O Hospital
Pequeno Príncipe recebe cerca de cem casos novos por ano, sendo a leucemia o
tipo mais frequente da doençaCrédito: Marieli Prestes
O câncer na infância geralmente é
mais agressivo do que em outras faixas etárias. Entretanto, apesar de avançar
de forma mais rápida, quando é diagnosticado precocemente, as chances de cura
passam de 80%. O Hospital Pequeno Príncipe, referência há mais de meio século
no atendimento oncológico de crianças e adolescentes, recebe cerca de cem casos
novos por ano. Entre os diagnósticos mais frequentes, destacam-se as leucemias,
os tumores no sistema nervoso central e os neuroblastomas.
O câncer é a primeira causa de morte por doença
entre crianças e adolescentes de 1 até 19 anos, segundo o Instituto Nacional do
Câncer (Inca). Ainda de acordo com o órgão, são estimados mais de oito mil
novos casos por ano entre esse público. Por isso, neste Dia Internacional de
Luta Contra o Câncer na Infância, lembrado em 15 de fevereiro, a instituição
reforça a importância de estar atento aos sintomas para que o diagnóstico seja
feito precocemente, possibilitando um tratamento assertivo.
A oncologista pediátrica Gabriela Caus Fernandes
Luiz Canali, do Hospital Pequeno Príncipe, informa que o câncer é mais comum
nos adultos devido à exposição aos fatores ambientais (envelhecimento,
tabagismo e etilismo, por exemplo) ser maior nessa faixa etária. Já na
infância, os fatores não são bem estabelecidos. Por isso, as alterações
genéticas (hereditárias ou não) são as principais causas do desenvolvimento da
doença em crianças e adolescentes.
Sintomas
frequentes
Os sintomas dos tumores na infância são muito
parecidos entre si e também com outras doenças comuns, como gripes e viroses.
Portanto é importante que os pais e responsáveis, principalmente quando não há
causa aparente, fiquem alerta à duração de sintomas como: febre persistente,
sem causa infecciosa aparente; perda de peso; palidez inexplicada; manchas
roxas e caroços pelo corpo; dor e aumento de volume abdominal; alteração do
equilíbrio e dor nas pernas que impede a criança de brincar; dor de cabeça
persistente, com despertar noturno associado a vômitos. O olhar atento da
família e o encaminhamento a um pediatra vão ser determinantes para identificar
quando algo está diferente do normal.
Cânceres
mais comuns na infância
Assim como os dados do Brasil, o câncer mais
comum entre as crianças e adolescentes atendidos no Hospital Pequeno Príncipe é
a leucemia, que afeta os glóbulos brancos do sangue e compromete o sistema de
defesa do organismo. De 2017 a 2022, a instituição atendeu a 144 casos desse
conjunto de cânceres, que representa 30% de todos os tumores que ocorrem antes
dos 15 anos.
O tumor do sistema nervoso central é o segundo
tipo mais comum na infância e é causado por alterações do DNA no interior das
células. De 2017 a 2022, a instituição atendeu a 97 casos desse tumor, que
atinge o cérebro e a medula espinhal. Além desses dois cânceres, os
neuroblastomas e os linfomas também são frequentes no ambulatório do Pequeno
Príncipe.
Tratamento
do câncer pediátrico
O tratamento varia de acordo com o tipo de tumor,
podendo ser cirúrgico ou envolver quimioterapia e/ou radioterapia. “Quanto mais
precocemente diagnosticado o câncer, menor o tempo e menos intenso é o
tratamento, reduzindo a toxicidade e efeitos colaterais”, completa a
oncologista pediátrica.
O Serviço de Hematologia e Oncologia do Hospital Pequeno
Príncipe é um dos mais importantes centros para
tratamento de câncer pediátrico do Paraná e um dos principais do Brasil. Os
estudos do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, aliados às modernas e
complexas análises genéticas do Centro de Diagnóstico Avançado Pequeno Príncipe, têm contribuído para a precisão diagnóstica e adoção de um
tratamento ainda mais assertivo.
Outro diferencial está na estrutura de suporte.
Como o Hospital Pequeno Príncipe dispõe de atendimento em 35 especialidades
médicas, a equipe de oncopediatras conta com apoio multidisciplinar. Entre
eles, profissionais de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais.
“Infelizmente, no Brasil, ainda existem poucos
centros especializados no tratamento do câncer infantil. O Hospital Pequeno
Príncipe é um desses centros e oferece tratamento completo, desde o diagnóstico
até o transplante de medula óssea, nos casos em que há indicação. Também
oferecemos uma estrutura completa de exames, incluindo os genéticos, que
auxiliam imensamente na decisão de qual tratamento oferecer para cada criança”,
explica a médica-chefe do Serviço de Hematologia e Oncologia, Flora Mitie
Watanabe.
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