A ascensão dos vídeos verticais nas redes sociais tem remodelado o mercado musical e, por tabela, influenciando a forma como a música é consumida, produzida e distribuída. A Geração Z, nativa digital e principal consumidora desse formato dinâmico, é o principal fator dessa transformação.
A capacidade de
capturar e compartilhar momentos instantaneamente desses jovens nascidos entre
1995 e 2010 estão definindo novos padrões para a indústria. Com um
comportamento multitarefa e consumo médio de 10 horas diárias em redes sociais,
de acordo com vários levantamentos realizados nos últimos anos, esse público
abraça e valoriza a diversidade e a inclusão, aspectos que também se refletem
nas escolhas musicais e na popularidade de conteúdos que vão ao encontro de
seus valores e crenças.
Olhando
especificamente para o comportamento online da Gen Z, a análise Tendências de
Social Media 2023, da Comscore, indica que o consumo de mídia por brasileiros
nas redes sociais é notavelmente alto, com uma média de 356 bilhões de minutos
gastos em dezembro de 2022, um aumento significativo desde janeiro de 2020.
Esse engajamento tem implicações diretas no mercado musical, no qual a presença
digital se torna cada vez mais vital para o sucesso de artistas e produtores.
Inclusive, a
influência online dessa geração é tão significativa, que as estratégias de
marketing e produção musical estão sendo adaptadas para atender às suas
preferências, que incluem um humor específico e uma comunicação visual rápida e
eficaz, especialmente memes e GIFs.
Estar online = mais música = mais desafios
Os vídeos
verticais, popularizados por plataformas como TikTok e Instagram, são um
exemplo claro dessa adaptação digital da Gen Z. Eles oferecem uma maneira
imersiva e envolvente de experienciar a música, com a vantagem de serem
facilmente consumíveis em dispositivos móveis.
Além da
democratização do acesso à música, esse tipo de consumo - e também de
interatividade - permite que artistas independentes ganhem visibilidade sem os
canais tradicionais de distribuição. A facilidade de compartilhamento desses vídeos
fomenta uma cultura de descoberta musical, na qual um único vídeo pode
catapultar uma produção para o sucesso viral.
Além disso, as
redes sociais proporcionam um canal de diálogo entre artistas e fãs,
estreitando relações e construindo comunidades em torno de gêneros musicais ou
artistas específicos. Isso é evidenciado pelo crescimento de 74% da New Music
Brasil em 2023, uma gravadora e distribuidora especializada em música digital,
que se destaca por sua abordagem inovadora e humanizada no mercado musical.
No entanto, essa
mudança também apresenta desafios. A monetização de conteúdos musicais em
plataformas de streaming ainda é um ponto de debate, com artistas independentes
lutando por uma remuneração justa.
Uma pesquisa da
Roku revelou que 75% dos brasileiros usam plataformas de streaming todos os
dias, com um número significativo maratonando séries noites a fio. Isso mostra
a importância do streaming na vida cotidiana, mas também levanta questões sobre
a sustentabilidade financeira para os criadores de conteúdo.
Se os vídeos
verticais e as redes sociais estão redefinindo o mercado musical, impulsionados
pelo comportamento da Geração Z, a indústria precisa se adaptar em um ritmo
acelerado. Existe uma constante necessidade de equilibrar inovação com a
justiça econômica para os artistas, porém, é importante que as análises de
tendência continuem a ser feitas para que possamos entender cada vez mais como
aliar tecnologia, cultura e negócios.
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