Com o objetivo de conscientizar e estimular as pessoas a praticarem a reciclagem, a profissional da TerraCycle, Renata Ross, lista seis dicas sobre o descarte correto dos resíduos mais comuns nas residências
De acordo com o relatório Panorama da Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), a
geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), no país sofreu forte influência da
pandemia durante o ano de 2020, tendo alcançado o número de 225.965 toneladas
diárias, totalizando 82,5 milhões de toneladas no ano. Com isso, cada brasileiro
gerou, em média, 1,07 kg de resíduo por dia. O relatório aponta que uma das razões
deste aumento expressivo foram as novas dinâmicas sociais, como por exemplo, as
refeições que antes eram feitas em lugares diversos e passaram a acontecer
dentro de casa, tanto comprando itens no supermercado, como pedindo delivery, o
que levou ao maior descarte de resíduos.
Para a gestora de Marketing e Relacionamento, Renata Ross,
da TerraCycle, líder
global em soluções únicas de reciclagem e reuso, na questão dos resíduos, a
mudança de hábitos é uma atitude individual extremamente significativa e, ao
invés de aguardarmos por grandes avanços na diminuição do impacto no mundo,
devemos optar por soluções ambientalmente conscientes nas ações cotidianas. O
trabalho começa dentro de casa", pontua Renata.
Para contribuir com esta mudança de hábito em
relação aos resíduos mais comuns gerados em domicílios, Renata lista 6 exemplos
de destinação correta:
- Reaproveitamento do lixo orgânico - O lixo
orgânico deve ser acondicionado em recipientes fechados, como potes ou
baldes para evitar odores e insetos. Após essa separação, o consumidor
pode encaminhá-lo à i) coleta seletiva de resíduos orgânicos ou pontos de
entrega voluntária, caso o município possua estes serviços; ii) para
locais de compostagem comunitária ou empresas privadas; iii) para
compostagem feita dentro de casa ou apartamento, por meio de minhocários
ou outros métodos.
- Resíduos secos como papel e papelão, alumínio,
plástico e vidros - Os itens recicláveis devem ser separados do
lixo comum (resíduos de banheiro). É importante que o consumidor tente, ao
máximo, deixar as embalagens livres de restos de comida ou gordura que
possam dificultar a reciclagem. Não deixe de verificar com a prefeitura se
existe serviço de coleta de resíduos recicláveis ou pontos de entrega
voluntária. Caso sua cidade não esteja disponível, existem projetos,
programas e ONGs que aproveitam alguns tipos de materiais, como por
exemplo, as caixas de leite longa vida que são utilizadas como isolante
térmico em casas de madeira.
- Resíduos eletroeletrônicos, como telefones,
pilhas, baterias, lâmpadas, smartphones, televisores e outros - O lixo eletrônico deve ser
separado dos demais para que possam ser destinados de forma adequada. Por
conta da presença de substâncias tóxicas e metais pesados, como o chumbo,
mercúrio, cromo e cádmio, responsáveis pela possível contaminação do solo,
água e alimentos. Existem programas específicos para o descarte destes
itens, busque o ponto mais próximo de sua residência.
- Óleo de cozinha - O óleo de
cozinha usado não deve nunca ser despejado na rede de esgoto. A forma
certa de descarte é colocá-lo em um recipiente com tampa, como uma garrafa
pet, armazenando em local seco e sem contato com calor. E depois levá-los
até pontos de coleta de óleo que destinarão a associações e empresas que
farão a reciclagem.
- Separar os rejeitos - Os
resíduos que não podem ser aproveitados são denominados rejeitos,
itens como absorventes, fraldas, fitas adesivas, etiquetas, papéis
higiênicos ou engordurados. Estes podem ser descartados juntos, já que não
serão encaminhados para reciclagem.
- Medicamentos - Os medicamentos são
constituídos por diversas substâncias químicas e representam perigo à
saúde humana e ao meio ambiente. Por isso, não podem ser descartados no
lixo comum ou na rede de esgoto sem nenhum cuidado. É extremamente
importante que o descarte seja feito em postos de saúde ou farmácias para
evitar contaminações. Os consumidores devem levá-los dentro das embalagens
originais, como por exemplo, os comprimidos dentro de frascos de vidro
tampados ou dos blisters.
Além destes resíduos, existem programas, como os da
TerraCycle, que realizam a reciclagem de materiais não recicláveis pela coleta
seletiva tradicional dos municípios brasileiros. Um exemplo são os programas de
coleta e reciclagem de cápsulas de café feitas de plástico, alumínio e até
cápsulas compostáveis. As cápsulas são recebidas e separadas de acordo com o
tipo de material, em seguida passam pela triagem mecânica que separa a cápsula
de alumínio ou plástico da borra de café. O plástico segue para a reciclagem,
sendo submetido a processos trituração, derretimento e transformado em pellet,
que consistem em pequenos grãos utilizados na indústria plástica como
matéria-prima reciclada para a fabricação de diversos itens como bancos,
lixeiras, pás de lixo, vaso de plantas.
As cápsulas de alumínio são submetidas a altas
temperaturas e se transformam em lingotes, isto é, blocos fundidos de alumínio
que são reaproveitados na indústria para a produção de chapas, barras, perfis,
entre outros. A borra do café é encaminhada a compostagem resultando em
fertilizante para plantas e hortas.
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