A pediatra Lilian Campos, do HUGG-Unirio, orienta paciente sobre aleitamento materno |
Profissionais destacam os benefícios do aleitamento materno e do acompanhamento profissional nos primeiros meses de vida
A Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023
(SMAM) e o Agosto Dourado são campanhas criadas para incentivar a amamentação,
que faz bem para a mãe e para o bebê. Mas por que esse alimento é considerado
“padrão ouro” para crianças de até dois anos? Nesta segunda reportagem da série
sobre aleitamento materno, especialistas da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh) explicam os benefícios da amamentação.
“O leite materno tem propriedades únicas,
pois é fundamental e o bastante para nutrir e hidratar os bebês até os seis
meses de idade e para protegê-los de doenças, através da transferência de
anticorpos que estão em sua composição”, afirma o médico Antônio Leonardo
Pereira Rosa, coordenador do Banco de Leite do Hospital Universitário da
Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA).
Segundo a pediatra Lilian Campos, do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), é fundamental incentivar que o
aleitamento seja iniciado logo após o nascimento, ainda na sala de parto. O
leite que é produzido nos primeiros dias, o colostro, pode ser considerado como
a “primeira vacina do bebê”. “O colostro tem uma quantidade maior de anticorpos
e fatores de proteção. Existem vários trabalhos mostrando a importância do
aleitamento materno para a prevenção de diversas doenças e, principalmente,
doenças infecciosas e alergias”, explica a médica.
O aleitamento também traz benefícios para a
mãe, pois é um importante fator de diminuição de hemorragias no puerpério, na
prevenção de cânceres e como fator que contribui para a perda de peso no
pós-parto, destaca o médico Antônio Leonardo. Ele afirma, ainda, que o ato de
amamentar cria um vínculo de afeto, carinho e segurança entre a mãe e seu bebê.
Acompanhamento
profissional é fundamental
Gabriela de Sena Duarte (foto), mãe do Samuel, teve o bebê na maternidade do HUGG-Unirio e recebeu, da pediatra Lilian Campos, as orientações sobre a importância de amamentar. Apesar de ser seu segundo filho, são dez anos de diferença entre os dois, por isso algumas orientações tiveram de ser reforçadas. “O atendimento foi ótimo, desde o parto até agora está correndo tudo bem, o Hospital é maravilhoso”, comenta a paciente.
Segundo o ginecologista Antônio Leonardo
Rosa, esse acompanhamento precisa ser feito pelos profissionais a fim de evitar
a interrupção do aleitamento. “A orientação e a avaliação para todas as
mulheres e, especialmente, o acompanhamento para aquelas com dificuldades de
diversas causas, pode diminuir significativamente o abandono precoce da
amamentação”, ressalta.
Esse abandono pode ser causado por diferentes
fatores, como a falta de conhecimentos sobre a importância do leite para o
bebê, a interrupção por conta do retorno ao trabalho, dor ao amamentar ou, até
mesmo, crenças que podem levar a mãe ao uso de mamadeiras desde muito cedo. No
entanto, o uso de mamadeiras pode causar riscos ao bebê e à mãe.
“O estímulo para a produção do leite é a
sucção. Quando o bebê mama menos, o organismo da mulher entende que ele precisa
produzir menos e vai diminuindo a produção do leite. No peito, o bebê precisa
fazer uma força maior para poder mamar e isso é muito importante para o
desenvolvimento da musculatura da face, dos dentes, para a fala, para a
introdução alimentar posteriormente. O uso de chupetas e de mamadeiras pode
atrapalhar esse processo”, orienta a pediatra Lilian Campos.
Existe
uma técnica para amamentar?
O ginecologista e obstetra do HU-UFMA,
Antônio Leonardo, explica que a amamentação é um ato instintivo e natural.
Segundo ele, existem condições gerais e posicionamentos do corpo da mãe e do
bebê que facilitam o contato da boca da criança com o mamilo e a aréola,
facilitando a pega e a sucção de forma eficaz, o que, também, evita ferimentos
nos mamilos e o esvaziamento mais fácil das mamas.
“O
principal no processo de amamentação é ter muita tranquilidade e a orientação
profissional gabaritada desde a primeira mamada. Este profissional deve estar
habilitado a observar a mãe e a orientar nas melhores práticas para a
amamentação mais tranquila e com posturas que produzam conforto e tranquilidade
para que tanto o bebê quanto a mãe tenham um momento de relaxamento e dedicação
unicamente à amamentação”, conclui Antônio Leonardo.
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