Os hábitos de
consumo pela internet das pessoas residentes no Estado de São Paulo podem ser
associados aos atributos mais frequentes dos usuários das tecnologias de
informação e comunicação (TICs). Dados produzidos pela Fundação Seade indicam
que 68% da população do estado faz compras pela internet e o índice atinge 87%
na faixa de renda familiar acima de dez salários mínimos. No entanto, apenas
31% das pessoas com renda familiar até um salário mínimo realizaram essa
modalidade de consumo. Os dados foram coletados remotamente em pesquisa de
fevereiro de 2023.
O recorte etário
também influencia os hábitos de fazer compras on-line, visto que a parcela das
pessoas de 30 a 44 anos que compram pela internet (83%) é mais do que duas
vezes superior ao observado no grupo com 60 anos e mais (37%). Além disso, a
prática cresce de forma acentuada conforme aumenta a instrução do usuário: o
consumo entre pessoas com ensino superior (82%) é 56 p.p. maior do que o
registrado entre os que cursaram até o ensino fundamental (26%) e 20 p.p.
superior do que os que concluíram o ensino médio.
A compra de
eletrônicos e eletrodomésticos está entre as práticas de consumo mais citadas
entre os consumidores na internet, alcançando 88% desses entrevistados e sendo
significativamente frequente. A expressividade desses índices sugere a
importância da inserção digital. Cerca de 40% afirmam sempre comprar esses
itens e quase metade (48%) o faz às vezes.
Quanto ao perfil
desses consumidores, predominam: homens, mais jovens, mais escolarizados e com
renda mais elevada. Por outro lado, parcelas significativas daqueles que
auferem renda familiar até um salário mínimo (36%) e possuem até ensino
fundamental completo (27%) afirmam nunca terem adquirido esses bens
on-line.
Na capital, o consumo on-line em geral
tende a ser maior - 6 p.p. superior à média do interior do Estado. O cenário de
hábitos de consumo dos paulistas via internet sugere, entre outras
possibilidades, a influência da oferta de conexão de qualidade à internet e a
logística de distribuição e entregas de mercadorias, fatores que podem,
eventualmente, contribuir para o impulsionamento ou restrição aos hábitos de
comprar via internet.
Lilia Belluzzo -
Divisão de Estudos e Projetos Sociais da Fundação Seade.
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