Para evitar
complicações, é importante buscar uma vida saudável e o fortalecimento da
musculatura da coluna
O reumatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos,
Dr. Leandro Parmigiani, explica que muitas pessoas nem sabem que possuem a
escoliose porque a maioria delas não tem sintomas. Algumas, porém, podem sentir
dores musculares e uma sensação de cansaço ou de peso nas costas. Segundo o
médico, é possível identificar a doença ao observar uma assimetria entre um
lado e o outro, caracterizando uma alteração na direção da coluna vertebral.
Ele explica que a má postura não é a causadora da escoliose. “O contrário é
verdadeiro. A escoliose pode causar a má postura devido à alteração provocada
pelo corpo por conta das rotações vertebrais”, destaca.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 80% dos
casos não há uma causa definida. Parmigiani detalha que a doença pode aparecer
no nascimento ou evoluir ao longo dos anos. “O mais comum é ver o aparecimento
da escoliose associado ao estirão de crescimento no final da puberdade ou na
adolescência. Há uma predileção de acontecer mais em meninas que meninos. Mas,
além disso, o envelhecimento acaba sendo um fator de risco por conta do
desgaste natural nos discos vertebrais, causando alterações estruturais da
coluna”, afirma.
Para evitar a escoliose algumas práticas podem ser
seguidas. Evitar carregar muito peso, evitar a obesidade, que pode causar
sobrecarga na coluna, e realizar atividades físicas regulares para fortalecer a
musculatura, inclusive na parte abdominal que causa a estabilização da coluna,
estão entre as principais dicas. “Outro ponto muito importante é realizar
movimentos corretos para não prejudicar a coluna. Levantar da cama de lado e
não com um impulso para a frente, agachar-se dobrando os joelhos sem
forçar a coluna e evitar rotações abruptas são atitudes essenciais para evitar
luxações e distensões”, avalia.
Para identificar a presença da escoliose alguns
exames podem ser realizados, como é o caso do Teste de Adams, em que o paciente
se dobra para frente e é possível verificar a assimetria do tronco. “Outra
alternativa é o raio-X de coluna, com o objetivo de calcular o grau de
curvatura da coluna e identificar outras deformidades, como lesões, tumores,
fraturas e luxações que podem causar a doença. Em alguns casos também podem ser
realizadas tomografias e ressonâncias”, destaca.
Como não há uma cura para a escoliose, algumas
atividades de mobilidade como pilates, RPG, fisioterapia e exercícios
assistidos são recomendados para promover o fortalecimento da musculatura da
coluna. Mas tudo isso dependerá do perfil do paciente, idade, massa corpórea e outras
particularidades. Em alguns casos ainda pode ser recomendado o uso do colete, a
depender do grau da doença e da idade da pessoa.
“Para todos os casos, quanto mais precoce o
diagnóstico for realizado, mais sucesso haverá no tratamento” Em casos graves,
poderá haver a necessidade de uma cirurgia que é mais invasiva e mais delicada.
Casos mais graves podem levar até mesmo a problemas respiratórios ou cardíacos
por conta da compressão de órgãos causada pela curvatura da coluna, então é
importante que haja esse acompanhamento contínuo”, finaliza o médico.
Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br
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