O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer em todo o mundo. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2023, a doença é a terceira mais comum em homens (18 mil novos casos) e a quarta em mulheres no Brasil (14,5 mil novos casos). Associada ao consumo de derivados do tabaco, ela costuma ser silenciosa, na maioria das vezes. Segundo Fábio Távora, diretor médico associado do Laboratório Argos Patologia, o diagnóstico precoce e preciso desempenha um papel crucial no tratamento e na orientação das intervenções terapêuticas.
Fábio explica que o uso prolongado e frequente do
tabaco é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo
de câncer. As substâncias tóxicas presentes na droga, segundo o médico
patologista, causam danos às células pulmonares ao longo do tempo, aumentando
significativamente a probabilidade de mutações genéticas que podem levar ao
câncer.
“O câncer de pulmão apresenta diversas
particularidades que enfatizam a necessidade de um diagnóstico especializado.
Entre elas, estão as múltiplas variantes histológicas e moleculares que
influenciam a agressividade e a resposta ao tratamento. Por isso é tão
importante que os exames sejam conduzidos por uma equipe especializada em
patologia pulmonar e biologia molecular, capaz de discernir essas nuances e
oferecer um entendimento abrangente da doença, orientando os médicos na escolha
das terapias mais apropriadas”, defende o especialista.
Após o diagnóstico, uma série de testes específicos
desempenha um papel fundamental na avaliação aprofundada do câncer de pulmão.
Nessa segunda etapa, o laboratório estabelece acompanhamento dessas
modificações genéticas por meio de exames de sequenciamento gênico que podem
guiar resposta ao tratamento desses pacientes.
“A análise de biomarcadores moleculares, como
mutações genéticas e rearranjos cromossômicos, oferece informações valiosas
sobre a susceptibilidade da doença a terapias-alvo específicas. Além disso, a
avaliação da expressão gênica auxilia na previsão do prognóstico e na
identificação das melhores abordagens terapêuticas”, explica Fábio.
A terapia-alvo, tratamento do câncer personalizado
para cada paciente, é realizada por meio de medicamentos direcionados para
pontos específicos do organismo, como os genes e as proteínas envolvidos no
crescimento e na sobrevivência das células cancerosas. Com isso, o processo
preserva as células saudáveis do corpo. “Os medicamentos não apenas aumentam as
taxas de sucesso terapêutico, mas também minimizam os efeitos colaterais
indesejados, melhorando a qualidade de vida do paciente”, defende o
especialista.
Conscientização
Apesar dos avanços no tratamento do câncer, Fábio
defende a conscientização da população sobre os riscos do tabagismo e os
benefícios da cessação para evitar novos casos da doença, e contribuir com a
promoção de hábitos de vida mais saudáveis. “É igualmente importante incentivar
a detecção precoce em indivíduos de alto risco, como fumantes ou ex-fumantes.
Isso possibilita a intervenção médica no estágio inicial da doença, aumentando
significativamente as chances de sucesso no tratamento”, frisou o médico.
Laboratório
Argos Patologia
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