Como abordagem
principal ou associada à cirurgia, a Radioterapia é um tratamento que,
dependendo do caso, pode ter proposta curativa ou paliativa. Indicação leva em
conta a fase de descoberta da doença e disponibilidade das técnicas na Saúde
Suplementar e no SUS. Câncer de pulmão é o mais letal no mundo, com 1,8 milhão
de mortes anuais. No Brasil, são registrados 28 mil óbitos por ano pela doençasciencepics
O tipo mais comum de câncer de pulmão é o de não
pequenas células, que responde por mais de 80% dos tumores malignos do pulmão,
se dividindo nos subtipos adenocarcinoma e carcinoma espinocelular. Dependendo
do estadiamento (estágio de diagnóstico da doença) a radioterapia pode ser
administrada com diferentes finalidades.
A Radioterapia pode ser o tratamento
principal nos casos em que o tumor não pode ser removido
cirurgicamente devido ao seu tamanho ou localização, ou ainda se o estado geral
de saúde do paciente não permite a realização da cirurgia. Outras
possibilidades são:
- Radioterapia adjuvante, ou seja, após a cirurgia:
com o objetivo de destruir as células remanescentes após o procedimento
cirúrgico.
- Radioterapia neoadjuvante, ou seja, antes da
cirurgia: para tentar reduzir o tamanho do tumor e tornar mais
fácil a remoção cirúrgica.
- Radioterapia para tratamento de metástases:
para frear a disseminação da doença, por exemplo, para o cérebro ou osso, que
são os principais focos de metástase dos tumores originados no pulmão.
- Radioterapia como tratamento paliativo:
nos casos no qual não há mais a proposta curativa. É feito para aliviar
sintomas provocados pelo câncer de pulmão em estágio avançado, como dor,
sangramento, dificuldade na deglutição, tosse e problemas causados por
metástases cerebrais.
Erick Rauber, radio-oncologista e membro da diretoria de comunicação da Sociedade
Brasileira de Radioterapia (SBRT), explica que há diferentes técnicas de
Radioterapia para o tratamento de pacientes com diagnóstico de câncer de
pulmão, como a estereotáxica corpórea (SBRT), conformada tridimensional e
radioterapia de intensidade modulada (IMRT). “A utilização de um ou outra vai
depender do perfil clínico do paciente e biológico do tumor e o maior
impeditivo, infelizmente, é a falta de disponibilidade da maioria delas por
parte dos planos privados e no sistema público”, afirma.
- Radioterapia Estereotáxica Corpórea (SBRT)
- É utilizada para tratar cânceres de pulmão em estágios iniciais, quando a
cirurgia não é uma opção devido a outros problemas de saúde do paciente. Ao
contrário de outras técnicas de radioterapia, na estereotáxica é administrada
uma alta dose de radiação, desde vários ângulos, diretamente no volume alvo.
- Radioterapia conformacional tridimensional
- A radioterapia conformacional 3D está baseada no planejamento tridimensional,
permitindo concentrar a radiação na área a ser tratada e reduzir a dose nos
tecidos normais adjacentes. Dessa forma, o tratamento é mais eficaz, com poucos
efeitos colaterais, diminuindo as complicações clínicas e melhorando a
qualidade de vida dos pacientes.
- Radioterapia de intensidade modulada (IMRT)
- É uma evolução da radioterapia conformacional 3D, na qual o equipamento
se move em torno do paciente, enquanto libera a radiação. Essa técnica é usada,
na maioria das vezes, para tumores localizados próximos a estruturas
importantes, como a medula espinhal.
SUS x Saúde Suplementar
Modalidades como Radioterapia Estereotáxica
Corpórea e Radioterapia de intensidade modulada (IMRT), por exemplo, estão
longe de ser uma realidade no SUS. Por sua vez, na Saúde Suplementar, a boa
notícia foi a decisão anunciada nesse mês de agosto, pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) de incorporação de radioterapia de intensidade modulada
(IMRT) para tratamento de neoplasias de tórax (câncer de pulmão, mediastino e
esôfago). Já a Radioterapia Estereotáxica Corpórea, assim como no SUS, também
não está inclusa no Rol da ANS.
A nota técnica de recomendação da ANS para a
radioterapia de IMRT apontou que o uso amplo e consolidado desta técnica, assim
como seus benefícios para redução da toxicidade de curto e longo prazo
relacionada à radiação, foi francamente corroborado por especialistas e outros
interessados, que reforçam a importância da incorporação de uma técnica mais
segura para o paciente e da ampliação das opções de radioterapia disponíveis no
Rol. Antes desta decisão, a radioterapia de IMRT estava no rol de procedimentos
da agência apenas para tumores de Cabeça e Pescoço.
Câncer de pulmão em números - No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) o câncer de pulmão é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres, com estimativas de 32.560 novos casos em 2023, sendo 18.020 entre homens e 14.540 em mulheres. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM, em 2020 foram registradas 28.620 mortes por câncer de pulmão no Brasil. No mundo, são 1,8 milhão de mortes anuais (o mais letal de todos, respondendo por 18,4% de todas as mortes por câncer), segundo o levantamento Globocan, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS).
Sociedade Brasileira de Radioterapia - SBRT
https://sbradioterapia.com.br/
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