Há algum tempo no nosso país explodiu um novo tipo de empresas, que prometiam ter uma forma de negócios mais moderna, com um conceito de ser uma empresa jovem, com modelo repetível e escalável e, muito comumente com base tecnológica, as startups.
Por muito tempo, a maioria delas foi exemplo de
sucesso e de arrecadação, com aportes milionários e modelos de trabalho
diferenciados, que favoreciam ter um colaborador mais engajado em ambiente mais
flexível, com menos burocracia e mais modernidade, como as salas de jogos e os
espaços para descanso.
Já há algum tempo o fenômeno “startupeiro” se
destaca por aqui, até mesmo durante a pandemia, que recentemente assolou todo o
mundo impactou de forma diferente as startups em relação às gigantes
corporações, já que beneficiou empresas voltadas para a tecnologia, pois foi
nelas que o mercado encontrou um terreno fértil para seu desenvolvimento em
tempos de necessidade de afastamento social e isolamento.
É preciso entender que esse tipo de negócio, assim
como outros, necessita de um tempo para se firmar. De acordo com o
relatório Perspective of Brazil’s Digital Landscape, da McKinsey, as startups
consideradas “unicórnios” precisaram em média 8 anos para se tornarem
lucrativas em terras brasileiras, ainda que crescessem 100% anualmente, seja em
estrutura, marketing, pessoas e outras áreas.
Além disso, neste ano, estamos acompanhando um
baque enorme neste mercado, que após um período recorde de captações e crescimento,
passou a apertar os cintos em um ciclo de incertezas e de demissões em massa. E
isso nos fez tentar entender o porquê disso ter acontecido, e claro, como pode
ser minimizado.
O volume de Venture Capital, investimento que serve
de impulso às startups, também foi menor em todos os continentes. De acordo com
levantamento da KPMG, só no Brasil houve recuo de 51% entre o primeiro semestre
de 2021 e de 2022.
Para se ter uma ideia, alguns exemplos: o recém
unicórnio Facily, que no fim do ano passado recebeu um aporte de US$ 250
milhões, demitiu entre 200 e 300 funcionários este ano; já as startups ligadas
ao mercado de imóveis como QuintoAndar e Loft, demitiram 160 colaboradores
cada; outro exemplo, a Hash, que levantou perto de US$ 60 milhões em rodadas de
investimento, porém num dado momento deixou de atender clientes, demitiu , sua
força de trabalho e, por fim, encerrou suas operações.
Para começo de conversa, precisamos entender que
existem diversos motivos para isso, mas a maioria passa pela gestão. Que mesmo
não sendo tão burocrática, precisa ser assertiva. A crise econômica que o mundo
enfrenta, também tem a ver, mas, mesmo assim, como explicar que um mercado que
recentemente estava superaquecido, tenha quebrado em tão pouco tempo?
Não sou o dono da razão, ou alguém que possui a
fórmula mágica, e isso deve ser muito clichê, mas tudo começa por um bom
planejamento, onde se deve direcionar os valores recebidos, visando o
crescimento e a consolidação da empresa, de maneira sustentável.
É importante mostrar que de fato sua ideia tem
potencial, e após receber os investimentos, mapear uma forma de gestão
condizente com seu negócio e com o momento da economia.
Um excelente caminho para fazer valer o aporte e adotar a gestão por OKRs (Objectives and Keys Results - Objetivos e Resultados Chaves). Com eles, a organização terá claras quais são as principais frentes da estratégia que vão receber o investimento e focar nos resultados que importam. É uma ferramenta que deixa claro para cada membro da equipe qual o impacto das suas responsabilidades dentro do todo, trazendo um engajamento maior. Além disso, tem algo, dentre outros pontos, que considero essencial para as startups, que é a possibilidade de ajustes constantes no rumo da empresa. Num negócio novo isso é mais do que importante, é vital.
Pedro Signorelli -um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.
http://www.gestaopragmatica.com.br/
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