De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Brasil bateu recorde desde que a série história começou em 2011
O perfil da maioria dos endividados no Brasil em
2022 era mulher, com ensino médio incompleto, com menos de 35 anos e moradora
das regiões Sudeste ou Sul, cuja família recebe até dez salários mínimos.
As facilidades em parcelar uma compra, as ofertas
que aparecem no celular com frequência e até mesmo a comodidade de efetuar uma
transação pelo aparelho móvel sem precisar sair de casa, faz com que pequenos
gastos se tornem dívidas consideráveis no final do mês.
“Muitos compram pelo impulso,
mesmo não precisando, por conta do preço acessível, além de ser muito prático
comprar pelo celular, já que a pessoa pode comprar qualquer coisa do sofá de
casa mesmo, sem precisar se deslocar até uma loja”, explica o educador financeiro Tiago Cespe, criador da Cespe
Educação Financeira.
Uma estratégia para evitar comprar compulsivamente
em aplicativos é não entrar neles com frequência e até coloca-los em uma pasta
distante da tela principal, para que não fiquem tão visível.
“É necessário também pensar na
questão a longo prazo, ou seja, na hora de realizar a compra de um produto é
importante imaginar em quais ocasiões a pessoa vai usá-lo, se é urgente ou é
possível postergar, se ela vai utilizar aquilo com frequência, enfim, se é uma
necessidade ou apenas uma vontade repentina de gastar dinheiro”, pontua Cespe. Outro detalhe importante na hora de pensar em ter
controle da vida financeira é a questão do salário.
Existe uma máxima que diz que o importante não é o
quanto uma pessoa ganha e sim o quanto ela gasta, ou seja, os gastos devem ter
como base o rendimento mensal da pessoa ou da família. “Uma dica é
colocar tudo na ponta do lápis, então é importante reservar uma parte para
pagar as contas principais como água e luz, separar uma parte e deixar esse
dinheiro guardado para emergências e verificar o quanto sobra para gastar com
lazer e compras, mas sempre pensando nos gastos com responsabilidade”,
afirma o educador financeiro.
Dicas financeiras através das
redes sociais
De fato, a tecnologia facilitou na hora de comprar
qualquer produto ou serviço, já que tudo pode ser feito pelo celular. Se por um
lado o aparelho facilitou as transações e pode até ser considerado por alguns o
responsável pelo aumento nos gastos mensais, é possível utilizar o celular
justamente para conseguir ficar longe de dívidas e aprender mais sobre como
economizar. “Existem canais que explicam de forma simples e didática sobre dicas
financeiras, assim como criadores de conteúdo que falam do assunto em suas
redes sociais, então é possível aprender mais sobre como ficar longe de dívidas
de uma forma descontraída e fácil”, diz Cespe.
Crédito ou débito?
Criado nos Estados Unidos nos anos 50, o cartão de
crédito rapidamente conquistou os consumidores ao redor do mundo por conta de
sua praticidade. Apesar de ser um método de pagamento que facilitou na hora de
parcelar o valor das compras, se for utilizado sem responsabilidade, ele pode
se tornar um grande vilão e gerar muitas dívidas. “Dívidas parceladas possuem
taxas de juros altas, então o ideal é priorizar pagamentos à vista. Se for
possível pagar em dinheiro é melhor ainda, já que assim fica mais fácil ter
controle sobre os próprios gastos”, finaliza Cespe.
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