Crianças são as mais
afetas pela doença, cerca de 20%
Sintomas impactam a
qualidade de vida, podendo levar à ansiedade e depressão
23/09 – Dia de Conscientização da Dermatite
Atópica
A dermatite atópica é uma condição crônica da pele, não contagiosa, que afeta pessoas de todas as idades, principalmente crianças, cerca de 20% delas sendo que 5% apresentam a forma mais grave da doença. Aproximadamente 60% dos casos se iniciam no primeiro ano de vida. Estima-se que 3% dos adultos tenham dermatite atópica.
“Ela se caracteriza por uma inflamação da pele que causa coceira intensa (quase insuportável), pele muito ressecada, placas vermelhas e infecções de pele. Em bebês, as lesões predominam no rosto, pescoço e couro cabeludo. Em crianças maiores, adolescentes e adultos, a dermatite atópica atinge as dobras dos braços e pernas, rosto e pescoço”, explica o Dr. Evandro Prado, Coordenador do Departamento Científico de Dermatite Atópica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
O especialista conta que a dermatite atópica é considerada uma doença de base genética, onde indivíduos com histórico familiar de alergias, como asma e rinite alérgica têm maior probabilidade de desenvolvê-la. Além disso, fatores ambientais como exposição a alérgenos, poluentes e mudanças climáticas também podem contribuir para um papel desencadeante. Defeitos na barreira e disfunções no sistema imunológico também estão associados à dermatite atópica.
Embora a dermatite atópica seja uma condição crônica, existem várias abordagens de tratamento disponíveis para aliviar os sintomas e controlar as crises. Dr. Evandro Prado detalha abaixo cada uma delas:
Cuidados com a
Pele: Manter a pele bem hidratada é
fundamental. Use produtos suaves e livres de fragrâncias receitados pelo
médico. Banhos mornos e curtos são recomendados, não use bucha e evite água
quente para não ressecar ainda mais a pele e use sabonetes líquidos e neutros.
Medicamentos
Tópicos: Cremes ou pomadas à base de
corticosteroides podem ser prescritos para reduzir a inflamação e a irritação
durante as crises. Também existem cremes não esteroides, como os inibidores de
calcineurina, que podem ser eficazes.
Antialérgicos: Os anti-histamínicos orais podem ajudar a aliviar a
excitação e melhorar o sono, principalmente à noite.
Tratamentos Imunossupressores: Em casos mais graves, quando outros tratamentos não são
eficazes, podem ser prescritos medicamentos imunossupressores para controlar a
resposta imunológica exacerbada.
Imunobiológicos: Também chamados de anticorpos monoclonais e os inibidores
de pequenas moléculas têm sido indicados para os casos de dermatite atópica
moderada a grave, que não tenham apresentado resposta aos tratamentos
habitualmente recomendados.
Tratamento
Psicológico: As alterações na aparência da pele e a
coceira persistente comprometem a qualidade de vida e provocam mudanças do
comportamento, alterações do humor e do sono, isolamento, que impactam o
bem-estar emocional, podendo levar à ansiedade e depressão.
“É muito importante ter a certeza do diagnóstico correto feito pelo especialista, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade do paciente e seu histórico clínico”, finaliza o Coordenador do Departamento Científico de Dermatite Atópica da ASBAI
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