A
tecnologia está conectando ou isolando as pessoas? O psicólogo da Holiste
Psiquiatria, Cláudio Melo, avalia o fenômeno da solidão entre os brasileiros@Kukota
Mais da metade dos brasileiros afirmam que se
sentem solitários. A informação faz parte de um levantamento realizado pela
Ipsos com pessoas de 28 países sobre o impacto da Covid. Dentre todas as
nações, o Brasil registrou o maior índice de solidão. Outra pesquisa sobre o
fenômeno, com foco em adolescentes, sugere que uma das possíveis causas pode
ser o uso excessivo de smartphones. Será que o estilo de vida conectado isola
as pessoas? Para o psicólogo Claudio Melo, especialista da Holiste Psiquiatria,
não se deve vilanizar a tecnologia.
"A transformação digital pode ter um impacto
na solidão de algumas pessoas, ao afastá-la de outras atividades sociais e face
a face. No entanto, também pode ser uma maneira eficaz de combatê-la, por
exemplo, nos conectando a amigos e familiares à distância. O que precisamos nos
atentar é que o sentimento pode ser uma experiência normal e saudável em
determinadas situações, mas a solidão excessiva ou prolongada pode ser um sinal
de problemas de saúde mental ou emocional", alerta.
Nos casos mais graves, quando a pessoa não tem
controle ou possui severas dificuldades em conviver com os outros, em função de
seu comportamento ou personalidade, a solidão pode ser sinal de problemas
relacionados à saúde mental. O psicólogo aponta que, em alguns casos, mesmo na
companhia de outras pessoas, vivenciamos solidão, pois não sentimos conexão ou
apoio de quem nos cerca, mas esta percepção também pode indicar sinais de
adoecimento emocional.
"Em resumo, é importante equilibrar o uso da
tecnologia com atividades sociais e de interação presencial. A solidão é uma
experiência humana não necessariamente patológica que pode surgir em qualquer
momento da vida. Algumas pessoas podem sentir-se solitárias em momentos de
transição, como mudar de cidade ou após um divórcio. Isso faz parte do processo
de adaptação, o que chamamos de trabalho de luto. Contudo, se a solidão estiver
afetando negativamente a sua saúde mental, é hora de procurar ajuda
profissional", destaca Claudio Melo.
Grupos mais vulneráveis
Apesar de poder afetar a todas as pessoas em algum
momento, o especialista da Holiste Psiquiatria afirma que a solidão pode ser um
problema mais recorrente em determinadas fases da vida: adolescência e velhice.
"Na adolescência, por exemplo, em que o jovem está passando por um
processo de transição para a vida adulta, estas mudanças podem ser fonte de
solidão. Outro caso muito comum é na terceira idade, seja por conta do
afastamento dos entes queridos e até mesmo pela morte de amigos ou companheiros
de vida, ou até mesmo pela própria estrutura social que isola e desampara as
pessoas nessa idade".
Assim, são muitos os aspectos que podem ser
gatilhos para a solidão. O mais importante é perceber que se há sofrimento
emocional e psíquico, a ajuda profissional pode ser o primeiro passo para uma
vida menos solitária. Quando o assunto é saúde mental, a informação é o primeiro
passo do tratamento. Para saber mais sobre o tema, acesse: https://holiste.com.br/
Holiste
www.holiste.com.br
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