A raiva é uma emoção natural, derivada de sensações como frustração ou impotência. Sua intensidade e expressão podem variar a partir de aspectos como idade, gênero e cultura e, quando descontrolada, pode ser o estopim de grandes conflitos.
Por outro lado, apesar de ser percebida socialmente
como uma emoção negativa, a raiva pode servir como mecanismo de proteção e, se
bem administrada, pode trazer benefícios na direção do autoconhecimento e do
manejo interno de emoções e sentimentos.
Frequentemente expressamos a raiva e nos sentimos
mal. Antes de adotar o autojulgamento, é importante lembrar que essa emoção
pode ser o último recurso para não cairmos em uma profunda tristeza.
O que eu faço com isso? Nos momentos de raiva,
tente entrar em contato consigo e identifique a emoção expressa, já que muitas
vezes não sabemos sequer o que estamos sentindo.
Após identificar essa emoção, tente perceber o que
ela quer dizer, através das sensações corporais. No fundo, tudo o que as nossas
dores desejam é alívio e esse alívio acontece quando nos reconectamos com o
nosso eu e com tudo o que ele contém.
Observe para essa emoção sem julgamentos e busque
encontrar, dentro de si, as ligações entre essa emoção e outras que a
potencializam. Às vezes, a raiva está ligada à vergonha, à culpa, ao sentimento
de desamparo, por isso toma uma proporção muito maior. Conecte-se a ela! Esse
movimento pode revelar um nível de leveza nunca antes percebido...
Tente encaixar essas peças, como um quebra-cabeças,
avaliando a possibilidade de realizar esses movimentos antes de reagir à uma
situação. Talvez você pense que, sem a raiva, você pode se transformar, como
ouvi certa vez, “em uma ameba”.
Mas esse pensamento é consequência de um movimento
interno de polarização. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, já que, quando nos
damos um tempo antes de agir, expressamos o autocuidado, condição necessária a
estados mais elevados de consciência.
Lembre-se de que estamos sempre aprendendo e não se
martirize se a raiva aparecer tentando invadir seu espaço interno. Se essa
emoção é sua, você pode acolhê-la ao invés de permitir que ela te controle.
Essa atitude permitirá alterar comportamentos que
não mais expressam o seu modo de ser. Que tal experimentar?
Rosane Castilho - autora do livro "O que eu faço com isso? 5 passos para a reconexão com o Eu" e doutora em Educação.
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