aceleração do metabolismo, portanto, o corpo precisa estar preparado para essa demanda. E o exercício físico pode ser um ótimo auxiliador.
“A prática regular de exercícios físicos contribui para a produção de hormônios, fortalecimento muscular e redução de gordura corporal, elementos indispensáveis para um bom desempenho sexual no âmbito físico”, orienta o profissional.
No
caso de corpos com anatomia feminina, a atividade física pode resultar, ainda,
em maior desejo sexual, orgasmos mais intensos e melhor lubrificação durante o
ato. Já em corpos com anatomia masculina, os benefícios incluem aumento da
libido e melhoria da função erétil.
O
cuidado com o peso também deve ser levado em consideração, já que, em alguns
casos, a obesidade pode levar a dificuldades cardiovasculares e alterações no
metabolismo de hormônios sexuais, afetando diretamente a performance.
“Outros
fatores, como hipertensão, colesterol alto, alcoolismo e tabagismo, merecem
atenção especial pois impactam negativamente em todas as pessoas. No entanto,
essas condições podem causar danos vasculares que comprometem especialmente a
função erétil do pênis”, explica o especialista.
Mas,
de nada adianta um físico saudável se o lado emocional for negligenciado.
Aliás, saúde mental desempenha um papel igualmente importante na qualidade da
vida sexual. Assim, autoestima, percepção corporal e segurança emocional são só
alguns dos fatores que também podem determinar qualidade no sexo.
“A
mente exerce um poder incrível sobre o corpo. Se uma pessoa está emocionalmente
perturbada, estressada ou ansiosa, isso pode impactar diretamente na sua vida
sexual, mesmo ela achando que não", observa o Dr. Jônatas.
O
médico aponta que traumas emocionais, depressão e ansiedade podem interferir na
libido e no desempenho sexual, se não forem tratados adequadamente. “A
psicoterapia e a prática de atividades, como yoga e meditação, ajudam a cuidar
da saúde mental, o que, por sua vez, melhora a sexualidade”, afirma.
E
os cuidados não param por aí, pois aliar essas práticas a uma boa higiene do
sono potencializa ainda mais os resultados. Estudo publicado em 2023 no Journal
of Psychosomatic Research, pela Universidade de Rochester (EUA), revela que
pessoas que sofrem de insônia têm maior risco de desenvolver problemas sexuais,
sendo as mulheres as mais afetadas.
"O
sono é essencial para o equilíbrio hormonal, que influencia diretamente a
libido. Uma noite mal dormida pode resultar em fadiga e estresse, afetando
negativamente o desejo sexual", ressalta o especialista.
Acompanhamento médico precisa fazer parte da rotina
Outros
aspectos fundamentais para o autocuidado incluem o uso de preservativos
internos ou externos e o acompanhamento médico regular. A realização de exames
periódicos é crucial para a detecção precoce de infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs) e outras condições que podem impactar a saúde sexual.
Pensando
nisso, o Dr. Jônatas orienta sobre os principais exames e cuidados médicos que
devem ser considerados:
- Testagem regular para o HIV: Essencial para monitorar a saúde
sexual e garantir um diagnóstico precoce, permitindo intervenções mais
eficazes e um melhor controle da condição;
- Exames periódicos para clamídia, gonorreia e sífilis: A detecção
precoce dessas infecções é fundamental para um tratamento rápido e eficaz,
prevenindo complicações e a transmissão para outras pessoas;
- Imunização para HPV e hepatites A e B: A vacinação é uma medida
preventiva vital, especialmente contra o HPV, um vírus sexualmente
transmissível associado a vários tipos de câncer, incluindo o câncer de
colo de útero;
- Exame Papanicolau para pessoas com útero: Deve ser realizado a
partir dos 25 anos para a detecção precoce de câncer de colo de útero;
- Mamografia para pessoas com mamas: A partir dos 50 anos, ou
conforme orientação médica, a mamografia é indispensável para a detecção
precoce do câncer de mama;
- Rastreamento de câncer de próstata para pessoas com pênis: Recomenda-se
iniciar o rastreamento a partir dos 40 anos, permitindo a detecção
precoce.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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