SP, MG e DF estão entre as regiões com maiores índices; entende os sintomas e como evitar a doença
Com registro de mais de 1,6 mil óbitos por dengue no
Brasil, os primeiros quatro meses do ano atingiram o maior número deste século.
É o que aponta o levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado
no último dia 23. Segundo dados apresentados, o Brasil superou a marca de 223
mil novas infecçõesapenas entre os dias 19 e 22 de abril.
A dengue,
doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, afeta a maioria dos estados
brasileiros, com índices preocupantes especialmente no Distrito Federal e nos
Estados de Minas Gerais e São Paulo, sendo este último o com maior número de mortes.
"Durante
o período de 6 de fevereiro a 23 de abril de 2024, o CEJAM notificou, nas
Unidades dos Distritos Administrativos de Capão Redondo e do Jardim Ângela, que
estão sob sua gestão, cerca de 38,5 mil casos suspeitos de dengue, sendo 11.621
com resultados positivos”, confirma o supervisor técnico do setor de Vigilância
Epidemiológica do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, Dion
Carvalho.
Vale
frisar que cerca de 50% dos casos de dengue são assintomáticos ou
oligossintomáticos, ou seja, apresentam sintomas mais leves. No entanto, a
doença pode evoluir apresentando sintomas intensos e, muitas vezes,
incapacitantes durante o seu ciclo de desenvolvimento no organismo.
A
infectologista Dra. Rebecca Saad, coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar) do CEJAM, alerta para os principais sinais da presença do
vírus no corpo, como febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de
apetite, cansaço e manchas vermelhas pelo corpo.
A
especialista destaca também que, em casos mais graves, o indivíduo poderá
sofrer dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes e sangramento
de mucosas. “Por isso, ao apresentar algum desses sinais, é essencial buscar
ajuda médica imediatamente na unidade de saúde pública mais próxima de sua
região”, frisa.
Diante do grande impacto causado pela dengue na população, o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), criado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e incorporado ao CEJAM em 2015, segue realizando projetos que favorecem a educação ambiental, promoção de saúde e prevenção de doenças. Todo o trabalho é feito com o apoio de biólogos e gestores ambientais, que estabelecem parcerias com concessionárias de limpeza, providenciando a higienização de áreas públicas.
Além disso, seguem com ações de conscientização com a
população. "Atuamos, especialmente, por meio de visitas domiciliares
realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), em parceria com os
Agentes de Promoção Ambiental (APA). Eles realizam mutirões de casa a casa, com
apoio de equipe técnica composta por auxiliares de enfermagem e enfermeiros,
além de atividades educativas em escolas e outros espaços comunitários”,
ressalta Bruno Saito, gestor ambiental do PAVS.
O
objetivo central é colaborar ativamente com a vigilância epidemiológica
ambiental, apoiando para a compreensão da limpeza das casas e locais ao redor e
eliminando qualquer tipo de água parada.
“Reforçamos a importância de prestar a atenção se há água parada em casa. Geralmente, elas se acumulam em vasos, sacolas plásticas ou qualquer outro recipiente no jardim, laje ou quintal”, explica o profissional.
Dicas para evitar o mosquito
1. Remoção de criadouros de mosquitos em redor da sua casa: A dica clássica que faz toda a diferença, se levada em consideração.
O primeiro passo para prevenir a dengue é eliminar os criadouros do mosquito.
Para isso, certifique-se de que não haja recipientes, como baldes, garrafas ou
pneus velhos, acumulando água em seu quintal.
2.
Cubra reservatórios de água, fossas e mantenha as piscinas tratadas: Reservatórios de água abertos, fossas
e piscinas não tratadas são lugares perfeitos para a reprodução do mosquito.
Por isso, certifique-se de manter esses locais cobertos ou adequadamente
tratados.
3.
Mantenha as calhas e caleiras limpas e desentupidas: Calhas entupidas podem acumular água
parada, tornando-se um criadouro ideal para os mosquitos. Assim, o profissional
orienta que a limpeza seja feita regularmente para evitar esse problema.
4.
Vire para baixo recipientes ou pequenos objetos que possam acumular água ou
remova-os se não forem necessários: Mesmo pequenos objetos, como tampas de garrafas e pratos, podem
acumular água e se tornarem criadouros. O ideal é virá-los para baixo ou
eliminá-los, se não forem necessários.
5.
Coloque areia fina nos pratos de vasos ou jarras, ou retire-os para evitar a
acumulação de água:
Outra dica clássica, mas essencial. Vasos e jarras de flores podem conter água
parada. Por isso, coloque sempre uma camada de areia fina no fundo dos pratos
ou, se possível, retire-os quando não estiverem em uso.
6.
Mude a água dos vasos e jarras de flores uma vez por semana: Se você tiver vasos de plantas em sua
casa, não esqueça de trocar a água pelo menos uma vez por semana. Isso evitará
que o mosquito deposite seus ovos na água parada.
7.
Mantenha a relva curta: Sim, os mosquitos podem se esconder na vegetação alta. Por isso,
manter a grama do seu jardim curta pode ajudar a reduzir essas chances.
Como dica extra, Bruno ressalta ainda que muitas
pessoas tendem a esquecer de realizar a manutenção da caixa d’água, que também
pode ser foco do mosquito. “A nossa caixa de água merece toda a atenção. Ela
deve ser limpa periodicamente e sua tampa deve sempre estar bem ajustada. Essa
prática faz toda a diferença, evitando que o local se torne um criadouro”,
finaliza.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial site
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