IMAGEM: Marcelo Soares/DC
Mesmo com a queda na comparação
mensal, o indicador permaneceu acima dos 100 pontos, patamar considerado
positivo
A confiança do consumidor
brasileiro, medida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recuou 1,8%,
a 106 pontos, na passagem de janeiro para fevereiro. Apesar da queda, o
indicador permanece na área considerada positiva, acima dos 100 pontos. Já na
comparação com fevereiro de 2022 foi registrada alta de 19,1%.
“Esse recuo na confiança do
consumidor, em relação ao mês anterior, pode ser explicado pela desaceleração
da atividade econômica, prejudicando a geração de empregos e a renda das
famílias”, diz Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.
Ele pondera que o resultado não
necessariamente configura mudança na tendência de alta da confiança observada
desde maio de 2021. Mas, para o economista, a continuidade da evolução do
indicador será determinada “pela elaboração de uma regra fiscal com
credibilidade suficiente para permitir a redução das expectativas de inflação
e, portanto, da taxa básica de juros.”
O indicador da ACSP - o Índice
Nacional de Confiança (INC) - mede a percepção das famílias em relação à
situação financeira atual e futura, segurança no emprego e disposição para
adquirir bens de maior valor. A amostra coletada reúne entrevistados de 1.700
famílias de todas as regiões do país, residentes nas capitais e cidades do
interior.
Na comparação mensal, a
sondagem apontou diminuição da confiança dos consumidores residentes nas
regiões centro-oeste (-5,2%), sul (-2,8%), norte (-5,9%) e sudeste (-3,5%). O
nordeste foi a única região a apresentar aumento (1,1%).
Entre as classes
socioeconômicas, os entrevistados da classe C se mantiveram estáveis, enquanto
os entrevistados das demais classes mostraram redução na confiança.
Segundo a ACSP, quando
questionados sobre a situação financeira atual e segurança no emprego, notou-se
pessimismo dos entrevistados. Por outro lado, há estabilidade, na comparação
com janeiro, em relação às expectativas para a evolução das finanças pessoais e
a situação econômica do país e da região de moradia.
De acordo com Ruiz de Gamboa,
esse quadro refletiu na menor proporção de entrevistados interessados em
comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como
geladeira e fogão, embora a disposição para realizar investimentos tenha
registrado aumento.
Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/confianca-do-consumidor-recua-1-8-em-fevereiro-aponta-acsp
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