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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Zumbido no ouvido: com o tratamento correto é possível dar qualidade de vida a quem sofre com o sintoma

Segundo publicação americana, mais de 740 milhões de pessoas sofrem de zumbido no ouvido no mundo. Problema pode ser temporário ou permanente e afetar pessoas em várias idades

 

O zumbido no ouvido é uma percepção auditiva sem que haja uma fonte sonora externa. Ou seja, é um som produzido dentro do próprio organismo. Não é uma doença e sim um sintoma que pode estar associado a várias causas. Neste mês, a Campanha Nacional Novembro Laranja tem o objetivo de chamar a atenção sobre a importância da saúde auditiva, conscientizando sobre o zumbido e outras condições, assim como o diagnóstico precoce e tratamentos de problemas de perda de audição. O zumbido prejudica muito a qualidade de vida das pessoas.

Uma pesquisa publicada pela revista científica JAMA Neurology revela que o zumbido é uma condição que afeta mais de 740 milhões de pessoas pelo mundo. Desse total, mais de 120 milhões apresentam uma forma grave da doença. No Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o zumbido no ouvido afeta 28 milhões de pessoas.  


Causas

O zumbido é um dos problemas mais complexos do sistema auditivo. Por ter várias causas, é preciso fazer uma análise minuciosa do paciente para identificar a origem. “Cada indivíduo tem uma percepção de zumbido. Muitos relatam sons de chiado, assobios, sons de abelha, cigarra, que podem ser percebidos em um ou nos dois ouvidos e também na cabeça”, ressalta a otorrinolaringologista da Usisaúde, Gláucia Maria Vasconcelos Severiano.

A médica explica que o zumbido pode ser temporário ou permanente e também variar de intensidade, de acordo com o aumento de alterações no organismo. “A principal causa do problema é a perda auditiva que pode ser perceptiva ou não, leve ou não. Não necessariamente uma perda auditiva pode provocar zumbido. Existem outras causas como excesso de cera no ouvido, exposição prolongada a sons intensos, alterações na mandíbula, estresse e alterações no metabolismo como a glicose e o colesterol alto”.

Além disso, o zumbido pode se apresentar como um sintoma de uma infecção no ouvido ou até mesmo um efeito colateral do uso de medicamentos que podem ser tóxicos para o ouvido, como alguns antibióticos e anti-inflamatórios. “Por isso a importância de só usar remédios com prescrição médica”, alerta a otorrino.


Mito e tratamento

O zumbido não tem cura, mas é preciso desmistificar o senso comum de que o indivíduo com a condição precisa conviver com o problema. Segundo a otorrino, os tratamentos vão depender da origem do zumbido e podem melhorar a qualidade de vida.

“É preciso fazer um diagnóstico profundo do paciente, escutá-lo com calma. Entendê-lo na sua integralidade, de forma sistêmica, visto que o zumbido pode ter várias origens”. O tratamento pode ser desde o uso de medicamentos, passando por terapias ou até mesmo o uso de aparelho auditivo.

Quando o zumbido é causado por uma perda auditiva, o tratamento pode ser o uso de um aparelho. No entanto, se ele é causado, por exemplo, por estresse, ansiedade, é preciso tratar dessas causas com uma equipe multidisciplinar que envolve psicólogos. Em outros casos, o tratamento é realizado com medicamentos.

Outro tratamento que tem ajudado os pacientes é a terapia de habituação, realizada com um fonoaudiólogo. Ela consiste em uma forma de desviar a atenção do cérebro para não notar o zumbido e promover a habituação central ao zumbido.


Público-alvo

Segundo a pesquisa publicada na JAMA, a prevalência do zumbido não mostrou diferenças entre homens e mulheres. No entanto, o aumento foi associado ao avanço da idade: cerca de 24% dos idosos apresentaram sinais do problema.

Embora seja mais comum em pessoas idosas, o zumbido pode acontecer em qualquer idade. A médica alerta que, cada vez mais, o problema tem se apresentado em jovens e adolescentes. “O que temos percebido na prática é que o problema tem aumentado em jovens decorrentes de exposição prolongada a sons altos, principalmente devido ao excesso do uso de fones”, comenta.

Outro público que precisa de atenção são os de trabalhadores de profissões que demandam exposição prolongada a sons altos, como os da construção civil. “É indispensável que essas pessoas utilizem protetores de ouvido para evitar o zumbido ou a perda auditiva”, explica.


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