Thiago Hernandes, professor de Geografia da Etec
Pedro D’Arcadia Neto, de Assis, explica os acontecimentos que mataram mais de
5,4 mil pessoas no Oriente
A localização da Turquia e da Síria em relação às placas tectônicas,
que formam a camada externa e sólida da Terra é o principal motivo para a
ocorrência de terremotos na região. A explicação é de Thiago Hernandes, que
leciona Geografia na Escola Técnica Estadual (Etec) Pedro D’Arcadia Neto, em
Assis, e Gestão Ambiental nas Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatec) Assis
e Presidente Prudente.
Dois tremores de terra aconteceram na última segunda-feira (6),
com proporções gigantescas. Um dos abalos atingiu 7.8 graus na escala Richter e o outro, 7.5 nessa mesma
escala de referência. Até a data da publicação desta matéria, mais de 5,4 mil
pessoas já haviam morrido. A maioria das vítimas está na Turquia, segundo
jornais brasileiros.
Por que na Turquia e nos países vizinhos os terremotos são eventos comuns?
"Isso se explica pelo fato de o território turco estar em
uma zona de encontro de várias placas tectônicas, como, por exemplo, as placas
de Anatólia, Euroasiática e da Arábia. Essa convergência de forças acaba
promovendo o movimento das placas e, consequentemente, tremores como este que,
infelizmente, ocorreram nos países no início da semana", detalha o
professor.
Além do território da Síria e Turquia, onde os terremotos foram
mais letais, foram registrados sismos em Israel, Líbano, Chipre e Jordânia.
Podemos ter no
Brasil terremotos como o da Turquia?
A probabilidade de um evento dessa magnitude em um território
brasileiro é muito pequena. "Nunca podemos descartar totalmente, mas as
chances são bem remotas. A principal justificativa é a posição geográfica onde
está nosso país, no meio da placa da América do Sul, ou seja, distante das
bordas. Além disso, a nossa estrutura geológica, bastante antiga e estável,
confere ao Brasil, uma área de baixa probabilidade de eventos dessa
magnitude", comenta Hernandes.
O docente fala
também sobre uma triste curiosidade, que reforça seus argumentos. "Apenas
em 2022 foram registrados mais de 20 mil pequenos tremores de terra na Turquia,
indicando que este é um evento não atípico no território turco."
Centro Paula Souza
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