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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Novembro Diabetes Azul: especialistas do CEUB dão dicas sobre a prevenção e o tratamento da doença

Tema da campanha mundial é a importância ao acesso e cuidados com o diabetes

 

A campanha mundial “Novembro Diabetes Azul” de 2022 traz o tema “Acesso aos Cuidados com o Diabetes”, alertando sobre os riscos da doença, a importância da prevenção e oferece alternativas para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes. A professora de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e endocrinologista Isabella Santiago oferece dicas e alerta que a informação pode salvar vidas. De acordo com dados do Atlas do Diabetes 2021, a doença atinge 10,5% da população mundial com idade entre 20 e 79 anos. No Brasil, são 15,7 milhões de casos registrados em 2022. O país está em 6º lugar do ranking mundial.

Com cuidados que exigem uma rotina rigorosa na vida do paciente com diabetes, o sucesso do tratamento está relacionado às tomadas de decisão. Nesse sentido, além de ter um acompanhamento médico adequado, com medicamentos, medição de glicemia, exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e apoio psicológico, o paciente precisa buscar informação e educação de qualidade para combater o problema de saúde.

Professora de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), a endocrinologista Isabella Santiago explica que o diabetes pode ser assintomático na maioria dos indivíduos, a depender dos níveis de glicose no sangue, sendo muitas vezes subdiagnosticado. A hiperglicemia pode ocasionar excesso de urina, sede excessiva, aumento do apetite e, em alguns casos, a perda de peso. Também aumenta o risco para infecções, principalmente as urinárias. “Em situações mais graves o paciente pode apresentar náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão e sonolência. O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir complicações agudas e crônicas”, ressalta.

Histórico familiar de diabetes, excesso de peso (principalmente se houver aumento da circunferência abdominal), sedentarismo, hipertensão, alteração do colesterol, síndrome dos ovários policísticos e história de doença cardiovascular são alguns dos indicativos para o desenvolvimento da doença crônica. No caso do diabetes tipo 2, é considerada a maior probabilidade com pessoas com idade superior a 45 anos.

Isabella Santiago explica a diferença entre as classificações da doença do tipo 1 e 2. O diabetes tipo 1 corresponde a 5 a 10% dos casos e costuma surgir na infância ou adolescência. Ocorre principalmente devido à uma destruição autoimune das células beta, que são responsáveis pela secreção de insulina. “O paciente com diabetes tipo 1 apresenta um quadro de deficiência completa de insulina. Portanto, o tratamento com insulina é necessário desde o início do diagnóstico”, frisa.

Já o diabetes tipo 2 ocorre por uma deficiência de insulina ou por uma resistência à ação desse hormônio nos tecidos periféricos. É o tipo de diabetes mais comum (90% casos) e se manifesta com maior frequência em adultos. Segundo Isabela, frequentemente o diabetes tipo 2 vem acompanhado de outras doenças, como obesidade, hipertensão e elevação do colesterol. Pacientes com diabetes tipo 2 podem necessitar do uso de insulina quando a glicemia está muito elevada, durante situações de instabilidade clínica ou quando o controle glicêmico não é atingido mesmo com uso de várias medicações orais.

A especialista alerta sobre a importância da informação sobre outros tipos de diabetes, não tão comuns: o diabetes gestacional, diabetes autoimune do adulto (LADA, em inglês latent autoimmune diabetes in adults) e o MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young), que ocorre por alterações monogenéticas. “Todos os indivíduos, independentemente de terem diabetes ou não, devem praticar exercícios físicos de forma regular e manter uma alimentação saudável a fim de prevenir diversas doenças crônicas”, alerta Isabella.

Principais complicações
O prolongamento das altas taxas de glicose no sangue pode causar sérios danos à saúde, como a retinopatia ou nefropatia diabética, entre outros – o que pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e a glicemia não está bem controlada. Segundo o farmacologista, professor dos cursos de Medicina e Enfermagem do CEUB, Danilo Avelar, o bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta e o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas imprescindíveis de segurança.

Ele alerta ainda que o excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco do paciente contrair algum tipo de infecção. “Isso ocorre porque os glóbulos brancos, que são as células responsáveis pelo combate aos vírus, às bactérias, e a outros micro-organismos ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de glicose no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica”, explica.


Prevenção e controle

O especialista do CEUB alerta que pacientes com histórico familiar de diabetes devem ser orientados a manter o peso normal, controlar a pressão arterial, não fumar, evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas e praticar atividade física regular. Já os pacientes com diabetes devem ser orientados a manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações dos profissionais de saúde, realizar exame diário dos pés, para evitar o aparecimento de lesões, manter uma alimentação saudável e fazer uso dos medicamentos prescritos e praticar atividades físicas.

Danilo acrescenta que o papel do profissional da saúde e da população que tem entendimento sobre o diabetes é apoiar, orientar e traduzir as informações em saúde para a linguagem do paciente, orientar quanto aos cuidados necessários, estilo de vida e facilitar as escolhas alimentares. “É imprescindível a presença profissional em todos os níveis de atenção em saúde para pessoas com diabetes. Diabetes ainda é considerada uma condição clínica que não tem cura, mas que tem tratamento. E bom tratamento! Quem seguir as orientações devidas, tende a ter uma vida mais saudável do que pessoas que não têm esse diagnóstico!”, finaliza.

 

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