Primeiro
hospital a ser habitado como serviço de referência nos país, Pequeno Príncipe
chama atenção para a importância do diagnóstico precoceCrédito: Camila Hampf
Cerca
de 30% das crianças com doenças raras morrem antes dos 5 anos de idade, na
maioria das vezes, sem diagnóstico. Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma
doença é considerada rara quando atinge 65 em cada 100 mil pessoas. Embora
atinjam apenas uma pequena parcela de pessoas, juntas as doenças raras acometem
mais de 5% da população mundial – 75% são crianças e 80% têm origem
genética.
No
Brasil, a estimativa é que 13 milhões de pessoas possuam algum tipo de doença
rara. Aqui o número de diagnósticos aumentou em mais de 100% em quatro anos, de
acordo com um estudo publicado no Journal of Community Genetics em 2018. A
pesquisa mapeou 144 municípios brasileiros. “As doenças raras já são comuns, e
a conscientização se tornou importante porque o número de paciente está se
tornando cada vez maior, e é preciso oferecer melhor qualidade de vida para
essas pessoas”, diz a chefe do Serviço de Doenças Raras do Pequeno Príncipe,
Mara Lúcia Schimitz Ferreira Santos.
Por
isso, no Dia Mundial das Doenças Raras, que neste ano acontece no dia 28 de
fevereiro, o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do
país, chama atenção para a data que tem o objetivo de disseminar informações
referentes ao tema. “Quanto mais conscientização, mais podemos ajudar. E ajudar
nesses casos é buscar o diagnóstico precoce. Identificar a doença nos primeiros
anos da criança pode oferecer sobrevida e mudar completamente suas condições de
saúde e bem-estar”, considera a neurologista.
Para
95% dos acometidos por uma doença rara não há tratamento, mas com o diagnóstico
definido é possível realizar cuidados paliativos e serviços de reabilitação.
Outros 3% têm tratamento cirúrgico ou medicamentoso que atenua os sintomas. Os
demais podem ser curados com medicamentos ou ainda com a realização de
transplantes.
O
número exato de doenças raras ainda é desconhecido, porém acredita-se que
existam de sete a oito mil tipos no mundo. Essas patologias são caracterizadas
por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam não só de doença
para doença, mas também de pessoa para pessoa, o que acaba dificultando o
diagnóstico. Uma doença rara leva, em média, de 10 a 15 anos para ser
diagnosticada. As famílias acabam passando por dez médicos de especialidades
diferentes até chegarem ao diagnóstico correto.
Diante
desse cenário e para além da avaliação pediátrica nos recém-nascidos – como os
testes do pezinho, orelhinha, olhinho e coração –, a recomendação da
especialista é que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento da criança. “É
fundamental o acompanhamento do ponto de vista neurológico, intelectual e
motor; a observação da presença de algum defeito físico interno (coração, por
exemplo); de infecções de repetição; de febres incessantes; e ainda de
distúrbios de crescimento”, completa a médica.
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