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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Quais são os cânceres mais comuns na infância?

Crédito: Marieli Prestes
O Hospital Pequeno Príncipe recebe cerca de cem casos novos por ano, sendo a leucemia o tipo mais frequente da doença


O câncer na infância geralmente é mais agressivo do que em outras faixas etárias. Entretanto, apesar de avançar de forma mais rápida, quando é diagnosticado precocemente, as chances de cura passam de 80%. O Hospital Pequeno Príncipe, referência há mais de meio século no atendimento oncológico de crianças e adolescentes, recebe cerca de cem casos novos por ano. Entre os diagnósticos mais frequentes, destacam-se as leucemias, os tumores no sistema nervoso central e os neuroblastomas.

O câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 até 19 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ainda de acordo com o órgão, são estimados mais de oito mil novos casos por ano entre esse público. Por isso, neste Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, lembrado em 15 de fevereiro, a instituição reforça a importância de estar atento aos sintomas para que o diagnóstico seja feito precocemente, possibilitando um tratamento assertivo.

A oncologista pediátrica Gabriela Caus Fernandes Luiz Canali, do Hospital Pequeno Príncipe, informa que o câncer é mais comum nos adultos devido à exposição aos fatores ambientais (envelhecimento, tabagismo e etilismo, por exemplo) ser maior nessa faixa etária. Já na infância, os fatores não são bem estabelecidos. Por isso, as alterações genéticas (hereditárias ou não) são as principais causas do desenvolvimento da doença em crianças e adolescentes.


Sintomas frequentes

Os sintomas dos tumores na infância são muito parecidos entre si e também com outras doenças comuns, como gripes e viroses. Portanto é importante que os pais e responsáveis, principalmente quando não há causa aparente, fiquem alerta à duração de sintomas como: febre persistente, sem causa infecciosa aparente; perda de peso; palidez inexplicada; manchas roxas e caroços pelo corpo; dor e aumento de volume abdominal; alteração do equilíbrio e dor nas pernas que impede a criança de brincar; dor de cabeça persistente, com despertar noturno associado a vômitos. O olhar atento da família e o encaminhamento a um pediatra vão ser determinantes para identificar quando algo está diferente do normal.


Cânceres mais comuns na infância

Assim como os dados do Brasil, o câncer mais comum entre as crianças e adolescentes atendidos no Hospital Pequeno Príncipe é a leucemia, que afeta os glóbulos brancos do sangue e compromete o sistema de defesa do organismo. De 2017 a 2022, a instituição atendeu a 144 casos desse conjunto de cânceres, que representa 30% de todos os tumores que ocorrem antes dos 15 anos.

O tumor do sistema nervoso central é o segundo tipo mais comum na infância e é causado por alterações do DNA no interior das células. De 2017 a 2022, a instituição atendeu a 97 casos desse tumor, que atinge o cérebro e a medula espinhal. Além desses dois cânceres, os neuroblastomas e os linfomas também são frequentes no ambulatório do Pequeno Príncipe.


Tratamento do câncer pediátrico

O tratamento varia de acordo com o tipo de tumor, podendo ser cirúrgico ou envolver quimioterapia e/ou radioterapia. “Quanto mais precocemente diagnosticado o câncer, menor o tempo e menos intenso é o tratamento, reduzindo a toxicidade e efeitos colaterais”, completa a oncologista pediátrica.

O Serviço de Hematologia e Oncologia do Hospital Pequeno Príncipe é um dos mais importantes centros para tratamento de câncer pediátrico do Paraná e um dos principais do Brasil. Os estudos do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, aliados às modernas e complexas análises genéticas do Centro de Diagnóstico Avançado Pequeno Príncipe, têm contribuído para a precisão diagnóstica e adoção de um tratamento ainda mais assertivo.

Outro diferencial está na estrutura de suporte. Como o Hospital Pequeno Príncipe dispõe de atendimento em 35 especialidades médicas, a equipe de oncopediatras conta com apoio multidisciplinar. Entre eles, profissionais de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais.

“Infelizmente, no Brasil, ainda existem poucos centros especializados no tratamento do câncer infantil. O Hospital Pequeno Príncipe é um desses centros e oferece tratamento completo, desde o diagnóstico até o transplante de medula óssea, nos casos em que há indicação. Também oferecemos uma estrutura completa de exames, incluindo os genéticos, que auxiliam imensamente na decisão de qual tratamento oferecer para cada criança”, explica a médica-chefe do Serviço de Hematologia e Oncologia, Flora Mitie Watanabe.

 

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