A campanha Fevereiro Roxo foi criada em
2014 como forma de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico
precoce de 3 doenças: lúpus, fibromialgia e Alzheimer – doenças diferentes, mas
que apresentam dois pontos em comum: são crônicas e incuráveis.
“Campanhas como esta, de conscientização de
saúde, são extremamente importantes para educar a população, promover debate e
visibilidade sobre as doenças muitas vezes pouco conhecidas. A doença de
Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus podem prejudicar muito o bem-estar físico e
emocional das pessoas acometidas e, por isso, precisamos falar sobre elas.” –
comenta Dr. Artur Coutinho, médico especialista em Medicina Nuclear e
Imagem Molecular do InRad.
Atenção
aos sinais
É fundamental conhecer melhor as doenças e
seus sintomas para saber o momento de procurar um
especialista. O especialista explica: “O diagnóstico precoce é essencial para
iniciarmos um tratamento rapidamente, aumentando as chances de sucesso na
terapia e proporcionando bem-estar e qualidade de vida ao paciente”.
O lúpus é uma doença inflamatória
autoimune, desencadeada por um desequilíbrio no sistema imunológico, que
pode se manifestar sob a forma cutânea (atinge apenas a pele) ou ser
generalizado. Os sintomas dependem basicamente do órgão afetado, porém os mais
frequentes são: febre, manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas faces em
forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridas recorrentes na boca e no
nariz, dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia, tosse seca, dor de
cabeça, convulsões, anemia e problemas hematológicos, renais, cardíacos e
pulmonares.
A fibromialgia caracteriza-se por dor
crônica em vários pontos do corpo, especialmente nos tendões e nas
articulações, e sua causa é desconhecida. Porém, os níveis de serotonina são
mais baixos nos portadores e desequilíbrios hormonais, tensão e estresse podem
estar envolvidos em seu aparecimento. Seus principais sintomas são: dor
generalizada e repetitiva; fadiga; falta de disposição e energia; alterações do
sono, que é pouco reparador; síndrome do cólon irritável; sensibilidade durante
a micção; cefaleia e distúrbios emocionais e psicológicos.
Já o Alzheimer, doença que atinge 1,2
milhão de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde, provoca
deterioração das funções cerebrais (cognitivas). Seus sintomas variam de
alterações na memória, linguagem, personalidade e habilidades espaciais e
visuais – estágio I da doença – até resistência à execução de tarefas diárias,
incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva;
quando a doença se apresenta nos seus estágios finais.
Pioneirismo
na detecção do Alzheimer
Pioneiro no Brasil, o InRad oferece desde
2014 o exame PET-CT para detecção de deposição de proteína beta-amiloide
cerebral, uma proteína comumente relacionada às fases iniciais da doença de
Alzheimer, sem a necessidade de uma biópsia.
“O exame PET-CT (Tomografia por Emissão de
Pósitrons, na sigla em inglês) detecta traçadores moleculares em diferentes
regiões examinadas do nosso corpo. O paciente recebe uma aplicação por via
intravenosa do composto B de Pittsburgh (um fármaco utilizado nesse tipo de
procedimento), marcado com carbono-11 (um material radioativo), e com isso é
possível verificar a presença no cérebro de placas da proteína beta-amiloide, o
que permite confirmar a presença da doença quando o paciente apresenta sintomas
e quadro clínico sugestivo – mas mais importante: se não for detectada a
proteína, a possibilidade da doença de Alzheimer é excluída.” – explica Dr.
Artur Coutinho. Ressalta-se que alguns idosos podem apresentar a proteína e não
apresentar sintomas, o que apenas eleva o risco de desenvolver a doença em décadas
seguintes, o que contraindica o exame para pacientes assintomáticos.
O Instituto de Radiologia do Hospital das
Clínicas é atualmente um dos únicos serviços do Brasil a disponibilizar o
exame de PET-CT com este marcador amiloide para pacientes do SUS e de
protocolos de pesquisa. “Este exame não faz parte do rol do SUS, portanto, além
de ser um grande avanço da ciência, o impacto social do projeto é
algo importantíssimo e que merece destaque.” – finaliza.
Mais
sobre o exame PET-CT
O exame PET-CT combina,
em um mesmo aparelho, as tomografias por emissão de pósitrons (PET) e
computadorizada (CT) para análise neurológica, oncológica e cardiológica. Em
resumo, serve para localizar focos de vários tipos de câncer em atividade no
corpo inteiro, anormalidades funcionais do cérebro, como na demência de
Alzheimer, e alterações funcionais promovidas pela obstrução das artérias coronárias
em cardiologia. Foi criado no início dos anos 70, nos EUA, mas só chegou ao
Brasil no início dos anos 2000. Sofisticado e de alto custo, pode ser empregado
não apenas para o diagnóstico, como também para planejamento do tratamento e
avaliação da eficácia das diferentes formas de tratar o câncer, por exemplo
Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) é
um centro de excelência em pesquisa, diagnóstico e terapias por imagem.
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